“Ele ia se consultar no
hospital que trabalhava, esperava a sua vez com outros juntos com outros
pacientes no serviço público de saúde. Nunca tentou se aproveitar do fato de
ser um famoso piloto de F1, conhecido em todo o mundo. Numa dessas
ocasiões, a minha secretária dirigiu-se à sala de espera e disse que o próximo
doente era a Senhora Pantel, uma idosa senhora indiana, que sofria de
paralisia das pernas e estava presa a uma cadeira de
rodas. Senna levantou-se rapidamente, dando um salto, e perguntou: “Posso
empurrar a sua cadeira?” e empurrou a cadeira de rodas até ao meu consultório.
Cumprimentou-me: “Bom dia, Professor,” e eu respondi: “Bom dia, Senhor Senna.”
Depois, regressou à sala e sentou-se calmamente, à espera da sua vez. Um
comportamento bastante diferente do de outro piloto, cujo nome não vou
divulgar, que me procurou após um acidente sem importância, para que eu o
examinasse e lhe desse autorização para voltar às pistas. Trouxe consigo o seu
manager, um relações públicas, um fisioterapeuta e uma equipe da BBC! Quando
passei a autorização a este jovem (Com certeza ele está falando de Michael
Schumacher), ele virou-se para mim e perguntou-me se podia usar meu gabinete
para uma conferencia de imprensa. Não posso repetir aqui as duas palavras com que
o mandei embora.”
A partir daí, Senna eu tornamo-nos cada vez mais amigos. Admirava a sua humildade, o seu humor e a sua bondade – não nas pistas, mas fora delas. Considerava-o uma pessoa muito sincera. Era sempre uma das primeiras pessoas a telefonar se havia alguém que adoecia ou ficava ferido e perguntava se podia ajudar.
A partir daí, Senna eu tornamo-nos cada vez mais amigos. Admirava a sua humildade, o seu humor e a sua bondade – não nas pistas, mas fora delas. Considerava-o uma pessoa muito sincera. Era sempre uma das primeiras pessoas a telefonar se havia alguém que adoecia ou ficava ferido e perguntava se podia ajudar.
“Era uma pessoa muito caridosa,” continua Watkins, “e entregava o seu dinheiro a causas muito meritórias. A mais recente, baseada numa sugestão minha, gerou fundos suficientes para criar um serviço médico para as crianças do Rio Amazonas e seus afluentes no Estado do Acre, com barcos, médicos e enfermeiros que trabalham nas aldeias. Com a sua ajuda, obtivemos 500 mil de dólares anuais durante 5 anos, o que é muito significativo para quem não fez nenhum tipo de divulgação. Mas Ayrton nunca quis que fizessem qualquer publicidade em torno desses gestos.”
Depoimento retirado do livro "Recordando Ayrton Senna" de Alan Henry
FONTE PESQUISADA
HENRY, Alan.
Remembering Ayrton Senna. 1º Edição. Grã Bretanha: The Orion Publishing Group,
1994.
HENRY, Alan.
Recordando Ayrton Senna. Tradução Francisco Santos. São Paulo:
EDIPROMO, 1994.
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