segunda-feira, 30 de julho de 2018

Argentino Sai de la Plata e Vai Até Angra Dos Reis Para Bater Recorde Igual ao Senna


Por Ana Bracarense
Publicado às 08:00 de 30/07/18

Arquivo Pessoal de Lucho

Luis Morales Oliver, mais conhecido como Lucho, de 37 anos, nascido e ainda mora na Argentina, em La Plata, tem uma paixão inexplicável pelo piloto Ayrton Senna (Beco).


Lucho segue a F1 desde seus quatro anos (em 1984) e sente algo especial pelos motores. O seu amor por Beco começou em 1987 assistindo às suas corridas.

Ele sempre pensou em correr porque ele gosta de enfrentar o medo da velocidade. Até fabricou um produto para aplicar nos para-brisas de carros de corrida, que é repele a água da chuva e não precisa nem usar o limpador de para-brisas, pois com a velocidade, a água some do vidro, com isso ele conseguiu chegar na casa de Senna.

Sua filha pequena veio a falecer, passando por um momento muito difícil. Aquela frase do Ayrton “Na adversidade uns desistem, outros quebram recordes” e ele sabia que tinha que quebrar esse recorde, com essa grande dor.

Ele não assiste mais F1 porque, hoje em dia, é muito diferente, muita eletrônica e pouca pilotagem. Mas para ele, nos tempos de hoje, o melhor piloto é o Hamilton, porém Senna é melhor que ele.

“Meu apartamento é todo decorado com o Senna não tem nenhuma foto minha. Todas do Beco, pois Senna foi e é um exemplo na minha vida. Hoje tenho na minha casa um motor de Kart Rio Mar que o Ayrton usou e isso é muito especial para mim”, diz Lucho ao Torcedores.com.

Lucho contou que todo seu apartamento é decorado com quadro, fotos ou algum presente que ganha, disse ele que não tem nenhuma foto dele mesmo. E comentou também que tem sete tatuagens, todas relacionado ao piloto. Uma das frases que está em seu corpo é esta aqui abaixo:

Arquivo Pessoal de Lucho

Ele só afirma uma coisa: Senna é um grande piloto e uma grande pessoa. Ninguém pode se igualar a Senna.

“Eu fiz a promessa para minha filha, que morreu, que eu iria direto da Argentina para Angra Dos Reis de carro para tirar uma foto na casa de praia do Senna. Eu consegui ficar na praia particular da Casa do Ayrton, então me emocionei e senti que o Ayrton estava ali comigo, chorei demais, meus amigos me chamam de manteiga derretida”, finaliza Lucho emocionado.


FONTE PESQUISADA

BRACARENSE, Ana. Argentino sai de La Plata e vai até Angra dos Reis para bater recorde igual ao Senna. Disponível em: <https://www.torcedores.com/noticias/2018/07/casa-decorada-senna?enable-feature=new_layout>. Acesso em: 30 de julho 2018.




sábado, 28 de julho de 2018

Os Maiores Defeito de Ayrton, Segundo Bruno Senna

Os defeitos de um campeão!

Adriane Galisteu e não saber perder, eram esses os maiores defeitos de Ayrton Senna, segundo seu sobrinho

[Não só para o sobrinho, esse é o sentimento/opinião de toda a família, Adriane – a escolha dela como esposa – foi um dos maiores, senão o maior, defeito de Ayrton Senna]

Não existe um bom sem defeito! [Sendo irônico]




Ayrton Senna estava sempre procurando a volta perfeita. Ele era perfeito como um tio?

Não, ninguém é perfeito. Mas ele foi também em casa um pouco como na pista: sempre tentava alcançar o máximo. Ayrton era uma pessoa boa, muito amigável, sempre honesta e direta. Ele também era um verdadeiro homem de família, para ele a família sempre vinha antes [com a chegada de Adriane, eles ficaram em segundo plano]. Nesse sentido, ele foi um modelo para mim - mas longe de ser perfeito.

Que peculiaridades ele tinha?

Bem, às vezes a família não concordava muito com a namorada [lê-se Adriane Galisteu], por exemplo, mas isso era coisa dele [de sua vida particular]. E ele não podia perder, era o que mais odiava na vida. Ele sempre quis ganhar, mesmo contra mim, e fez tudo por isso.



