quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Ayrton Senna Destruiu Carreira de Piloto Britânico

Ayrton Senna Queria um Brasileiro Como Companheiro de Equipe

Ayrton Senna queria levar o amigo Maurício Gugelmin para a Lotus

Por Luiz Andreoli
Blog do Andreoli - andreoli.blogosfera.uol.com.br
17/07/2015 06:00

Ayrton Senna indica Gugelmin pra Lotus

Ayrton Senna se tornou a voz poderosa da equipe Lotus. Tinha privilégios de primeiro piloto e pediu ao chefe da equipe um companheiro brasileiro. O catarinense Maurício Gugelmin. Mesmo com a sua força na Lotus, ele não conseguiu que o seu compatriota guiasse um Fórmula Um naquela temporada, coisa que Gugelmin só conseguiu em 88.

O substituto do italiano De Angelis, na Lotus, acabou sendo o escocês Johnny Dumfries, por ter aceitado as regras ditadas por Senna no time inglês.


Ayrton Senna e Johnny Dumfries companheiros na equipe Lotus em 1986

rton Senna e Johnny Dumfries companheiros na equipe Lotus em 1986

Vale a pena dar uma olhada nesse vídeo, numa semana de Fórmula Um e ainda matar as saudades do nosso campeão.

A reportagem é do meu companheiro Reginaldo Leme.



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A equipe havia escolhido Derek Warwick, um jovem promissor piloto inglês. Senna vetou-o, apesar de não temê-lo nas pistas e o novato aceitasse a condição de segundo piloto. O contrato para Derek já estava pronto, mas quando estava para assiná-lo, ele foi chamado a Lótus, e devido a negativa de Senna foi avisado que o contrato seria cancelado. Senna sugeriu o Gugelmin, a Lotus contratou Johnny Dumfries.



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O Veto


Derek Warwick foi vetado na Lotus por Ayrton Senna

Por Ernesto Rodrigues
GP Total – Colunistas Convidados - gptotal.com.br/2005/Convidados/Ernesto
02.05.2005

Em tempos como os atuais da Fórmula 1 - pistas vazias, buscas desesperadas de patrocínio e carreiras redesenhadas para sempre - nada como lembrar o estilo de Ayrton Senna na hora de se acertar com os chefes de equipe.

Abaixo um episódio de um momento decisivo na vida de Senna e também de Derek Warwick.

Por muito pouco, a dupla de pilotos da Lotus de 1985 não foi desfeita em meio a uma pancadaria, nos boxes de Kyalami. Elio De Angelis, irritado com uma manobra de Ayrton na pista, partira para cima dele, chegando a aplicar um empurrão. Senna não quis briga. Deixou Elio esbravejando e foi para o outro canto do boxe com um olhar e gestos que, na lembrança de Chris Dinnage, eram o retrato do enfado. Ayrton e todos em volta tinham outras preocupações. De Angelis, o italiano gente fina, era passado. A pergunta era quem iria substituí-lo.

Mais uma vez a imprensa inglesa queria um piloto britânico na Lotus. E mais uma vez Peter Warr foi em busca desse piloto. Para ele, Derek Warwick era uma ótima escolha para a temporada de 1986, por ser querido pela mídia e por não se opor à condição de segundo piloto. Feito o acordo com Derek, perto do Natal, Peter ligou para dar a notícia para Senna.

- Ayrton, temos a solução perfeita para o segundo carro. Warwick é experiente, uma ótima pessoa e não se importa com a condição de segundo piloto.

Do outro lado da linha, um tom de voz preocupante.

- Não estou muito satisfeito, Peter. Vou pensar no assunto e a gente conversa depois.

Cinco dias depois, a decisão de Senna:

- Não quero o Warwick na equipe, Peter.

- Mas como, Ayrton? Eu já assinei com ele.

- Não quero, Peter.

Para Warr e outros que acompanharam a negociação, Ayrton temia Warwick por sua grande capacidade de fazer amigos, não exatamente pelo que ele viesse a fazer na pista. Bob Dance, o chefe dos mecânicos, sabia que nada mudaria a decisão de Senna: “Senna simplesmente não se importava. Tinha um objetivo a seguir e era isso que interessava, ponto”.

Gerard Ducarouge nem se preocupou com o assunto: “Eu não tinha a menor dúvida de quem ia conseguir os melhores resultados possíveis para a Lotus era Ayrton Senna”.

O dia 22 de dezembro foi um dos piores momentos da vida profissional de Peter Warr. Chamado à sede da Lotus, Warwick entrou no Castelo de Ketteringham pensando que ia assinar o contrato para dividir as Lotus-Renault com Senna. Encontrou um clima de constrangimento e uma explicação curta e grossa:

- Derek, sinto muito, não haverá contrato. Senna não quer você na equipe. Falou com o patrocinador no Brasil e nós não temos outra saída.

