O pai de Ayrton Senna, Milton
da Silva, foi envolvido em um escândalo em 2008 que a imprensa abafou, o pai de Ayrton
foi acusado de manter trabalhadores praticamente como escravos em uma fazenda
no norte.
São denúncias e
mais denúncias de trabalho escravo na fazenda do pai de Ayrton Senna.
Temos que verificar até onde vai a participação do Instituto Ayrton Senna neste
projeto.
Imagina a grana que devem gastar para manter a imagem "boa" perante a sociedade por causa do Instituto.
Leia mais sobre a prática do trabalho escravo no Brasil: http://ayrtonsennavive.blogspot.com.br/2013/09/trabalho-escravo-no-brasil-ganancia.html
Faça o download do processo completo aqui.
Imagina a grana que devem gastar para manter a imagem "boa" perante a sociedade por causa do Instituto.
Leia mais sobre a prática do trabalho escravo no Brasil: http://ayrtonsennavive.blogspot.com.br/2013/09/trabalho-escravo-no-brasil-ganancia.html
Faça o download do processo completo aqui.
Fazenda do Pai de Ayrton Senna mantinha 82
trabalhadores como escravos
A fazenda campo Aberto que
pertence ao pai de Ayrton Senna foi acusada pelo Ministério Público do Trabalho
por utilização de trabalho escrava. Pelo menos 82 trabalhadores sofriam
servidão por dividas e restrição à liberdade, aliciamento irregular para
trabalho temporário, alojamentos e refeitórios sem as mínimas condições de
higiene, falta de equipamentos de segurança e pulverização aérea de agrotóxico
sobre os trabalhadores.
O pai de Senna, Milton da
Silva era dono junto com mais dois sócios de um empreendimento rural de mais de
seis mil hectares em Barreiras no oeste baiano. Durante dez dias de inspeção,
feita pelo grupo móvel de inspeçao do ministério, a fazenda recebeu 29 autos de
infração. Os três sócios recusaram-se a reconhecer a acusação de trabalho
escravo e a pagar as indenizações-trabalhistas previstas, que não passam de R$
710 mil.
Um dos sócios da fazenda doou
R$ 20 mil para campanhas eleitorais em 2006. Um dos beneficiados foi o deputado
João Leão (PP-BA) vice-líder do governo no Congresso, que cinicamente afirmou:
"Eu não acredito nessa historia de trabalho escravo no oeste da Bahia. É
conversa fiada.”.
FONTE
Pco
Pai de Senna é acusado de manter trabalho
escravo
BERNARDO MOURA - DO EXTRA
Publicado:13/02/08 - 0h00
Atualizado:13/02/08 - 0h00
RIO - O pai do tricampeão
muncial de Fórmula-1 Ayrton Senna, o empresário Milton da Silva, será julgado
por manter trabalhadores em condições precárias em uma propriedade na Bahia. A
Fazenda Campo Aberto, em Barreiras, onde o corredor despertou sua vocação para
o automobilismo a bordo do jipe do pai, faz parte da lista suja do trabalho
escravo no país desde o ano passado.
A denúncia apresentada pelo
procurador Paulo Germano Arruda, do Ministério Público do Trabalho da Bahia,
será julgada pela Vara do Trabalho de Barreiras, em março. Durante dez
dias de fevereiro de 2007, fiscais do Ministério do Trabalho encontraram 82
trabalhadores em situação precária. Na ocasião, foram impetrados 29 autos de
infração por desrespeitos aos direitos trabalhistas.
Em resposta à denúncia do
Ministério Público do Trabalho, Milton Silva afirmou ontem, em nota, que os 29
autos de infração são infundados. Ele nega também a situação precária dos
trabalhadores, mas reconhece que um dos alojamentos não estava nos padrões de
segurança do trabalho. A família Senna preside a ONG Instituto Ayrton Senna.