Fonte: www.tagesspiegel.de



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Eles falam sempre muito superficialmente sobre esse assunto... A família do Ayrton não concordava com a mulher que ele escolheu para se casar, simples assim.

Claro que para a família, Adriane seria a mulher dele, eles sabem perfeitamente. Daí o motivo dessa confusão toda que criaram. Mas, publicamente, se referem a ela como namorada. Porque a ignoram desde a morte dele, não querem mostrar a verdade, o quanto ele estava apaixonado por ela, e também para não expor os problemas internos deles [que os próprios criaram, diga-se de passagem]. Sendo, assim, teriam a rejeição das pessoas, a desaprovação, o julgamento. Por sua vez, Adriane, para preservar a memória do Ayrton, por respeito a ele, e por ser uma mulher discreta, elegante e educada, prefere  igualmente não expor nada disso. Ela tem também muito respeito pela família, algo que nunca tiveram por ela.

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FONTE PESQUISADA

HÖNICKE, Christian. "Ayrton gab mir immer den langsameren Jet-Ski”. Disponível em: <https://www.tagesspiegel.de/sport/rennfahrer-bruno-senna-ayrton-gab-mir-immer-den-langsameren-jet-ski/1313652.html>. Acesso em: 28 de julho 2018.


sexta-feira, 27 de julho de 2018

Biógrafo Parcial Feat. Ex-Namoradas Frustradas



*Essa palavra "feat." ou "ft." é a abreviação de "featuring", que é equivalente a "com a participação de".

Rafaela (via redes sociais em 17/07/2018) E seria ela [a eleita do Ayrton], sem dúvidas. .. por mais que alguns poucos teimarem em minimizar o amor de ambos, que nao seria forte o suficiente, o rosto , as expressões de ambos, na TV, nas revistas e até no que se refere ao comportamento deles, a felicidade era radiante... isso era bem claro, demonstravam uma fiel intenção de um compromisso mais sério. Estive lendo o livro do Ernesto Rodrigues, mas parei de ler, por ser um pouco parcial.. a todo instante ele parecia querer frisar isso de uma maneira ou de outra como por exemplo: todos os depoimentos de ex namoradas dele quanto à Adriane, tinham um tom de recalque , de que não seria ela a eleita, que o relacionamento era por comodismo e conveniência dele ...o que só demonstra que o amor era verdadeiro, a ponto de incomoda-las tanto! Mas, inevitavelmente, o casamento dos dois, não estava nos planos de Deus...isso nao se questiona....


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Perfeito o seu comentário Rafaela. Realmente o Ernesto Rodrigues agiu de má fé nesse livro. Ele agiu da mesma forma que a família do Ayrton. Além de ter outros livros, publicações, e afins... pouco importa a aprovação das pessoas, a opinião, se eles, Ayrton Senna e Adriane Galisteu, não se importavam nem com a aprovação e opiniões da família do Ayrton, e permaneceram juntos, não é agora com ele morto...

Eu mesmo, as postagens que faço no blog é pensando nas pessoas que gostam do Ayrton e/ou da história dos dois, não de aprovação de ninguém. Esperar a opinião das pessoas é pura ilusão de pessoas carentes.

Enfim, sobre esse livro e outras publicações, não importa o que dizem, as pessoas tem que ter discernimento... como você teve Rafaela. 
  

