Histórias de 1º de maio: Reginaldo Leme
Comentarista diz que após um período afastado, amizade
estava crescendo
Rafael Lopes, Leonardo Murgel e Alexander Grünwald
Rio
de Janeiro e São Paulo
01/05/09 - 12h24 - Atualizado em 01/05/09 -
12h24
globoesporte.globo.com
'70% era gente querendo se aproveitar dele'
O jornalista Reginaldo Leme
cobre a Fórmula 1 desde 1972. Quando Ayrton Senna chegou à Inglaterra, o
comentarista Rede Globo passou a acompanhar o desempenho do piloto e os dois
tornaram-se grandes amigos. Esta amizade foi abalada no fim da década de 80,
mas voltava a crescer nos anos anteriores ao acidente fatal do tricampeão.
"Naquele período eu
estava muito afastado do Ayrton. Embora a gente já tivesse voltado a conversar,
não era mais a mesma coisa. Mas eu tenho certeza de que iria ser. Um dia ele me
procurou em um autódromo e disse: ‘Vamos passar por cima de tudo’, e a partir
daí a amizade passou a crescer com muita força. Certamente sem aquela
proximidade que tinha antes, mas a amizade cresceu tanto, que acho que hoje o
Ayrton seria o meu grande amigo.
Só que eu me mantinha a
distância em autódromos, porque quando o Ayrton se tornou grande demais, ele
perdeu um pouco o pé do chão. Muita gente o cercava e o bajulava, e ele não
sabia mais quem era amigo ou quem estava ali querendo usá-lo. E 70% era gente
querendo se aproveitar. Tinha um cara da Benetton, chamado Regino Pilota, não
era da equipe, ele tinha umas lojas na África do Sul, acho que tinha negócios
no Brasil... esse então, não largava. Então eu procurava me manter distante.
Olha que coisa estranha. Em
Ímola, o autódromo tinha um paddock muito apertado, pois um rio passa
atrás (do paddock) e não tinha para onde crescer. Então foram fazendo várias
passarelas para tudo que é lado. Nós, jornalistas, circulávamos muito por uma
passarela que ia direto para a sala de imprensa.
Eu me lembro que na
quinta-feira, antes de começarem os treinos, eu estava passando nesta passarela
e vi o Ayrton lá embaixo no meio de um monte de gente. Eram todas pessoas que
eu conhecia. Eu olhei e pensei assim, juro por Deus: ‘Meu Deus do céu! Esse
cara (o Ayrton) tem que ter um astral muito grande, muito alto para não
acontecer nada com ele. Ele está cercado de pessoas muito negativas’."
FONTE PESQUISADA
LOPES, Rafael; MURGEL, Leonardo; GRÜNWALD, Alexander.
Histórias de 1º de maio: Reginaldo Leme. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/0,,MUL1105512-17078,00-HISTORIAS+DE+DE+MAIO+REGINALDO+LEME.html>.
Acesso em: 23 de junho 2015.
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