quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

As Quatro Residências Onde Ayrton Senna Morou Em São Paulo Na Infância e Adolescência

Vários endereços

Senna e seu cão dobermann Bucks na piscina da residência que morou com os pais até a juventude, antes de partir rumo a Europa, está localizada na av. Nova Cantareira no Tremembé

1º/Mai/2014
ZN na linha - znnalinha.com.br

Se Galvão Bueno tornou famosa a expressão “Ayrton Senna do Brasil”, para alguns ele era mesmo o “Ayrton Senna da Zona Norte”. "A gente sentia que ele era mais nosso do que dos outros brasileiros", disse Renata Franco, moradora do Tremembé, em entrevista ao Estadão logo após o terrível acidente. Ela, como tantos outros daqui, o conhecia bem. Senna cresceu na região, onde morou em quatro casas. Neste 1º de Maio se completam 20 anos sem nosso mais ilustre morador.

FAMÍLIA NA ZN – Ayrton Senna nasceu a 21/03/1960. Seu pai, Milton da Silva, foi funcionário administrativo do Instituto Florestal, no Horto, antes de iniciar uma bem sucedida carreira de empresário, dono da fábrica de autopeças Univel, na Vila Albertina. Seu avô, Antônio Teodoro da Silva, havia trabalhado no Horto Florestal como motorista  do diretor do I.F. (A ligação com carros vem de longe...)


CAMPO DE MARTE - O livro "Ayrton – O Herói Revelado", de Ernesto Rodrigues, relata que até os quatro anos o piloto morou na rua Aviador Gil Guilherme com a Av. Santos Dumont. Naquela época a esquina devia ser muito tranquila. Hoje os pequenos sobrados são usados em sua maioria para escritórios, pois a região é uma das mais movimentadas de Santana.


JARDIM SÃO PAULO - Dos quatro até os 12 anos, segundo o mesmo livro, Senna morou na rua Condessa Siciliano. Há alguns anos o portal entrevistou a moradora Maria Rachas. A família Senna vendeu a casa para um alemão, que depois a vendeu para dona Maria, há quase 30 anos. Uma casa confortável, ao lado do tradicional mirante de Santana.



RUA PEDRO - Pré-adolescente, Senna mudou com a família para um sobrado na rua Pedro, Tremembé. O livro "Ayrton Senna, o Eleito", de Daniel Piza, mostra a carteira escolar de Senna, onde se lê: "Colégio Rio Branco, 1974, 8ª série 1, nº 7, rua Pedro 817, Tremembé, f. 298-4186". Claudia Castelhano, então vizinha do piloto, lembra quando ele descia a rua Pedro testando o kart. "Ele ouvia o barulho do motor e depois levava o kart para a garagem, para ajustar", recorda.


NOVA CANTAREIRA - Com os negócios prosperando, a família mudou para um imóvel maior, bem próximo, na av. Nova Cantareira. A casa, recuada em relação à rua, está até hoje na memória das centenas de pessoas que foram para o seu portão comemorar a 1ª vitória de Senna em Interlagos, em 24/03/1991. Essa casa era vizinha de fundo com a casa de Cláudio Mosquetti, que tem um depoimento da humildade de Senna. "Um dia, já correndo na F1, ele parou o carro na banca de jornais da rua Conchília. Eu estava de moto, de capacete, e parei na esquina. Ele veio até mim e bateu nas minhas costas: ‘Fala Claudião!“.

CURIOSIDADES
  • Todas essas casas são na Zona Norte da cidade de São Paulo
  • Essa casa de Santana é pertinho do sambódromo do Anhembi onde a Indy correu recentemente. 
  • A da Av Nova Cantareira aparece no filme dele "Senna", lançado pela família em 2010. Os fãs se reuniram na frente da casa da família para comemorar sua primeira vitória no Grande Prêmio do Brasil em 1991. Senna subiu no muro para saudar aos fãs e os seguranças e policiais fizeram sua proteção.
  • A continuação dessa Rua Condessa Siciliano, onde Senna viveu dos quatro aos doze anos, é a Pedro Madureira. Quem desce essa ladeira de rolimã ou bicicleta, faz a “eau rouge” de pé embaixo com uma mão só.
  • Muitos consideram a ZN como a região mais homogênea e organizada de São Paulo. Além de ser menor que as outras, o que facilita em termos de deslocamento.
  • Ayrton Senna começou na Fórmula 1 em 1984. Estava em sua 11ª temporada quando morreu, em 1ª de Maio de 1994. 
  • Foi tricampeão mundial em 1988, 1990 e 1991, sempre na equipe McLaren.
  • Venceu 41 corridas (3º maior vencedor) e fez 65 pole-positions (2º maior detentor). Possui até hoje o recorde de oito pole positions sucessivas. 
  • A família mudou-se do Tremembé para o bairro do Pacaembu pouco tempo antes da morte do piloto.
  • Faleceu na 3ª corrida da temporada de 1994, dirigindo uma Williams-Renault. Apesar de não ter pontuado nas duas corridas iniciais, foi pole position nas três provas.
  • A fábrica Univel, que ficava na Vila Albertina, foi vendida para a multinacional italiana Valeo, e que depois mudou-se do bairro.  Hoje as grandes instalações da fábrica estão abandonadas.
  • Vários depoimentos sobre o Ayrton Senna morador, como os acima citados, foram obtidos junto aos membros do Rotary Club Tremembé, que o conheceram de perto.
  • Após um longo trâmite na Assembléia Legislativa, foi decretado o nome oficial da estação de metrô como Estação Jardim São Paulo – Ayrton Senna. A casa onde Senna morou no bairro fica a 500 metros da estação. 
  • O corpo do piloto está sepultado no cemitério do Morumbi, na Zona Sul da capital.



