segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Fã Descobre Que Foi Colega de Classe de Seu Ídolo Ayrton Senna

Colegas de Sala

Guarulhos Web - 09/05/2014




Aficcionado por Fórmula 1, o proprietário do Cozinha Gourmet, José Carlos Barbirotto, descobriu em uma foto divulgada em uma revista que estudou junto com seu ídolo Ayrton Senna, em sua infância. Conhecido pelos colegas por Beco, Ayrton Senna se tornou o maior ídolo da  F1. Barbirotto tem em seu currículo bons tempos atuando na segurança da  F1 brasileira, participando de várias provas em Interlagos. "Eu estudei com o "cara" e só fiquei sabendo quando ele morreu! Está mesma foto estava na revista Manchete, edição especial sobre a morte de Senna.", disse o colega de classe do campeão.



Barbirotto

Ayrton Senna e José Carlos Barbirotto estudaram no “Colégio Jardim São Paulo” na Nova Cantareira em São Paulo e foram da mesma classe

Senna



Barbirotto no Race Control do Autódromo de Interlagos durante a o GP de 2011

José Carlos Barbirotto estudou com seu grande ídolo, Ayrton Senna



FONTE PESQUISADA

A coluna social de Danilo Sanches é publica toda quinta-feira no jornal Ótimo Guarulhos e no GuarulhosWeb. Disponível em: <http://www.guarulhosweb.com.br/noticia.php?nr=57776>. Acesso em: 29 de dezembro 2014.



Globo e a Arte de Sumir Com Pessoas



O jornalista James Akel fez um artigo no site “TV Foco” e em seu site pessoal sobre o “sumiço” de Adriane Galisteu no documentário “Ayrton Senna Para Sempre” reexibido no canal a cabo da Globo “SporTV” no ultimo 25 de dezembro. Digo reexibido porque a primeira exibição do especial foi em abril desse ano, dias antes do aniversário de 20 anos da morte de Ayrton, portanto uma homenagem ao campeão pela data redonda.

O que o jornalista talvez não saiba é que a única citação sobre Adriane Galisteu no documentário exibido em abril, foi cortada na reexibição no Natal. Outra informação é que Adriane foi vetada pela segunda vez na Globo só esse ano, pois ela não deu depoimentos também na série "Ayrton Senna do Brasil" exibido dentro do "Esporte Espetacular"na emissora, mas no entanto outras pessoas irrelevantes na história de Ayrton, que sequer o conheceram, deram seus depoimentos sobre o ex-piloto, como o humorista Leandro Hanssum, a atleta Maurren Maggi e o apresentador Luciano Huck.

Adriane é uma pessoa muito importante na história de Ayrton Senna, jamais deveria ficar de fora de qualquer documentário, livro, ou seja o que for a respeito de Senna. Ela era a companheira do campeão, a futura esposa, e foi uma das últimas pessoas a falar com Senna. Ela tem muito o que dizer.

James Akel comentou nesse artigo que a família era contra o namoro dos dois, na verdade, como revelado no livro “The Life of Senna” (uma referencia sobre a vida de Ayrton) a família era contra o casamento deles.

Sobre Xuxa dizer que iria atrás de Senna, relembrado por James Akel, isso é conversa fiada dela. Não acredito, e se realmente ela fosse atrás dele, no mínimo tomaria um fora de Ayrton, já que ele estava muito bem, feliz e amava Adriane Galisteu. Tinha planos até casamento com a moça. 



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Globo e a Arte de Sumir Com Pessoas

Postado em dez 29 2014 - 8:05am Por TV Foco News

“Faltou a Globo e o SporTV contarem como sumiram com Adriane Galisteu no dia da morte de Senna.”


A história das coisas só vale para a Globo no que esta deseja que seja mostrada.
Na noite de Natal, o SporTV, canal à cabo da Globo, mostrou um documentário feito sobre os 20 anos da morte de Ayrton Senna. Mostraram tantos detalhes do fim de semana da morte de Senna, e simplesmente sumiram com Adriane Galisteu, pessoa que teria muitas coisas a contar sobre palavras que ele lhe disse naqueles dias.

Existe até um livro escrito pelo jornalista Nirlando Beirão sobre Senna e Adriane, mas parece que a Globo não queria mostrar Adriane, talvez para não melindrar Xuxa que tinha ficado para trás no namoro e queria Senna de qualquer jeito, disputando-o com Adriane. Aliás, existe um depoimento de Xuxa sobre isso, no qual ela declara que iria para a disputa por Senna mesmo sabendo que ele estava namorando de verdade Adriane Galisteu, e o namoro não era um caso, como muitos teimavam em dizer. Até porque a família de Senna era contra o namoro. Dizer que não gostava de Adriane era pouco.

A reportagem da Globo e SporTV sobre os vinte anos da morte de Senna deveria ter tido a maturidade de mostrar Adriane Galisteu em seu papel real de namorada de Senna durante a temporada que terminou com a morte do piloto, e que tanto tinha a dizer. Tudo isso era natural de ser mostrado em uma reportagem que mostrou tantas coisas pessoais, como ohotel e a suíte onde ele ficava, a mesa do restaurante que usava, além de pessoas que estavam sempre com ele e que deram depoimentos tão bonitos do último momento.