Quanto as exs do Ayrton, são bem recalcadas mesmo, devem ter problemas como falta de amor próprio, confiança e de aceitação... baixo auto estima... mágoas com outros relacionamentos... provavelmente foram muito decepcionadas por outros homens... são mulheres carentes, frustradas, cheias de ressentimentos, realmente infelizes em sua vida amorosa, sentimental, pessoal. Não tem a vida que gostariam de ter e o homem que gostariam de ter ao seu lado. Não estou me referindo ao Ayrton, pois ele está morto. Na verdade, elas usam essa história toda, de amor do Ayrton com a Adriane, para se sentirem um pouco mais realizadas em suas vidas. Como se estivessem no lugar da Adriane, a mulher que Ayrton amava. Ilusão, pois não vai preencher a vida delas. Isso é tão pouco, migalhas... pior do que correr atrás de um ex ou uma ex que não te quer mais. Deveriam ter o Ayrton como uma lição de vida e não como uma muleta para suas carências. Ayrton estava feliz com seu grande amor, vivendo a vida dele, e fazendo planos. Até o último dia de vida buscou a felicidade, ia começar uma nova vida em Portugal ao lado de Adriane no dia que morreu. E enfrentando a família e o mundo inteiro para ficarem juntos. Mesmo com todos os percalços, e ele estava seguindo em frente. Acho que é tão bom né? Ter uma vida de verdade, uma história real, encontrar um grande amor e ser feliz. E não viver de passado, como o Ayrton dizia, que não gostava de viver de passado. Por isso Ayrton sempre olhava para frente, seguia em frente, e não só nas pistas mas na vida pessoal. Claro... assim a pessoa não vai ser feliz nunca, presa eternamente ao passado e a uma pessoa que já morreu há quase 25 anos, e o pior, em uma história que não foi sua e nem em um lugar que era seu. Nem que fosse... Adriane mesmo reconstruiu sua vida, é feliz com sua família, que construiu. Ela que tinha todos os motivos para ficar estagnada no tempo. Se fosse assim, para preencher sua vida, ser feliz, Adriane estaria por aí, atacando a família do Ayrton em livros, entrevistas, e mexendo e remexendo no passado com ele, cheia de mágoas e ressentimentos. A felicidade é outra coisa, isso só traria frustrações e tristezas. Ela nunca fez isso. Embora lembre sempre com carinho e saudades dele, ela recomeçou, em busca sempre da felicidade. Ele mesmo estava construindo a sua ao lado dela quando morreu... Sempre em frente!

A vida, a história, de Adriane com o Ayrton já foi um sonho por si só, e desperta inveja em ex-namoradas e anônimas, carentes.


quinta-feira, 26 de julho de 2018

terça-feira, 24 de julho de 2018

Debaixo de Chuva, Senna Despachou Prost em Hockenheim, há Exatos 30 anos

Rumo ao primeiro título, brasileiro liderou corrida de ponta a ponta enquanto francês, mesmo com poderosa McLaren, sofreu até chegar ao segundo lugar, com direito à rodada quase no fim da corrida

Foto: Getty Images

Por Fred Sabino, Rio de Janeiro
24/07/2018 07h00  Atualizado há 13 horas
Globo Esporte.com - globoesporte.globo.com

Não foi só Lewis Hamilton quem levou a melhor sobre os rivais num dia com chuva em Hockenheim. Em 24 de julho de 1988, há exatos 30 anos, portanto, uma importantíssima vitória de Ayrton Senna no acirrado duelo com Alain Prost o ajudou a arrancar para o título daquela temporada. No molhado, o brasileiro conquistou sua quinta vitória no ano, ultrapassando pela primeira vez o francês em número de triunfos naquele campeonato. Não foi a vitória mais marcante de Ayrton em 1988, mas sem dúvida foi mais um tiro psicológico fundamental no momento em que começava a segunda metade da temporada.

Até então, Prost vencera três das quatro primeiras corridas do ano, no Brasil, em Mônaco e no México, e ainda ganhou em casa, na França. Já Senna tinha vitórias em San Marino, Canadá, Estados Unidos e Inglaterra, esta sob temporal. Num ano totalmente dominado pela McLaren e seu eficiente modelo MP4/4, Senna fez mais uma pole em Hockenheim, à frente de Prost.

 Largada do GP da Alemanha de 1988, em Hockenheim (Foto: Getty Images)

Depois de muita chuva durante todo o dia em Hockenheim, a água diminuiu pouco antes da largada, mas o asfalto ainda estava molhado no momento da largada. Acesa a luz verde, Senna disparou na liderança, enquanto Prost saiu mal de novo, sendo superado por Gerhard Berger (Ferrari) e Alessandro Nannini (Benetton).

