Revista Manchete - 19 de novembro de 1994
No cemitério do Morumbi, em São Paulo, uma semana após o dia dos finados, Adriane Galisteu encontrou faixa, flores, e objetos deixados pelos fãs em homenagem a Ayrton Senna
No dia primeiro de maio
deste ano, um acidente na curva Tamburello, no circuito de Imola,
pôs fim ao sonho e ficou devendo ao conto de fadas um final feliz. Desde
então, para Adriane, a vida tornou-se um pesadelo: “Às vezes penso que estou
dormindo e vou acordar. Custo a me convencer de que Ayrton nunca mais estará ao
meu lado...”
Com a morte de Senna, a vida
de Adriane, mais uma vez, transformou-se de uma hora para outra. “Meus valores,
meus ideais, tudo mudou. Preservo apenas a minha personalidade. Tenho altos e
baixos. Não sei de onde tiro forças para manter-me viva. Graças a meus
amigos, à minha família e a Deus, começo e a sentir-me melhor. Mas é difícil.
Não consigo deixar de pensar em Ayrton. Sinto-me vulnerável e triste.
De todas as manifestações de
solidariedade, é a correspondência dos fãs do piloto a que mais conforto traz.
“Estas cartas são fantásticas. Me dão forças para seguir em frente. Vêm de
todos os lados, de todos os países. As pessoas não imaginam o quanto eu gosto
de receber estas cartas e como faz bem poder relê-las. Me escrevem sobre Ayrton
com tanto carinho... O apoio do empresário Antônio Carlos de Almeida Braga e de
sua mulher, ‘verdadeiros amigos’, também tem sido fundamental.” Sem trabalhar
desde que começou a namorar Senna, foi na casa deles em Sintra , Portugal,
que Adriane se hospedou desde que perdeu o noivo.
FONTE PESQUISADA
Adriane Galisteu: Encontro marcado com a
saudade. Manchete, Rio de Janeiro, ano 43, nº 2224, p. 4 – 7, 19 de novembro
1994.
Nenhum comentário:
Postar um comentário