Faltou a Globo e o SporTV contarem como sumiram com Adriane Galisteu no dia da morte de Senna.
Texto: James Akel

FONTE PESQUISADA

AKEL, James. Globo e a arte de sumir com pessoas. Disponível em: <http://otvfoco.com.br/audiencia/globo-e-a-arte-de-sumir-com-pessoas/>. Acesso em: 18 de dezembro 2014. Acesso em: 29 de dezembro 2014.




20 anos da morte de Ayrton Senna: "ele queria ser pai", afirma Galisteu

Quinta-feira, 01 de Maio de 2014

Por Fábio Lau - informações de agências

O casal era apaixonado

RIO DE JANEIRO - Última namorada de Ayrton Senna, Adriane Galisteu relembrou o tempo que viveu com o piloto 20 anos após sua morte. A apresentadora revelou que o atleta tinha três sonhos. Ainda nesta reportagem, Fábio Lau revela os bastidores de uma trama midiática que tentava transformar Xuxa, e não Galisteu, na viúva de Ayrton Senna:

"Meu período com Ayrton foi uma grande história de amor. Ele era amado ao redor do mundo mais do que ele jamais soube. Sua memória nunca será apagada. Para mim foi especial, mas agora eu sou casada e tenho filho. Isso quer dizer que não posso dizer que ele foi o amor da minha vida. Ayrton tinha três sonhos. O primeiro era encerrar a carreira na Ferrari, o segundo era conhecer a Disney World, e o terceiro era ser pai. Ele era mais do que um campeão. Ele tinha um coração enorme, um modo simples de viver e tinha sonhos simples. Em casa, ele era como criança. Ele era cheio de alegria", disse ao "Daily Mail".

Galisteu: família de Ayrton a ignorou

A loira relembrou que Senna não estava bem no dia de sua última corrida no GP de San Marino, de 1994. "Ele me ligou. Ele não estava bem. Sua cabeça não estava bem. Rubens Barrichello, seu amigo, estava no hospital. Ele estava muito chateado com a morte de Roland Ratzenberger. Ayrton me disse: 'Estou muito triste'. Eu havia visto ele angustiado antes, mas nunca ouvido a voz dele como estava aquele dia. Me lembro de dizer a ele: 'Ayrton, não entra nesta corrida'. Quando tentei dizer a ele para não correr em Imola, ele me disse que amava sua profissão e que não poderia simplesmente desistir da corrida."

A dor da perda e o preconceito da família Senna

Galisteu ainda contou que teve dificuldade em perceber que seu então namorado tinha falecido. "Eu vi o acidente e não achei nada. Na verdade, eu pensei: 'Bom, ele vai voltar mais cedo, ainda bem'. Mas aí eu vi que era mais sério do que eu imaginei a princípio. Eu fiquei em frente à TV e olhei o replay várias e várias vezes. Eu podia ver que o carro estava danificado, mas eu nunca imaginei que ele tinha morrido. Eu atendi o telefone e era a mulher do melhor amigo dele me dizendo que eu precisava ir para Ímola. Fomos em um jatinho de Lisboa. Eu entrei no avião pensando que ele ainda estava vivo. Machucado, mas não morto."

Xuxa posou de viúva embora não fosse mais namorada

E a loira continuou: "Quando o avião estava prestes a decolar, o piloto disse que havia uma ligação da torre. Eu imaginei que era o Ayrton dizendo: "Você não precisa vir, tudo está ok". Era uma amiga: "Adriane, você não precisa vir". "Uau, isso é bom", eu disse, pensando que ele deveria estar melhorando. "Não, ele morreu". Meu mundo parou naquele momento. Na minha cabeça era impossível, ele só poderia morrer de velhice.

Foi inacreditável que ele tenha morrido fazendo o que ele sabia fazer melhor na vida. Foi muito difícil para o Brasil, para o mundo todo, mas ainda mais para mim. Demorei muitos anos para recuperar minha vida, especialmente amorosamente. Eu fiquei o máximo que pude com seu corpo. Eu não fui para casa, eu não tomei banho. Eu fiquei com ele".

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Nesse trecho a seguir, o jornalista Flávio Lau faz uma ótima análise sobre a Globo e a família de Ayrton Senna querer fazer de Xuxa a viúva oficial do ex-piloto, ignorando totalmente o fato de ele viver com outra mulher há mais de um ano e que seria portanto sua viúva legítima, Adriane Galisteu. 

Concordei com quase tudo da análise do jornalista, exceto quando ele se refere a Senna como sendo um produto de marketing. Não concordo porque Senna realmente foi tudo isso que a mídia mostrou, e até bem mais do que foi mostrado. Quem o conheceu, conviveu com ele, ou até mesmo privou de sua companhia por alguns momentos, todos, dizem que Ayrton foi um homem muito especial. Aqui no blog existem muitos exemplos de sua generosidade, bondade, de seu caráter... deixo o próprio Senna responder ao jornalista: "Não construí a imagem de bonzinho sozinho. Muita gente me ajudou. Mas não há marketing que sustente um blefe. Tenho uma boa imagem porque sou uma pessoa boa.", frase dita por Senna em certa ocasião. 

