domingo, 30 de setembro de 2012

RIP Hebe

Ultima Foto de Adriane Galisteu e Hebe Camargo



Vi quando Hebe Camargo depositou sobre o caixão o terço verde-amarelo que ela mandara fazer - e que, me contaram depois, e custo a crer, foi arremessado no chão pelo ato impensado de fanatismo de outra pessoa que não comunga da mesma fé. Hebe, chorosa, veio ao meu encontro para me abraçar: "Ó, menina, ó Adriane, que absurdo, que tragédia!"
O primeiro encontro de Hebe com Adriane Galisteu na ocasião da Morte de Ayrton Senna



Hebe Camargo e Ayrton Senna nos Anos 80


sábado, 29 de setembro de 2012

O Destino de Victória Está Nas Mãos da Justiça

Filha da ex-modelo Marcella Praddo, a menina de 6 anos é objeto de duas ações de paternidade e candidata a herdeira de um patrimônio de US$ 200 milhões, se um exame de DNA comprovar que o pai é Ayrton Senna

Adriana Barsotti e Carlos Henrique Ramos
Isto é - 29 de novembro de 1999

Victória de Barros Gonçalves conheceu Milton Guirardo da Silva e sua mulher, Neyde Senna, quando tinha um ano e seis meses. Foi levada pela mãe, a modelo Marcella Praddo, ao apartamento do casal no Pacaembu, zona oeste de São Paulo. Neyde abrigou a menina em seu colo, mas o marido observou a cena a distância. Disse que estava resfriado. Essa cena seria considerada normal se esses personagens não estivessem envolvidos numa pendenga jurídica. Elas são atormentadas por uma grande dúvida: Victória é ou não é filha de Ayrton Senna? "Ela levou a criança algumas vezes para visitar a dona Neyde", confirma João Freitas, pastor da Assembléia de Deus da Barra da Tijuca, igreja evangélica que Marcella passou a freqüentar há três anos.

Esse encontro foi o primeiro e um dos poucos. O mistério que cerca o convívio das famílias Barros Gonçalves e Senna está próximo de um desfecho. No dia 4 de novembro, Milton Guirardo da Silva, pai do corredor, ingressou na 5.ª Vara de Família do Rio com uma ação para tentar provar que Victória, hoje com 6 anos, não é sua neta. Marcella reagiu e, na segunda-feira 22, deu entrada a uma ação tentando provar o contrário. Em ambos os casos, o exame de DNA será requisitado.

Se a paternidade for confirmada, a menina passa a ser herdeira de um patrimônio estimado em US$ 200 milhões. "Queremos esclarecer essa questão de uma vez por todas", desabafa Viviane Lalli Senna, 42 anos. Além do reconhecimento da paternidade, Marcella está reivindicando uma pensão alimentícia de R$ 2 mil mensais para o sustento da criança. "Até hoje, ela não recebeu um centavo dos Senna", afirma seu advogado, Emmanuel Francisco Viegas. No processo, ele tentará provar que o relacionamento durou nove anos, intercalados por períodos de afastamento, nos quais a ex-modelo se casou com o apresentador Fernando Vanucci e com o empresário Rogério Oliveira, pai de seu filho mais velho, Luiz Felipe, 8 anos.

Na ação, Viegas anexou fotos, tíquetes de reservas de hotéis e passagens aéreas em nome do casal. A família Senna sustenta o contrário. No processo impetrado pelo advogado João Luiz Aguiar de Medeiros, eles alegam que a relação foi efêmera e que os dois já não estavam juntos na época em que Victória foi concebida.

Em janeiro de 1994, Marcella chegou a ensaiar uma ação contra Ayrton Senna, através do advogado carioca Michel Assef. Desistiu da empreitada na semana da morte do piloto. "Ela não queria ser acusada de oportunista", diz um amigo da ex-modelo. Consta que um exame de DNA já teria sido realizado extrajudicialmente este ano, por iniciativa da família Senna. "Marcella me disse que deu negativo, mas que não acreditava no resultado", conta o mesmo amigo. A prova teria sido anexada à ação. Um novo exame deverá ser pedido em breve pela Justiça do Rio. O corpo do piloto não precisará ser necessariamente exumado, embora exista essa possibilidade. Já existe uma tendência entre os juízes de requisitar que os parentes consangüíneos do piloto se submetam aos testes necessários.

Esse tipo de ação já não é novidade para a família. Em maio de 1996, a professora de música Erotides Gallucci entrou com uma ação na 1.ª Vara da Família e Sucessões de São Paulo, na qual requeria que Milton Guirardo da Silva reconhecesse que era pai de seu filho Antonio Carlos Barsumian. O suposto affair teria começado em 1966, e os encontros amorosos aconteciam em um pequeno apartamento no centro de São Paulo. Nessa época, ele já era casado com Neyde, mãe de Ayrton e seus irmãos, Viviane e Leonardo. Milton submeteu-se ao exame de DNA e ficou constatado que Antonio Carlos não era seu filho.

Marcella Praddo, que abandonou a carreira de modelo depois da morte de Senna e voltou a adotar seu nome de batismo, Edilaine, conheceu seu advogado, Emmanuel Viegas, no templo da Assembléia de Deus da Barra. Quando o piloto morreu, trocou a religião messiânica pela evangélica. As curvas de Marcella, alguns quilos a mais, deixaram de ser sinuosas. Sua exuberância, que ganhou notoriedade após ser eleita Garota do Fantástico, em 1987, e posar para a Playboy, deu lugar à discrição. Ela mora com os dois filhos em um apartamento de dois quartos na Barra, comprado por seu ex-marido Rogério Oliveira. Trabalha como balconista da Eletrocell, revendedora de telefones no Barrashopping. Com as comissões, chega a receber R$ 800 mensais.

Edilaine virou Marcella Praddo quando tinha 18 anos, depois de consultar um numerólogo. Ela chegou a gravar um disco, cujo título era Basta de Acreditar. Participou do filme Solidão, Uma Linda História de Amor, ao lado de Tarcísio Meira e José Wilker. Marcella registrou Victória em 15 de dezembro de 1993. Teve de pagar multa por ter perdido o prazo. Para a funcionária que a atendeu, Maria de Lourdes Rodrigues Lopes, afirmou: "O pai dessa menina é Ayrton Senna". Filha única de um militar da reserva, ela consegue manter um bom padrão de vida graças à ajuda da mãe, Damiana, e da pensão que recebe do ex-marido. Dirige um Renault e mantém a filha matriculada na escola PIC, cuja mensalidade é de R$ 300.

