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Como conquistar a imortalidade? Gravando na memória de milhões de adeptos pelo mundo inteiro alguns momentos inesquecíveis em pista, onde Ayrton Senna conquistou um estatuto único. A forte personalidade, a propensão mística e as polémicas com Prost ou Piquet construíram também uma aura que não se apagou no dia 1 de Maio de 1994. Muitos outros seriam possíveis, mas escolhemos os momentos e os acontecimentos que guindaram Ayrton Senna da Silva ao Olimpo do desporto. O primeiro deles foi precisamente há 24 anos, 11 de abril de 1993, Donington, diaem que Ayrton Senna
da Silva escreveu um dos melhores capítulos da história da F1.
Como conquistar a imortalidade? Gravando na memória de milhões de adeptos pelo mundo inteiro alguns momentos inesquecíveis em pista, onde Ayrton Senna conquistou um estatuto único. A forte personalidade, a propensão mística e as polémicas com Prost ou Piquet construíram também uma aura que não se apagou no dia 1 de Maio de 1994. Muitos outros seriam possíveis, mas escolhemos os momentos e os acontecimentos que guindaram Ayrton Senna da Silva ao Olimpo do desporto. O primeiro deles foi precisamente há 24 anos, 11 de abril de 1993, Donington, dia
“Pinta o carro dele de vermelho e branco, dá para mim, e vocês vão ver como o
Williams anda na chuva!” com esta simples frase, Ayrton Senna resumia o que foi
o GP da Europa de 1993. Uma corrida fabulosa onde ao volante do pouco
competitivo McLaren-Ford, humilhou todos os seus adversários, especialmente
Alain Prost. Antes disso, na partida, caíra para sexto mas no final da primeira
volta já estava no comando, com quatro segundos de vantagem sobre o francês!
Para muitos, esta corrida foi uma das melhores prestações individuais da
história da F1.
Em qualquer livro, filme ou
artigo sobre os grandes duelos da Fórmula 1, a rivalidade Ayrton Senna e Alain Prost é
sempre referida como aquela que mais efervesceu. A imensa rivalidade entre
ambos iniciou-se em 1988 quando foram companheiros de equipa pela primeira vez
na McLaren e prolongou-se no tempo, até ao final de 1993, quando francês
abandonou a F1. Pelo meio ficaram demasiadas guerras, polémicas, mas acima de
tudo corridas memoráveis e um imenso respeito entre ambos. Em poucos meses, a
F1 perdeu, por motivos diferentes dois dos seus expoentes máximos, que ainda
hoje granjeiam o respeito e a admiração de milhões de fãs.
Pouco faltou para que a
primeira vitória de Ayrton Senna tivesse tido lugar no GP do Mónaco em 1984 mas
quis o destino que fosse no Estoril, em Portugal, no ano seguinte, após um
autêntico bailado à chuva. Numa pista perfeitamente alagada a exibição
permitiu-lhe dar uma volta a quase todos os adversários e vencer com mais de um
minuto para o segundo classificado. Para muitos foi esse o momento em que Senna entrou
definitivamente na galeria dos grandes pilotos de F1.
4. O primeiro título mundial
em 1988
Após três anos na Lotus com
um carro que ficava sempre um degrau abaixo da competitividade necessária,
Ayrton Senna foi contratado pela McLaren e não demorou muito a mostrar que não
tinha medo do mais experiente Alain Prost. Apesar de alguns erros críticos no
Mónaco e em Monza, o piloto brasileiro foi imparável na Bélgica (à chuva) e no
Japão (após uma partida falhada), num rasgo de fogosidade que mostrou que um
verdadeiro campeão nunca pode ter medo quando está em pista. No seu primeiro
ano de McLaren teve a seu lado um ‘monstro’ Alain Prost, com o qual repartiu as
vitórias em 15 dos 16 Grandes Prémios desse ano. Numa luta sem quartel, Senna
venceu oito corridas contra sete de Prost o que lhe permitiu assegurar no Japão
o seu primeiro título. Três pontos apenas separaram os dois pilotos numa época
em que as tensões vividas entre os dois extravasaram e muito os limites da
pista, numa apaixonante luta que se estendeu aos anos seguintes.
5. As polémicas com Nelson
Piquet
Quando Senna chegou à Fórmula
1, Nélson Piquet estava no pico da sua carreira, tendo conquistado dois títulos
até ali. Naturalmente, o carioca não ficou nada satisfeito por ter que
partilhar a atenção da imprensa brasileira quando apareceu um paulista novato.