Agora, sobre o mesmo que o jornalista disse da Xuxa é diferente, com certeza ela foi um produto de marketing, tanto é que não perdeu oportunidade de se promover, de aparecer como se fosse a viúva no enterro de Ayrton, mesmo não estando com Senna há anos e ele já esta praticamente casando com outra mulher (Galisteu). 

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Racha familiar

Por Fábio Lau

Ayrton Senna teve um envolvimento com Xuxa com ares de marketing. Fama de bom garoto, brasileirinho patriótico e adotado por Galvão, que não tinha boa entrada com outro ídolo, Nelson Piquet, Senna virou o queridinho da mídia e dos "Coxinhas" de então.

O namoro com Xuxa era algo como coroar os dois príncipes da Globo: Ela, a Rainha dos Baixinhos, e ele, o Rei das Pistas. Mas a falta de sal da relação ficou evidente. E logo veio o rompimento.

Mas a entrada em cena (opa!) de outra loura, mais bonita e temperada, tirou a mídia adocicada dos eixos. Xuxa foi para escanteio, embora a família, tocada por Viviane Senna, a irmã e cunhada, a preferisse.

A morte em Ímola ocorreu. E o enterro em São Paulo seria o derradeiro momento para sacramentar a relação não vivida no mundo real, mas que poderia se perpetuar em imagens. Xuxa foi posando de viúva, e lacrimejando como tal, enquanto era amparada pela família do piloto. Galisteu, bela e solitária, era confortada apenas por uma amiga.

 Xuxa e Viviane Senna: farsa desfeita no último ato

Mas quis o destino que os pilotos e amigos de Senna, entre eles Alain Prost, confortasse Galisteu, e não Xuxa, no velório. Para desespero da farsa midiática armada. Galisteu entrou para a história como a verdadeira e legítima viúva. Xuxa provou da derrota no último ato.

Gerard Berger presta sua solidariedade a viúva oficial de Ayrton Senna, Adriane Galisteu


O Hino da Vitória soou para Galisteu


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Fábio Lau




Editor do site Conexão Jornalismo, foi repórter da tevê Globo por dez anos. Passou pelos jornais O Globo e Jornal do Brasil.

Fábio Pinheiro Lau nasceu no Rio de Janeiro, no dia 31 de maio de 1965. Se formou jornalista pela Universidade Gama Filho (UGF) no Rio de Janeiro, em 1989.

Começou a carreira em 1986, como estagiário no jornal Ultima Hora. Em seguida atuou em jornais de bairro independentes e no Jornal O Dia, ainda como estagiário, três anos depois.
Foi repórter em O Globo e depois do Jornal do Brasil, ambos no Rio de Janeiro. Voltou para O Dia, onde foi chefe de reportagem entre os anos de 1998 e 1999.

Ficou por alguns anos na tevê Globo, onde exerceu a função de repórter investigativo por cerca de dez anos.

Em 2009, fundou a Talento & Expressão, produtora de conteúdo para rádio, tevê e jornal. Ainda pela agência, criou o site Conexão Jornalismo, do qual é editor responsável. O site conta com notícias das mais diversas editorias, porém sempre com foco na comunicação, além de ter uma rádio e uma tevê, ambas online. 

Atualizado em maio/2013 - Portal dos Jornalistas
Fonte: Informações fornecidas pelo jornalista

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FONTE PESQUISADA

LAU, Fábio. 20 anos da morte de Ayrton Senna: "ele queria ser pai", afirma Galisteu. Disponível em: <http://www.conexaojornalismo.com.br/programacao/-anos-da-morte-de-ayrton-senna-ele-queria-ser-pai,-afirma-galisteu-3-27254>. Acesso em: 29 de dezembro 2014.

Disponível em: <http://www.ayrtonsenna.com.br/frases/tenho-uma-vida-por-tras-dessa-imagem-nao-fiz-tudo-sozinho/>. Acesso em: 29 de dezembro 2014.


LAU, Fábio. Perfil: Fábio Lau. Disponível em: <http://www.portaldosjornalistas.com.br/perfil.aspx?id=13635>. Acesso em: 29 de dezembro 2014.

Adriane Galisteu Conta Como Conheceu Ayrton Senna 2009 - Morte - Crash




 Em entrevista ao apresentador João Doria Jr, Adriane Galisteu conta como conheceu Ayrton Senna.

Adriane Galisteu Sobre a Relação Com a Familia Senna

 


Em entrevista a Marcelo Tas, Adriane fala como foi dificil sua relação com a família Senna após o acidente de Ayrton. Video de 2007

Record Relembra 20 Anos da Morte de Ayrton Senna no Retrospectiva Esportiva 2014 - Vídeo


Retrospectiva Esportiva 2014 do programa "Esporte Fantástico" da Record Relembra os 20 Anos da Morte de Ayrton Senna

Caras: A Última Entrevista Dela 04 05 1995

A ÚLTIMA ENTREVISTA DELA

Por Cynthia de Almeida
Revista Caras 04/05/1995


Nas páginas seguintes, a íntegra das últimas e exclusivas confissões da namorada do piloto, publicadas na edição nº20 de CARAS, de 25 de março.