Padrinho do casamento de Marcella com Vanucci, Eduardo Homem de Carvalho testemunhou alguns encontros dela com o piloto. "Quando ele vinha ao Rio, dirigia o Chevette dela", lembra. Ele conta que ambos se afastaram, mas voltaram a se encontrar, quase sempre na casa do piloto em Angra dos Reis, logo depois de Marcella se separar de seu segundo marido. Eduardo também estava ao lado da amiga quando Victória nasceu. "Alguns meses depois, Senna mandou de presente uma réplica de um carro de Fórmula 1 com uma carta", conta.

Colaborou Viviane Rosalem


FONTE PESQUISADA

BARSOTTI, Adriana; RAMOS, Carlos Henrique. O destino de Victória está nas mãos da Justiça. Disponível em: <http://www.terra.com.br/istoegente/17/reportagens/rep_senna.htm>. Acesso em: 10 de setembro 2016.


Memórias de Maurício Gugelmin

29/03/2009 11:36:01
ÍParaíba - iparaiba.com.br



O piloto brasileiro Maurício Gugelmin guardou para si durante muito tempo a história de como quase impediu o primeiro título mundial de Ayrton Senna na F-1. O episódio --que causa arrepios ao piloto-- aconteceu no GP do Japão, última e decisiva corrida da temporada de 1988. 
Ayrton Senna conquista seu primeiro título mundial na F1 no GP do Japão 1988

"Poucos sabem que eu só não tirei o Ayrton daquela corrida por milagre", relata Gugelmin, que disputou 74 GPs na F-1 entre 1988 e 1992.

Gugelmin conta essa história no livro "Uma Estrela Chamada Senna" (Panda BOOKS). O relato do piloto sobre como tudo aconteceu, extraído do livro, pode ser lido abaixo. 

No mesmo trecho da obra, Gugelmin conta como conheceu Ayrton Senna e abre detalhes da convivência de ambos no período em que moraram juntos na Europa, no início dos anos 80.

O livro "Uma Estrela Chamada Senna" faz um relato da vida e da carreira do tricampeão, seus maiores duelos na F-1, e traz revelações de bastidores da carreira e da vida pessoal de Senna.

Perfeccionista em tudo 

Maurício Gugelmin

Eu admirava a maneira como o Ayrton passava a manteiga no pão. Pegava a quantidade exata com a ponta da faca e depois espalhava uma camada igualzinha em toda a superfície do pão. Fazia aquilo sem pressa, como se estivesse decorando o pão de centeio. Depois cortava a fatia em pedaços simétricos e ia comendo os nacos como num ritual. Cansei de ver essa cena na época em que moramos juntos na casa que alugamos em Norwich, no norte da Inglaterra, e depois na casa dele em Esher, nos arredores de Londres.

Parece exagero, mas o homem tentava fazer tudo perfeito, do pão à bandeirada de chegada. Ele tinha para cada tarefa, desde a mais trivial até aquela que envolvia risco de vida, um sentido específico. Acho que foi o único sujeito que conheci que lia detalhadamente (às vezes até para discordar) toda e qualquer instrução, o modo de usar de tudo que lhe caía nas mãos. Só tomava um remédio depois de conferir a bula e de se certificar de que a posologia indicada batia com a recomendação do médico. A roupa do Ayrton só ia para a máquina depois de ele conhecer o tempo indicado para aquele tipo de tecido, a quantidade adequada de sabão, o tempo de centrifugar, enxaguar e... sei lá mais o quê. Era o tipo de pessoa que realmente agitava antes de usar. Eu tirava a roupa já seca da máquina e a considerava pronta para usar, mas o Becão pendurava tudo direitinho, para não amassar.


Ayrton Senna cuidava de seus objetos pessoas, nessa foto ele está lavando seu macacão da Lotus em 1985
Foto: Lemyr Martins

Nas coisas de pista ele também era superdetalhista. A gente passava horas revendo e estudando as corridas. Lembro que, às vésperas de eu embarcar para o Grande Prêmio de Macau de Fórmula 3, em 1985, Ayrton ficou repassando o teipe da corrida que ele havia ganhado lá, em 1983, me explicando curva por curva, metro por metro daquele circuito suicida, com incrível minúcia. Ele me dizia:

- Olha, aqui você tem que passar raspando o aerofólio traseiro na parede. Essa quinta curva a gente faz às cegas, não vê como ela termina, mas é pé na tábua e já se preparando para entrar à esquerda. Lembre-se, heinn... à esquerda - enfatizava com uma veemência de professor.

O cara me dizia aquilo como se estivesse pilotando. E até estava, porque ao explicar girava um volante imaginário nas mãos, soltava a mão direita, metia o pé esquerdo na embreagem como se fosse cambiar e saía com perfeição, imitando um som de motor cheio, na rotação máxima. Vimos aquele teipe uma dezena de vezes, ele sempre narrando tudo e todo aceso. Só parávamos quando eu caía de sono.

Na primeira volta dos treinos daquele circuito do GP de Macau de F3, em vez do motor eu só ouvia o Ayrton me cochichando no ouvido: - Pé embaixo, encha o motor, só belisque no freio, agora é reduzir para sair forte para a reta... - Era um controle remoto nos meus tímpanos.

Aprendi muito com o Becão. Foi ele quem me apresentou à Van Diemen, me arrumou o lugar de piloto oficial (paga-se muito menos para competir no campeonato) e, em 1981, me mostrou o caminho das pedras da Fórmula Ford 1600 inglesa. Adiantou o meu lado, tanto que ganhei 13 das 26 corridas na F Ford 1600. 

Senna e Maurício na Formula Ford no começo da carreira


Conheci Ayrton Silva no Rio Grande do Sul, numa corrida de kart em Porto Alegre no verão de 1978, quando ambos estávamos na categoria inicial, a de Juniors. Era ele, o mecânico e uma perua Caravan branca de bunda arriada, de tanta carga que eles colocavam no . Lá dentro tinha kart, motores, pneus, ferramentas, roupas, bananas e um mundo de bugigangas que eles carregavam e descarregavam todos os dias.