Warwick ficou devastado com a notícia. Não estava apenas perdendo o lugar na Lotus. Estava perdendo o lugar na Fórmula 1. Mais indignação que ele sentiriam a imprensa inglesa e a mulher. Sem tempo para negociar com outra equipe, ele assinou com a Jaguar para disputar o Mundial de Marcas, mas acabou voltando à Fórmula 1. Um retorno amargo, substituindo, na equipe Brabham, o mesmo Elio De Angelis, que morreria num treino no circuito francês de Paul Ricard.

Eleito imediatamente inimigo dos ingleses pela imprensa, Senna deu dezenas de entrevistas dizendo que o veto não era uma restrição pessoal a Warwick, mas uma medida necessária para evitar futuros problemas internos na Lotus. Não adiantou. Arrogante foi o adjetivo mais encostado ao seu nome nas manchetes. Com o tempo, o próprio Warwick deu razão a Senna. A Lotus, Derek sabia, não era capaz de atender aos dois pilotos. De um lado, o fenômeno Senna, de outro, um inglês no pico da carreira, queridíssimo de todos no paddock e na imprensa. Seria crise na certa.

Ayrton sabia que, além de ter a verba da Souza Cruz, fora uma peça chave na renovação dos contratos que mantiveram na Lotus os motores Renault, o combustível da Elf e os pneus Goodyear. E chegou a insinuar que o amigo Maurício Gugelmin, então disputando a Fórmula 3, seria a melhor opção para o segundo carro. Poderoso, sim, mas não absoluto: prevaleceu o indicado da Imperial Tobacco, John Colom Crichton-Stuart, Conde de Dumfries e filho do sexto Marquês de Bute. De acordo com Clive Chapman, Dumfries ficou muito feliz só de estar na Lotus: “Dumfries deu à equipe uma certa leveza que compensou a intensidade de Senna”.

Ainda naquele Natal, Derek Warwick foi surpreendido com um cartão inesperado. O remetente lhe desejava um feliz 1986 e “tudo de bom” na temporada. Era Ayrton. Derek rasgou o cartão com raiva, certo de que ele fora uma indesculpável gafe dos responsáveis pelo trabalho de relações públicas de Senna.

Nos anos seguintes, Derek receberia de Senna, na pista, uma generosidade que não existia para outros pilotos. Em algumas ocasiões, Ayrton tentou até ajudá-lo a tirar o máximo de seus carros, sempre pouco competitivos. Em Monza, num treino de classificação, Senna terminava uma de suas voltas voadoras e, na entrada da curva Parabolica, que antecede à longa reta de chegada, ao ultrapassar Warwick, naquele momento iniciando a sua volta rápida, resolveu continuar acelerando forte a McLaren para puxá-lo com o vácuo. Uma camaradagem a 300 quilômetros por hora, sem palavras, acenos ou conversas posteriores no boxe. Alguns décimos de segundo para diminuir um pouco a distância entre o campeão e o piloto bom caráter que tivera o azar de cruzar o seu caminho.

Um outro cartão de Ayrton chegou à casa de Warwick em 1989. E este certamente não era uma gafe de relações públicas. Eram pêsames pela morte trágica de Paul, irmão mais novo de Derek, num acidente da Fórmula 3000, no circuito de Oulton Park. Senna foi o único piloto da Fórmula 1 que mandou pêsames. Warwick nunca esqueceria o gesto.


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Trecho retirado do livro "Ayrton, o herói revelado"


Depois do enterro [de Ayrton], os pilotos e chefes de equipe da Fórmula 1 fizeram fila para cumprimentar a família. Derek Warwick já estava emocionado quando ficou de frente para a mãe de Ayrton:

- Sou Derek Warwick.

Neyde pôs as mãos carinhosamente no peito dele, como se quisesse acabar logo com as cerimônias e disse:

- Eu sei quem você é. Ayrton falava muito de você. Você era muito, muito especial para ele.

A dificuldade do idioma impediu que a conversa continuasse. Para Neyde, Warwick se tornara uma pessoa especial para o filho por uma razão surpreendentemente simples. Derek fora o único piloto que desejara uma boa estréia para Ayrton na Fórmula 1, em sua primeira corrida pela Toleman, em 1984. Logo o Warwick, que seria vetado por Senna para dividir com ele os carros da Lotus em 1986.

