Companheiro do tricampeão na
McLaren, ex-piloto austríaco afirma que Fórmula 1
atual é para "moças". Inglês relembra "boicote" do brasileiro na Lotus em 1986
atual é para "moças". Inglês relembra "boicote" do brasileiro na Lotus em 1986
11/09/2015 14h27 -
Atualizado em 11/09/2015 14h33
Por SporTV.comRio de Janeiro
Neste sábado, o Canal Brasil estreia
o documentário "Ayrton - Retratos e Memórias", sobre o tricampeão
mundial de Fórmula 1 Ayrton Senna,
morto após acidente em 1994, no GP de San Marino, em Ímola. Em um dos
depoimentos, o austríaco Gerhard Berger rende homenagens ao brasileiro, seu
companheiro na McLaren entre
1990 e 1992. O ex-piloto afirma que, naquela época, os carros eram mais
potentes e havia mais dificuldade. E Senna era o melhor.
- As pessoas que conhecem o
esporte hoje não conseguem entender o que era um motor de 1.200 cavalos. Com
pneus de treino, sem áreas de escape, em curvas de alta, de lado, indo embora,
o que ele fazia melhor que todos nós. Era um carro para homem. Agora são carros
para moças. Em carros para homens, com toda aquela potência, rodas grandes, sem
câmbio automático, sem apoio de computador. Eram da pesada - disse o austríaco.
Ayrton Senna, na Lotus, venceu o GP de Portugal em 1985: sua
primeira vitória na F-1 (Foto: Reprodução)
Berger lembra que, quando
Senna ainda estava na Lotus,
entre 1985 e 1987, conseguia ser o mais rápido nos treinos, mesmo com um carro
inferior. Ayrton largou em primeiro lugar 16 vezes na equipe inglesa, somando
as três temporadas.
- Se você disser "Ayrton
Senna" para mim, o que vem à minha mente, além do amigo, é sua velocidade
natural, suas voltas de classificação na Lotus, um dia depois do outro, uma
semana depois da outra, sempre pole position. E não com um carro pole position.
Ele é que levava o carro à pole position. Ele fazia o tempo todo, no último segundo
do treino oficial, com grande força mental, num jeito inacreditável.
Foi na Lotus, em 1985, que
Ayrton Senna conseguiu sua primeira vitória na Fórmula 1, no GP de Portugal. No
fim daquela temporada, acabou na quarta posição do Mundial. A equipe decidiu
trocar o italiano Elio de Angelis pelo inglês Derek Warwick. Mas o brasileiro
vetou a presença do britânico na equipe.
- Foi uma momento difícil
para mim. Assinei um contrato com a Lotus, para ter tratamento igual ao de
Ayrton em 1986. Nós revezaríamos o carro reserva. Eu já tinha escolhido meus
mecânicos, engenheiros, tudo. Então, recebi um telefonema em dezembro, para ir
à fábrica. Achei que era para assinar contrato e receber meu primeiro
pagamento. Mas senti que o clima estava diferente e me disseram que,
infelizmente, não poderiam fechar comigo. Disseram que Ayrton não me queria
como companheiro de equipe. Ele sabia que a equipe não tinha dinheiro,
capacidade, mecânicos, engenheiros, para se concentrar em dois pilotos. Então
aconteceu algo muito estranho. Recebi uma carta de Ayrton, me desejando tudo de
bom para 86 - relembrou Warwick.
Derek Warwick seria o piloto da Lotus em 1986, mas foi
vetado por Ayrton Senna (Foto: Getty Images)
FONTE PESQUISADA
F-1 tinha carros para homens, e Senna era
"melhor que todos nós", diz Berger. Disponível em: <http://sportv.globo.com/site/programas/redacao-sportv/noticia/2015/09/f-1-tinha-carros-para-homens-e-senna-era-melhor-que-todos-nos-diz-berger.html>.
Acesso em: 12 de setembro 2015.
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