terça-feira, 23 de junho de 2015

Reginaldo Leme: 'O Ayrton Estava Cercado Por Pessoas Muito Negativas'

Histórias de 1º de maio: Reginaldo Leme

Comentarista diz que após um período afastado, amizade estava crescendo

Rafael Lopes, Leonardo Murgel e Alexander Grünwald
Rio de Janeiro e São Paulo

01/05/09 - 12h24 - Atualizado em 01/05/09 - 12h24
globoesporte.globo.com

'70% era gente querendo se aproveitar dele'

O jornalista Reginaldo Leme cobre a Fórmula 1 desde 1972. Quando Ayrton Senna chegou à Inglaterra, o comentarista Rede Globo passou a acompanhar o desempenho do piloto e os dois tornaram-se grandes amigos. Esta amizade foi abalada no fim da década de 80, mas voltava a crescer nos anos anteriores ao acidente fatal do tricampeão.

"Naquele período eu estava muito afastado do Ayrton. Embora a gente já tivesse voltado a conversar, não era mais a mesma coisa. Mas eu tenho certeza de que iria ser. Um dia ele me procurou em um autódromo e disse: ‘Vamos passar por cima de tudo’, e a partir daí a amizade passou a crescer com muita força. Certamente sem aquela proximidade que tinha antes, mas a amizade cresceu tanto, que acho que hoje o Ayrton seria o meu grande amigo.

Só que eu me mantinha a distância em autódromos, porque quando o Ayrton se tornou grande demais, ele perdeu um pouco o pé do chão. Muita gente o cercava e o bajulava, e ele não sabia mais quem era amigo ou quem estava ali querendo usá-lo. E 70% era gente querendo se aproveitar. Tinha um cara da Benetton, chamado Regino Pilota, não era da equipe, ele tinha umas lojas na África do Sul, acho que tinha negócios no Brasil... esse então, não largava. Então eu procurava me manter distante.

Olha que coisa estranha. Em Ímola, o autódromo tinha um paddock muito apertado, pois um rio passa atrás (do paddock) e não tinha para onde crescer. Então foram fazendo várias passarelas para tudo que é lado. Nós, jornalistas, circulávamos muito por uma passarela que ia direto para a sala de imprensa.

Eu me lembro que na quinta-feira, antes de começarem os treinos, eu estava passando nesta passarela e vi o Ayrton lá embaixo no meio de um monte de gente. Eram todas pessoas que eu conhecia. Eu olhei e pensei assim, juro por Deus: ‘Meu Deus do céu! Esse cara (o Ayrton) tem que ter um astral muito grande, muito alto para não acontecer nada com ele. Ele está cercado de pessoas muito negativas’."



FONTE PESQUISADA

LOPES, Rafael; MURGEL, Leonardo; GRÜNWALD, Alexander. Histórias de 1º de maio: Reginaldo Leme. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/0,,MUL1105512-17078,00-HISTORIAS+DE+DE+MAIO+REGINALDO+LEME.html>. Acesso em: 23 de junho 2015.







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