Na parte do estádio, o asfalto estava melhor, e Nelson Piquet, com sua péssima Lotus, arriscou largar com pneus slicks. No entanto, chegando no lado oposto do traçado, o piso ainda estava muito molhado, e o tricampeão escorregou rumo à proteção de pneus. O recado era claro: não dava para arriscar slicks naquelas condições.

Senna acelera McLaren no GP da Alemanha de 1988 (Foto: Getty Images) 

De imediato, Senna estabeleceu uma tranquila vantagem sobre todos os demais adversários, aproveitando a melhor visibilidade, já que a cortina d'água levantada pelos carros saía com mais dificuldades devido às árvores da floresta que rodeava a maior parte do traçado, então de 6,8 quilômetros.

Enquanto isso, Prost tinha mais dificuldades... Apenas na oitava de 44 voltas, ele ultrapassou Nannini para assumir o terceiro lugar. Quatro giros depois, Prost superou Berger na freada para a terceira chicane. Mas naquele instante, Senna já estava 13 segundos à frente.

Em 1988, Senna liderou de ponta a ponta em Hockenheim (Foto: Getty Images) 

A chuva era muito fraca, mas a pista continuava muito traiçoeira, especialmente na segunda chicane, onde Piquet havia batido na primeira volta. No mesmo ponto, Philippe Alliot rodou de forma espetacular quando levava uma volta de Senna.

Berger também levou um enorme susto na aproximação da curva, quando foi fechado pelo retardatário Piercarlo Ghinzani e teve de colocar as quatro rodas na grama molhada para escapar. Milagrosamente, Berger evitou um acidente e ainda fez gestos furiosos para o italiano da modesta equipe Zakspeed.

- Nunca tinha visto na Fórmula 1 alguém na chuva ignorar a grama molhada! - apontou Reginaldo Leme na transmissão da TV Globo.

Por fim, Prost. Tentando descontar a diferença para Senna, o francês exagerou ao subir na zebra da chicane e rodou. Para sorte do francês, as rodas não chegaram até a caixa de brita que havia na saída da curva, e ele pôde retornar ao traçado.

- Bateu forte na zebra de entrada, o carro sai desequilibrado e já há a tendência de sair de traseira. Se der com muito forte na zebra, acontece isso Prost já tinha estado perto dessa rodada - lembrou Galvão Bueno.

Senna recebendo a bandeirada em Hockenheim, em 1988 (Foto: Getty Images) 

Com Prost ainda mais longe, a quase 30 segundos, Senna tirou o pé e passou a administrar a vantagem, que caiu para 13 segundos no fim, já que Ayrton não queria dar chance para o azar como em Mônaco e perder uma vitória certa.

O quinto triunfo na temporada deixou Senna a apenas três pontos de Prost (60 a 57), mas com mais vitórias (5 a 4). Como a McLaren estava muito mais forte naquele ano, ganharia o título aquele que vencesse mais. Dito e feito. Senna chegou ao fim do ano com oito vitórias, uma a mais do que Prost, e conquistou o primeiro de seus três títulos.




FONTE PESQUISADA

SABINO, Fred. Debaixo de chuva, Senna despachou Prost em Hockenheim, há exatos 30 anos. Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/blogs/f1-memoria/post/2018/07/24/debaixo-de-chuva-senna-despachou-prost-em-hockenheim-ha-exatos-30-anos.ghtml>. Acesso em: 24 de julho 2018.

domingo, 22 de julho de 2018

Adriane Galisteu e Viviane Senna Juntas em Almoço

Adriane Galisteu e Viviane Senna se encontraram num almoço para as mulheres mais influentes do país em 2009, na cidade de São Paulo.




A apresentadora de TV, Adriane Galisteu foi o centro das atenções em almoço com presença de sua ex-cunhada, a empresária Viviane Senna, da ex-presidente e então ministra Dilma Roussef, da senadora Marta Suplicy, dentre outras mulheres importantes.