Leia mais sobre
esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/pai-de-senna-acusado-de-manter-trabalho-escravo-3633204#ixzz2fWjKdFvB
© 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
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Pai de Ayrton Senna responde a processo
por escravidão
Do UOL Esporte
Em São Paulo 2/2008 - 15h29
Em São Paulo 2/2008 - 15h29
O empresário Milton da Silva,
pai de Ayrton Senna, está sendo acusado juntamente com dois de seus sócios de
manter 82 trabalhadores em condição análoga à escravidão em sua fazenda em Campo Aberto , na
Bahia. Duas ações do Ministério Público do Trabalho (MPT) - uma Ação
Civil Pública e uma Ação Civil Coletiva - tramitam na Justiça do Trabalho da
Bahia.
Segundo o processo, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel para Erradicação do Trabalho Escravo, no Ministério do Trabalho e Emprego, em ação realizada entre 28/02/2007 e 09/03/2007 encontrou 82 trabalhadores em condições de trabalho extremamente degradantes tendo, na ocasião, sido lavrados 29 autos de infração.
Entre os autos estão: "Deixar de conceder ao empregado um descanso semanal de 24 horas consecutivas (art. 67, caput da CLT)" e "Deixar de conceder intervalo para repouso ou alimentação de, no mínimo, 1hora e, no máximo, 2 horas, em qualquer trabalho contínuo cuja duração exceda de 6 horas (art. 71, caput da CLT)".
Os proprietários da fazenda estão sendo cobrados em R$ 600 mil por dano moral coletivo e R$ 110 mil em indenizações trabalhistas por cada trabalhador liberado pela fiscalização.
Em resposta ao processo, Milton da Silva afirmou que os 29 autos de infração são infundados, negando a situação precária dos trabalhadores. O empresário, no entanto, reconheceu que um dos alojamentos não estava nospadrões de segurança do trabalho, segundo o JB.
Irregularidades semelhantes foram encontradas nas 621 ações de combate ao trabalho escravo do governo federal que libertaram mais 27 mil trabalhadores em todo o país desde 2005, segundo o site Congresso em foco.
Em entrevista para o mesmo site, um dos sócios de Milton da Silva, Ubirajara Guimarães, disse que não existe uma propriedade "100%". "Os trabalhadores que estavam lá não têm muito asseio. Lá é um lugar espetacular e não temos como dar conta disso. Lugar 100% você nunca vai encontrar. Não se pode tomar conta se a pessoa vai ou não tomar banho", argumentou sobre os trabalhadores temporários da fazenda.
Segundo o processo, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel para Erradicação do Trabalho Escravo, no Ministério do Trabalho e Emprego, em ação realizada entre 28/02/2007 e 09/03/2007 encontrou 82 trabalhadores em condições de trabalho extremamente degradantes tendo, na ocasião, sido lavrados 29 autos de infração.
Entre os autos estão: "Deixar de conceder ao empregado um descanso semanal de 24 horas consecutivas (art. 67, caput da CLT)" e "Deixar de conceder intervalo para repouso ou alimentação de, no mínimo, 1hora e, no máximo, 2 horas, em qualquer trabalho contínuo cuja duração exceda de 6 horas (art. 71, caput da CLT)".
Os proprietários da fazenda estão sendo cobrados em R$ 600 mil por dano moral coletivo e R$ 110 mil em indenizações trabalhistas por cada trabalhador liberado pela fiscalização.
Em resposta ao processo, Milton da Silva afirmou que os 29 autos de infração são infundados, negando a situação precária dos trabalhadores. O empresário, no entanto, reconheceu que um dos alojamentos não estava nospadrões de segurança do trabalho, segundo o JB.
Irregularidades semelhantes foram encontradas nas 621 ações de combate ao trabalho escravo do governo federal que libertaram mais 27 mil trabalhadores em todo o país desde 2005, segundo o site Congresso em foco.