Não sei quantas horas, ao todo, conversei com Adriane Galisteu, a bela modelo que, no último ano, foi a companheira de Ayrton Senna. Quase um mês se passou desde o primeiro contato até o ponto final da minha entrevista. Foram várias tardes de conversa ao telefone (era ela quem guardava o celular brasileiro dele), almoços regados a refrigerante (ela não bebe), todo um dia para a sessão de fotos no litoral norte paulista (ela adora praia). Foi sobretudo, um encontro sem pressão (ela pensa muito antes de pronunciar cada palavra, como o Ayrton fazia) e, o mais importante para um jornalista, a chance única de observar melhor o lado carne e osso de alguém que convivia com uma lenda, com variação de humor, manias, segredos.

Desconfiada a principio, Adriane contrapunha sua agenda de trabalho para adiar nossa entrevista. Eu não poderia esperar outra coisa de uma garota que foi escolhida como parceira por um dos menos falantes ídolos de todo o mundo. Mas, a certa altura, confesso que já perdia as esperanças de fazer um bom trabalho: para mim, ela era um Ayrton de longos cabelos loiros (ela aprende rápido). Aos poucos, porém, nossos contatos foram se tornando mais freqüentes. E, afinal, tive a oportunidade de descobrir uma garota interessante, curiosa, diferente do que eu imaginava.

Dizem que as mulheres de homens muito assediados se contentam em ser a sobra deles, que o anonimato e a discrição são prerrogativas do cargo. Mas Adriane não era sombra. O sorriso largo ao lembrar dos momentos divertidos do tricampeão, a raiva nos olhos sobre fofocas sazonais, o ar cheio de esperança das apaixonadas que sonham com o casamento clássico – tudo nela cheirava a vida, a energia. Em alguns momentos, enxerguei na minha frente uma adolescente risonha, em outros, uma mulher que tem muito claro, dentro de si, o que quer. Adriane deu a impressão de que se bastava com o amor. Não se deslumbrava com o circuito vip internacional e, para ela, ganhar do namorado milionário um automóvel do tipo básico já estava muitíssimo bom.

Não foi fácil penetrar no mundo tão resguardado dos dois (isso mesmo: ela não é boba, sabe se preservar) e creio que, em alguns momentos, Adriane julgou que eu avançava o sinal de sua intimidade. Em momento algum, porém, sonegou alguma resposta. Mais: como em um bate-papo banal, ela era quem, às vezes, fazia perguntas, pedia opiniões, queria ouvir. Dentro de sua franqueza de quase menina, estabeleceu uma conversa agradável, leve. E saiu-se com elegância de todas as perguntas (ela é inteligente).

Fiquei imaginando se era assim que os dois, Adriane e Ayrton, varavam as noites estreladas em Angra dos Reis ou em um romântico jantar em Mônaco. Também calculei como toda aquela alegria bem torneada transbordava a cada vitória de Ayrton nas pistas, ou como seu coração generoso sofria antes de cada largada. Saberiam, eles dois, manter o entusiasmo com tantos compromissos no meio e tanto perigo em volta? Viveriam com a mesma fleuma das fotos que os mostravam tão adequados um ao outro?


Posso apostar que sim. Estamos acostumados a suspeitar do marketing pessoal das celebridades. Mas isso é um cacoete de quem imagina – ou espera? – que os ungidos pela Fortuna sejam diferentes de nós, que sejam estranhos ao que conhecemos como vida real. Queremos o sonho, o extraordinário, quem sabe o chocante. E só com o tempo aprendemos que o extraordinário é perceber que as historias de amor são tão divinamente comuns. 





FONTE PESQUISADA

A última entrevista dela. Revista Caras, São Paulo, Especial Nº 2, Ano 1, Editora Abril, 04 de maio 1995.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Rubinho Relembra Entrevista com Ayrton Senna 04 02 2012 - Vídeo




Piloto também fala sobre a responsabilidade de substituir um grande ídolo

Altas Horas com Serginho Groisman 04/02/2012




 

Adriane Galisteu Fala Sobre Pai de Ayrton Senna, Seu Milton da Silva

Seu Milton gostava de mandar em toda a família, na esposa, nos filhos já adultos, e também nos netos, mesmo tendo pais, e decidir o futuro deles



Trecho retirado do livro “Caminho das Borboletas” de Adriane Galisteu

O senhor Milton me dava a impressão de um homem seco, muito discreto, às vezes impenetrável, mas que não se deixava convencer com muita facilidade. Assim como foi ele quem fez de Ayrton um automobilista, era ele agora quem tentava manter a tradição dinástica da família, depositando todas as esperanças no neto Bruno. Aos 12 anos, Bruno corria de kart e já tinha alguns títulos no seu currículo. Assim como tinha também - e me confidenciou, a meia voz, naqueles dias por lá - certas dúvidas se sua vocação era de fato aquela. Mas, se for o avô a decidir que ele vai ser piloto ou, digamos, jogador de squash, eu não teria dúvidas em apostar que daqui a alguns anos Bruno Senna estará percorrendo, com seu nome poderoso, as pistas ou competindo nas quadras.



