segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Não Guardo Mágoas da Familia Senna (Adriane Galisteu)



Foto: Luiza Dantas/CZN


Adriane na Curva Tamburello - Imola – Itália


Quando Ayrton Senna morreu, no dia 1º de maio de 1994, durante uma corrida do Campeonato Mundial de Fórmula 1 na Itália,Adriane Galisteu, na época uma modelo de 21 anos, estava com o piloto havia um ano e nem pôde se despedir direito do namorado. A família Senna não permitiu que, no velório, ela ficasse ao lado dos parentes e dos amigos - e Adriane teve de se misturar aos fãs. As honras de ex-namorada ficaram com Xuxa Meneghel. Depois do episódio, em 1995, Adriane lançou o livro O Caminho das Borboletas, em que conta a sua relação com o piloto. Por isso, ganhou a pecha de oportunista. Hoje, diz que superou a mágoa e a tristeza daqueles tempos - e também as que vieram depois.
'Aprendi a importância do perdão cedo. Quando tinha 15 anos, menti para minha mãe dizendo que iria passar uns dias com uma amiga e os pais dela no Guarujá e viajei com um namorado para Arujá. Naquele fim de semana, meu pai faleceu. Minha mãe me procurou e não me achou. Mas eu fiquei com um sentimento ruim e decidi voltar mais cedo para casa. Ainda vi meu pai pela última vez. Ajoelhei ao lado do caixão e pedi perdão a minha mãe.

Não tenho problema em pedir perdão. Mas também acho que não adianta ser da boca para fora. É preciso se esforçar para não cometer os mesmos erros. O perdão é um exercício diário. Não sinto raiva nem guardo mágoa. Não sou santa, mas isso não faz parte do meu temperamento. Acredito na lei da atração e no poder do pensamento. O que você deseja de ruim para os outros um dia volta para você. Guardar mágoa é criar um câncer.
           
Não tenho raiva da família do Ayrton (Senna) nem das pessoas que me viraram a cara. E olha que foi muita gente! Quando o Ayrton morreu, fui totalmente ignorada pela família. Passei quatro dias ligando e ouvia a mesma resposta da empregada: ninguém estava em casa. Eu não conseguia entender por que estava sendo rejeitada daquela maneira. Senti muita raiva de todos, até de Deus. Como é que a vida podia ter me dado aquela rasteira? Eu já tinha perdido meu pai e aí perdi o cara que eu amava. Pouco depois, descobri que meu irmão estava com aids. Temendo um contágio, parte da minha família se afastou dele.

Foi o Braga (o empresário Antônio de Almeida Braga, amigo de Senna) quem sugeriu que eu escrevesse o livro como forma de recuperar a minha identidade. Até então, eu era apenas a 'fulana' do Ayrton; me chamavam de 'viúva alegre', de 'oportunista'. Consegui superar a raiva e a tristeza. Não importa como a tragédia entra na sua vida. Você precisa se levantar. Atualmente ajudo os mesmos familiares que viraram as costas para o meu irmão. Entendi que eles não tinham informação para conviver com a doença. Em relação à família do Ayrton, eu os perdôo. Por ter presenciado o sofrimento da minha mãe com a perda do filho, entendo a mãe do Ayrton. Se os pais do Ayrton ou a Viviane (irmã dele) me ligassem para tomar um café, largaria tudo para ir.

FONTE

Revista Quem Acontece

Histórias de perdão 

Edição 365 - Set/07





FONTE PESQUISADA


Histórias de perdão. Disponível em: <http://revistaquem.globo.com/EditoraGlobo/componentes/article/edg_article_print/1,3916,1626319-6129-1,00.html>. Acesso em: 23 de janeiro 2012.

Ayrton Senna e Adriane Galisteu namoraram um ano e meio. Os dois moravam juntos quando o piloto sofreu o acidente que o matou, em 1994.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Livro Caminho das Borboletas - Adriane Galisteu Meus 405 Dias ao Lado de Ayrton Senna



título:  Caminho Das Borboletas - Adriane Galisteu
autor: Adriane Galisteu
gênero: Biografia | Literatura Nacional
Nº de páginas:220