Eau Rouge é a uma das curvas mais lendárias e perigosas do automobilismo. A curva é um “S” de alta antecedido por uma generosa descida. Está localizada na Bélgica, no circuito de Spa-Francorchamps, um dos preferidos de Ayrton Senna.




FONTES PESQUISADAS



RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004.

Livro Ayrton Senna, O Eleito (Daniel Piza)

ZN NA LINHA - 20 ANOS SEM O AYRTON SENNA DA ZN. Disponível em: <http://www.znnalinha.com.br/portalnovo/index.php/20-anos-sem-o-ayrton-senna-da-zn>. Acesso em: 31 de dezembro 2015.

BARATA, Juliano. Os desafios da Eau Rouge, em Spa-Francorchamps. Disponível em: <http://www.flatout.com.br/os-desafios-da-eau-rouge-em-spa-francorchamps/>. Acesso em: 31 de dezembro 2015.



quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O Estado de SP: TV Globo De Volta, Mas Não Mostra Todo O GP - 15 03 1981

Nelson Piquet, em 1981, a bordo de sua Brabham, com a qual conseguiu seu primeiro título (Foto: Fernando Seixas/Veja)

Sucesso de Nelson Piquet na Fórmula 1 no começo dos anos 80, fez a Rede Globo voltar a transmitir a categoria. 

Atualmente a emissora tem encurtado as transmissões da F1, assim como fez em 81. 



FONTE PESQUISADA

O ESTADO DE SÃO PAULO - TV Globo de volta, mas não mostra todo o GP. O Estado de S. Paulo, 15 de março de 1981, Geral, página 56.




As Primeiras Aparições de Ayrton Senna na Imprensa

Senna nos tempos do Kart

As primeiras aparições de Ayrton Senna na imprensa brasileira começaram nos anos 70, precisamente em 1976, quando Ayrton corria de Kart disputando campeonatos pelo Brasil afora, aos 16 anos de idade. As notícias sobre Senna chegavam ao público brasileiro apenas pela imprensa escrita como jornais e revistas. Entretanto somente no fim dos anos 70, propriamente em 1979, o então kartista mais conhecido na época como Ayrton Senna da Silva  seu nome por extenso  começou a ter bastante notoriedade no Brasil e exterior, ao participar do mundial de Kart na Europa aos 19 anos e ser o favorito para conquistar o título. Na ocasião, Ayrton ficou com o vice campeonato.


Ayrton Senna no mundial de Kart 1979

Senna com os amigos também kartistas

MAIS FOTOS DE SENNA NO KART NOS ANOS 70












terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Acusação de Trabalho Escravo Contra Pai de Senna

De acordo com o Ministério Público do Trabalho, fazenda de empresário mantinha 82 trabalhadores em condição análoga à de escravo

FLAGRANTE
Foto de fiscal mostra lavrador sem sapato na fazenda Campo Aberto
Foto: Revista Época EDIÇÃO Nº 509 de fevereiro de 2008

Lúcio Lambranho
POR CONGRESSO EM FOCO | 07/02/2008 00:00 
congressoemfoco.uol.com.br

Servidão por dívidas e restrição à liberdade dos trabalhadores. Aliciamento irregular para trabalho temporário. Alojamentos e refeitórios sem as mínimas condições de higiene. Ausência de equipamentos de proteção individual e pulverização aérea de agrotóxico sobre os trabalhadores.

Essas irregularidades foram encontradas nas 621 ações de combate ao trabalho escravo do governo federal que libertaram mais 27 mil trabalhadores em todo o país desde 2005. Mas um desses casos, desconhecido até então, desperta a atenção por envolver uma família que tem o seu nome associado exatamente à responsabilidade social.
    
Trata-se da fazenda Campo Aberto, que pertence ao empresário Milton da Silva, pai do tricampeão de Fórmula 1 Ayrton Senna, e a outros dois sócios de um mega-empreendimento rural de mais de 6 mil hectares localizado em Barreiras, no oeste baiano.

“Nós, que defendemos práticas socialmente eficazes na Fundação Ayrton Senna, não podemos deixar de dar o exemplo em nossas empresas”, disse Leonardo Senna, irmão de Viviane Senna, presidente da ONG criada em 1994, em entrevista à revista Dinheiro Rural em janeiro de 2006.

A reportagem sobre a fazenda é usada na ação civil pública do Ministério Público do Trabalho (MPT), que acusa o pai de um dos maiores ídolos do esporte nacional de manter 82 trabalhadores em condição análoga à de escravo (saiba mais sobre as irregularidades apontadas).

"Essa visão do melhor dos mundos, que alia tecnologia, produtividade e responsabilidade social, tão bem retratada pela mídia especializada, não é bem aquela encontrada pelo grupo especial de fiscalização móvel para erradicação do trabalho escravo, do Ministério do Trabalho e Emprego", escreve o procurador Paulo Germano Costa, na denúncia, de 18 de junho de 2007. 

Em seu site, o Instituto Ayrton Senna afirma ter beneficiado mais de 1,3 milhão de crianças e adolescentes em projeto sociais em 2007. A assessoria de imprensa da ONG disse ao site que Viviane Senna estava de férias no exterior e que não iria se pronunciar sobre o caso. Segundo a assessoria, Viviane é porta-voz do Instituto, e não da família.

Infrações

Considerada a "jóia" dos negócios rurais da família Senna, a propriedade recebeu, durante dez dias de inspeção, em março de 2007, 29 autos de infração do grupo móvel especial de combate ao trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).


Duas ações (leia a íntegra de uma delas) na Justiça do Trabalho de Barreiras, em fase final de julgamento, cobram dos donos do empreendimento rural R$ 600 mil por dano moral coletivo e mais R$ 110 mil em indenizações por cada um dos trabalhadores libertados durante a fiscalização do MTE.