Em entrevista para o mesmo site, um dos sócios de Milton da Silva, Ubirajara Guimarães, disse que não existe uma propriedade "100%". "Os trabalhadores que estavam lá não têm muito asseio. Lá é um lugar espetacular e não temos como dar conta disso. Lugar 100% você nunca vai encontrar. Não se pode tomar conta se a pessoa vai ou não tomar banho", argumentou sobre os trabalhadores temporários da fazenda.
FONTE
Uol
Pai de Senna é acusado de sustentar
trabalho escravo
12/02/2008 - 13:37
Quase quatro ano depois de o
Ministério da Justiça ter lançado a lista suja, em que são divulgados empresas
e empregadores que foram autuados por manter trabalhadores em condições
análogas à escravidão, um escândalo envolvendo a família do ídolo nacional
Ayrton Senna relaciona práticas ilícitas aos parentes do falecido piloto de
Fórmula 1.
Servidão por dívidas e
restrição à liberdade dos trabalhadores, aliciamento irregular para trabalho
temporário, alojamentos sem higiene e ausência de equipamentos de proteção
individual, além de pulverização aérea de agrotóxico sobre os trabalhadores, foram
encontrados em uma das fazendas de propriedade da mesma família que se diz
defensora de práticas socialmente eficazes sob o slogan da Fundação Ayrton
Senna.
Trata-se da fazenda Campo
Aberto, que pertence ao empresário Milton da Silva, pai de Ayrton Senna, e a
outros dois sócios de um megaempreendimento rural de mais de 6 mil hectares
localizado em Barreiras, no Oeste da Bahia.
Duas ações do Ministério
Público do Trabalho (MPT) - uma civil pública e outra civil coletiva - acusam o
empresário Milton da Silva e dois sócios de manterem 82 trabalhadores em
condição semelhante à escravidão na fazenda. Os processos tramitam na Justiça
do Trabalho da Bahia. Segundo fontes do MPT, esses estão próximos de ser
encerrados.
Negócios
Considerada uma das
principais riquezas dos negócios rurais da família de Senna, a propriedade
recebeu, durante 10 dias de inspeção, 29 autos de infração do grupo móvel
especial de combate ao trabalho escravo no Brasil do Ministério do Trabalho e
Emprego.
As ações cobram dos
proprietários da fazenda R$ 600 mil por dano moral coletivo e R$ 110 mil em
indenizações trabalhistas por cada trabalhador libertado pela fiscalização.
O dinheiro referente aos
salários e às verbas rescisórias dos 82 empregados libertados ainda não foi
pago, pois os sócios se recusaram a reconhecer a acusação de trabalho escravo
durante a inspeção que foi feita.
- Talvez seja pela questão da
"lista negra", mas o responsável pela empresa se retirou da
negociação no ato do resgate dos trabalhadores - contou o procurador do
Trabalho em Barreiras, Luciano Leivas, ao portalCongresso em Foco.
A "lista negra" à
qual o procurador se refere é mais conhecida como a lista suja do Ministério do
Trabalho, divulgada a cada seis meses. O nome do infrator só entra no cadastro
depois da conclusão do processo administrativo feito pela fiscalização que
libertou os trabalhadores.
Pacto
As sanções podem chegar ao
bolso dos empregadores. Mais de 100 empresas e associações que assinaram o
Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo negam-se a comprar, direta
ou indiretamente, mercadorias produzidas por fazendas incluídas na lista suja.
Desde o ano de 2005, as ações
de combate ao trabalho escravo do governo federal libertaram mais de 27 mil
trabalhadores no Brasil.
Servidão por dívidas e
restrição à liberdade dos trabalhadores são os principais problemas encontrados
nas propriedades.
FONTE
(Com agências) -JB
Online –
Pai de Senna é acusado de trabalho
escravo
13 de fevereiro de 2008
De acordo com o Ministério
Público do Trabalho, fazenda de empresário mantinha 82 trabalhadores em
condição análoga à de escravo
Por Lúcio Lambranho, do
Congresso em Foco | Categoria(s): Notícias
Servidão por dívidas e
restrição à liberdade dos trabalhadores. Aliciamento irregular para trabalho
temporário. Alojamentos e refeitórios sem as mínimas condições de higiene.
