1 de maio de 2014
Coluna do Helio Castroneves
carrosecorridas.com.br
Oi Galera ligada aqui no site Carros
e Corridas, que o Robério Lessa faz com tanta competência aí no Ceará. Estou
estreando aqui a minha coluna, que será semanal, para falar das coisas da Indy
e do automobilismo. Será mais um canal para a gente conversar e quero começar
falando do nosso querido e saudoso Ayrton Senna.
Há 20 anos o automobilismo
perdia um tricampeão mundial de Fórmula 1 de maneira muito trágica, mas para a
geração de pilotos da qual eu faço parte, o falecimento do Ayrton Senna
representou algo muito maior do que a inexorável certeza de que, um dia, todos
nós daqui partiremos. Ayrton não era somente um grande, fenomenal piloto. Ele
meio que carregava nas costas a responsabilidade de ser o grande exemplo para
jovens no mundo todo que se inspiravam nele em busca do sonho de sucesso no
automobilismo.
O Brasil, na verdade, foi
agraciado com gigantes do automobilismo que nasceram muito próximos uns dos
outros. Que outro país no cenário da Fórmula 1 conseguiu quase que na seqüência
ter três campeões mundiais? Os anos 70 foram marcados pelos títulos de Emerson
Fittipaldi e logo em seguida foi a vez do Nelson Piquet. Claro que todos nós
tínhamos também esses dois grandes campeões como referências, mas o fato de o
Ayrton ser o mais novo deles acabou coincidindo com a minha geração.
Quando eu nasci, em 1975, o
Emerson já era bicampeão mundial. Em 1987, quando ganhei meu primeiro kart e
comecei a treinar, o Nelson estava conquistando o seu terceiro título mundial.
Mas eu já estava competindo para valer quando o Ayrton foi campeão em 1988. No
ano do bi – 1990 – eu já era piloto graduado de kart e no seguinte, quando ele
faturou o tricampeonato, estava me despedindo do kart para começar no ano
seguinte minha carreira nos monopostos.
Nunca vou esquecer o dia em
que fui correr na fazenda do Ayrton em Tatuí, interior de São Paulo. Isso foi
em 1990. Ele havia construído uma pista de kart e convidou alguns pilotos do
tempo dele e a molecada que corria naquela época, Foi demais e, confesso a
vocês, foi algo que me marcou profundamente. Imaginem vocês como foi aquilo
para um garoto com seus 15 anos, ter a oportunidade de se encontrar com o ídolo
e disputar uma corrida com ele? Gente, isso vai ficar no meu coração para
sempre.
Quando o Ayrton morreu, eu já
era piloto de Fórmula 3 e foi um choque. Algumas pessoas chegaram a sugerir que
eu não continuasse com a minha carreira, que procurasse algo sem os perigos do
automobilismo. Mas como os exemplos do Ayrton sempre calaram muito fortes no
meu coração e na minha mente, também foram valiosos para seguir em frente. Ele
marcou sua carreira pela dedicação, coragem de enfrentar todos os obstáculos e
força de vontade para seguir em frente.
Deus quis que o Ayrton fosse
para junto Dele mais cedo. São essas coisas que a gente não entende, mas como
disse no meu livro, Deus tem sempre um plano. E o que ficou para mim foi um
modelo de profissional, de piloto, de ser humano. Então, posso dizer que o
Ayrton está no coração de cada piloto das diversas gerações que o tiveram e o
têm como referência. E essa referência é tão forte que é como se ele estivesse
vivo. Pode não estar vivo na forma que nós conhecemos, mas sem dúvida está vivo
na Eternidade.
É isso aí, amigos do Carros
e Corridas, estamos entrando nesse mês de maio, que é muito importante
para o Verizon IndyCar Series. Estaremos disputando duas corridas no
Indianapolis Motor Speedway. A primeira acontece no dia 10 no IMS Road Course,
o circuito misto em sentido horário que a IndyCar estará utilizando pela
primeira vez. E no dia 25, a
centenária Indy 500. Mas sobre tudo isso, com certeza, começaremos a falar na
semana que vem. Vamos que vamos e muito obrigado!
Siga Helio Castroneves no
Twitter:@h3lio e press@heliocastroneves.com
FONTE PESQUISADA
CASTRONEVES, Hélio. Ayrton Senna Vive na
Eternidade. Disponível em: <http://www.carrosecorridas.com.br/2014/05/ayrton-senna-vive-na-eternidade/>.
Acesso em: 30 de julho 2014.
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