O dinheiro referente aos créditos trabalhistas dos 82 empregados libertados ainda não foi pago, pois os sócios se recusaram, durante a inspeção, a reconhecer a acusação de trabalho escravo.

“Talvez seja pela questão da ‘lista negra’, mas o responsável pela empresa se retirou da negociação no ato do resgate dos trabalhadores”, explica o procurador do Trabalho em Barreiras, Luciano Leivas, que acompanha o processo.

“Conversa fiada”

A “lista negra” à qual o procurador se refere é mais conhecida como a “lista suja” do Ministério do Trabalho, divulgada a cada seis meses. O nome do infrator só entra no cadastro após a conclusão do processo administrativo gerado pela fiscalização que libertou os trabalhadores.

As sanções podem atingir o bolso dos empregadores. Mais de 100 empresas e associações que assinaram o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo se negam a comprar, direta ou indiretamente, mercadorias produzidas por fazendas incluídas na “lista suja”. Entre elas, estão gigantes dos setores varejista e atacadista do país.

Conforme mostrou o Congresso em Foco em outubro do ano passado, empresas autuadas por manter trabalhadores em condições análogas à de escravo doaram R$ 897 mil para a campanha eleitoral de 25 candidatos em 2006 (leia mais).

Doação para deputado

Um dos sócios do pai de Ayrton Senna na fazenda Campo Aberto, Ricardo Ferrigno Teixeira, que administra o empreendimento rural, doou R$ 20 mil para campanhas políticas em 2006.

Uma dessas doações, no valor de R$ 10 mil, foi para a reeleição do deputado João Leão (PP-BA), vice-líder do governo no Congresso. Segundo Leão, essa contribuição foi apenas parte de um total de R$ 200 mil que ele recebeu da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) durante sua campanha.

“Ainda não tive o prazer de conhecer o senhor Ricardo e sua fazenda”, disse o deputado. "Eu não acredito nessa história de trabalho escravo no oeste da Bahia. É conversa fiada. Isso é folclore", afirmou Leão ao site.  

A outra doação, também de R$ 10 mil, foi para Eduardo Seixas de Salles (PP), candidato a deputado estadual que não se elegeu. Ele figura como suplente na Assembléia Legislativa da Bahia.

Em entrevista ao Congresso em Foco, Ricardo Ferrigno preferiu não dar detalhes sobre a defesa protocolada por seus advogados no processo. Mas informou que “o quadro pintado pelos fiscais” não é verdadeiro. “Anexamos documentos que provam pagamento de salários e rescisões de funcionários. Como podemos ser acusados de fazer servidão por dívidas?”, contesta o administrador da fazenda.

Para comprovar a servidão por dívidas, os fiscais do MTE citam o depoimento de Elessandio Santos de Souza, um dos trabalhadores libertados na fiscalização. "Que queria sair da Fazenda Campo Aberto porque o valor da empreita estava muito barato; que em 2004 comprava mercadorias na cantina da Fazenda; que o valor das mercadorias era diretamente descontado do salário do depoente”.

Negociação


Em outubro de 2007, o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5) acolheu as alegações dos procuradores do MPT e determinou que os proprietários da fazenda cumprissem uma série de obrigações legais enquanto as ações indenizatórias não são julgadas.   

Entre as medidas que os donos da Campo Aberto, consórcio rural que exporta soja e milho para a Itália e a Alemanha, tiveram que cumprir está a construção de alojamentos e locais de refeições em condições adequadas de conservação e higiene.

Temendo a repercussão negativa do caso, os sócios iniciaram uma negociação para a venda da fazenda para o grupo paulista Cosan, considerado o maior exportador de açúcar e de álcool do mundo. A informação foi confirmada ao site por um dos advogados da Campo Aberto, Vagner de Oliveira.

"Sei que teve essa negociação, mas não sei se avançou", disse o advogado. A reportagem tentou, desde o dia 29 de janeiro, contato com o outro advogado da família Senna que também atua na ação, Márcio Rogério de Souza. Mas ele não retornou os pedidos de entrevista. 

Um dos sócios da família Senna no condomínio rural, Ubirajara Guimarães, conhecido como Bira, disse ao Congresso em Foco que não há nenhuma negociação para a venda da fazenda. "Não tem nada a ver. É uma fazenda muito produtiva, uma fazenda-modelo."

Bira disse que o negócio está dividido em 50% para o pai do ex-piloto de Fórmula 1 e 25% para ele os outros 25% para Ricardo Ferrigno Teixeira, filho de Armando Teixeira Botelho, ex-empresário de Ayrton no automobilismo. "Lugar 100% você nunca vai encontrar", disse o empresário.

O grupo Cosan, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não poderia dar informações sobre transações desse tipo por ter ações no mercado financeiro, o que impede a divulgação de negócios ainda não concretizados.

Faça o download do processo completo aqui.

Saiba mais



FONTE PESQUISADA


LAMBRANHO, Lúcio. Acusação de trabalho escravo contra pai de Senna. Disponível em: <http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/acusacao-de-trabalho-escravo-contra-pai-de-senna/>. Acesso em: 29 de dezembro 2015.


Bira Sobre Trabalho Escravo: “Lugar 100% você nunca vai encontrar”

Sócio da fazenda diz que trabalhadores não tinham asseio. Para MPT (Ministério Público do Trabalho), condições de trabalho eram as piores possíveis

Ayrton Senna e Ubirajara Guimarães, o Bira, amigo da família e um dos sócios do pai de Ayrton, Milton da Silva 

Por Lúcio Lambranho
Congresso em Foco - congressoemfoco.ig.com.br
06/02/2008

O contraste entre o trabalho social do Instituto Ayrton Senna e as condições de trabalho na fazenda, que tem um patrimônio avaliado em mais de R$ 11 milhões, é colocado de forma contundente pelos fiscais do Grupo Móvel do Ministério do Trabalho, conforme relato feito na ação civil pública:

"O odor no local era insuportável. Devido à sujeira e às condições do local, os trabalhadores, em sua maioria, utilizavam o mato para fazer suas necessidades fisiológicas de excreção, ficando expostos ao ataque de animais peçonhentos."