De plebéia humilhada/rejeitada pela família do ex-futuro marido, morto tragicamente, e alta sociedade paulistana à rica e umas das mulheres mais influentes do país. E ainda o centro das atenções na frente de sua carrasca. O mundo dá voltas!


quarta-feira, 18 de julho de 2018

Alegre, ele estava, quando ele conheceu Adriane Galisteu



"Alegre, ele estava, quando ele conheceu Adriane Galisteu. Ele ficou outra pessoa. Mais alegre, mais falante, mais solto, dava para perceber uma diferença no Ayrton." (Walderez Zanetti (Amiga e cabeleireira que cortava o cabelo de Ayrton Senna)

Foto: Ayrton em Suzuka 1993.

Fonte: Walderez Zanetti em entrevista ao documentário Ayrton Senna do Brasil, programa Esporte Espetacular, TV Globo, 2014.

terça-feira, 17 de julho de 2018

O Maior Sonho da Vida de Ayrton Senna

Amor por Adriane Galisteu faz Ayrton Senna sonhar cada vez mais forte com casamento e filhos

Ayrton Senna sonhava com casamento e herdeiros

Qual é seu maior sonho?

Meu maior sonho não está ligado a minha vida profissional e sim pessoal. É que um dia me case novamente, estabelecer uma extensão da minha família atual, ter filhos, saber quem são eles, o que fazem, o que gostam, educá-los.

Falta muito para isso?

Não sei quanto tempo. Eu só sei o que vai acontecer. Não quando.


Fonte: Ayrton Senna em entrevista à extinta revista esportiva argentina El Gráfico 3862, 12/10/1993


Prints da revista


Capa da revista


FONTE PESQUISADA


EL GRÁFICO – A solas con Ayrton Senna. Revista El Gráfico, Buenos Aires, Nº 3862, 12 de outubro 1993.



segunda-feira, 16 de julho de 2018

Adriane Galisteu Descreve em Seu Livro a Ótima Relação Que Tinha Com a Família de Ayrton Senna

Ayrton Senna, Adriane Galisteu e Viviane Senna passeando de lancha por Angra dos Reis em 1994