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Milton mostrou no fim da vida do filho Ayrton que quando sua vontade não prevalecia ele era capaz de tudo para fazer prevalecer. Até mesmo cometer um ato imoral e criminoso como grampear o telefone de de Ayrton e sua futura nora Adriane, com o objetivo de descobrir algo comprometedor da moça e impedir o iminente casamento deles. O pai de Ayrton não descobriu nada, o máximo que conseguiu foi irritar o filho.


O pai de Ayrton tentou separar o casal sem sucesso
Milton grampeou o telefone do casal para tentar fazer seu filho Ayrton desistir de se casar com Adriane Galisteu



Betise Assumpção, ex-assessora de Ayrton Senna: “Ayrton estava amadurecendo e tomando decisões para si próprio





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Trecho retirado do livro "Ayrton, o herói revelado"


O piloto Nelson Loureiro (piloto do jato e helicóptero de Ayrton) sentiu, na condição de empregado de Senna, que, aos poucos, Ayrton também estava tomando decisões antes delegadas a Fábio Machado (primo de Ayrton), o principal executivo da família. Como no dia em que lhe comunicou que ele, Senna, passaria a ser o único a tomar todas as decisões relacionadas com o jato. O avião custava, parado no chão, 250 mil dólares por ano. O que explicava a brincadeira a bordo, durante um vôo entre o Algarve e Paris. Pouco antes de pousar, Owen caminhou pela cabine até onde estava o casal e brincou:

- Mantenha sua mulher longe das lojas. Do contrário, ela vai acabar com o limite do seu cartão de crédito.

A resposta de Senna:

- Owen, ela custa para mim bem menos do que você.



Ayrton estava tomando suas próprias decisões para desagrado de seu pai








FONTE PESQUISADA

GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994. 

Série "Ayrton Senna do Brasil" do Esporte Espetácular - TV Globo - 2014



 










O Último Natal e Passagem de Ano Novo de Ayrton Senna

Trecho retirado do livro “Caminho das Borboletas” de Adriane Galisteu

O GP da Austrália foi no dia 7 de novembro. Demos a nós dois dias de descanso em Sydney, para um passeio de lancha no lago e uma bateria de fotos que eu guardo com amor. E já aquela aflição de encher as malas com presentes para o Natal. Adivinha que tipo de restaurante ele procurou, até cansar, para me levar? Um italiano, é claro. Adivinha para onde eu escapei, um dia, na hora do almoço? Bem, nem preciso falar, para não ficar parecendo um comercial.


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O primeiro encontro secreto Ayrton-Williams, no inverno horroroso da Inglaterra, a mais nítida impressão que ficou na minha cabeça, porém, foi uma frase meio banal, solta ao vento, que ele me disse tão logo tomamos o caminho de Londres e, de lá, para a temporada tropical de férias e fim de ano no Brasil:

- Sei lá, Dri. Achei esse carro meio esquisito: mais fino e mais baixo.

No primeiro teste público, aí já em 1994, ele repetiria um sentimento ruim:

- Sinto que cheguei aqui com dois anos de atraso. O carro está virando o fio.

Tradução: aquela história do super-piloto com a super-máquina não seria bem assim como estavam falando. Mas, enfim, adeus à fria Londres. O avião embicou para o sul, o sol matinal do Rio veio nos receber, o Natal se aproximava e Angra estava à espera, para uma longa temporada em que eu tinha planos de arrombar o zíper do macacão do piloto Senna, arrancar-lhe a carranca do cenho franzido e testa enrugada, para lhe fazer uns afagos nos pés e mergulhar nas marés do amor do Big Coke, do Becão, do meu garotão de praia - com a devida licença da ciumenta Quinda (cadelinha de Ayrton), tenho de admitir.


Natal, para mim, é um convite à tristeza. Desde que meu pai morreu, em 1989, era como se a festa não existisse. Ele faleceu em outubro, como eu já contei, numa  situação inesperada, de repente - e nossa casa nunca mais foi a mesma. Minha avó materna, Agnes, que morava ao lado, tipo da mulher determinada, uma fortaleza, ainda tentava levantar nosso astral, naquele dia de má memória, recorrendo a velhas receitas de rabanadas e pães húngaros rabiscadas em cadernos antiquíssimos - e, num ano do qual não me lembro, mamãe, que sempre foi mais desanimada que vovó, bem que preparou um peru recheado com farofa e ameixas. Mas a gente não cultivava o ritual da ceia. Era um jantar comum, quem quisesse se servir que se servisse e nada de árvore enfeitada, os presentes ficando esparramados por aqui e por ali. Cada um de nós buscava, no Natal, um certo recolhimento para cicatrizar a nossa grande ferida na alma que era a ausência prematura de papai.

