Julianne Cerasoli
Do UOL, em Praga (República Checa)
15/06/2015 | 06h00
Ayrton Senna foi o último campeão da era turbo, em 1988
Os pilotos do atual grid da
Fórmula 1 garantem que dariam conta do recado de pilotar um carro de 30 anos
atrás, na considerada época de ouro da categoria. Com mais de 30 anos de
experiência na Fórmula 1, o diretor técnico da Williams, Pat Symonds, não
contesta, mas não tem dúvidas de que o equipamento atual é muito mais fácil de
controlar do que o utilizado especialmente nos anos 1980.
"Eu acredito que os
carros de hoje são mais fáceis de pilotar, e isso ocorre por uma série de
motivos. Fisicamente, eles são mais fáceis, porque a direção assistida ajuda, e
são mais macios. Quando comecei na Fórmula 1, havia os carros com efeito-solo e
eles eram muito duros. O carro ficava batendo no chão o tempo inteiro. Aqueles
carros eram animais", opinou o britânico, falando ao UOL Esporte.
"Também trabalhei em uma
era em que tínhamos motores turbo com muita potência. Era como se eles tivessem
um botão: você apertava o acelerador e nada acontecia, até que a potência vinha
toda de uma vez. Aqueles carros eram difíceis – e o Ayrton Senna certamente
sabia domá-los."
Symonds explica que a
evolução natural da engenharia ajudou a facilitar a vida dos pilotos. "O
que acontece é que, como nós somos engenheiros muito melhores e conseguimos
fazer carros mais eficientes, os carros se tornaram mais fáceis de pilotar. E
também ajudamos os pilotos também. Por exemplo: quantas vezes no passado um
piloto abandonou uma prova porque selecionou uma marcha errada? Agora isso não
acontece mais", exemplifica.
Essa evolução também acabou
diminuindo o papel do piloto no desenvolvimento do carro, uma vez que os
engenheiros preferem confiar em seus dados de simulação ao invés apenas do
retorno que ele pode dar. Mas admite que existe um limite para isso.
"Definitivamente, o
piloto tem menos participação no desenvolvimento, simplesmente porque a
engenharia se tornou mais sofisticada, conseguimos controlar mais coisas. Mas
ainda há uma área em que não conseguimos entrar, aquela interação final entre
homem e máquina – e é aí que contamos com o piloto. Em várias ocasiões, ele vai
dizer que prefere um acerto que não tem explicação para nós, mas temos de
respeitar isso."
A Fórmula 1 volta à pista
para a oitava etapa do campeonato no próximo final de semana, no GP da Áustria,
com classificação às 9h do sábado e corrida, às 9h do domingo.
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Comentários
AlexandreN Tive a alegria de
ver F1 a partir 1987. Tínhamos pilotos muito bons, além dos magníficos Piquet,
Senna, Prost e Mansell. E tudo era diferente, a atmosfera das provas, os carros
cada um com sua solução aerodinâmica, os circuitos fantásticos... Realmente feliz
quem viu!
COR Como foi mencionado na
reportagem, além do efeito solo e dos motores absurdamente potentes ainda
existia o risco constante de um acidente fatal, coisa que atualmente
praticamente não existe.....
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FONTE PESQUISADA
CERASOLI, Julianne. Carros de Piquet e
Senna eram mais difíceis de pilotar, diz engenheiro. Disponível em: <http://esporte.uol.com.br/f1/ultimas-noticias/2015/06/15/carros-de-piquet-e-senna-eram-mais-dificeis-de-pilotar-diz-engenheiro.htm>.
Acesso em: 15 de junho 2015.
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