Nossa primeira viagem internacional incluiu uma vitória, muita alegria e muito amor. Era hora de voltar à realidade - e, por mais que eu tivesse certeza de meu amor, não tinha a menor certeza de que realidade seria essa. Mas o próprio Béco - eu já podia chamá-lo assim, sem medo de parecer abusadamente íntima - me deu uma dica e uma lustrada na vaidade:
- Quero você sempre assim como você é.
- O que você quer dizer com isso? - vacilei.
- Por favor, não mude jamais. Se eu tivesse que lhe pedir alguma coisa, seria ser exatamente o que você é. Só não precisa tomar tanta Coca-Cola, freqüentar tanto McDonald's e, agora, falando sério, acho que você deveria estudar inglês.
Senti que estava implícito, ali, o convite para acompanhá-lo no circuito internacional. Foi o avião tocar o chão em Cumbica, dia 26 de maio, e eu corri para festejar com a minha melhor e mais incondicional confidente, minha mãe: - Foi um sonho!
Olhando com os olhos de hoje, entendo que houve uma conjunção favorável: meu primeiro giro no exterior com ele seria o mais gostoso de todos. Porque depois  as coisas se complicaram na pista, surgiram problemas na McLaren, as vitórias escassearam, a tensão cresceu e por mais que ele me pedisse, me implorasse, "me ajuda a separar minha vida profissional da minha vida pessoal", você sabe que nem sempre isso é possível.
- Quando estou com você, eu me esqueço dos problemas - recostava-se ele em mim. Da mesma forma, com ele eu me esquecia de meus problemas.
Minha carreira de modelo eu não tinha como abandonar. Contas a pagar, um reforcinho aqui e ali no orçamento doméstico da mamãe... Reapresentei-me na Elite e voltei à ciranda dos testes. Mas uma transformação tinha acontecido na minha vida. Definitivamente, mudei de turma.
Mesmo quando o Béco viajava sozinho, a negócio ou para correr, como aconteceu logo depois, no GP do Canadá, dia 13 de junho, era com o Leozinho Senna que eu ia jantar, com a patota de Angra, sob a estrita vigilância dos amigos dele, da velha camaradagem de Santana e da Vila Maria. Ao Léo, por exemplo, quantas vezes eu não emprestei meu ombro, para ele chorar suas dúvidas. Gosto ou não gosto da Luciana? (Luciana Sargologos, uma morenona imponente, tinha sido namorada dele por muitos anos.) Sentia-o completamente diferente do irmão. Mas gostava dele. E da Sonaly, outra modelo da Elite, um metro e oitenta de mulher que passou a acompanhá-lo em nossas jornadas de Angra. Era eu que fazia o supermercado, que ia ao Santa Luzia fazer as compras do apartamento da Paraguai. Léo e eu éramos confidentes. Para mim, nada melhor para definir uma genuína amizade. Aos 21 anos, já aprendi da vida que amizade é um produto muito mais raro do que parece ser.
Para nós, o que Angra era no Brasil, o Algarve era na Europa. Há dois anos e meio Ayrton fazia daquele cantinho ensolarado do sul de Portugal o seu mix de refúgio e escritório ao longo de toda a temporada européia - que, com uma ou outra alteração de calendário, coincidia com o período mais agradável de final de primavera, verão e comecinho de outono. De mais a mais, as férias escolares brasileiras, em julho, sempre davam chance para que a família, ou parte dela, se achegasse - como aconteceu em 1993. Pude curtir meus primeiros momentos de verdadeira  intimidade com a Zaza, mãe dele - a quem eu ainda tratava pelo cerimonioso "dona Neide". Intimidade é isso: café da manhã juntas, preparar na cozinha uma comidinha especial para o filho, sair às compras com ela e a Juraci, a caseira. Viver essas coisas banais do cotidiano. Viviane, a irmã mais velha de Ayrton, apareceu com as meninas, Bia e Paulinha. Bruno ficou com o avô na fazenda de Tatuí, treinando no seu kart.
Pude sentir, nas palavras trocadas à mesa ou à beira da piscina, o que o Béco significava para eles: o xodó, o filho vitorioso, o arrimo, o eixo, quase a motivação de cada uma daquelas vidas. Uma mulher a mais, uma namorada, seria sempre uma ameaça à ordem natural da rotina familiar, um perigo. Namoradinha, que fosse - mas  que não passasse daí. Isso eu vejo agora. Não pela cabeça naqueles dias, naquelas semanas. Eu só sabia repartir com eles, o Béco e a família, coisas boas.
Por exemplo, a vontade súbita de fazer umas comprinhas em outras cidades da Europa. O jato do Béco estava quase sempre disponível, nos intervalos entre as provas e lá fomos nós, a mãe, a irmã e as crianças para uma temporada de aquisições em Londres. Sendo que, uma tarde, saindo só nós duas, Bia e eu, ela simplesmente evaporou, dentro da Harrods. Eu, desesperada, descabelada, procurando. Nada. Perguntei por ela, no meu inglês estropiado. Nada. Fui até a porta. Nada. Meu desespero me obrigou  a uma última saída:
- Biiiiaaaaaa!
Dei um berro que toda a gigantesca loja de departamentos ouviu.
Inclusive ela, ainda bem. Calmamente, experimentava roupa num daqueles provadores.
Próxima escala: Paris. Desembarcamos no hotel e saímos em disparada, à procura de um táxi. Estava tudo estranhamente calmo. O porteiro nos deteve:
- Mesdames, vocês sabem que dia é hoje?
14 de julho, feriado nacional. Tudo fechado. E só tínhamos mais um dia. Saímos assim mesmo, lambendo as vitrines. Conseguimos descobrir duas lojinhas antipatrióticas: uma de perfumes, outra de cristais.
Béco foi nos encontrar lá, já a caminho dos testes do GP da Alemanha. Abriu nossos quartos e quase desmaiou:
- Vocês estão malucas?
Teve a pachorra de contar: 38 malas, para quatro mulheres. O paciente Mahonney conseguiu acomodá-las, todas, no avião. Posou, antes, para uma foto que mostrasse toda aquela bagagem. Simpaticíssimo personagem, do qual sentirei falta, o Mahonney. Lembro-me de que ele reclamava apenas de uma coisa: de tão próximo do Béco, nunca ninguém se lembrara de fotografá-los juntos, piloto e piloto. Soube, aliviada, que às vésperas do acidente fatal em Ímola a foto foi feita.