O ódio entre os dois brasileiros cresceu rapidamente e as críticas à pilotagem
rapidamente se transformaram em insultos pessoais que ultrapassavam todas as
noções de decoro. Por exemplo, a história do “Pergunta para tua mulher…” Quando
em 1988 Nelson Piquet insinuou aos jornalistas que o seu compatriota não
gostava de mulheres – inflamando boatos sobre a natureza da relação de Ayrton
com o amigo Américo Jacoto Júnior, Senna ripostou numa entrevista à
Playboy em 1990. “Eu conheci a Katherine (Valentin)”, referiu sobre a
companheira belga de Piquet. “Mas conheceu como?”, insistiu o jornalista. “Eu a
conheci como mulher…”.
6. O Rei do Mónaco
O circuito urbano de Monte
Carlo é considerado um dos mais difíceis do mundo, mas Ayrton Senna fez dele o
seu ‘circuito-fétiche’ depois um impressionante andamento em 1984 à chuva com o
Toleman. A sua primeira vitória no principado ocorreu em 1987 na Lotus, mas um
erro infantil custou-lhe o triunfo em 1988 (já na McLaren) quando comandava
folgadamente. Foi uma lição porque de 1989 até 1993, a última vez que correu nas
ruas de Monte Carlo, o brasileiro ganhou todas as corridas no traçado
monegasco, Senna sabia exatamente onde extrair cada milésimo de segundo, mesmo
com carros inferiores à concorrência. Por isso, ainda hoje, Ayrton Senna
continua a ser o Príncipe Perfeito do Mónaco, com um total de seis vitórias,
cinco delas consecutivas, um reinado precocemente interrompido naquela tarde
fatídica em Imola, duas semanas antes do GP de Mónaco de 1994, onde o
brasileiro abdicaria postumamente do seu reinado.
Mas, o mais exigente e mítico
circuito de F1 começara a forjar uma lenda chamada Ayrton Senna precisamente
dez anos antes, em 1984, ano de estreia na disciplina que o iria imortalizar.
Foi a inesquecível primeira “serenata à chuva” de Senna, quando levou o modesto
Toleman-Hart ao segundo lugar, depois de partir da sétima fila e galgar
lugares, sob intenso temporal, até se colar na traseira de Prost e só não
vencer porque Jackie Ickx (director de prova) decidiu dar por terminada a
corrida. Para a primeira vitória no Mónaco, Ayrton teria ainda de esperar três
anos, já que em 1985 (já na Lotus Renault) o prémio de consolação foi a sua
primeira pole position em
Monte Carlo (acabou por desistir com o turbo partido), e em
1986 não foi além do último degrau do pódio.
A primeira vitória em 1987
A primeira vitória de Ayrton
Senna, simultaneamente a primeira de um brasileiro e de um motor Honda no GP do
Mónaco, foi em 1987, num momento em que as relações com Peter Warr e a equipa
Lotus Honda já não eram propriamente as melhores, devido à pouca
competitividade do chassis Lotus.
Para corrigir as violentas
vibrações do motor a Lotus adotou a revolucionária suspensão activa, mas acabou
por pagar o preço do pioneirismo com a falta de fiabilidade nas primeiras
provas da temporada, onde os Williams de Piquet e Mansell se mostraram
superiores. O irascível Mansell (que havia tentado agredir Senna nas boxes em
Spa) alcançara a pole position e partindo da frente dominou a seu bel-prazer o
primeiro terço da corrida com mais de 10 segundos de vantagem para o
brasileiro, mas o coletor de escape do Williams acabou por partir, deixando
assim o caminho aberto para Ayrton Senna.
No final, Senna reconhecia
que, “foi mais fácil esta vitória, do que o terceiro lugar no ano passado.”
O reinado de Senna no Mónaco
conheceu uma breve interrupção no ano seguinte, num Grande Prémio que apesar de
tudo marcaria fortemente a carreira do piloto. Já na McLaren-Honda como
companheiro de equipa de Alain Prost, o paulista arrancou uma pole position
absolutamente impressionante, com uma série de voltas “sobrenaturais”, e
dominou por completo a corrida, depois de um mau arranque de Prost. Distendido
na liderança, Senna acabou por desconcentrar-se e cometer um erro fatal para as
suas aspirações, raspando na parede do interior da curva Poitiers, e indo
embater nos rails.