Ausência de equipamentos de proteção individual e pulverização aérea de
agrotóxico sobre os trabalhadores.
Essas irregularidades foram
encontradas nas 621 ações de combate ao trabalho escravo do governo federal que
libertaram mais 27 mil trabalhadores em todo o país desde 2005. Mas um desses
casos, desconhecido até então, desperta a atenção por envolver uma família que
tem o seu nome associado exatamente à responsabilidade social.
Trata-se da fazenda Campo
Aberto, que pertence ao empresário Milton da Silva, pai do tricampeão de
Fórmula 1 Ayrton Senna, e a outros dois sócios de um mega-empreendimento rural
de mais de 6 mil hectares localizado em Barreiras, no oeste baiano.
"Nós, que defendemos
práticas socialmente eficazes na Fundação Ayrton Senna, não podemos deixar de
dar o exemplo em nossas empresas", disse Leonardo Senna, irmão de Viviane
Senna, presidente da ONG criada em 1994, em entrevista à revista Dinheiro Rural
em janeiro de 2006.
A reportagem sobre a fazenda
é usada na ação civil pública do Ministério Público do Trabalho (MPT), que
acusa o pai de um dos maiores ídolos do esporte nacional de manter 82
trabalhadores em condição análoga à de escravo (saiba mais sobre
as irregularidades apontadas).
"Essa visão do melhor
dos mundos, que alia tecnologia, produtividade e responsabilidade social, tão
bem retratada pela mídia especializada, não é bem aquela encontrada pelo grupo
especial de fiscalização móvel para erradicação do trabalho escravo, do
Ministério do Trabalho e Emprego", escreve o procurador Paulo Germano
Costa, na denúncia, de 18 de junho de 2007.
Em seu site, o Instituto
Ayrton Senna afirma ter beneficiado mais de 1,3 milhão de crianças e
adolescentes em projeto sociais em 2007. A assessoria de imprensa da ONG disse ao
site que Viviane Senna estava de férias no exterior e que não iria se
pronunciar sobre o caso. Segundo a assessoria, Viviane é porta-voz do
Instituto, e não da família.
Infrações
Considerada a "jóia" dos negócios rurais da família Senna, a propriedade recebeu, durante dez dias de inspeção, em março de 2007, 29 autos de infração do grupo móvel especial de combate ao trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Considerada a "jóia" dos negócios rurais da família Senna, a propriedade recebeu, durante dez dias de inspeção, em março de 2007, 29 autos de infração do grupo móvel especial de combate ao trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Duas ações (leia
a íntegra de uma delas) na Justiça do Trabalho de Barreiras, em fase final
de julgamento, cobram dos donos do empreendimento rural R$ 600 mil por dano
moral coletivo e mais R$ 110 mil em indenizações trabalhistas por cada um dos
trabalhadores libertados durante a fiscalização do MTE.
O dinheiro referente aos
salários e às verbas rescisórias dos 82 empregados libertados ainda não foi
pago, pois os sócios se recusaram, durante a inspeção, a reconhecer a acusação
de trabalho escravo.
"Talvez seja pela
questão da ‘lista negra´, mas o responsável pela empresa se retirou da
negociação no ato do resgate dos trabalhadores", explica o procurador do
Trabalho em Barreiras, Luciano Leivas, que acompanha o processo.
"Conversa fiada"
A "lista negra" à qual o procurador se refere é mais conhecida como a "lista suja" do Ministério do Trabalho, divulgada a cada seis meses. O nome do infrator só entra no cadastro após a conclusão do processo administrativo gerado pela fiscalização que libertou os trabalhadores.