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Descemos. Esperava por mim um Uno Mille Electronic zero, prata, igualzinho ao que eu queria comprar. Com um buquê de rosas no capô e o detalhe da chapa: DRI 7770. Só faltava laçarote e papel celofane.

- Isso é um presente de agosto.
- Mas por que agosto? - estranhei. - Não é Dia dos Namorados, não é nada...
- Por isso mesmo: não tem data nenhuma. É um presente de agosto.
Enchi o Béco de beijos. Fiquei sem palavras. Entrei como louca no carro e corri para mostrar a minha mãe. Liguei também para a mãe dele:
- Ganhei um carro novinho.
- Ele me contou - disse a Zaza. - Vem cá que eu quero dar uma volta.
Zaza, Bia, a sobrinha mais velha, e eu, lá fomos nós - depois, jantamos todos no apartamento do Pacaembu. Nosso convívio na Europa me dava a idéia de fazer parte da família. A Bia - Bix, eu a chamava - era como uma irmã mais novinha. Passamos aquele fim de semana na fazenda de Tatuí e, na volta, acompanhei a Zaza ao shopping. Éramos confidentes de copa e cozinha, do tipo de ficar conversando enquanto se fazem as unhas. Tanto que, depois de levar o Béco ao aeroporto, no Mercedes dele, naquela noite de terça-feira, 24 de agosto, para Frankfurt e, de lá, para o GP da Bélgica, fiz o que achei mais natural: Eu fui dormir na casa dos pais dele, na cama dele.

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Senna foi buscar a mãe, a irmã e a namorada Adriane, que estavam em Paris, para levá-las para a casa que alugou em Fontveille, ao lado de Montecarlo. Amanhã, todos seguirão para o Algarve, em Portugal, onde o piloto ficará até a ida para Hockenheim, marcada para quinta-feira de manhã. (jornalista Celso Itiberê, jornal O Globo, 16 de julho de 1993)




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Natal, para mim, é um convite à tristeza. Desde que meu pai morreu, em 1989, era como se a festa não existisse. Ele faleceu em outubro, como eu já contei, numa  situação inesperada, de repente - e nossa casa nunca mais foi a mesma. Minha avó materna, Agnes, que morava ao lado, tipo da mulher determinada, uma fortaleza, ainda tentava levantar nosso astral, naquele dia de má memória, recorrendo a velhas receitas de rabanadas e pães húngaros rabiscadas em cadernos antiquíssimos - e, num ano do qual não me lembro, mamãe, que sempre foi mais desanimada que vovó, bem que preparou um peru recheado com farofa e ameixas. Mas a gente não cultivava o ritual da ceia. Era um jantar comum, quem quisesse se servir que se servisse e nada de árvore enfeitada, os presentes ficando esparramados por aqui e por ali. Cada um de nós buscava, no Natal, um certo recolhimento para cicatrizar a nossa grande ferida na alma que era a ausência prematura de papai.