A longa soberania de Senna no
Mónaco iniciar-se ia no ano seguinte (1989) com uma vitória esclarecedora, num
fim-de-semana marcado pelo corte de relações com o seu companheiro de equipa
Alain Prost. Em 1990, Senna bisa no Mónaco, recolhendo como habitualmente o seu
“dote” monegasco – pole position, vitória e recorde da pista. Uma demonstração
de clara superioridade no ano do seu segundo título, o mesmo tónico que marcou
a sua 30ª vitória em GP`s, comemorada em 1991 no Mónaco, onde completou também
um início de temporada arrasador com quatro vitórias seguidas, que lhe foram
preciosas para garantir o seu terceiro título, numa altura em que os
Williams-Renault começavam a emergir como a nova potência dominante.
Apesar da nova era, Ayrton
Senna manteve inexpugnável o seu reinado em 1992, quando bateu os supersónicos
Williams-Renault de Mansell e Patrese, interrompendo uma série de cinco
vitórias seguidas de Mansell. A taça de Rainer (Príncipe de Mônaco) voltava a fugir das mãos do
britânico, quando a dez voltas do fim foi obrigado a parar nas boxes por causa
de uma porca mal aparafusada na roda! Nas quatro últimas voltas Senna
defendeu-se estoicamente dos ataques do furioso Mansell, erguendo uma magistral
barreira defensiva. O reinado de Senna no Mónaco termina em 1993, quando vence,
a guiar com um contrato “por grande prémio” com a McLaren-Ford e já de “namoro
pegado” com a Williams, (onde vira a sua entrada barrada por Alain Prost). O
brasileiro termina com quase um minuto de vantagem sobre o Williams de Damon
Hill e bate o recorde de vitórias em Monte Carlo , na posse de Graham Hill desde 1968.
Dez anos passados sobre a sua morte, esse é dos poucos reinados intactos.
7. O misticismo de Senna
Uma das facetas mais
polémicas e discutidas de Senna era o seu misticismo e fé, que se foi
acentuando ao longo da sua carreira. Numa entrevista à Playboy brasileira,
Senna explicou a “experiência” no GP do Mónaco de 1990. Lutando contra um
McLaren desequilibrado, Senna pediu força a Deus e afirmou ter tido uma visão
“Eu podia ver-me fora do carro. Em torno da máquina e de meu corpo havia uma
linha branca, uma espécie do auréola, que me proporcionava força e proteção.
(…) Entrei em uma outra dimensão. Tive uma paz incrível e certeza de que estava
equilibrado, no corpo e na alma.” Esta espiritualidade foi também uma marca
forte na personalidade do piloto.
8. As 65 pole-positions
A primeira foi no GP de
Portugal de 1985 e a última, precisamente no fatídico GP de São Marino de 1994.
Ao todo foram 65 pole-positions, o recorde que Michael Schumacher mais tempo
levou a bater (mesmo tendo o dobro de tempo de carreira do brasileiro: 20 anos). A tremenda capacidade de concentração e a precisão milimétrica
em qualificação, mesmo com carros menos competitivos, eram uma das marcas de
água da pilotagem de Ayrton Senna, celebrado pelas inesquecíveis ‘voltas
canhão’ que faziam de qualquer qualificação de um Grande Prémio de F1, um
grande espectáculo.
9. 1991: O ano do
tricampeonato
Nenhum título foi mais
difícil para Ayrton Senna que o terceiro. Depois de um bom começo, com vitórias
nas quatro primeiras corridas, o brasileiro foi ultrapassado de repente por
Nigel Mansell e pelo mais competitivo Williams. Recorrendo à sua força de
vontade e superior capacidade de afinação, o brasileiro conseguiu dar a volta à
situação com três vitórias consecutivas na Hungria, Bélgica e Itália e arrumou
a questão definitivamente na penúltima prova, no Japão.
10. Vitória ao milésimo no GP
de Espanha de 1986
O que dizer duma corrida de 300 km que se decide
ao…centímetro. Ayrton Senna e Nigel Mansell necessitaram de ‘photo-finish’ para
saber quem tinha ganho, mas esse foi somente o culminar de uma das corridas
mais emocionantes da história da F1. 14 milésimos de segundo, apenas, separaram
ambos, de tal forma que o inglês queria ver uma foto que lhe provasse que tinha
perdido. Para Senna esta foi apenas a terceira vitória da sua carreira,
curiosamente a primeira em que a pista estava totalmente seca.
FONTE PESQUISADA
MOTOR 24 - Ayrton Senna: Os 10 momentos que
criaram um mito. Disponível em: <http://www.motor24.pt/sites/autosport/ayrton-senna-os-10-momentos-criaram-um-mito/>.
Acesso em: 15 de abril 2017.
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