sexta-feira, 7 de junho de 2013

CAMINHO DAS BORBOLETAS - Ayrton Senna foge da impressa com o Fiat Uno de Adriane Galisteu


Ayrton voltou do circuito de Spa-Francorchamps bufando com o seu quarto lugar, sentindo o campeonato  escorrer-lhe por entre os dedos. No aeroporto, me, perguntou meio brusco:
- E a chave da lata de sardinha, onde está?
- Lata de sardinha é a vó - respondi.
Ele literalmente fugiu da imprensa, no meu Fiat. Uma dessas repórteres ainda quis persegui-lo na Marginal, mas alguém se esqueceu de que o nome dele era Ayrton Senna.
Meu carro padecia nas mãos dele. Ele tomou gosto em pilotá-lo na cidade. Acelerava fundo, só para me provocar. Na verdade, ele não era Ayrton Senna no trânsito, no sentido de que respeitava os sinais e sabia onde dava para correr e onde definitivamente não dava. Só de vez em quando tinha a tentação de entrar por aquela pista exclusiva para ônibus, vazia, duas da manhã, na Avenida 9 de Julho, e pisar como se estivesse na sua McLaren. Era vrrummmmmmmm - sumia.


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