As condições de trabalho dispensadas aos trabalhadores, atestam os fiscais, "eram as piores possíveis". Situação semelhante, segundo a ação, também foi encontrada no refeitório da fazenda.

"O local para preparo dos alimentos era totalmente inadequado. Não havia iluminação apropriada e o calor no ambiente era extremo. Os trabalhadores responsáveis pela manipulação dos alimentos não usavam equipamento de proteção".

Nutricionistas

A versão de Ubirajara Guimarães, o Bira, um dos sócios do empreendimento rural, é de que o local visitado pelos fiscais do grupo móvel era o único que não se enquadrava nos padrões do Ministério do Trabalho e que, por isso, estava prestes a ser reformado.

O empresário, que vive em São Paulo, atribui a má conservação do local e os problemas encontrados pelos fiscais aos próprios trabalhadores temporários da fazenda.

"Os trabalhadores que estavam lá não têm muito asseio. Lá é um lugar espetacular e não temos como dar conta disso. Lugar 100% você nunca vai encontrar. Não se pode tomar conta se a pessoa vai ou não tomar banho", argumenta.

"Nós do Instituto Ayrton Senna atendemos milhões de crianças", completou o empresário tentando comparar as ações dos sócios do empreendimento rural com o trabalho social da família Senna.

Em entrevista à revista Dinheiro Rural, Bira faz questão de destacar a capacidade da fazenda para atender as necessidades dos funcionários. "A fazenda possui quatro refeitórios, que podem fornecer até 1.200 refeições diárias preparadas sob acompanhamento de nutricionistas. Nesse período, matamos um boi por dia para alimentar o pessoal”.

A descrição feita pelos fiscais do grupo móvel que fizeram a autuação, no entanto, deixaria estarrecido qualquer nutricionista:

"Os alimentos eram manipulados sem qualquer cuidado ou higiene. Os utensílios de cozinha encontravam-se espalhados, amontoados pelos cantos e no chão. O almoço e o jantar eram preparados a um só tempo, pela manhã, e os alimentos preparados ficavam nas próprias panelas, em temperatura ambiente alta, sujeitos à deterioração."

Pulverização por aviões

Apesar de ter uma das maiores produções de grãos da região de Barreiras, a fazenda Campo Aberto tem mesmo é o algodão como principal cultura. Segundo as informações dos sócios publicadas na revista Dinheiro Rural, 95% da produção foram exportados em 2006. Para dar conta dos 2,5 mil hectares de algodão e de outros 500 hectares de café, as lavouras são pulverizadas com agrotóxicos por meio de aviões.

O problema, segundo os fiscais, é que os funcionários não eram avisados sobre o horário da pulverização. "O resultado é que ficavam impossibilitados de afastar-se dos locais aspergidos em tempo de não serem contaminados. Ressalte-se que não havia qualquer sinalização das áreas pulverizadas", afirma o relato dos fiscais do grupo móvel. 

Como conseqüência da exposição aos agrotóxicos, segundo a denúncia, alguns trabalhadores reclamaram durante a fiscalização de incômodos na garganta, mal-estar e cansaço respiratório. "O empregador não fornecia aos trabalhadores qualquer informação ou treinamento sobre agrotóxicos", diz a denúncia.

"Que é a lei, não é?"

Os fiscais do MTE descrevem a situação dos trabalhadores da Campo Aberto como "um quadro humano estarrecedor" e também afirmam, reproduzindo depoimentos, que havia restrição à liberdade dos contratados.

Um dos exemplos citados é o do lavrador José de Jesus. Ele diz que só podia sair da fazenda no primeiro sábado após o dia 5 de cada mês. "Que é a lei, não é?", emenda o trabalhador. "Gostaria, se pudesse, de (sic) sair outras vezes da fazenda, mas não havia como, pois é muito longe e não há transporte", completa José de Jesus.

Segundo o relatório do MPT, mesmo se pudessem deixar a fazenda, os trabalhadores "tinham que aguardar até que, conforme o arbítrio do empregador, fosse disponibilizado o transporte até a cidade de Luís Eduardo Magalhães (BA), centro urbano mais próximo da fazenda Campo Aberto".

Como a cidade fica a cerca de 100 km da fazenda, a distância também era usada para pressionar os trabalhadores a aceitarem o valor da remuneração imposto pelos donos da fazenda, de acordo com a denúncia. "A remuneração não é informada no ato da contratação, mas sim quando chega na fazenda, a centenas de quilômetros da cidade, onde, obviamente, pelas circunstâncias, acha-se o obreiro em posição de sujeição, fragilidade, franca desvantagem para negociar melhor remuneração", afirma o texto da ação.

“Gatos”

Ainda segundo a denúncia, os trabalhadores da fazenda eram aliciados ilegalmente pelos intermediadores de mão-de-obra, os chamados “gatos”. No ato da contratação, de acordo com a acusação, os empresários faziam com o que os trabalhadores assinassem documentos em branco e contratos de trabalho que traziam diferentes valores para o pagamento do serviço.

"Como se vê, estando na fazenda, a centenas de quilômetros da civilização, essa parafernália de padrões remuneratórios é a fórmula perfeita para impedir que o empregado, pessoa de poucas luzes, tenha a mínima condição de discutir com o apontador (fiscal de campo) os preços deste ou daquele hectare roçado", dizem os fiscais do MTE.

