Após uma temporada de cinco meses na
Europa sem voltar ao Brasil, Ayrton e Adriane se casariam – inclusive o piloto
planejou pedir a amada em casamento no dia do acidente, quando se
reencontrassem, no primeiro dia que começariam uma nova vida em Portugal. As
novidades caíram como uma bomba na família de Ayrton e não agradaram
principalmente seus dois irmãos Viviane e Leonardo.
Retirado do livro "Fatal Weekend" do jornalista britânico Tom Rubython
TRADUÇÃO LIVRE
Para a recepção da noite [festa de lançamento da Audi no Brasil,
Ayrton era o representante licenciado da
marca alemã no país], Adriane o acompanhou vestida com esmero. Senna
anunciou que também teria acordos com motocicletas Ducati e canetas Mont Blanc
para o Brasil. Estes seriam os primeiros de muitos produtos que ele importaria
para o Brasil para sua nova vida de negócios, quando planejava efetuar uma
mudança contínua de piloto de corridas para um poderoso empresário. Ele havia
visto o efeito desmoralizante da aposentadoria de outros pilotos e não
pretendia que isso acontecesse com ele.
Ayrton Senna e Adriane Galisteu chegando na festa da
Audi
Assista:
*A parceria entre a Audi e o
grupo Senna começou em 1993, através de contrato exclusivo para a venda dos
veículos da marca Audi através da Senna Import — empresa fundada pelo
tricampeão mundial de F-1, Ayrton Senna. (Folha de São Paulo, 18 de março de 2005)
Depois disso, Adriane teve o incômodo trabalho de se desculpar com Milton e Neyde da Silva [pais de Ayrton] pelas fotos da Caras. Eles também estavam chateados. Mas depois de uma conversa franca, ela pensou que eles tinham deixado isto para trás.
A decisão de Senna de não voltar para casa por cinco meses foi recebida muito mal pela família e foi diretamente atribuída à influência de Adriane, o que afetou particularmente sua irmã, Viviane, e seu irmão, Leonardo. Na verdade, foi decisão do Senna e Adriane concordou com isso como seu desejo. Ele queria um verão ininterrupto com ela no Algarve. A família estava tendo que aprender a lição de que seu filho famoso estava finalmente pronto para fugir do ninho e se estabelecer com o amor de sua vida. Eles não aceitaram bem. Mas Adriane não sabia nada disso na época.
Os planos de seu irmão Ayrton Senna com Adriane afetaram particularmente Viviane e Leonardo
Em 3 de abril de 1994, Adriane viu Senna pela última vez. Ele estava indo para o Japão e ela ficou por um mês em São Paulo para fazer um curso intensivo de inglês. Se ela se instalasse na Europa durante metade do ano, teria que falar inglês.
Ela levou Senna para o aeroporto em seu Fiat Uno prata para seu voo. Ele não voltaria ao Brasil até o final de setembro. Ela deixaria o Brasil quatro semanas depois e se mudaria para a casa dele em Portugal e eles morariam juntos. Era claramente o prelúdio de algo grande. Ela sentiu que ele quase havia proposto casamento várias vezes e ela esperava voltar ao Brasil como sua noiva.
Adriane diz agora sobre 3 de abril: “Foi um dia muito especial e eu não sabia porque na época. Antes de irmos, tivemos uma longa tarde de amor. Chegamos ao aeroporto cedo e ficamos no carro e conversamos, nos abraçamos e nos beijamos. Ele me disse: "Vou ficar de olho em você, garotinha". Ele se despediu e me deu um longo beijo no carro. ”Ela relembra as palavras dele na última vez em que estiveram juntos em Angra:“ Um dia vou me casar com você e um dia vou correr na Ferrari. Eu terminarei minha carreira lá e terminarei minha vida com você. ”
E foi isso. Ela nunca mais o veria. Ela se jogou em tempo integral no curso de inglês, que ocupou todo o seu tempo - além de fazer as malas para cinco meses. Senna foi para o Japão, mas se retirou do Grande Prêmio do Pacífico, enquanto seu rival no campeonato, Michael Schumacher, venceu novamente. Mais tarde, ele contou a Adriane, assim como ele disse a todos que estavam próximos a ele, que achava que a Benetton de Schumacher estava, de tempos em tempos, usando componentes eletrônicos proibidos. Diferenças de tempo [fuso horário] e um forte compromisso de patrocinador significava que ele sentia falta de falar com ela em seu aniversário e não conseguiu até as seis da manhã do dia seguinte, pedindo desculpas desesperadamente por acordá-la tão cedo. Ela entendia as pressões sobre ele no Brasil, como ela mesma testemunhara no ano anterior. Em 21 de abril, Senna estava de volta à casa do Algarve. Ela estava estudando aulas de inglês também à noite. Mais tarde naquele dia, ela enviou por fax sua primeira carta de amor em inglês. Continuou com as lições até o voo da Varig para Lisboa na sexta-feira, 29 de abril.