Agora, porém, era diferente. Béco e eu voltamos da Europa, vivíamos sob o mesmo teto no apartamento da Rua Paraguai, compartilhávamos os mesmos amigos, saíamos para jantar invariavelmente juntos, éramos dois namorados na plena acepção da palavra - se não havia aliança de noivado, sobravam intimidades do tipo dormir na mesma cama na casa da mãe e do pai dele, no Pacaembu. Sentia, no íntimo, que ele até gostava de me mostrar um pouquinho. Meu Natal, portanto, seria com ele. Zaza, pessoalmente, reiterou o convite. Quatro ou cinco dias antes,  toda a família se deslocaria para a fazenda de Tatuí, e a festa teria o duplo sentido de celebrar a ceia com filhos, sobrinhos, genros, noras e de inaugurar o casarão novo, todo restaurado.
Árvore de Natal, presentes que se acumulavam ao pé do pinheiro, a expectativa da criançada, os passeios a cavalo por aquele paraíso, as nossas pescarias, as competições de kart na pista particular construída segundo o traçado de quem começara sua carreira ali, a torcida pelo sobrinho Bruno, filho da Viviane e promessa de campeão - naquela preguiça dos compridos cafés da manhã, de almoços deliciosos e cheios de falatório e de tardes iluminadas como aquela em que um fotógrafo italiano, conhecido do Ayrton, fez nosso ensaio amoroso que correu o mundo, resgatei um  pouco da alegria da data do nascimento de Cristo.
Eu me sentia absolutamente em família, com a primazia do lugar de honra ao lado do príncipe da casa. Nem mesmo àquelas eventuais alfinetadas que cheguei a ouvir, em relação a antigas namoradas de Ayrton, especialmente a mais famosa delas, eu quis atribuir alguma intenção malévola. Iludia-me com a idéia de que, no fundo, o que eles - elas, seria mais correto dizer - queriam era me agradar.
O casarão tinha cheiro de novo, entulho das últimas obras e um quarto feito sob medida para nós. Nosso quarto tinha espaço suficiente para resguardar a intimidade recíproca tanto quanto para atulhar os armários de creminhos, loções e lavandas. Como sempre, não estranhei cama ou ambiente, mas fui despertada de madrugada por uma algazarra monumental e pela ausência dele, a meu lado, na cama. Corri para a janela e assisti a uma cena que faria a delícia daquelas câmeras indiscretas de programas como o do Faustão - que, todo domingo, era também, de uma certa maneira, um bem-vindo hóspede nosso.

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Realmente uma pena! A Fazenda no interior de TATUÍ/SP, onde possuía uma verdadeira mansão,  não conseguiu aproveitar nada.. terminou de construir no final de 1993 e ele faleceu em maio de 1994...quem usufrui tudo lá hoje em dia é seu pai, já bem idoso e sozinho, pois os outros membros [da família] querem é estar em outros lugares. Deixou tudo para a família.. uma bela mansão e fazenda. (Sandra A., moradora de Tatuí, via redes sociais)


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Mais fotos de Adriane Galisteu com a família de Senna





 Ayrton Senna, Viviane Senna (irmã de Ayrton), Adriane e Bruno Senna (sobrinho) no GP Brasil 1994

Adriane e Ayrton em Hocknheim na Alemanha e atrás a sobrinha de Ayrton, Bianca e a mãe do piloto dona Neyde

Ayrton, Viviane, Bruno, Adriane e um funcionário da Williams no GP Brasil 1994

Ayrton Senna, Viviane Senna (irmã de Ayrton), Adriane e Bruno Senna (sobrinho) no GP Brasil 1994

Bruno, Adriane e Ayrton cavalgando na fazenda Tatuí em 1994


Bruno, Adriane e Ayrton cavalgando na fazenda Tatuí em 1994

Leonardo Senna (irmão de Ayrton), Ayrton Senna e Adriane Galisteu



Adriane, Leonardo (atrás) e Ayrton




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MULHER IDEAL



Ayrton estava muito feliz com Adriane pois encontrou finalmente uma mulher que se mantivese ao seu lado nas viagens, se sentia solitário e já maduro, pelas entrevistas, falava de formar uma família e isso só seria possível ao lado de uma mulher disposta a renunciar muitas coisas, e ela deu essa prova de amor.

Marcia Lima, através do Youtube em 2016.




A chegada de Adriane a Portugal marcaria o início de um longo período vivendo juntos quando Ayrton não voltaria ao Brasil por seis meses, algo que ele nunca tinha feito antes. Provavelmente eles se casariam no fim desse período. - Tom Rubython, biógrafo de Ayrton Senna, em seu livro The Life of Senna.


"Ayrton realmente amava Adriane e ela não era mais uma garotinha na vida dele, como ele falou para pessoas chegadas..." - Francisco Santos, biógrafo de Ayrton Senna, em seu livro “Ayrton Senna Saudade”.

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FONTES PESQUISADAS

GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994. 

ITIBERÊ, Celso. Senna já se considera líder do mundial. O Globo, 16 de Julho de 1993, Matutina, Esportes, página 24.

RUBYTHON, Tom. The Life of Senna. 1º Edição Sofback. London: BusinessF1 Books, 2006.

SANTOS, Francisco. Ayrton Senna Saudade. Edição Brasileira. São Paulo: EDIPROMO, 1999.