Agora, porém, era diferente. Béco e eu voltamos da Europa, vivíamos sob o mesmo teto no apartamento da Rua Paraguai, compartilhávamos os mesmos amigos, saíamos para jantar invariavelmente juntos, éramos dois namorados na plena acepção da palavra - se não havia aliança de noivado, sobravam intimidades do tipo dormir na mesma cama na casa da mãe e do pai dele, no Pacaembu. Sentia, no íntimo, que ele até gostava de me mostrar um pouquinho. Meu Natal, portanto, seria com ele. Zaza, pessoalmente, reiterou o convite.

Quatro ou cinco dias antes,  toda a família se deslocaria para a fazenda de Tatuí, e a festa teria o duplo sentido de celebrar a ceia com filhos, sobrinhos, genros, noras e de inaugurar o casarão novo, todo restaurado.

Árvore de Natal, presentes que se acumulavam ao pé do pinheiro, a expectativa da criançada, os passeios a cavalo por aquele paraíso, as nossas pescarias, as competições de kart na pista particular construída segundo o traçado de quem começara sua carreira ali, a torcida pelo sobrinho Bruno, filho da Viviane e promessa de campeão - naquela preguiça dos compridos cafés da manhã, de almoços deliciosos e cheios de falatório e de tardes iluminadas como aquela em que um fotógrafo italiano, conhecido do Ayrton, fez nosso ensaio amoroso que correu o mundo, resgatei um  pouco da alegria da data do nascimento de Cristo.

Eu me sentia absolutamente em família, com a primazia do lugar de honra ao lado do príncipe da casa. Nem mesmo àquelas eventuais alfinetadas que cheguei a ouvir, em relação a antigas namoradas de Ayrton, especialmente a mais famosa delas, eu quis atribuir alguma intenção malévola. Iludia-me com a idéia de que, no fundo, o que eles - elas, seria mais correto dizer - queriam era me agradar.

O casarão tinha cheiro de novo, entulho das últimas obras e um quarto feito sob medida para nós. Nosso quarto tinha espaço suficiente para resguardar a intimidade recíproca tanto quanto para atulhar os armários de creminhos, loções e lavandas. Como sempre, não estranhei cama ou ambiente, mas fui despertada de madrugada por uma algazarra monumental e pela ausência dele, a meu lado, na cama. Corri para a janela e assisti a uma cena que faria a delícia daquelas câmeras indiscretas de programas como o do Faustão - que, todo domingo, era também, de uma certa maneira, um bem-vindo hóspede nosso.

Resumo rápido: de pijama, o piloto mais carismático e mais circunspecto do mundo perseguia um bando de pavões alvoroçados que, aparentemente (meu sono profundo não me deixou ouvir nada), tinham transferido seu footing e seus papos noturnos para debaixo de nossa janela. Botando fogo pelas narinas, Ayrton os atacava, arremessando-lhes seus chinelos. Em seguida, armou-se de uma vassoura. De um golpe, conseguiu derrubar um bicho, que se refugiara numa árvore. Os outros, pressentindo a arremetida, trataram de bater em retirada. Não sei, sinceramente, se a zoologia me confirma isso, mas a impressão que me ficou, vendo tudo da janela, às gargalhadas, é de que o QI das citadas aves não é dos mais privilegiados. Elas ficavam rodeando a piscina e Ayrton, cada vez mais nervoso, perseguindo-as. Agora, de moto. Ligou o motor e partiu para cima delas, mas os bichos espaventados só produziam ainda maior berreiro. Quando o dia clareou, o surpreendeu naquela inútil e frustrante batalha.

- Vou matar esses desgraçados! - prometeu, voltando para a cama.

Ele tinha o sono leve, levíssimo, e muitas vezes me olhava com o olhar suplicante como o daqueles penitentes que vão a Fátima ou a Aparecida do Norte:

- Me conta sua fórmula. Me empresta um pouquinho de seu sono.

- Se pudesse, eu trocava com você - dizia eu, e olha que a instabilidade das noites mal dormidas dele me preocupava tanto, de fato, que eu faria de verdade a troca. Ele, sim, precisava de descanso. Foi tê-lo, quem sabe, em outro lugar por mim desconhecido.

Ninguém é idiota de imaginar, porém, que um homem cujo trabalho é um risco pior do que o de um trapezista e que trafega pela vida a mais de 300 quilômetros por hora seria do tipo de recostar na cama, fechar os olhos e em dois segundos já estar embalado pelos anjinhos.

Podre de sono, ele implorou ao seu Milton, no café da manhã do dia seguinte, véspera de Natal:

- Pai, dá um jeito nesses pavões. Sei lá: dá de presente, manda embora.

O senhor Milton me dava a impressão de um homem seco, muito discreto, às vezes impenetrável, mas que não se deixava convencer com muita facilidade. Assim como foi ele quem fez de Ayrton um automobilista, era ele agora quem tentava manter a tradição dinástica da família, depositando todas as esperanças no neto Bruno. Aos 12 anos, Bruno corria de kart e já tinha alguns títulos no seu currículo. Assim como tinha também - e me confidenciou, a meia voz, naqueles dias por lá - certas dúvidas se sua vocação era de fato aquela. Mas, se for o avô a decidir que ele vai ser piloto ou, digamos, jogador de squash, eu não teria dúvidas em apostar que daqui a alguns anos Bruno Senna estará percorrendo, com seu nome poderoso, as pistas ou competindo nas quadras.