Como eu já tinha a Sofia --uma tremenda C10, Chevrolet-- e um trailer onde cabia uma dúzia de karts, fiquei com pena dele e ofereci guarida na Sofia. Foi nossa primeira partilha nas pistas. Daí ficamos amigos. Uma amizade que a gente selou com uma contravenção dele ao dirigir o meu Fiat 147 em Viamão, no Rio Grande do Sul, num sábado de treinos. O Ayrton tinha esquecido as luvas no Hotel e me pediu o carro emprestado para ir buscá-las. Na volta, foi parado por excesso de velocidade e levou uma multa. Ficou quietinho. Só me contou à noite. Afinal, como amigo responsável, evitou me deixar nervoso antes da corrida.

O Becão era um cara solidário. Muito divertido com os íntimos. Era brincalhão, mas essa faceta do seu caráter ficou escondida, porque a maioria só conheceu o Ayrton Senna piloto. O tipo sério, dedicado e superprofissional que maravilhou a gente com seu talento na pista. O moleque, esse era um perigo. Comer ao lado dele exigia a atenção de uma largada. Se bobeasse, o prato da gente ficava cheio de vinagre ou o copo de leite apimentado. Pasta de dente e creme para barba eram guardados em cofre, para você não ficar com o rosto todo melecado e com a boca espumando. 

Mauricio e Ayrton na casa que dividiam na Inglaterra


Certa vez eu me vinguei bonito e com muita classe das sacanagens dele. Foi num fim de semana em que só ele corria pelo campeonato inglês de Fórmula 3. Eu folgava na Fórmula Ford. Levantei tarde, para curtir na cama uma daquelas manhãs frias e garoentas da "Ilha" e deparei com um pacote muito bem-feito sobre a mesa da cozinha, embrulhado em papel de alumínio, bem ao estilo Ayrton Senna. Abri e lá estava um belo sanduíche com a manteiga bem espalhada. Minha boca se encheu de água, mas logo pensei que ali tinha sacanagem. Examinei o sanduíche com a ponta dos dedos e não vi nada suspeito, a não ser o fato de que o embrulho tinha sido deixado pelo Becão, aquele cara tão cheio de cuidados. Tomei um café preto com bolachas de olho gordo no sanduíche, mas resisti à tentação. Quando o Ayrton me telefonou, coisa que sempre fazia para contar como havia sido a corrida -- e que, para variar, ele ganhou --, eu lhe dei os parabéns e emendei:

- Legal, assim você tem a grana do prêmio para comprar outro sanduíche, porque aquele que você esqueceu aqui virou o meu breakfast.

Só quando ouvi um sonoro palavrão do outro lado da linha é que tive a certeza de que o meu almoço estava garantido. 

Ayrton comendo um Hamburger


Lembro também que na nossa fase de vacas magras, entre 1981 e 1982, ele na Fórmula 2000 e eu na Fórmula Ford, os prêmios por vitória eram de 100 e 200 libras, mais ou menos 400 e 800 reais neste começo de milênio. Então a gente tirava a barriga da miséria. Fazíamos um banquete no histórico restaurante Doric, o único de Snetterton e onde o Ralph Firman, dono da Van Diemen, levava todos os pilotos brasileiros para acertar os contratos.

Na nossa casa a culinária era uma tragédia. O melhor que saía era um macarrão com creme de leite que até hoje não sei como podia ficar tão duro. Só dava para comer na hora, quente, depois virava um tijolo. Comida boa e cheirosa só quando a dona Neyde, mãe do Becão, visitava o filho. A vida só foi melhorar mesmo na casa de Esher. Lá tínhamos a dona Juraci Sanovisky (uma brasileira que depois ficou com Ayrton), que caprichava no feijãozinho e nas bistecas. 

Neyde colocando o almoço para o filho Ayrton Senna

Era meados de 1985, eu corria na Fórmula 3000 e o Ayrton estava na Lotus John Player Special. Em vez do Alfasud caindo aos pedaços, nosso primeiro automóvel na Inglaterra, a gente já desfilava de Escort, depois de Renault, Honda e Mercedes-Benz. E se na nossa primeira casa, em Norwich, as 360 libras de aluguel eram divididas, no casarão de Esher eu não pagava nada. O Becão comprou a propriedade e não me cobrava aluguel. Morei um bom tempo no vácuo.

A lembrança do Ayrton que mais me dá arrepios é a do GP do Japão de 1988 --aquele em que ele ganhou seu primeiro título. Todo mundo lembra que foi a corrida do século. O homem teve problemas na largada, partiu em 16o, passou todos nós e venceu. O que poucos sabem --e nem sei se alguém, além dele e de mim também ficou sabendo-- é que eu só não tirei o Ayrton daquela corrida por milagre. 

Senna seguido por Prost em Suzuka 1988


Acho que fui o oitavo cara que ele ultrapassou. Vi a fera no retrovisor naquele trecho sob a ponte do circuito de Suzuka e pensei: vou dar uma cutucada no freio, ele me passa por dentro e ainda pego o vácuo do McLaren.

Pensei e fiz. Só que o freio não obedeceu e fomos juntos para dentro da curva. No desespero, e para evitar a porrada, tirei o pé, ele mudou o traçado e passou por fora, raspando na minha roda dianteira. Ainda hoje essa lembrança me dá um frio na barriga.

E tudo porque um mecânico babaca fixou mal a garrafinha com água que a gente leva no cockpit para beber, através de um tubo, durante a corrida. A garrafa já estava solta e no meio das minhas pernas, mas no instante que fui dar passagem ao Ayrton ela caiu entre o pedal do freio e o meu pé e impediu a brecada.

Ninguém acreditaria nessa história se, por infelicidade, tivesse acontecido a batida e ele perdido aquele título mundial. Fórmula 1 é isso. Tanta tecnologia, tanta sofisticação, mas basta uma volta a menos num parafusinho para mudar --como já mudou-- o resultado de uma corrida ou de um campeonato. 


