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30.04.2014 - 18h37 |
Atualizado em 02.05.2014 - 12h01
Senna conquista sua primeira vitória na Fórmula em Estoril,
Portugal (Angelo Orsi/Instituto Senna)
As mudanças de segurança após
o trágico GP de Ímola de 1994 fizeram com que alguns pilotos sobrevivessem a
graves acidentes em corridas e treinos de Fórmula 1. E, para especialistas em
automobilismo, Ayrton Senna também teria escapado com vida se o acidente do
fatídico dia 1º de maio acontecesse, por exemplo, em 2014.
Os principais fatores que
causaram a morte de Senna foram a violência da batida em uma parte da pista sem
proteção de pneus e a falta da proteção à cabeça do piloto. De acordo com a
perícia do acidente, a morte se deu após o choque da barra da suspensão
dianteira do carro que, após atravessar a viseira do capacete, acertou a cabeça
de Senna.
O comentarista Flávio Gomes acredita que Senna sobreviveria
ao acidente se ele acontecesse em 2014 (Flávio Gomes/Divulgação)
Flávio Gomes, comentarista de
Fórmula 1 do canal de TV Fox Sports, diz ter certeza que mudanças como a maior
resistência no capacete, o aumento da lateral do cockpit (parte em que o piloto
está localizado), o reforço da conexão das suspensões ao carro e a mudança nas
pistas garantiriam a sobrevivência de Senna se o acidente ocorresse com o carro
atual da categoria.
“Um acidente igualzinho
aquele do Senna não resultaria na morte do piloto. A proteção no pescoço é
muito maior por causa do HANS (sistema de apoio à cabeça e ao pescoço). Os
capacetes são mais resistentes. A dinâmica do acidente não ocorreria hoje. As
pistas hoje são mais seguras. Aquele tipo de curva sem nenhum tipo de proteção
no muro não existe mais. Então, hoje, 20 anos depois, aquele acidente não seria
fatal”, explica.
Confira na íntegra a
entrevista de Flávio Gomes ao Portal EBC
O atual diretor de marketing da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) e ex-piloto de Stock Car, Paulo Gomes, reforça a ideia de que Senna teria saído vivo do acidente. “Hoje um acidente desses não seria fatal. Só em termos de desenvolvimento de capacete, ele já não teria falecido. Se ele tivesse o capacete de três anos depois do acidente, teria sobrevivido”, aponta.
O atual diretor de marketing da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) e ex-piloto de Stock Car, Paulo Gomes, reforça a ideia de que Senna teria saído vivo do acidente. “Hoje um acidente desses não seria fatal. Só em termos de desenvolvimento de capacete, ele já não teria falecido. Se ele tivesse o capacete de três anos depois do acidente, teria sobrevivido”, aponta.
Fábio Seixas acredita que os carros estão mais seguros na
Fórmula 1 (Fábio Seixas/Divulgação)
Fábio Seixas, que cobre
Fórmula 1 desde 1995, é mais cuidadoso em relação a um parecer sobre o acidente
de Senna. Para ele, seria difícil precisar se ele sobreviveria mesmo na Fórmula
1 de hoje por se tratar de um caso muito peculiar. “O acidente do Senna foi uma
fatalidade muito grande. Uma barra de suspensão quebrou e acertou a cabeça
dele. Qualquer piloto hoje em dia estaria sujeito a essa fatalidade”, aponta.
Seixas, porém, levanta que
outros acidentes gravíssimos aconteceram após 1994 e o fato de os pilotos terem
sobrevivido provam que a Fórmula 1 está mais segura. “Vários pilotos que se
acidentaram gravemente foram poupados por causa das mudanças na Fórmula 1. O
Robert Kubica, por exemplo, sofreu um acidente no Canadá que se o teste de
resistência (crash test) não fosse tão rigoroso, teria morrido. O Schumacher
teve um acidente na Inglaterra em 1999 em que a vida dele poderia ter ficado
sob risco. Ele só quebrou as pernas”, diz.
Confira na íntegra a
entrevista de Fábio Seixas ao Portal EBC
Para jornalistas, categoria
tinha falsa sensação de segurança em 1994
Tanto Seixas como Flávio
concordam no ponto que um dos motivos da morte de Senna e de Roland
Ratzenberger (que morreu no mesmo fim de semana em Ímola) foi o excesso de
confiança que se tinha nos dispositivos de segurança da Fórmula 1 na época.
Motivados pelos 12 anos sem
mortes em corridas (a última vítima fatal havia sido Gilles Villeneuve, em
1982) e oito anos sem mortes em pistas (a última havia sido de Elio de Angelis,
em 1986), os dirigentes da FIA (Federação Internacional de Automobilismo)
resolveram mudar as regras para equilibrar a categoria no início da temporada
de 1994.
“A Fórmula 1 estava se
achando segura demais quando, na verdade, os carros eram frágeis. Além disso,
houve uma mudança muito radical no regulamento de 1993 para 1994, que deixou os
carros muito complicados de serem pilotados. A junção de uma coisa com outra
explica o final de semana tão trágico em Ímola”, diz Fábio Seixas.
Flávio Gomes acredita que a
segurança não estava conseguindo acompanhar a velocidade dos carros. “No final
da década de 1980, os carros aumentaram demais em velocidade. Também vimos
muitos acidentes em que os pilotos saíram ilesos. Isso aconteceu mais por sorte
do que por uma real segurança dos carros”, afirma.
Seixas ressalta que o
acidente de Senna serviu para criar consciência na categoria. “O acidente do Ratzenberger
já seria suficiente para fazer a F-1 rever toda a segurança. Mas é claro que o
Senna potencializou isso”, diz Seixas.
O jornalista do canal Sportv
aponta que a Fórmula 1 começou inclusive a negar a sua natureza no momento em
que começou até a frear o desenvolvimento dos carros em prol da segurança:
“Antes era uma categoria em que o objetivo era ver quem era o mais rápido, mas
aí começou a perceber que estava indo rápido demais e a segurança não estava
acompanhando”.
Senna comemora a conquista do bicampeonato, em 1990
Foto: Monthy Shader
Senna comemora vitória em Interlagos
Foto: Norio Koike
Senna conquista seu primeiro título, em 1988
Foto: Argelo Orsi
Ayrton Senna, Alain Prost e Thierry Boutsen no pódio do GP
do Canadá de 1988
Foto: Documentário Senna
Senna celebra o seu primeiro título,conquistado em 1988
Foto: Argelo Orsi
Senna desfila com a McLaren pelas ruas de Mônaco
Senna conquista sua primeira vitória na Fórmula em Estoril,
Portugal
Foto: Argelo Orsi
FONTE PESQUISADA
MATSUKI, Edgard. Acidente de Ayrton Senna
não seria fatal na F-1 de hoje, dizem especialistas. Disponível em: <http://www.ebc.com.br/esportes/2014/05/acidente-de-ayrton-senna-nao-seria-fatal-na-f-1-de-hoje-dizem-especialistas>.
Acesso em: 07 de janeiro 2015.
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