Fiquei com peninha dos pavões, mas, salvo um casal, que sobrou para contar a história, foram todos despachados para outra freguesia, especialmente depois que o Ayrton descobriu mais uma deles. Ficava num galpão uma motinha normal, 250 cilindradas. Os bichos entravam lá, viam-se refletidos no reservatório de gasolina e, de tão assustados, passavam a atacar. Resultado: as bicadas furaram o reservatório. Até o senhor Milton se deixou convencer. Hoje eu sou capaz de imaginar que, se não fosse por sua  beleza, os pavões teriam ficado do lado de fora da arca do bom Noé.

Aquele agito todo na casa, dia 24, Zaza animadíssima com o jantar, que, por causa das crianças, seria mais cedo, mas o Béco teve a sutil percepção de que a nuvem negra voltava a se formar em cima da minha cabeça:

- Dri, você não prefere passar a meia-noite com sua mãe?

Meu coração balançava entre estar ali, ao lado do meu amado, e estar em São Paulo, junto ao leito de minha avó. Pedi um tempo para pensar. De repente, me deu um estalo:

- Vou sim. Acho que devo ir.

Troquei de roupa, Zazá me emprestou seu carro, uma Quantum, e, de uma gentileza que só vendo, ainda mandou umas lembrancinhas para minha família. Ayrton me acompanhou, preocupado, até o carro. Pediu para eu ligar tão logo chegasse. Corri para o quarto de minha avó. Eu a amava intensamente. Vivia me cobrando casamento. "Quero ver tudo preto no branco", divertia-se. Vizinha de parede, sempre soube muito de minha vida e de meus amores - que foram poucos, diga-se. Encontrei-a inerte, no leito, incapaz de dizer palavras com os lábios, mas apta a expressar grandes sentimentos com os olhos. Foi assim meu Natal de 1993, na cabeceira de minha vó, nos seus 80 anos de idade. Não me arrependo. No dia 26 de janeiro, um mês e dois dias depois, vovó descansou  para sempre.

Perdi em 1994 duas pessoas que amo muito. O que reforça minha tristeza de Natal. Vou passar o próximo com a cabeça enfiada num travesseiro.

Nunca fui a terreiro de babalaô, não conheço meus orixás, não fiz despacho em encruzilhada e jamais sobrecarreguei Iemanjá, a mãe das águas, com muitos pedidos de fim de ano, mas, brasileira que sou, gosto de usar branco no réveillon, deposito uma rosa no mar, faço um desejo de coração e adoro aquela hora dos beijos, abraços e espoucar de fogos. A tristeza que me invade no Natal explode em pura euforia na virada do ano e, de 1993 para 1994, em especial, eu tinha tudo o que comemorar.  Tudo quer dizer: estava com o Ayrton em Angra. O resto era acessório.

Até mesmo o tempo, oscilando entre a chuva e o céu estrelado, não me importava. Sentia-me, mais do que em qualquer outro lugar, em casa. Viviane, o Lalli (Flávio é o primeiro nome do marido dela) e os filhos foram. O Leonardo. Os amigos da velha-guarda e de sempre: Israel Klabin, Luiza e o Braga, muitos outros. O Clube dos Amigos do Béco: Criminoso, com sua namorada, Magali, Júnior, Gordinho e a mulher, Gisela, Alfredo... Angra era um social só: muita gente se conhecia, os convites se entrecruzavam, as lanchas circulavam entre aquelas ilhas como as pessoas circulam entre as mesas dos bares da moda. O Ayrton sugeriu que fôssemos à festa do Alexandre (a gente o chamava de Xande Campineiro), depois que me viu arrumada. Queimada do sol dos dias anteriores, eu carreguei no branco: minissaia, meia, blusa tipo rede de pescador, tênis. O contraste, sem pretensão, me deixou bonita. Béco foi generoso:

- É um desperdício deixá-la em casa assim. Agarrei-me no pescoço dele, naquele horário da Cinderela. Lembrei-me de um casal amigo dele que nos visitou em casa, muitos meses atrás, com uma filhinha que devia ter seus 5, 6 anos no máximo. Na hora de se despedir do seu ídolo, ela cobriu-lhe o pescoço de beijos, mil, milhares - a menininha. Ainda desconcertado, Béco comentou tão logo eles partiram:

- Tanto beijo que eu casava com ela, agora, no ato. Meia-noite, e a beijoqueira agora era uma meninona de 20 anos; mil, milhares de beijos no pescoço, sem medo de repetir "eu te amo, eu te amo..." Uma rosa branca ao mar e um pedido em segredo. Segredo, já não é mais. Pedia que meu amor por ele não morresse, que ele continuasse sempre a meu lado. Quem sou eu para dizer que o pedido não se cumpriu?


FONTE PESQUISADA

GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994. 