Com base nesses fatos, o procurador do Trabalho classifica o negócio capitaneado pela família Senna como um "projeto patronal ilícito e imoral, de redução de custos com pessoal a cifra de milhões".

Faça o download do processo completo aqui.

Saiba mais

FONTE PESQUISADA

LAMBRANHO, Lúcio. “Lugar 100% você nunca vai encontrar”. Disponível em: <http://congressoemfoco.ig.com.br/Noticia.aspx?id=20898>. Acesso em: 29 de dezembro 2015.


Pai de Ayrton Senna é Denunciado Por Trabalho Escravo

O pai de Ayrton Senna é acusado de manter 82 trabalhadores em regime degradante

O relatório de uma inspeção feita por fiscais do trabalho em março de 2007 diz que 82 pessoas trabalhavam em regime semelhante à escravidão na fazenda Campo Aberto, um megaempreendimento rural em Barreiras, oeste da Bahia. O dono da fazenda é o empresário Milton da Silva, pai de Ayrton Senna.

Milton da Silva, pai de Ayrton Senna

A fazenda Campo Aberto tem 6.200 hectares e é reconhecida como uma das mais modernas do país. Sua principal atividade é a produção de algodão para exportação. Ao analisar a situação trabalhista, porém, os fiscais afirmam ter encontrado uma triste realidade. Segundo eles, 82 pessoas chamadas para serviços temporários dormiam em péssimos alojamentos, possuíam contratos irregulares e trabalhavam em condições “extremamente degradantes”. As acusações mais graves são de atrasos de pagamento, inexistência de descanso semanal de 24 horas, falta de condições mínimas de higiene e não-fornecimento de água potável e equipamentos de proteção. Uma das acusações mais sérias é a pulverização aérea de agrotóxicos sem que os trabalhadores sejam retirados das áreas de colheita.

FLAGRANTE
Foto de fiscal mostra lavrador sem sapato na fazenda Campo aberto
Foto: Revista Época EDIÇÃO Nº 509 de fevereiro de 2008


O conjunto de irregularidades, aliado à falta de transporte regular para quem quisesse deixar o local, configuraria “trabalho análogo à escravidão”, uma classificação oficial reconhecida pelo Estado e por órgãos internacionais. A ação resultou em 29 autos de infração e serviu de base para a abertura de um processo administrativo no Ministério do Trabalho e duas ações na Justiça, que, juntas, pedem R$ 710 mil em indenizações.

Vejam trechos do processo aberto em 2007 pelo Ministério Publico do Trabalho contra o pai de Ayrton Senna, Milton Guirado Theodoro da Silva, após várias denuncias de trabalho escravo em sua fazenda chamada “Campo Aberto”, localizada na Bahia. Faça o download do processo completo aqui.

Depois dessas denúncias e processos (esse em destaque no post é apenas um dos processos), a fazenda "Campo Aberto" foi vendida. Campo Aberto era de propriedade do senhor Milton da Silva, como relatado nesse post, e junto a ele tinham alguns sócios, amigos da família. Se digitar "Campo Aberto Milton da Silva" em sites de buscas, como Google, vocês podem constatar que a fazenda pertencia a família de Ayrton, a Milton da Silva. 

Milton da Silva, pai de Ayrton Senna

Milton sempre teve empreendimentos rurais, seus filhos ainda eram pequenos quando ele começou com esse tipo de negócio (talvez até mesmo antes disso). Era um "Expert" no ramo. Bom, já podemos imaginar como acumulou sua fortuna. 

Ministério Público do Trabalho flagrou fazenda do pai de Ayrton Senna usando trabalho escravo
Foto Ilustrativa
Trechos do Processo:


Acerca da situação dos trabalhadores encontrados na fazenda ré, vale a pena ler com atenção alguns trechos do RELATÓRIO DE INSPEÇÃO RURAL confeccionado pela Fiscalização à época, quanto às condições gerais dos trabalhadores (documentação anexa):


“O local destinado ao alojamento dos obreiros não oferecia as mínimas condições para tal. As duas edificações utilizadas para a dormida dos trabalhadores eram compostas de vinte cômodos cada uma; cada cômodo com medida aproximada de 9 metros quadrados. Na maioria dos cômodos havia um conjunto de  4 beliches de três camas em alvenaria, formando nichos onde dormiam os trabalhadores. Em outros as camas eram de estrutura de madeira nos mesmos moldes. As edificações não possuiam forro e o teto era superlotado de aranhas e suas teias além de muita sujeira. O espaço de circulação dentro dos cômodos era muito exíguo, assim como a luminosidade, já que as janelas encontravam-se emperradas e a luz que entrava pelas portas não era suficiente para iluminar o local. Como havia mosquitos em demasia no local, os trabalhadores eram  obrigados a improvisar coberturas para fechar as camas com sacos de nylon, redes e telas, aumentando em demasia o calor e,conseqüentemente, o desconforto. Os colchões fornecidos, em sua maioria, eram  velhos, sujos e muito finos, e não era fornecida roupa de cama.(.....)Há que se mencionar que o mato que circundava o local de  alojamento era muito próximo e havia uma grande quantidade de animais peçonhentos, especialmente cobras, na vegetação do entorno. Ainda, havia água suja empoçada ao redor das estruturas, propiciando a proliferação de mosquitos. Portas e janelas encontravam-se, ainda, imundas e enferrujadas. Não havia armários nos cômodos onde dormiam os trabalhadores. Os pertences dos obreiros ficavam dispostos aleatoriamente no chão, sobre as camas ou pendurados em varais improvisados. Ressalte-se que, juntamente com os pertences dos trabalhadores, havia fogareiros a gás e ferramentas de trabalho, como enxadas, que também  eram armazenadas nos cômodos, colocando em risco os ali alojados. O piso de cimento cru, assim como toda a estrutura, encontrava-se em estado de conservação precário e de absoluta sujidade”.(destaque nosso).”