FONTE PESQUISADA

Piloto brasileiro quase tirou primeiro título de Senna; leia relato. Disponível em: <http://www.iparaiba.com.br/noticias,143665,4,piloto+brasileiro+quase+tirou+primeiro+titulo+de+senna+leia+relato.html>. Acesso em: 29 de setembro de 2012


FOTOS AYRTON SENNA & MAURÍCIO GUGELMIN - PHOTOS - IMAGES - IMAGENS - PICTURES


Na Foto: Emerson Fittipaldi, Antônio Carlos de Almeida Braga "Braguinha", Ayrton Senna e Maurício Gugelmin


Na foto: Ayrton Senna e Maurício Gugelmin


Na foto: Ayrton Senna e Maurício Gugelmin


Ayrton Senna e Maurício Gugelmin em Esher na Inglaterra 1985

Piquet et Senna, Ennemis Intimes

En 1981 et 1983, Nelson Piquet arracha ses deux premières couronnes mondiales. Dès 1984, un autre Brésilien, Ayrton Senna faisait parler son talent en F1. Entre le carioca Piquet et le pauliste Senna, une terrible rivalité allait s’installer. Les deux compatriotes allaient se détester pendant des années, jusqu’à la retraite de Piquet, en 1991.


A peine Nelson Piquet avait-il remplacé Emerson Fittipaldi dans le coeur des Brésiliens qu’un certain Ayrton Senna da Silva débarquait dans l’élite des pilotes, en 1984.
En 1981 et 1983, Piquet avait gagné deux couronnes mondiales. Dauphin d’Alan Jones en 1980, le pilote carioca était sorti vainqueur d’un championnat très serré en 1981, face à la concurrence redoutable de Carlos Reutemann, Jacques Laffite, Alan Jones ou encore Alain Prost. Mais sachant que d’autres pilotes, comme Gilles Villeneuve, avaient pu remporter des victoires (à Monaco et Jarama pour l’acrobate canadien de Ferrari), les points valaient extrêmement cher en cette saison 1981 qui vit donc l’apothéose de Piquet. Sur un circuit indigne de la F1, au Caesars Palace de Las Vegas, le Brésilien arracha le titre devant Carlos Reutemann, tétanisé par l’enjeu et marginalisé chez Williams, après qu’il eut devancé Jones pour une victoire à Rio de Janeiro, sous la pluie.
En 1983, fort du turboBMW développé par Paul Rosche, Piquet termina le championnat en trombe, dépassant Alain Prost au classement lors de l’ultime manche, à Kyalami. Cet épilogue heureux pour Piquet lui permettait d’égaler Niki Lauda, pilote le plus capé du plateau (double champion du monde en 1975 et 1977). Prost, qui allait quitter Renault dans l’optique de 1984, fut touché par cette défaite, tandis que le Losange ne porta pas plainte, suite à une polémique sur la non conformité de l’essence utilisée par la Brabham BMW BT52 de Piquet ...
Un mois plus tard, un certain Ayrton Senna da Silva gagnait le Grand Prix de Macao avec une déconcertante facilité, dominant d’autres pilotes de F3 dans ce qui représentait en quelque sorte le championnat du monde officieux de la catégorie.
En 1984, l’écurie Brabham, via son sponsor Parmalat,voulait un pilote italien pour remplacer Riccardo Patrese, parti chez Alfa Romeo. Ayrton Senna, malgré son talent, qui avait impressionné le propriétaire de l’équipe, un certain Bernie Ecclestone, n’était donc pas le bienvenu étant donné l’influence du sponsor italien. Mais la cohabitation avec son compatriote aurait été impossible, NelsonPiquet ayant traité Senna de chauffeur de taxi de Sao Paulo ...
En 1983, Senna avait effectué un premier essai en F1à Donington, chez Williams. Autant que par son pilotage vertigineuxque par son approche du dialogue avec les ingénieurs, le jeune Brésilien avait impressionné FrankWilliams, qui devra attendre dix ans pour faire de Senna son pilote ...Approché par Brabham et McLaren, le jeune Brésilien signa finalement avec l’écurieToleman dans l’optique de la saison 1984, alors qu’Emerson Fittipaldi faisait le deuil de son come-back dans l’élite des pilotes, payant le prix de ses médiocres années Copersucar.
Le talent d’Ayrton Senna crevait les yeux, et Nelson Piquet perçut très vite le rookie comme une doublemenace, poursa popularité au Brésil mais aussi et surtout pour la victoire en F1, objectif ultime de pilotes de cette trempe.
Très vite, l’animosité entre les deux compatriotes fut manifeste. Pourtant, leurs points communs étaient nombreux.
Piquet comme Senna portaient le nom de leur mère. Issus chacun d’une famille riche, ils avaient écrasés le prestigieux championnat d’Angleterre de F3, tremplin idéal vers la F1 (en 1978 pour Piquet, en 1983 pour Senna). Et très vite, ils avaient été propulsés vers la victoire en F1 ... en 1980 chez Brabham pour Piquet, comparé à un jockey par Frank Williams en opposition à Jones, soldat de la guerre du Viet Nam, et en 1985 chez Lotus pour Senna.
L’année 1986 allait marquer le premier affrontement sportif de ces deux prodiges venus d’Amérique du Sud. Juan Manuel Fangio n’avait jamais affronté son compatrioteOscar Galvez en F1, tandis que Froilan Gonzalez n’avait pas représenté pour le maestro une menace pérenne.Dans les années 70,Emerson Fittipaldi boxait dans une catégorie supérieure à son frère Wilson ainsi qu’à Carlos Pace ... Pour la première fois, deux pilotes sud-américains faisaient partie de l’élite.
Avec AlainProst, Nigel Mansell, Michele Alboreto et Keke Rosberg, les deux compatriotes brésiliensétaient les vedettes de ce championnat du monde 1986 ...
Dès la manche d’ouverture au Brésil, Senna et Piquet allaient se cotôyer sur le podium, Piquet gagnant devant son jeune compatriote. Plus tard dans la saison, un somptueux duel les opposerait à Budapest, pour le premier Grand Prix de Hongrie de l’Histoire du championnat du monde. La Williams de Piquet dominerait la Lotus de Senna à l’issue d’un duel titanesque où chaque protagoniste n’avait cessé de repousser ses propres limites. Pilotant au paroxysme de la rage, sous un soleil de plomb, les deux héros brésiliens avaient repoussé les limites du freinage, Piquet usant du contre-braquage, tel un pilote de rallye scandinave, après avoir dépassé Senna à plusieurs reprises. Premier grand battu pour la couronne mondiale 1986, à Estoril, Ayrton Sennagagnait ses galons de pilote d’élite, alors que Piquet n’arrivait pas à dominer Mansell chez Williams Honda, un coéquipierqu’il considérait pourtant comme un second couteau, à tort...