Birgit, Amiga de Ayrton e Adriane, Relembra o Casal - Vídeo



Birgit é citada algumas vezes no livro de Adriane Galisteu, “Caminho das Borboletas”

Mas o convívio em Mônaco, a sós, tinha feito tão bem que não nos cansávamos de planejar novas viagens, apenas os dois. Dentro da temporada de Fórmula 1, eu tinha um sonho pessoal: Hungria. Pátria dos meus avós maternos, Alexander e Agnes, emigrados para o Brasil durante a guerra - uma terra de referências reais e mitológicas cujas histórias e cuja língua freqüentavam os almoços domingueiros em nossa casa. Minha mãe, minhas tias, todas falavam húngaro à mesa, mas não me dei ao trabalho de aprender aquela língua arrevezada, tão diferente de qualquer outra falada na Europa. Só de molecagem, extraí de meu avô dois ou três palavrões horríveis. Lembro-me também de minha avó, atrapalhada ao me ver queimar a língua numa daquelas sopas típicas e escaldantes, gritando para mim "fujjal, fujjal" (soava como fuió, fuió). Tradução: "sopra, sopra".

Devo com certeza a essas domingueiras húngaras na Lapa minha paixão por doces, que até hoje tenho de compensar com quatro horas diárias de ginástica e não me  deixam tirar o olho da balança.. Mas também quem haveria de resistir àquelas panquecas folheadas de maçã que aterrissavam à mesa após o gulash? Pelas minhas melhores lembranças familiares, por minha avó, especialmente por minha mãe é que acabei desembarcando em 12 de agosto de 1993, uma quinta-feira, no aeroporto de Budapeste, tendo a meu lado um homem a quem todos se dirigiam com um afetuoso sorriso e palavras incompreensíveis.

- Por favor, o que eles estão dizendo? - implorava Ayrton.

- Não tenho a menor idéia.

- Mas nem muito obrigado você fala?

- Nada, nadinha.

No Hotel Kempinski, uma magnífica construção ainda com cheiro de novo, confessei-lhe meu verdadeiro conhecimento de húngaro. As tais palavras. Não é que ele  passou horas treinando, para o caso de ter de usá-las?

- Se o Prost me aprontar uma, eu tasco o palavrão nele - brincou.

Quem estava em Budapeste era o Senna, a trabalho, às voltas com as dificuldades de seu carro e a força de seus rivais. Mas, ainda assim, teve comigo, em vários momentos,  o doce Béco, comportando-se de forma a deixar claro que aquela viagem era uma homenagem a mim - aliás, ao nosso amor. Desdobrou-se para passear a meu lado, mãos dadas como dois namorados, às margens do Danúbio, que separa o pedaço Buda da parte Peste da capital. Depois, deixou-me entregue aos cuidados de dois amigos extraordinários, Christian Schues e a mulher dele, Birgit, filha do ex-presidente da Volkswagen brasileira, Wolfgang Sauer. Os dois levavam com eles os filhos Patrick e Oliver, bem  pequenininhos.

Budapeste foi uma temporada de alegria, mas foi essa mesma Birgit quem me acudiria no pior momento de minha infelicidade, menos de um ano depois. Sua mão forte, agarrada à minha, evitou que, por muitas, muitas vezes, eu desabasse por terra, numa sinistra quinta-feira de maio de 1994, diante de uma cova rasa do Cemitério  do Morumbi.

Christian e Birgit me mostraram Budapeste, lindíssima, e arredores, enquanto Senna sujava suas mãos de graxa em Hungaroring. O casal tinha, na verdade, uma concepção tão generosa de hospitalidade que aceitou revirar a cidade dos pés à cabeça até que eu encontrasse, finalmente, numa pequena feira livre de rua, as sementes de papoula - mak - que minha mãe havia encomendado, para seus confeitos. Juntas, Birgit e eu conseguimos achar um McDonald's em Budapeste. Com Chicken McNuggets no cardápio, batata frita e torta de maçã. Christian, o marido de Birgit, me olhava com aquela paciência que sugere "meu Deus, um dia isso passa". Compensei o McDonald's, que seria uma decepção para minha mãe, na noite de sábado, véspera do GP: fomos todos jantar num restaurante típico, uma casinha simpática, amarela, cuja dona era uma velhinha, conhecida do Béco. À sobremesa, um palacinta (pronuncia-se pólotchintó), uma panqueca de cereja, deu  ao meu paladar um sabor de saudade.



Adriane e Ayrton com a família de Birgit


FONTE PESQUISADA

GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994. 


Adriane Galisteu e Ayrton Senna Fazem Passeio Romântico Por Sydney na Austrália em 1993

Trecho retirado do livro “Caminho das Borboletas” de Adriane Galisteu



O GP da Austrália foi no dia 7 de novembro. Demos a nós dois dias de descanso em Sydney, para um passeio de lancha no lago e uma bateria de fotos que eu guardo com amor. E já aquela aflição de encher as malas com presentes para o Natal. Adivinha que tipo de restaurante ele procurou, até cansar, para me levar? Um italiano, é claro. Adivinha para onde eu escapei, um dia, na hora do almoço? Bem, nem preciso falar, para não ficar parecendo um comercial.


FONTE PESQUISADA


GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994.