sábado, 4 de julho de 2015

Restaurante Favorito de Senna Agrada Jornalistas, Mas Não os Moradores

Restaurante Rice Bowl
Foto: Luis Fernando Ramos

Luis Fernando Ramos (Ico)
Blog do Ico - blogdoico.blogosfera.uol.com.br
04/07/2015 07:41

Todos os anos é a mesma tradição. Durante o final de semana do GP da Inglaterra, o restaurante chinês Rice Bowl, no centro da cidade de Towcester, recebe jornalistas do mundo todo que estão fazendo a cobertura da corrida em Silverstone.

O lugar possui uma aura especial entre os conhecedores, pois era aqui que o brasileiro Ayrton Senna costumava comer nas inúmeras vezes em que correu na pista inglesa. Sempre sentado à mesma mesa, no canto direito do salão principal. O lugar é bastante simples.


O fotografo freelance da Fórmula 1, o espanhol Miguel Liso, nascido no município de Manresa, localizado na província de Barcelona, esteve no restaurante em julho de 2014 e posou ao lado de um quadro de Ayrton Senna – com capacete, pendurado na entrada do local:
“Jantar no "Rice Bowl" perto de Silverstone. Era o restaurante favorito do "Ayrton Senna", quando ele vinha correr aqui”, postou em catalão o fotógrafo nas redes sociais. "Sopant al "Rice bowl" aprop de Silverstone. Era el restaurant preferit de "Ayrton Senna" quan venia aqui a corre" - Miguel Liso.

As alusões à Fórmula 1 não ficam apenas no cliente famoso. Quadros assinados por pilotos que correram na categoria estão espalhados pelas paredes. Especialmente dos anos 90: uma foto de Michael Schumacher em seus primeiros anos na Ferrari, peças publicitárias do alemão correndo na Benetton ou da dupla formada por Rubens Barrichello e Eddie Irvine na Jordan dividem espaço com uma decoração típica de um restaurante chinês um tanto datada – o restaurante abriu em 1975 e parece ter mudado muito pouco desde então.

De acordo com jornalistas que conviveram com o brasileiro na época, o prato que ele mais gostava era o pato laqueado, feito à moda da província de Sichuan. Uma porção completa custa hoje 30 libras (cerca de R$ 145,00) e pode tranquilamente ser dividida entre três pessoas. O prato é saboroso, mas certamente não o melhor restaurante chinês que eu já comi.

Curiosamente, entre os moradores de Towcester o Rice Bowl não é dos restaurantes mais populares. Muitos apontam que os preços são altos para os valores das porções. Outros reclamam da qualidade do serviço, por isso vários optam por fazer suas encomendam para viagem num balcão exclusivo para isso. O grupo de jornalistas brasileiros que come lá todo ano, porém, é sempre muito bem recebido pela proprietária Kim Ho. Talvez até pela própria história de Senna com o lugar.

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Silverstone, os fãs, o pato e o ídolo

terça, 16/06/09
por Rafael Lopes
Voando Baixo - globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo


Embora os chefões da categoria se esforcem para acabar com eles, ainda há templos da Fórmula 1. Silverstone é um deles. A “Casa do Automobilismo Britânico”, como se lê nos portais de entrada. Um autódromo construído numa antiga base aérea militar da Segunda Guerra Mundial. O tempo deixou como legado, além da história, uma série de melhorias a serem feitas. Mas templos podem ser reformados. Tradição não se compra ou vende.

Ao redor de Silverstone há uma série de cidadezinhas que, mais ou menos, têm a economia ligada às corridas. Northampton, Brackley, Towcester. Nesta última fica o Rice Bowl. A partir de agora, simplesmente “O Pato”.


O Pato é um restaurante chinês. Onde se bebe cerveja chinesa. E come-se o melhor pato laqueado do mundo. Afirmativa baseada em incursões próprias aos considerados melhores restaurantes típicos de Pequim e Xangai, as duas maiores cidades chinesas. Pois o pato anglo-chinês é melhor do que o original. Trata-se de um pato inteiro, desfiado, servido enrolado em panquecas com aipo e molho agridoce. Quando chega a semana do GP da Inglaterra, ir jantar n’O Pato torna-se programa tão oficial quanto se perder à procura do hotel no trajeto Aeroporto de Londres-um-vilarejo-qualquer-do-noroeste inglês.


O Pato foi frequentado por Ayrton Senna. E a partir daí os jornalistas brasileiros o descobriram. Michael Schumacher também passou por lá. Fotos autografadas de próprio punho pelo heptacampeão comprovam. Hoje, parece inimaginável aos atuais pilotos sentar-se às mesas apertadas e coloridas, dividir um rolinho primavera com algum dos demais comensais, desviar da estrada principal e experimentar a deliciosa culinária oriental made in Towcester.

Hamilton, o ídolo jogado para escanteio, e Button, o estereótipo do ÍDOLO britânico, jamais estiveram n’O Pato. E, muito provavelmente, jamais estarão. A partir de sexta-feira, o atual e o futuro campeão da Fórmula 1 – assim como todos nós -  começam a se despedir de Silverstone (nunca é bom afirmar que algo acabará na F-1 de Max e Bernie mas, a partir de 2010, o GP da Inglaterra está previsto para acontecer em Donington Park).


Button vai ganhar de novo? Será que vai chover? FIA e Fota vão chegar a um acordo? Silverstone vai mesmo sair do mapa? Diante de tantas dúvidas, fico com apenas uma: quem vai pagar “O Pato”?

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REFERÊNCIAS

RAMOS, Luís Fernando. Restaurante favorito de Senna agrada jornalistas, mas não os moradores. Disponível em: <http://blogdoico.blogosfera.uol.com.br/2015/07/04/restaurante-favorito-de-senna-agrada-jornalistas-mas-nao-os-moradores/>. Acesso em: 04 de julho 2015.

LOPES, Rafael. Silverstone, os fãs, o pato e o ídolo. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/2009/06/16/silverstone-os-fas-o-pato-e-o-idolo/>. Acesso em: 04 de julho 2015.


Disponível em: <https://twitter.com/miquelliso/status/490590542359965696>. Acesso em: 04 de julho 2015.


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