Avant le début du championnat 1987, Piquet déclara que Senna n’aimait pas les femmes. Au lieu d’avoir une réaction chevaleresque, en se battant avec Piquet, ou de poser avec une jolie nymphe rencontrée sur les plages d’Ipanema ou Copacabana, Senna se présenta sur le circuit de Rio de Janeiro en bredouillant quelques mots qui n’eurent aucun impact sur les journalistes. Le venin de Piquet avait fait mouche ... La diva carioca était vieillissante et jalouse, car la jeune étoile pauliste, Senna, allait bientôt exploser en supernova, et dominer toute la galaxie F1, jusqu’à en éblouir la lumière principal, celle de Prost, l’astre qui brillait le plus après l’extinction de Lauda.
Autre pique de Nelson envers Ayrton, toujours avant le début de la saison 1987 ... Maintenant qu’il a un Honda, Ayrton ne pourra plus se plaindre de ses moteurs.
Plus tard dans la saison, Piquet fit une déclaration qui prouvait qu’il avait enfin adoubé Senna dans la caste des intouchables, des pilotes qu’il estimait digne de combattre avec lui au sommet de la pyramide ... Cette année, Ayrton se bat avec moi pour le titre, mais aussi avec Prost et Mansell, preuve qu’il fait désormais partie des grands.
1987 sonna l’heuredu derniertitre mondialde Piquet, qui décrochait le sceptre pour la troisième fois. Gravement marqué par un accident à Imola, Piquet avait perdu sa grinta. L’irrésistible sprinter d’autrefois (9 poles en 1984) avait laissé place à un pilote calculateur, tandis que Senna, délicieux cocktail de panache, de virtuosité et d’énergie, ne cessait de progresser. La couronne mondiale ne pourrait plus lui échapper ...
1987 marqua un tournant dans la hiérarchie entre le jeune et l’ancien. Proche d’Alain Prost, Nelson Piquet aurait pu rejoindre McLaren. Lassé de sa collaboration avec Williams, Piquet voulait donc quitter Didcot. Jaloux de Mansell, qui le dominait en vitesse pure, le Carioca en voulait surtout à Frank Williams et Patrick Head, qu’il estimait responsable de la situation chaotique régnant dans l’écurie. Exigeant un statut de pilote numéro 1 en raison de son palmarès éloquent, Piquet s’était toujours vu opposer un veto de la part de Frank Williams. Sensible aux exploits de son compatriote Mansell, qui par sa combativité légendaire lui rappelait Alan Jones et Keke Rosberg, le patron de l’écurie anglaise soulignait aussi l’écart de rémunération entre ses deux pilotes. Piquet, beaucoup mieux payé que Mansell, n’apportait pas de meilleurs résultats. Dès lors, il semblait logique à Williams et Head de ne pas avantager Piquet par rapport à Mansell. La guerre civile ne tarda pas à s’installer chez Williams Honda, ce qui exaspéra le motoriste japonais. Comme en 1973, où Jackie Stewart avait profité de la lutte fratricide entre Emerson Fittipaldi et Ronnie Peterson chez Lotus, un troisième pilote tira les marrons du feu. Malgré de nombreuses victoires dans la campagne mondiale 1986, le tandem Williams allait perdre la guerre, remportée par Alain Prost avec McLaren TAG Porsche. En 1987, Honda décida de quitter Williams. Séduit également par Senna et Piquet, le constructeur japonais décida d’articuler ses efforts autour des écuries Lotus et McLaren.
Ron Dennis voulait reconstituer une Dream Team à Woking, déçu par les performances de Stefan Johansson chez McLaren. Le pilote suédois n’avait pas l’envergure d’un champion tel que Niki Lauda. Orphelin de Lauda, Prost était seul maître chez McLaren. Piquet ne signa pas avec Ron Dennis, refroidi par les contraintes imposées par Marlboro. De plus, malgré son affinité avec Piquet, Alain Prost conseillait à Ron Dennis d’engager Ayrton Senna, grand espoir de la discipline. Le Français estimerait que le recrutement de Senna apporterait plus à l’équipe McLaren que celui de Piquet. Senna rejoignit donc McLaren en 1988, tandis que Piquet trouva refuge chez Lotus. Mais McLaren avait le vent en poupe. Equipe phare de Honda, McLaren domina la F1 de 1988 à 1991, offrant à Senna trois couronnes mondiales en 1988, 1990 et 1991, qui lui permettaient d’égaler Piquet dans la galerie des champions du monde brésiliens.
Un jour de 1993, accompagné de sa muse Adriane Galisteu, Ayrton Senna changea de table dans un restaurant au Portugal ... Adriane demanda à Ayrton la raison de son attitude. Il ne voulait pas voir l’ennemi ... Nelson Piquet.
En 1990, à Suzuka, après que l’accrochage Senna - Prost eut offert le titre au premier nommé dès le premier tour, Nelson Piquet remporta une course où les coéquipiers des deux titans, en l’occurrence Mansell et Berger, avaient failli.En conférence de presse, le triple champion du monde, qui n’avait pas connu de victoire depuis Monza en 1987 (avec Williams Honda), eut cette phrase, magnifique d’humour, qualité qu’il maniait avec plus ou moins de vice depuis des années ... Pour les nouveaux, je tiens à préciser que je m’appelle Nelson Piquet. Et le petit chauve à côté de moi, c’est Roberto Moreno!
En mai 1994, Piquet fut un des rares grands noms de la F1 à ne pas venir aux obsèques de son illustre compatriote. Il aurait été indécent de ma part de mêler ma peine à celle des gens qui l’avaient vraiment connu et aimé, déclara avec sincérité celui qui était orphelin, comme tous les Brésiliens, d’un champion d’exception, par son palmarès comme par son charisme, Ayrton Senna.
Avant de quitter ces deux immenses pilotes, ambassadeurs de l’âge d’or de la F1 dans les années 80, le mieux est de laisser la parole à Gordon Murray. Le génial designer sud-africain a travaillé avec Nelson Piquet chez Brabham de 1979 à 1985(où il a égalementcroisé la route de Niki Lauda), avant de collaborer avec Ayrton Senna chez McLaren en 1988 et 1989(ainsi qu’Alain Prost).
Interrogé en 1998 sur Senna,voilà ce que disait Murray ... J’ai eu plus de plaisir avec Nelson et autant de succès mais ces deux ans passés comme ingénieur d’Ayrton furent très plaisants. Voilà quelque chose que je garderai en moi pour toujours. J’aurais adoré travailler avec Clark mais je n’en ai eu jamaisl’opportunité. [...]
Je dois dire que depuis Clark et jusqu’à Senna, je n’avais ressenti un tel feeling pour un pilote. Cette manière de gagner ... Schumacher est au niveau de Piquet et Senna était vraiment ... Bon, je ne désire pas diminuer les mérites de Piquet car on ne remporte pas trois championnats du monde sans être un pilote exceptionnel, mais vous voyez ce que je veux dire. Senna, c’était un autre niveau, tout comme Clark.





quarta-feira, 26 de setembro de 2012

'Fui A Última Mulher Da Vida Dele', Diz Adriane Galisteu Sobre Ayrton Senna

A apresentadora posou para revista "Privilège Mag" e fez revelações durante entrevista.