» sinopse
Este livro é resultado de trinta horas de depoimentos, gravados em Sintra, Portugal. E de um mergulho num baú repleto de cartas, bilhetes, papéis rascunhados, agendas profusamente anotadas – sim, Adriane Galisteu ainda conserva aquela doce mania de transformar suas agendas em diários teen, engordados com recortes e fotografias e recheados de divagações.
“Como editor, tentei ser absolutamente fiel a sua narrativa. As mesmas palavras. O mesmo tom de voz – dolorido e emocionado, como vocês irão ver. Conservar o olhar diante do mundo que se abriu para aquela menina que saiu de uma tarde de trabalho num autódromo – a propósito, ela não gostava de automobilismo – para uma vida de princesa ao lado do príncipe das pistas.
Duas ou três coisas me emocionam particularmente neste livro. Primeiro, a candura juvenil de quem, nos melhores e nos piores momentos desta love story, sempre se perguntava, perplexa: por que eu? Creio que até hoje Adriane Galisteu não sabe responder a essa pergunta.
Há, depois, um detalhezinho que pode parecer superficial, mas que me deu a verdadeira dimensão do que ela viveu nesses últimos meses vertiginosos de sua vida. Repassando as fitas das entrevistas, percebi que muitas vezes Adriane Galisteu se refere a seu namorado no presente. Ayrton é, Ayrton faz, Ayrton quer. Inconscientemente, ela continua a se debater contra a realidade injusta, cruel e dramática da morte do amado.

Essa resistência se manifestou de outra forma, mais explícita. Adriane Galisteu foi deixando o final para o final – quero dizer, a morte, o desfecho inesperado, a tragédia, o funeral, a perda definitiva, a incerteza sobre o futuro. Quando, enfim, se decidiu a falar, pediu para gravar sozinha, sem a presença do entrevistador. Com certeza, por pudor – o pudor de ter um espectador para as suas lágrimas.

Conhecia Adriane Galisteu tanto quanto vocês a conhecem antes de ingressar nestas páginas. De fotos, das imagens de seu sentido luto no velório e no enterro do herói de todos nós. Agora, posso dizer que a conheço. Por isso, eu a respeito. Por isso, admiro seu caráter e sua força e respeito sua dor.”


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Ayrton Senna e Adriane Galisteu namoraram um ano e meio. Os dois moravam juntos quando o piloto sofreu o acidente que o matou, em 1994.









segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Memória preservada

São Paulo, 2004. A maior cidade do país guarda, em um dos seus milhares de prédios, um tesouro precioso para milhões de brasileiros: a memória do que Ayrton Senna da Silva fez na pista – da primeira vitória ao último desafio. Tudo está sendo cuidadosamente organizado em um dos andares do edifício-sede do instituto criado a partir do sonho de Ayrton de ajudar as crianças.

Quem cuida da saudade de Ayrton Senna é quem mais sente: a mãe dele, dona Neyde Joanna Senna da Silva.

“Gosto de tudo. Fico lembrando os casos, as imagens... Acho que eu devo isso a ele, pois ele foi muito bom filho”, diz dona Neyde.

A paixão de Ayrton pela velocidade está documentada, desde o início, em milhares de fotografias e imagens preciosas, que dona Neyde identifica, classifica e cataloga em um banco de dados do memorial.

“Durante todo esse tempo, guardei esse material porque sabia que eu tinha que fazer isso, não podia passar a responsabilidade para outra pessoa. E tinha que ser bem feito, como ele gostaria”, comenta a mãe de Senna.

Em uma estante, estão os capacetes usados por Ayrton Senna – desde o primeiro, ainda no kart – e também algumas garrafas de champanhe, usadas no pódio. Uma delas é especial. Ele escreveu em uma etiqueta colada na base: primeiro lugar, Mônaco, GP de 87. a garrafa é importante porque marcou o início do reinado do piloto nas ruas do principado. Ayrton Senna ficou tão feliz que na hora da comemoração o alvo foi inesperado.

A irreverência de Ayrton ao apontar o jato de champanhe da vitória de 1987 na direção da família real de Mônaco foi recebida com bom-humor por todos, menos pelo segurança. E em outra vitória, em 1991, ele até brincou, ameaçando repetir a dose.

O memorial guarda flagrantes da concentração de Ayrton no cockpit, de pilotos como Elio de Angelis, do amigo e empresário Armando Botelho, da namorada Cristine Ferracciu, de momentos de comemoração com os chefes das equipes que ele defendeu e do grande rival Alain Prost, em uma das fotos especialmente preocupado com o capacete amarelo.

“Isso me ajuda bastante. Eu nunca havia trabalhado fora. Depois do acidente, a Viviane falou que nós tínhamos que fazer o que ele queria. A partir daí, começamos a trabalhar. Me faz até falta, minha vida é isso aqui”, resume dona Neyde.

Outra peça de destaque do memorial é uma escultura formada pelos desenhos dos autódromos em que Ayrton Senna correu e venceu. Só existem duas peças – a outra está na casa do engenheiro japonês Yoshitoshi Sakurai, o homem responsável pela aliança imbatível entre Senna e os técnicos dos motores Honda. Uma aliança tão forte que deu ao piloto três títulos com o mesmo motor: 1988, 1990 e 1991. A grande decepção de Ayrton é que faltava o quarto título, de 1989. Ele perdeu o campeonato depois de uma vitória histórica na pista, mas que não convenceu os fiscais da Federação Internacional de Automobilismo.

