sábado, 15 de março de 2014

GP da África do Sul: Kyalami, 14 de março de 1993

GP de Nº 145 de sua vitoriosa carreira


Ayrton Senna no GP da África do Sul


Estavam de volta os duelos entre Ayrton Senna e Alain Prost. Dessa vez, o Frances pilotava o competitivo Williams-Renault FW15C e foi logo estreando com pole position, volta mais rápida e vitória. Senna, segundo no grid, liderou por 23 voltas, mas problemas de câmbio não lhe permitiam sustentar a posição após o pit stop de pneus. E ele experimentou o gosto amargo de correr atrás. Os Williams-Renault eram fenomenais e os Benetton-Ford-Zetec estavam em franca ascensão. O brasileiro sentiu logo que 1993 seria um ano duro, de muita batalha. Bom, consolou-se, pelo menos estava à frente das Ferrari. Uma máquina linda, que prometia vir para a briga do título, mas na sua análise ainda estava longe de atingir essa meta. Olhou Gerhard Berger descendo para a curva Crowthorne com a Ferrari e lembrou-se da primeira visão que teve de um Fórmula 1.

“Eu treinava de kart três vezes por semana em Interlagos. Num dos dias de treinos do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, de 1978, percebi um ronco diferente de tudo o que já tinha ouvido em matéria de motor. Trepei no muro que divide as pistas do autódromo do kartódromo e não acreditei no que via. Uma Ferrari, vermelha, robusta, engolindo o retão de Interlagos numa velocidade absurda. Depois soube que era Guilles Villeneuve quem acelerava aquele monstro, que fazia a gente estremecer com o ronco do motor 12 cilindros. Para quem só tinha visto Ferrari em fotografia, aquele instante foi mágico. Porém, a Fórmula 1 ainda parecia uma fantasia, coisa irreal. Uma miragem que eu via de cima do muro, beliscando-me para crer que não era ficção. Eu nem sequer sonhava pilotar um bólido daqueles.”

O segundo tempo na classificação em Kyalami, competindo com um motor Ford HB, menos potente que o Renault V10 e dirigindo um carro pouco testado, até que foi muito bom.

Michael Schumcher surgia como uma nova força na F1. Foi o terceiro na largada, passou Alain Prost e foi brigar com Senna pela liderança. Já era voador, mas ainda um tanto afoito, e rodou na 39ª volta, demonstrando que tinha mais giros na cabeça do que no motor.

O GP da África também marcou duas boas novas para o Brasil. Christian Fittipaldi (Minardi-Ford) fez um bom quarto lugar, e Rubens Barrichello (Jordan-Hart) estreava na Fórmula 1. Rubinho largou na 14ª posição e parou na 31ª das 72 voltas, com o câmbio avariado, quando era o oitavo.

Fonte: Livro Uma estrela chamada Ayrton Senna de Lemyr Martins


+ FOTOS DE SENNA NA AFRICA DO SUL 1993:









FONTE PESQUISADA

MARTINS, Lemyr. Uma estrela chamada Ayrton Senna. São Paulo: Editora Panda, 2001.



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