“A título de instalações sanitárias havia duas estruturas, a aproximadamente trinta metros dos locais de alojamento. Em uma havia um conjunto de seis vasos sanitários para atender aos 82 trabalhadores, no entanto, três deles não funcionavam e os demais se encontravam em estado precário. Não havia iluminação, papel higiênico ou limpeza. Tampouco havia lavatórios para higienização das mãos. As portas não tinham fechaduras ou maçanetas e encontravam-se deterioradas, com pedaços faltando. O odor no local era insuportável. Devido à sujeira e às condições do local, os trabalhadores, em sua maioria, utilizavam o mato para fazer suas necessidades fisiológicas de excreção, ficando expostos ao ataque de animais peçonhentos. Durante a noite a situação era ainda mais grave. Devido à distância entre os alojamentos e os sanitários e por causa do medo de ataque de cobras, os trabalhadores ou improvisavam recipientes para fazer suas necessidades fisiológicas dentro do alojamento ou eram obrigados a esperar que o dia amanhecesse. Na outra, local para banho, o chão era de piso irregular e as paredes imundas e cheias de limo. Não havia iluminação nem local onde os obreiros pudessem dependurar suas roupas. Tampouco havia portas, deixando os trabalhadores expostos durante o banho. (destaque nosso).”


Durante verificação nas frentes de trabalho a equipe fiscal verificou que uma cobra, identificada como cascavel, por conta do chocalho na extremidade do corpo, havia sido morta recentemente pelos trabalhadores. Quando a equipe encontrava-se, já, inspecionando a área de vivência foi encontrada, no local, e morta mais uma cobra, identificada, pelos trabalhadores, como jararaca.

Entre as duas edificações que serviam de alojamento encontrava-se o local para tomada de refeições. (....)Não havia recipiente para lixo ou lavatórios que permitissem a higienização das mãos. O local para preparo dos alimentos era totalmente inadequado. A edificação encontrava-se extremamente suja; as paredes, deterioradas, além de sujas apresentavam buracos e remendos. As janelas e portas de ferro encontravam-se enferrujadas. Não havia iluminação apropriada e o calor no ambiente era extremo. Os trabalhadores responsáveis pela manipulação dos alimentos não usavam equipamento de proteção. Os alimentos eram manipulados sem qualquer cuidado ou higiene. Os utensílios de cozinha encontravam-se espalhados, amontoados pelos cantos e no chão. (....)O almoço e o jantar eram preparados a um só tempo, pela manhã, e os alimentos preparados ficavam nas próprias panelas, em temperatura ambiente alta, sujeitos à deterioração. Uma das conseqüências dessa situação é que a comida oferecida aos trabalhadores não tinha qualidade. Ainda, era oferecida a refeição colocada nos recipientes dos trabalhadores pelos próprios responsáveis pelo preparo dos alimentos, e entregue aos trabalhadores sem possibilidade de comer mais do que o servido. O empregador não oferecia marmitas ou pratos. As refeições eram servidas em recipientes diversos, de propriedade dos próprios trabalhadores. Como nem todos os trabalhadores possuiam recipiente para receber o alimento, muitos tinham que esperar que os demais terminassem de comer para que pudessem, então, pedir emprestada a “marmita” para tomar a refeição. Muitas “marmitas” eram improvisadas com garrafas de refrigerante tipo “pet”, cortadas”. (destaque nosso)

            As condições de trabalho dispensadas aos trabalhadores, como se vê, eram as piores possíveis.


As condições a que estavam expostos os trabalhadores traduzidas pelaverificação física e termos de declaração, revelam um quadro humano estarrecedor, como se vê pelo depoimento do trabalhador José de Jesus:

“...que só pode sair da fazenda no 1º sábado após o dia 05 de cada mês,”que é a lei não é? Perguntou a este auditor; que gostaria, se pudesse, de sair outras vezes da fazenda, mas não havia como, pois é muito longe e não há transporte; que não consegue dormir à noite por causa dos mosquitos; que é muito mosquito; que recebeu colchão velho, sujo; que não recebeu roupas de cama, sabão, toalha; que já matou pelo menos três cobras no pátio do alojamento; que a cobra é do tipo cascavel, venenosa; que houve queixas dos empregados que o avião passou veneno (pulverizou)enquanto estavam no local, trabalhando; que houve um acidente, com a queda do pivô, enquanto o funcionário 'Raimundo' (acidentado) estava movimentando e consertando o referido aparelho de irrigação; que Raimundo sentiu dores durante 3 dias; que soube que foi levado para atendimento hospitalar na segunda feira (há dois dias); que foi levado por motorista da fazenda (destaque nosso)”


Sobre as condições do alojamento, relatou o trabalhador José Marlos Moraes dos Santos que:


As lavouras recebiam pulverização mecânica de agrotóxicos, inclusive através de aviões, e os trabalhadores, muitas vezes, não eram avisados sobre o horário da pulverização. Em verdade, enquanto a equipe do GEFM permaneceu na fazenda verificou-se o abastecimento do avião, bem como o sobrevôo para pulverização. O resultado é que ficavam impossibilitados de afastar-se dos locais aspergidos em tempo de não serem contaminados. Ressalte-se que não havia qualquer sinalização das áreas pulverizadas – o que se aferisse se era respeitado o período de reentrada. De fato, alguns trabalhadores queixaram-se de incômodos na garganta, mal-estar e cansaço respiratório, atribuídos, por eles, ao contato com o agrotóxico. Mencione-se que o empregador não fornecia aos trabalhadores qualquer informação ou treinamento sobre agrotóxicos.