Adriane Galisteu posou para a revista "Privilège Mag" e falou sobre a relação com Ayrton Senna: “Infelizmente, fiquei conhecida por conta de uma tragédia. Tudo poderia ter sido muito diferente na minha história, mas eu parei de trabalhar naquela época para viver um grande amor ao lado do Ayrton. Eu tinha 19 anos, ele, 30 e poucos. Foi uma história complicada e cercada de preconceitos e polêmicas. Fui a última mulher da vida dele e tenho orgulho da história que vivi. Carrego isso como um escudo, não como um fardo, pois eu fui muito feliz. Eu tomo muito cuidado para falar sobre isso, não porque eu tenha algum problema, mas pelo respeito que tenho pela história e por ele. Eu só tenho coisas boas para lembrar. Sem dúvida, Ayrton me tornou conhecida, mas o que deu continuidade a isso foi o meu trabalho".




FONTE PESQUISADA

EGO - 'Fui a última mulher da vida dele', diz Adriane Galisteu sobre Ayrton Senna. Disponível em: <http://ego.globo.com/famosos/noticia/2012/09/fui-ultima-mulher-da-vida-dele-diz-adriane-galisteu-sobre-ayrton-senna.html>. Acesso em: 26 de setembro 2012.

Amigo Íntimo de Ayrton Senna e Adriane Galisteu, Escreve Um Lindo Texto Sobre Os Dois 1995





O Anjo Pecador por Jacob Pinheiro Goldberg, amigo e mentor de Ayrton Senna

Quando John Kennedy foi assassinado, Jaqueline Kennedy transformou-se na viúva da América. Tempos depois, quando resolveu casar-se com o bilionário Aristóteles Onassis, foi acusada de oportunista, vigarista.


O jornal parisiense publicou uma manchete histórica: "Ah, Jaqueline..." ("Le Monde") típica de um sentimento de frustração do conservadorismo e da hipocrisia. Os "bem-pensantes" exigiam dela uma virgindade "post-mortem". Qual a origem deste sentimento? 


A tradição bíblica alude ao mito de Lilith, a mulher demoníaca de Adão, em contraposição a Eva.

A noção da figura insidioso feminina sempre acompanhou a repressão machista. O fascismo moral, base do nazi-fascismo político e ideológico, parte do pressuposto de um narcisismo homossexual enrustido, não assumido que, no fundo se apavora com o erotismo feminino. A vagina enxergada como a porta de entrada do Inferno.


No enterro de Ayrton Senna, fiquei impressionado com a desolação de Adriane Galisteu.
A tristeza era geral, mas ela, obviamente, tinha perdido o seu futuro. Muitos choravam o passado, Adriane era uma figura grega naquele cenário.


Lembrei-me de outra vez, Ayrton Senna concedendo uma entrevista coletiva a imprensa internacional e brasileira falando de seu projeto de uma revista ecológica, humanista, com códigos de formação anti-racista, usando heróis e heroínas em igualdade de condições. Diante da pergunta de um repórter japonês, pediu que eu respondesse em nome dele sobre seus propósitos não-comerciais e idealistas do empreendimento. Num átimo de tempo, captei o cruzamento de olhares entre Adriane e Ayrton. No amor, o importante é o sentimento de cumplicidade. Eles eram cúmplices. E por isto, invisíveis e infindáveis. Mas, também, potencialmente, vitimas da inveja.


O amor, e mais, a paixão, provocam o ressentimento, o ódio, a vingança
dos mal-amados.


E a nossa pobre Adriane Galisteu foi eleita para ser a vítima deste processo. 


O nosso golden boy, o príncipe da nossa bem-querença morto, quiseram e querem que ela seja considerada a aventureira, indigna do legado do mito e do herói.

No fundo, Adriane, a loira escultural, habita a fantasia de todo o desejo masculino brasileiro, e ai dela se quiser continuar a viver, sorrir, namorar, amar. 


No fundo as mulheres morrem de recalque diante da exuberância e intenção de continuar a sua carreira, os seus romances, o seu sexo. Ninguém perdoa aquela que dividiu com o nosso herói, a cama e o segredo. Por tudo isto, que se cale a instituição nacional da fofoca e do provincianismo pequeno burguês.

Ayrton Senna não foi celebre porque corria nas pistas. Outros também o fazem e nem por isso são profetas. Se Moisés ou Jesus vivessem hoje, provavelmente correriam na F1, para dizer: "Eu vi Deus", origem e destino do seu carisma. Olhar, chegar perto, vibrar de longe com Ayrton era compartilhar esse território mágico e sagrado.


Não banalizem o que vivemos. Aqueles que tiveram como eu a ventura de num momento, tocar, conversar, conviver com Ayrton, respeitemos a sua escolha, o anjo que nadou com ele nas chamas do carinho. 


