sábado, 2 de março de 2013

» Prost: “A morte de Senna decretou o meu fim na Fórmula 1”





Rivais históricos, Ayrton Senna e Alain Prost foram companheiros de equipe, na McLaren, em 1988 e 1989...

Responsáveis por uma das maiores rivalidades da história da Fórmula 1, Alain Prost e Ayrton Senna ainda conseguem reanimar o clima de disputa entre eles, mesmo após a aposentadoria do francês e a morte do brasileiro. Recentemente, março de 2010, o tetracampeão mundial Alain Prost afirmou que a morte do ídolo brasileiro decretou sua aposentadoria da categoria máxima do automobilismo.

“Ayrton e eu temos um vínculo. Sua morte foi o final da minha história com a Fórmula 1. Ninguém pode falar de Ayrton sem mencionar meu nome, e ninguém pode falar de mim sem mencionar o dele. Sua morte foi o final da minha história com a Fórmula 1”, afirmou Alain Prost, numa entrevista ao jornal espanhol “El País”.

Após uma breve parceria como companheiros de equipe pela McLaren em 1988, a rivalidade entre os dois pilotos aumentou exponencialmente nos anos seguintes. Superior à Senna em número de títulos mundiais - Prost é tetracampeão, enquanto o brasileiro é tri - Prost revelou ter se aproximado de Senna cerca de três meses antes da tragédia, depois de um bom tempo de discussões e exaltações da rivalidade que assolou a Fórmula 1 durante a metade final da década de 1980 e o início da 1990.

“Ele nunca tinha me ligado, mas nas últimas semanas tinha feito isso várias vezes. Estava preocupado. Achava que a Benetton, de Michael Schumacher, tinha implantado recursos eletrônicos no carro e queria que eu entrasse para a Comissão de Segurança,” contou o francês, relembrando uma das regras da época.

Prost revelou que Senna mostrava-se desconfortável com o carro da Willians, com o qual faleceu no GP de Ímola, em San Marino, na temporada de 1994. O antigo rival do brasileiro, na época já aposentado das pistas de Fórmula 1, relembrou o encontro com o brasileiro momentos antes da largada na última corrida do tricampeão mundial.

“Lembro que, antes da corrida, ele veio às cabines de televisão para falar comigo, o que não era algo habitual e, por isso mesmo, todos que estavam ali ficaram calados. Nesses momentos, o piloto só pensa em se concentrar, mas ele veio e se sentou ao meu lado. O mais surpreendente é que não queria falar de nada muito importante,” revelou.

“Depois de comer, pouco antes da largada, fui aos boxes da Williams e conversamos por uns dois minutos antes dele entrar no carro. Esta foi a última vez que o vi vivo,” lamentou.


» Schumacher: “Levei duas semanas para aceitar que Senna tinho morrido”


Outro piloto que recorda de seu convívio com Senna é o alemão Michael Schumacher, que na época da morte de Ayrton, já se destacava como um piloto de um futuro muito promissor.

“O pior aconteceu duas semanas depois, quando eu aceitei que ele havia morrido”, diz o heptacampeão Michael Schumacher, que diz não conseguir se lembrar de uma vitória que deixou um grande vazio inteiror como a daquele dia em Imola.

“Nós tínhamos visto muitos acidentes como esse ou ainda pior. Pensei que Ayrton poderia ter quebrado uma perna ou um braço, mas que tudo continuaria igual. Foi depois do pódio, quando Pasquale Lattuneddu, que era o braço direito de Bernie Ecclestone, veio e nos disse que ele estava em coma. Não sabia o que pensar. Eu não conseguia imaginar que ele poderia morrer. Na melhor das hipóteses, ela perderia uma ou duas corridas e só isso.”

“Mas o pior veio duas semanas depois, em Mônaco, quando eu tive que aceitar que, de fato, havia morrido. Foi uma loucura.”



» Jô Ramirez: “Ele saiu porque nosso carro não estava a altura dele”


Outro que lembra com carinho dos momentos com Ayrton foi Joaquín Ramirez, que esteve na McLaren junto com o brasileiro.

“Para a McLaren, foi como perder um filho.” disse Jo Ramirez, que em 1994 era o coordenador da McLaren, onde Senna conquistou seus três campeonatos mundiais (1988, 1990 e 1991).

“Ele saiu porque nosso carro não estava a altura dele e por isso nós nos sentimos um pouco responsáveis por sua morte, por não ter sido capaz de evitar. Naquele fim de semana, Ayrton me pediu um favor: Ele tinha o seu avião no aeroporto de Forli e queria alugar um helicóptero para levá-lo lá depois da corrida. Estava a apenas três corridas na Williams e ainda não estava confiante o suficiente para pedir ninguém da lá. Ele disse que o tratamento da equipe era muito frio com ele.”

“Fiz o que ele me pediu, mas infelizmente nunca chegou a tomar este helicóptero.”

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