Muitos laboravam com vestimentas inadequadas e desprotegidas dos riscos a que eram expostos, como radiação ultravioleta, calor excessivo, acidentes com animais peçonhentos, risco de contaminação por agrotóxicos. Diversos trabalhadores foram encontrados pela equipe fiscal, em plena atividade laboral, descalços ou com sandálias tipo “havaianas”, sem luvas, botinas, chapéu ou qualquer outro equipamento de proteção”

Sobre as condições do alojamento, relatou o trabalhador José Marlos Moraes dos Santos que:

“...que está alojado em alojamento de alvenaria, mas que o teto do alojamento tem goteiras que fazem molhar os trabalhadores; que dorme numa cama de cimento, e num colchão muito velho, que fede e é cheio de pulgas; que é muito ruim dormir nestas condições; que sente dores nas costas devido à condição da cama e do colchão(destaque nosso)”


Causa indignação o relato à Polícia Federal do trabalhador JOSÉ PAULO DOS SANTOS  ( fls. 513/515).

“...QUE descreve o quarto do alojamento em que morava como sendo péssimo, com insetos, colchão fino, havia goteiras, dividia o quarto com quatro companheiros; (....) QUE a limpeza dos quartos era feita pelos próprios trabalhadores...”


Ainda sobre o descaso quanto à saúde dos trabalhadores, vale transcrever o depoimento do Sr. Paulo Batista da Silva ('TEOBAIA”, que até dezembro do ano passado (2006) era próprio “gato” da Fazenda e, atualmente, é “testa de ferro”, na simulação de terceirização do refeitório-2, dos trabalhadores:

“...QUE também já ocorreu de trabalhadores adoecerem na lavoura e a fazenda não disponibilizar transporte para o tratamento médico na cidade, sendo que algumas vezes o próprio depoente teve que transportar, às suas expensas, as pessoas adoentadas para LEM; (....) QUE o almoço dos cerqueiros é transportado em marmitas, por uma camionete F4000 e levada aos mesmos até o local de trabalho, sendo que os trabalhadores almoçam sob o sol, ao relento, na própria roça; (....) QUE o alojamento dos trabalhadores temporários foi construído há mais ou menos oito anos; QUE a alimentação era muito ruim; QUE apesar da limpeza diária (pelos próprios trabalhadores) tem muito inseto, especialmente baratas; QUE as fossas ficam expostas e cheias de baratas; QUE quase todos os dias os peões matam cobras; QUE tem conhecimento de que já foram levadas equipes de construtoras para fazerem orçamento de reforma do alojamento dos trabalhadores temporários mas até hoje nada foi feito; QUE o Sr. RICARDO (FERRIGNO-O SÓCIO-ADMINISTRADOR) pouco vai ao alojamento mas tem conhecimento do estado deplorável em que se encontra, pois o depoente na época em que prestava serviços diretos na fazenda cansou de solicitar providências
relativas à reforma do alojamento ao gerente DEUSMÁRIO” (destaco)..

Registre-se que o depoimento acima goza de toda a isenção, eis que prestado pelo “gato” da Fazenda por mais aproximadamente 15 (quinze) anos, conforme a prova produzida no curso da operação, inclusive o seu próprio depoimento. Ademais, hoje, foi a pessoa de confiança encontrada pelo dono da Fazenda Campo Aberto, Sr. RICARDO FERRIGNO para servir de “testa de ferro” à terceirização ilícita do restaurante que serve as refeições dos trabalhadores, de que trata a presente postulação.


                        Em outro trecho, pelo depoimento do trabalhador ELESSANDIO SANTOS DE SOUZA,  constata-se a arregimentação e aliciamento de trabalhadores em outra região/servidão por dívidas, atraindo a incidência do tipo penal previsto no artigo 207 do Código Penal Brasileiro, coadjuvado pelas previsões pelo art. 230 do CTB, pela Resolução CONTRAN nº 82 e, finalmente, pelo item 31.16.1 da NR – 31 do MTE, in verbis:

QUE na primeira vez em que trabalhou na Fazenda Campo Aberto veio para esta região por meio de TEOBAIA que o pegou em Cafarnaum no ônibus da própria fazenda; QUE acha que o ônibus era alugado; QUE havia em média 50 pessoas, todas de Cafarnaum, no mesmo ônibus em que o depoente veio a LEM  e todas foram encaminhadas para trabalhar na fazenda Campo Aberto; QUE não se recorda do nome de nenhum dos colegas que o acompanhou; QUE não foi garantido meios para o retorno do depoente a Cafarnaum; QUE para retornar à sua cidade o próprio depoente pagou a sua passagem; (....) QUE achava que as condições do alojamento tinham melhorado em relação à outra vez que trabalhou na fazenda Campo Aberto, mas não melhoraram; QUE queria sair da Fazenda Campo Aberto porque o valor da empreita estava muito barato; QUE  em 2004 comprava mercadorias na cantina da Fazenda, com o irmão de TEOBAIA; QUE  o valor das mercadorias era diretamente descontado do salário do depoente”. (destaco).


“...que não é disponibilizado aos trabalhadores água tratada para o consumo, não há filtros nem bebedouros, que não são disponibilizados copos descartáveis ou individuais//...que a água consumida provém de poço/torneira; que tem gosto de ferrugem”.

DA FRAUDE EVIDENCIADA QUANTO À CELEBRAÇÃO DE CONTRATOS POR PRAZO DETERMINADO (SAZONAIS/SAFRA).

No curso da fiscalização, o grupo móvel constatou que há na Fazenda-ré uma conduta generalizada de utilização fraudulenta do instituto da contratação temporária, com graves lesões aos trabalhadores rurais da região e migrantes.