A decepção do Ayrton aconteceu no momento decisivo do espetacular Grande Prêmio do Japão de 1989. Ayrton precisava da vitória para continuar sonhando com o bicampeonato, mas o rival Alain Prost fechou a porta na chicane. E apesar da heróica recuperação, Ayrton foi desclassificado por ter cortado caminho na chicane e Prost sagrou-se tricampeão nos boxes.

Quem teve a preocupação de guardar tudo de Ayrton foi o pai, Milton da Silva. Mas ele aparece muito pouco nas fotos do memorial. Sempre foi um homem reservado. E à medida que a fama de Senna foi crescendo, Miltão, como é conhecido na intimidade, começou a fugir da câmera sempre que podia.

O jeito sério e fechado deste homem escondia uma relação profunda com o filho de coração mole. Uma ligação que se tornou pública em raros momentos. Em um deles, ocorrido nos bastidores de Interlagos, logo depois da vitória heróica de Senna no Grande Prêmio do Brasil de 1991: Ayrton não se importou com as câmeras quando pediu um beijo ao pai.


Uma câmera que pertencia ao fotógrafo particular de Ayrton Senna, o japonês Norio Koike, também está guardada no memorial. Ainda funciona, mas depois de Ímola nunca mais foi usada. O fotógrafo doou a câmera para a família. Ele queria que ela ficasse como marco dos bons momentos vividos por Ayrton e que ele fotografou. Nenhum outro fotógrafo chegou tão perto da intimidade de Ayrton.


As fotos de Norio Koike incluem flagrantes de Senna em sua fazenda no interior de São Paulo e no refúgio preferido do campeão em Angra dos Reis, litoral do estado do Rio. Até o ritual da barba foi fotografado.


Senna também se deixou fotografar em momentos de surpreendente relaxamento. A obsessão com a forma física jamais o abandonava. O eterno namoro com a velocidade continuava nas férias. E a intensa ligação com a família ficava clara nas fotos que ele fez com os filhos da irmã Viviane. Registros de um Ayrton que poucos conheceram.


Dona Neyde tem um cuidado especial com as roupas e luvas que Ayrton usou.


“Muitas vezes ele joga as luvas fora. Eu ia lá e catava. Um dos pares está incompleto – só com a mão direita, porque ele era canhoto e a esquerda se acabou”, conta a mãe de Ayrton.


“Uma particularidade: muitas vezes, eu remendei luvas que ele achava macias e estavam de moldadas. As luvas novas o incomodavam, escorregavam”, revela dona Neyde.


Dona Neyde não se nega a cuidar pessoalmente do acervo, nem quando as fotos e imagens são daqueles dias tristes de 1994, quando o sonho de Ayrton de pilotar a poderosa Williams se desfez tragicamente em Ímola. Da reação desesperada quando ele viu, pela TV, no treino de sábado, o acidente que matou o piloto Roland Ratzenberger e da mistura de tristeza e preocupação de Ayrton nos boxes na manhã daquele domingo de maio em que ele perderia a vida.


“Quando ele foi pela primeira vez para a Europa, eu disse: ‘Olha, Beco, até agora eu cuidei de você. Daqui pra frente, quem vai cuidar de você é Deus. Por isso, preste bem atenção’. Nos primeiros anos, essa relação com Deus ficou abalada. Mas, ao mesmo tempo, não podia me desvencilhar, era tudo tão escuro. E foi Ele que me segurou. Acho que esse trabalho é um plano de Deus em nossa vida”, conta, emocionada, dona Neyde.


Fonte: http://redeglobo.globo.com/Globoreporter/0,19125,VGC0-2703-3232-2,00.html

sábado, 7 de janeiro de 2012

Ayrton Senna o Fim de uma Era 1960 - 1994

Esse video no link abaixo é muito bonito, foi feito por um fã:





O Vídeo tenta passar o que Ayrton Pensou ao ver, pela primeira vez na vida, uma morte na F1 a do Piloto Roland Ratzenberger, morreu na sua frente, no GP de San Marino, onde ele próprio viria a falecer também no dia seguinte. Sua Carreira, suas Vitórias, passaram todas como um filme em sua mente. É o que o Vídeo mostra.
Os Chefes da FIA deveriam ter cancelado a Prova, quando Roland faleceu, mas por ter que devolver o dinheiro dos ingressos e de patrocinadores. Continuaram a Prova, e Senna veio sofrer um Acidente e falecer também.