EM 21 DE MARÇO DE 2020 POR GAZETA
Blog do Castilho de Andrade
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Quando eu ouvi, pela primeira vez o monólogo ‘Ride’, da intérprete Lana Del Rey, há alguns anos, achei um verso que resumia a vida de Ayrton Senna: ‘Live fast. Die young. Be wild. Have fun’ (‘Viva rápido. Morra jovem. Seja selvagem. Divirta-se’). Ayrton acelerou como ninguém, morreu jovem aos 34 anos, era selvagem na busca pela vitória e divertiu-se como pôde em sua curta existência. Hoje, 21 de março, início de outono no hemisfério sul, se vivo fosse, completaria 60 anos. E não tenho dúvida de que estaria envolvido, de alguma forma, no combate ao coronavírus.
Senna assumia posições. E foi assim que brigou para chegar onde chegou, não dando espaço aos adversários desde a Fórmula 3 na Inglaterra e, depois, em sua explosiva carreira na Fórmula 1 que o alavancou como um ídolo incontestável no Brasil, na Europa, no Japão, superando inclusive o rei Pelé.
Nessa foto, estou com Ayrton em Mônaco, em 1989. Um ano antes, ele tinha desperdiçado uma vitória fácil. Tinha 50 segundos de vantagem sobre Alain Prost e acabou batendo, na saída do túnel, sem que ninguém o ameaçasse. Prost herdou a vitória. Senna levantou o título no final do ano, com uma vitória de antecedência. E nunca mais seria derrotado em Mônaco, vencendo as corridas de 89, 90, 91, 92 e 93, todas pela McLaren (em 87, ele já tinha conquistado sua primeira vitória no Principado, defendendo a Lotus).
Pois bem. Na foto, Ayrton aponta para o local do erro que cometeu em Mônaco no ano anterior.
A explicação, depois de longa reflexão, é que ele não se sentia bem quando não estava ameaçado. “Perdi a concentração, não sei onde eu estava, porque ninguém me ameaçava. Eu poderia tirar o pé. Mas não fiz isso. Para vencer eu preciso estar sempre sendo desafiado”. Estas foram, mais ou menos, suas palavras há quase 31 anos.
Depois da corrida de 89, já no box da equipe, comentei com Ayrton que, embora com uma vantagem enorme sobre Prost, outra vez, de mais de 50 segundos, ele não tinha perdido a concentração. Ele riu e respondeu: “Acho que a falha no sistema de marchas– sem a primeira e segunda marchas – me deixaram tão preocupado que estava totalmente focado na corrida. Não podia deixar que percebessem os meus problemas.”
O tricampeonato ainda estava longe assim como sua morte ao vivo em 1994. Sai de Mônaco com a certeza absoluta de que a Fórmula 1 teria de se conformar com muitas vitórias de Ayrton pela frente.
FONTE PESQUISADA
ANDRADE, Castilho. Ayrton, sexagenário: um ídolo para sempre. Disponível em:<https://blogs.gazetaesportiva.com/velocidade/2020/03/21/ayrton-sexagenario-um-idolo-para-sempre/>. Acesso em: 15 de julho 2022.
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