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Vetado por Senna na Lotus há 30 anos, Warwick lamenta: “Aquela decisão estagnou minha carreira”





Grande Prêmio - grandepremio.uol.com.br
14/02/2016 14:12

Vetado por Senna na Lotus há 30 anos, Warwick lamenta: “Aquela decisão estagnou minha carreira”
Envolvido em um dos episódios mais polêmicos da carreira de Ayrton Senna na F1, Derek Warwick defendeu a Renault entre 1984 e 1985 antes de ter a chance da sua vida no ano seguinte. Contudo, mesmo tendo assinado com a Lotus, um dos grandes times da época, o britânico foi vetado por pressão de Senna: “Ele decidiu que era uma ameaça e trabalhou para romper meu contrato”

WARM UP
Redação GP, de Sumaré

Recentemente, Jolyon Palmer foi confirmado como titular da Renault para a temporada 2016 da F1. Assim, o jovem piloto chega para ser o terceiro britânico da história do time francês. O último a defender as cores da marca diamante foi Jenson Button, em 2002. Antes, Derek Warwick foi piloto da Renault no fim do primeiro ciclo da escuderia no Mundial, entre 1984 e 1985. Sobretudo em 1984, Warwick conquistou seus melhores resultados, faturando quatro pódios. O que chamou a atenção da Lotus, que contava com os motores Renault e que acabou por assinar contrato com o piloto para 1986. Mas Warwick não chegou a pilotar para o time britânico. Tudo por conta de um veto de Ayrton Senna há 30 anos.

O episódio, um dos mais polêmicos da carreira de Senna na F1, foi relembrado por Warwick em uma coluna escrita pelo piloto à revista britânica ‘Autosport’.

“Assinei com a Lotus no fim de 1985 para 1986 para pilotar junto a Senna e nos mesmos termos. Senna decidiu que eu era uma ameaça e trabalhou com os patrocinadores para romper meu contrato. Cheguei à Lotus e me disseram que não iam assinar sua parte no contrato e que Senna tinha pressionado os patrocinadores, de modo que não podiam ir contra isso”, escreveu.

Warwick foi vetado por Senna na Lotus há 30 anos (Foto: Derek Warwick/Facebook)
“De modo que fiquei sem um cockpit porque nesse momento todos estavam ocupados. Para ser sincero, quando olho para trás me dou conta de que a decisão de Senna e da Lotus estagnou minha carreira”, lamentou.

“Nunca me recuperei realmente em termos de voltar a estar em uma equipe de ponta. Ainda que a Arrows em 1989 tenha sido brilhante e definitivamente tenhamos lutado acima das nossas possibilidades. Houve definitivamente chances de vencer, mas o pit-stop no Brasil e a quebra de motor no Canadá acabaram com elas”, acrescentou o ex-piloto Warwick.

O piloto disputou 146 GPs em 11 temporadas na F1. Entre 1981 e 1983, foi piloto da Toleman, aquela que viria a ser a primeira equipe de Senna na F1, no ano seguinte. Warwick viveu seu grande momento na carreira na Renault, em 1984, quando faturou quatro pódios, ficou muito perto de vencer o GP do Brasil — abandonando quando restavam 11 voltas para o fim — e terminou em sétimo lugar.

Depois de uma temporada de altos e baixos em 1985, o britânico, depois de ver sua transferência frustrada para a Lotus, conseguiu um lugar na Brabham e disputou dez GPs naquele ano, mas a equipe já estava a entrar em decadência.

Em 1990, finalmente chegou à Lotus para disputar a temporada, mas a tradicional equipe estava em um momento dos mais difíceis naquele começo de década, de modo que Warwick somou apenas três pontos em 16 GPS. Sua carreira na F1 se encerrou como piloto da Footwork, em 1993. Mas sua maior glória foi no endurance: como piloto da Peugeot, Warwick venceu as 24 Horas de Le Mans de 1992 ao lado de Mark Blundell e Yannick Dalmas.


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Deixando claro que a Fórmula 1 não é um esporte para bonzinhos. Senna teve uma atitude de sobrevivência. Era ele ou o Derek. Dentro das pistas não foi apenas duro com seus adversários, ele teve muitos momentos de solidariedade, bondade e respeito, como na vez que arriscando sua própria vida, salvou a vida do piloto francês Erik Comas. 


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FONTE PESQUISADA

ANDREOLI, Luiz. Ayrton Senna queria um brasileiro como companheiro de equipe. Disponível em: <http://andreoli.blogosfera.uol.com.br/2015/07/17/ayrton-senna-queria-um-brasileiro-como-companheiro-de-equipe/>. Acesso em: 17 de julho 2015.


RODRIGUES, Ernesto. O Veto. Disponível em: <http://www.gptotal.com.br/2005/Convidados/Ernesto/20050202.asp>. Acesso em: 17 de julho 2015.


RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004.


GRANDE PRÊMIO - Vetado por Senna na Lotus há 30 anos, Warwick lamenta: “Aquela decisão estagnou minha carreira”. Disponível em: <http://grandepremio.uol.com.br/f1/noticias/vetado-por-senna-na-lotus-ha-30-anos-warwick-lamenta-aquela-decisao-estagnou-minha-carreira>. Acesso em: 05 de outubro 2017.




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