O sistema adota a seguinte seqüência procedimental:

1.O trabalhador é arregimentado em outras regiões ou mesmo na cidade de Luís Eduardo Magalhães, onde há escritórios especializados na captação desta mão-de-obra flutuante, no dizer de Marx - o “exército de trabalhadores de reserva”, como no caso sob exame, o escritório do Renato e Clodoaldo, identificados na Fiscalização.

2.A arregimentação é feita a pedido do fazendeiro, que encomenda 30/40/80 trabalhadores, conforme seja sua necessidade.

3. O dito “CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO PARA EXECUÇÃO DE DETERMINADO SERVIÇO” é sempre firmado para a realização de um único serviço singular, a exemplo da “cata do algodão” -fl.36), “colheita do café” -fl. 34, “desbroto do café – (fl.33)”, “capina do café – fl.32) etc, mas, na prática, não há sujeição ao referido serviço, tampouco a qualquer termo temporal. Tudo fica ao talante do empregador, que manda e desmanda na falácia do pseudo-contrato a termo.

  4.Acrescente-se que o trabalho dito sazonal se estende por todo o ano, na quase totalidade das fazendas, e o trabalhador, por seu turno, se presta a fazer todas as tarefas ocorrentes no curso dos meses do ano: capina do algodão, colheita do café, desbroto e serra do cafezal, amarração do café, encoivaramento, catação de raízes etc, verificando-se, na prática, apenas a troca das turmas. Aí reside o nó górdio da fraude – a necessidade/essencialidade daqueles serviços, na verdade, estende-se por todo o ano. No contraponto, argumenta o empregador, falaciosamente, como visto, que assim procede porque o trabalhador que faz isto, não faz aquilo (ex: o que colhe café não quer trabalhar na capina do algodão). Nada mais inveraz, não se colheu um só depoimento narrando tal exclusividade/especialidade. Todos os trabalhadores ouvidos fazem de um tudo, buscam, na realidade, trabalho e almejam uma segurança na contratação, o que do ponto de vista jurídico, seria o legal e adequado. 




FONTE PESQUISADA



MENDONÇA, Ricardo. Suspeita de escravidão. Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG81743-6009,00-SUSPEITA+DE+ESCRAVIDAO.html>. Acesso em: 29 de dezembro 2015.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Quatro Rodas: Senna Na Equipe Dos Campeões - Outubro 1984

O chefe da Lotus Peter War, o piloto Ayrton Senna com seu empresário Armando Botelho comemoram a assinatura do contrato com a Lotus em outubro de 84










FONTE PESQUISADA


GONZALEZ, Wagner. Senna na equipe dos campeões. Quatro Rodas, São Paulo, edição 291, ano 25, p. 208 – 211. Outubro de 1984.

Por Onde Anda Dona Neyde, Mãe de Ayrton Senna? Como Ela Está Hoje?

Neyde em casa com o filho Ayrton em 1984

“Adriane, obrigada por ter sido mulher dele e tê-lo deixado feliz. Ele foi muito feliz com você. Vou rezar por você, vou torcer por você, gosto muito de você.” – Neyde Senna.

Imagem atual de dona Zaza (apelido de Neyde Senna, mãe de Ayrton) prestigiando a neta mais nova Paula Lalli (de 30 anos) – filha de Viviane Senna   numa apresentação de uma música composta pela neta que é compositora, para a Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa. Data: 29 de novembro de 2015. Após a morte do filho, ela raramente aparece publicamente. 

Neyde e a neta Paula, a mãe de Ayrton hoje tem 80 anos e raramente aparece em publico

Em biografias como “The Life of Senna” e “Senna Versus Prost” contam que Neyde apoiava a relação, e que gostava muito de Adriane.



Senna Versus Prost: Adriane Galisteu não era o tipo de mulher idealizada pela família Senna para seu filho, um homem privilegiado, rico alem da imaginação, um ícone nacional, eles não aprovavam que estivesse envolvido com ela romanticamente. Apenas sua mãe Neyde tinha tempo para Adriane.

The Life of Senna: “Por vários tipos de razões a família, com exceção de sua mãe Neyde, que amava o que ele amava, detestava Adriane. Eles consideravam-na como pouco melhor do que uma camponesa, e não bom o suficiente para seu filho, o herói do Brasil. A verdade é que era da conta deles, que Senna amava a menina e, provavelmente, pedir-lhe para casar com ele quando este verão terminasse. ”


Muito bom saber que dona Neyde está bem, firme e forte !!!




Milton da Silva, Pai de Ayrton Senna - Foto Mais Atual


A foto mais atual que tenho de Milton da Silva, pai de Ayrton Senna, é datada de 2012, quando participou de uma festa de parentes com a esposa Neyde Senna. Na época ele estava com 89 anos. Como ele nasceu em 1923, hoje ele tem 92 anos. Quando o filho Ayrton faleceu ele tinha 70 anos e dona Neyde, 59 anos. A mãe de Ayrton nasceu em dezembro de 1935.


Milton da Silva e Neyde Senna, pais de Ayrton. Atualmente Milton está com 92 anos e Neyde com 77 anos. 

neyde senna da silva morreu

FONTES PESQUISADAS

GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994. 

RUBYTHON, Tom. The Life of Senna. 1º Edição Sofback. London: BusinessF1 Books, 2006.

FOLLEY, Malcolm. Senna versus Prost - The Story Of The Most Deadly Rivalry in Formula One. London: Random House Uk, 2010.

COMPANIES HOUSE - Neyde Joanna SENNA DA SILVA. Disponível em: <https://beta.companieshouse.gov.uk/officers/JyjKijDXtvYAcBytsiJ53MgOs8E/appointments>. Acesso em: 15 de maio 2017.