Não são monumentos que vão eternizar a memória de Ayrton. É o seu olhar transfigurado que se deita em Adriane, em cada torcedor, e principalmente nas crianças que ficaram órfãs dele. Vai fundo Adriane, viva, ame, continue. Ayrton esta presente, se sente, se sente"

FONTE PESQUISADA

LIMA, Paulo. Adriane Galisteu, a inveja feminina e o desejo masculino. Revista Trip, São Paulo, nº 42, ano 8, p. 3 – 10, 1995.






quinta-feira, 20 de setembro de 2012

De Volta Ao Brasil, Filho De Jack Brabham Lembra De Ayrton

Impressionado com torcida brasileira a Ayrton Senna no Brasil em 1994

14/09/2012 08h45 - Atualizado em 14/09/2012 12h07
Globo Esporte - m.globoesporte.globo.com


Brabham disputou o GP do Brasil de F-1 em 1994 e hoje pilota no Mundial de Endurance (Foto: Divulgação)


Por Alexander Grünwald e Felipe Siqueira
São Paulo

Filho do tricampeão mundial de Fórmula 1 Jack Brabham, David Brabham está de volta a Interlagos após 18 anos. Neste fim de semana, ele guiará o protótipo da Honda nas Seis Horas de São Paulo, etapa brasileira do Mundial de Endurance, o WEC, ao lado do ex-F-1 Karun Chandhock e do britânico Peter Dumbreck. A prova será disputada neste sábado, a partir do meio-dia, com transmissão ao vivo e na íntegra do SporTV 3. A última vez que David havia pilotado no circuito paulista foi no GP do Brasil de F-1 de 1994. Naquela ocasião, ficou impressionado com o apoio da torcida a um piloto que, assim como seu pai, detinha três títulos mundiais: Ayrton Senna.

- Corri aqui no GP do Brasil de 1994 na Simtek. Ficamos em 12º, e eu gostei muito. Quando corri, o Senna estava na Williams e o apoio que ele teve da torcida foi simplesmente incrível. Nunca esquecerei daquela atmosfera que ele gerava - conta o piloto.







Mas, para David Brabham, a mesma paixão que rende elogios também merece críticas. Para ele, muitos brasileiros têm o costume de só aceitar a vitória e acabam deixando seus compatriotas de lado na hora que mais precisam: nos momentos difíceis. Ele cita o caso de Felipe Massa. Idolatrado em 2008 quando, por um ponto, quase quebrou o jejum verde-amarelo de títulos, o brasileiro da Ferrari convive com críticas em razão das dificuldades que enfrenta na temporada atual. Massa é o 10º colocado no campeonato com 47 pontos, enquanto seu companheiro Fernando Alonso é o líder com 179.



Para David, Felipe precisa de apoio

- Torcedores brasileiros são bem apaixonados. Eles querem ver sucesso dos pilotos. E isso é um pouco duro, porque se caso eles não vencerem, muitos tendem a dizer “jogue este no lixo” e procure por outra pessoa. Agora que o Felipe Massa precisa de apoio, não sei se os brasileiros estão dando. Ele, definitivamente, está passando por dificuldades. E é nessa hora que as pessoas precisam de apoio, porque a velocidade e o comprometimento já estavam lá antes. E é comum em qualquer esporte perder confiança depois de um grave acidente. Ele voltou e provavelmente não é o mesmo, mas está chegando lá. Não sei o que a Ferrari vai fazer, mas acredito que ele tenha um ano melhor em 2013 - analisa o veterano.

David teve uma passagem curta, discreta e difícil na F-1. Ao todo foram 24 GPs na principal categoria do automobilismo mundial. Ingressou em 1990 na equipe fundada pelo próprio pai, a Brabham, que enfrentava sérios problemas financeiros. Depois de três anos ausente, retornou em 1994 pela pequena Simtek. Novamente, David vivenciou a realidade de um time com dificuldades econômicas. No entanto, enfrentou dramas bem maiores naquele ano: a perda do companheiro de equipe, Roland Ratzenberger, e do brasileiro Ayrton Senna no fatídico fim de semana do GP de San Marino.

- A Formula 1 foi uma época difícil. Entrei na Brahbam, o que foi um excelente momento, defender a equipe do meu pai. Mas o time estava piorando e piorando, sem dinheiro. Na Simtek, novamente uma equipe com poucos recursos, e então perdemos Ratzenberger e depois Senna. Do nosso ponto de vista, perdemos dois companheiros, parte da família. Foi difícil para todos se recuperarem – revela o piloto que nasceu em Londres, mas pilota com nacionalidade australiana, terra natal dos pais.

Novos ares 

Depois da fase dura na F-1, David encontrou a felicidade nos carros de turismo e protótipos. Disputou campeonatos de turismo na Inglaterra e no Japão, onde foi campeão. Seguiu para os Estados Unidos para a American Le Mans Series (um dos campeonatos que deram origem ao atual WEC) e venceu diversas vezes a prova Petit Le Mans. Em 2009 faturou a tradicional 24 Horas de Le Mans pela Peugeot, pilotando o modelo 908 HDi com o espanhol Marc Gené e o austríaco Alexander Wurz. Hoje, aos 47 anos, encara o desafio do Mundial de Endurance, lançado este ano. A bordo do protótipo HPD ARX 03a da Honda na equipe JRM, o herdeiro dos Brabhahm sabe que uma vitória em São Paulo é praticamente impossível em razão da forte concorrência dos carros da Audi e Toyota. Mas sonha com um pódio.

 Protótipo da equipe JRM, de David Brabham, Karun Chandhok e Peter Dumbreck, no Mundial de Endurance em SP 14/09/2012 | (Foto: Divulgação)

- Agora nos carros esporte o ambiente está melhor, estou mais feliz. É muito difícil vencer, porque Audi e Toyota estão muito fortes. Mas podemos ter uma boa corrida, atrás dos híbridos e se algum deles tiver problemas, um pódio será uma meta possível, caso tudo corra perfeitamente. A cada corrida ficamos mais fortes. Às vezes damos um passo para trás, mas dois para frente. A equipe está conhecendo esse tipo de corrida, esse tipo de carro, e isso leva tempo. Então no fim do campeonato estaremos mais fortes, vamos esperar para ver. Mas estamos nos sentindo mais confortáveis - avalia o competidor. 


FONTE PESQUISADA

GRÜNWALD, Alexander; SIQUEIRA, Felipe. De volta ao Brasil, filho de Brabham lembra de Ayrton e defende Massa. Disponível em: <http://m.globoesporte.globo.com/motor/noticia/2012/09/de-volta-ao-brasil-para-o-wec-filho-do-tri-jack-brabham-defende-massa.html?hash=5>. Acesso em: 13 de agosto 2014.







terça-feira, 18 de setembro de 2012

Motorhome do Ayrton Senna - Lotus 1986


Olha só o detalhe do Motorhome do Senna, na época da Lotus(clique na foto pra ampliar)... Reparem que tem uma mulher na foto com os seios de fora. Além desse detalhe, tem outras fotos interessantes, como a de um Gol BX sendo guinchado, um cara sentado com jeito de bêbado, uma foto do Gilles, e e muitas outras que não consegui identificar.