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Opinião Blog Senna Vive
Desfrutavam da
fortuna do irmão, sua fama e prestígio, o exploravam (por ele ter o coração
generoso), o pouco prestígio que tinham e tudo que conseguiram foi através do
irmão famoso e milionário, é por isso que não gostaram das boas novas, por
despeito e temor de tudo mudar (a tal "harmonia familiar" deles), o
que até então estava fluindo maravilhosamente bem, ótimo para eles. Simples:
uma garota pobre, intrusa, era vista como uma ameaça. Assim se juntam ao pai
(Milton), que também não queria esse casamento, e armam para separar os dois,
sem sucesso.
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IDIOMA ORIGINAL
For the evening reception,
Adriane accompanied him dressed to the nines. Senna announced he would also
have deals with Ducati motorcycles and Mont Blanc pens for Brazil. These would
be the first of many products he would import to Brazil for his new business
life, when he planned to effect a seamless change from top racing driver to top
businessman. He had seen the demoralising effect of retirement on drivers and
he did not intend that to happen to him.
Afterwards Adriane had the
uncomfortable job of apologising to Milton and Neyde da Silva for the Caras
photos. They were also upset. But after a heart-to-heart discussion, she
thought they had put it behind them.
However, there were other
matters rankling the family, matters that were not discussed. Over the winter
weeks at Angra, Senna and Adriane had hatched a plan whereby she would join him
in Portugal at his Algarve house for the whole of the European Grand Prix
season and they would stay there permanently for five months, and not return to
Brazil. His usual style had been to return home after every other race for a
week. It bothered the family immensely, but they could say nothing, and do
nothing. It created an unseen rift between them and Adriane and that would
erupt in the week before the San Marino Grand Prix culminating in Leonardo
being sent to Europe to persuade him to give Adriane up.
Senna’s decision not to come
home for five months was received very badly by the family and was squarely
blamed on Adriane’s influence and it particularly upset his sister, Viviane,
and brother, Leonardo. In truth, it had been Senna’s decision and Adriane had
gone along with it as his wish. He wanted an uninterrupted summer with her in
the Algarve. The family were having to learn the lesson that their famous son
was at last ready to flee the nest and settle down with the love of his life.
They didn’t take it well. But Adriane knew none of this at the time.
On 3rd April 1994, Adriane saw
Senna for the last time. He was going to Japan and she was staying on for a
month in São Paulo to take an intensive English language course. If she was to
settle in Europe for half the year, she would have to be able to speak English.
She drove Senna to the airport
in her silver Fiat Uno for his flight. He would not return to Brazil until the
end of September. She would leave Brazil four weeks later and move into his
house in Portugal and they would live together. It was clearly the prelude for
something big. She felt he had nearly proposed several times and she expected
to come back to Brazil as his fiancée.
Adriane says now of 3rd April:
“It was a very special day and I didn’t know why at the time. Before he went we
had a long afternoon of love. We got to the airport early and we stayed in the
car and talked, hugged and kissed. He said to me ‘I’ll keep an eye on you
little girl’. He said goodbye, and gave me a long kiss in the car.” She recalls
his words the last time they were at Angra together: “One day I will marry you
and one day I will work for Ferrari. I will end my career there and end my life
with you.”
And that was it. She would never see him again. She threw herself
full-time into the English course, which occupied all her time – as well as
packing for five months away. Senna went to Japan but retired from the Pacific
Grand Prix as his rival for the championship, Michael Schumacher, won again. He
later told Adriane, as he told everyone close to him, that he thought
Schumacher’s Benetton was running banned electronic aids from time to time.
Time differences and a heavy sponsor commitment meant he missed speaking to her
on her birthday and did not get through until 6am the following day,
desperately apologising for waking her so early. She understood the pressures
on him in Brazil, as she had witnessed them herself the previous year. By 21st
April, Senna was back at the Algarve house. She was cramming English lessons
into the evenings as well. Later that day, she faxed him her first love-letter
in English. She carried on with the lessons right up to her Varig flight to
Lisbon on Friday 29th April.
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FONTE PESQUISADA
RUBYTHON, Tom. Fatal Weekend. 1º Edição. Great Britain: The Myrtle Press, 12 de novembro de 2015.
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