Com Pupilo de Hakkinen na Mira, Williams Não Garante Futuro de B. Senna

17 de setembro de 2012  10h25

Com pouco mais de dois meses para o fim da temporada 2012 da Fórmula 1, a Williams não tem nada decidido para o ano que vem. Elogiando abertamente o atual reserva da equipe, o finlandês Valtteri Bottas, o diretor executivo e acionista da escuderia inglesa, Toto Wolff, disse que o venezuelano Pastor Maldonado e o brasileiro Bruno Senna não estão garantidos para 2013.


Em entrevista publicada pelo site da ESPN americana, Wolff comentou bastante sobre Bottas. O finlandês, 23 anos, foi campeão da GP3 em 2011 e, com a carreira administrada por Mika Hakkinen, tornou-se reserva da Williams. Nesta temporada, o jovem tem contrato para participar de 15 treinos livres dos Grandes Prêmios da F1, sempre substituindo Bruno Senna.
Wolff afirmou que "Valtteri acabará na Fórmula 1, isso é uma certeza". O dirigente, no entanto, ressaltou que a pergunta a se fazer é se ele correrá com a própria Williams ou se "alguém irá se aproximar dele", indicando uma eventual transferência à outra equipe.
O diretor afirmou que a Williams tomará uma decisão sobre o futuro "nas próximas semanas ou meses". Apontando que "neste momento está tudo aberto", ele questionou se a escuderia "continuará com os pilotos atuais ou trocará um deles ou os dois deles", em referência a Maldonado e a Bruno Senna.
Nascido em Viena, Wolff é investidor e co-proprietário, ao lado de Hakkinen, de uma empresa de administração de pilotos - a companhia agencia o próprio Bottas. Apesar disso, o austríaco rejeitou a existência de um conflito de interesses, negando que trabalha diretamente com Valtteri e deixando a tarefa de saber "o que é o melhor" para o jovem com Hakkinen e um outro empresário, Didier Coton. Também finlandês, Hakkinen, 43 anos, foi bicampeão da F1 em 1998 e 1998 pilotando para a McLaren.
Em 2012, a equipe de Grove é a oitava colocada do Mundial de Construtores com 54 pontos - 29 conquistados por Maldonado e 25 por Bruno Senna. Enquanto o brasileiro tem vínculo assinado até o fim deste ano, o venezuelano deveria ter o futuro mais tranquilo. Segundo o contrato de patrocínio da Williams com a PDVSA, a companhia estatal petrolífera venezuelana poderia escolher um dos pilotos da escuderia entre 2011 e 2015.
Imagens Bruno Senna e Vatteri Bottas




Em 17º, Bruno Senna Lamenta "Má Sorte" e Felicita Maldonado


Bruno Senna foi muito mal nos treinos classificatórios e vai largar na 18ª colocação
Foto: Reuters


Com o mau desempenho no treino de classificação para o GP da Espanha, Bruno Senna vai sair na 17ª colocação no início da prova. É a pior posição de largada do piloto da Williams em 2012. Com o desempenho abaixo do esperado, o brasileiro lamentou pelo twitter a "má sorte" e ainda parabenizou seu companheiro de equipe, o venezuelano Pastor Maldonado, que vai largar em primeiro.
"Dia muito frustrante pra mim! Má sorte na classificação com tráfego. Espero boa estratégia amanhã. Parabéns para o Pastor e para a Williams!", disse Bruno no twitter.
Senna não disfarçou sua tristeza ao final do Q1. Em sua segunda volta com pneus macios, o piloto da Williams perdeu o controle do carro e ficou na área de escape. "Infelizmente, fiquei preso atrás do Massa e tive de levantar o pé. Fui para uma segunda tentativa, o que não é fácil com estes pneus moles da Pirelli", ressaltou Bruno. "A volta até que era boa o suficiente para me levar ao Q2, mas no terceiro setor os pneus já não funcionavam. Passei sobre a zebra com tão pouca aderência que acabei rodando", continuou.
Apesar de largar bem na parte de trás, o brasileiro ainda crê que vai enfrentar muitas complicações durante a prova: "o rendimento da Williams é potencialmente forte, como o Pastor mostrou. Mas encontrar o equilíbrio correto para os pneus e a estratégia certa entre os treinos classificatórios e a corrida não são coisas fáceis de conseguir".
Bruno Senna, porém, não se deu por vencido e declarou que vai tentar melhorar durante a prova na Catalunha. "A temperatura da pista e o vento podem fazer muita diferença. O equilíbrio e a performance estavam bons. É uma pena que não tenha podido demonstrar isso até o fim dos treinos classificatórios, mas temos uma boa ideia do que fazer na corrida. Não será fácil, mas vou fazer o melhor possível".
12 de maio de 2012  12h44  atualizado às 15h20

Diretor da Williams Compara Início de Carreira de Maldonado ao de Ayrton Senna


Toto Wolff defende venezuelano de excessivas punições e ressalta seu talento, mas pede que piloto aprenda com os erros


17.09.12 às 12h45


Inglaterra - Pastor Maldonado é o piloto com mais punições na Fórmula 1 em 2012. O venezuelano ficou marcado na atual temporada por causar diversos acidentes dentro da pista e receber diversas punições, mas foi defendido por Toto Wolff, diretor-executivo da Williams.

Wolff afirmou em entrevista ao site da Williams que Maldonado tem talento, apesar dos incidentes. “Ele tem um grande talento, é extremamente rápido. É um bom garoto, o que é importante porque você precisa ser socialmente competente para funcionar neste meio. A nova geração precisa ser assim”, comentou.

Para defender o piloto, o diretor da Williams comparou seu início de carreira a de um famoso tricampeão brasileiro. “Lembra de Ayrton Senna no começo? Ninguém queria tocá-lo. Naqueles dias não havia tantas punições, mas se tivessem ele provavelmente iria 10 posições atrás no grid muitas vezes”.

Wolff, porém, comentou que o venezuelano deve aprender para melhorar e crescer com seus erros. “Acho que ele tem de entender agora que precisa ter uma aproximação diferente, isso não é a GP2. Mas ele é um garoto inteligente e vai aprender. Ele entende que está em uma situação difícil, mas ele vai crescer com isso, tenho 100% de certeza”.
As informações são do iG