A "lista negra" à qual o procurador se refere é mais conhecida como a "lista suja" do Ministério do Trabalho, divulgada a cada seis meses. O nome do infrator só entra no cadastro após a conclusão do processo administrativo gerado pela fiscalização que libertou os trabalhadores.
As sanções podem atingir o
bolso dos empregadores. Mais de 100 empresas e associações que assinaram o
Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo se negam a comprar, direta
ou indiretamente, mercadorias produzidas por fazendas incluídas na "lista
suja". Entre elas, estão gigantes dos setores varejista e atacadista do
país.
Conforme mostrou o Congresso
em Foco em outubro do ano passado, empresas autuadas por manter trabalhadores
em condições análogas à de escravo doaram R$ 897 mil para a campanha eleitoral
de 25 candidatos em 2006 (leia mais).
Doação para deputado
Um dos sócios do pai de Ayrton Senna na fazenda Campo Aberto, Ricardo Ferrigno Teixeira, que administra o empreendimento rural, doou R$ 20 mil para campanhas políticas em 2006.
Um dos sócios do pai de Ayrton Senna na fazenda Campo Aberto, Ricardo Ferrigno Teixeira, que administra o empreendimento rural, doou R$ 20 mil para campanhas políticas em 2006.
Uma dessas doações, no valor
de R$ 10 mil, foi para a reeleição do deputado João Leão (PP-BA), vice-líder do
governo no Congresso. Segundo Leão, essa contribuição foi apenas parte de um
total de R$ 200 mil que ele recebeu da Associação dos Agricultores e Irrigantes
da Bahia (Aiba) durante sua campanha.
"Ainda não tive o prazer
de conhecer o senhor Ricardo e sua fazenda", disse o deputado. "Eu
não acredito nessa história de trabalho escravo no oeste da Bahia. É conversa
fiada. Isso é folclore", afirmou Leão ao site.
A outra doação, também de R$
10 mil, foi para Eduardo Seixas de Salles (PP), candidato a deputado estadual
que não se elegeu. Ele figura como suplente na Assembléia Legislativa da Bahia.
Em entrevista ao Congresso em
Foco, Ricardo Ferrigno preferiu não dar detalhes sobre a defesa protocolada por
seus advogados no processo. Mas informou que "o quadro pintado pelos
fiscais" não é verdadeiro. "Anexamos documentos que provam pagamento
de salários e rescisões de funcionários. Como podemos ser acusados de fazer
servidão por dívidas?", contesta o administrador da fazenda.
Para comprovar a servidão por
dívidas, os fiscais do MTE citam o depoimento de Elessandio Santos de Souza, um
dos trabalhadores libertados na fiscalização. "Que queria sair da Fazenda
Campo Aberto porque o valor da empreita estava muito barato; que em 2004
comprava mercadorias na cantina da Fazenda; que o valor das mercadorias era
diretamente descontado do salário do depoente".
Negociação
Em outubro de 2007, o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5) acolheu as alegações dos procuradores do MTE e determinou que os proprietários da fazenda cumprissem uma série de obrigações legais enquanto as ações indenizatórias não são julgadas.
Em outubro de 2007, o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5) acolheu as alegações dos procuradores do MTE e determinou que os proprietários da fazenda cumprissem uma série de obrigações legais enquanto as ações indenizatórias não são julgadas.
Entre as medidas que os donos
da Campo Aberto, consórcio rural que exporta soja e milho para a Itália e a
Alemanha, tiveram que cumprir está a construção de alojamentos e locais de
refeições em condições adequadas de conservação e higiene.
Temendo a repercussão
negativa do caso, os sócios iniciaram uma negociação para a venda da fazenda
para o grupo paulista Cosan, considerado o maior exportador de açúcar e de
álcool do mundo. A informação foi confirmada ao site por um dos advogados da
Campo Aberto, Vagner de Oliveira.
"Sei que teve essa
negociação, mas não sei se avançou", disse o advogado. A reportagem
tentou, desde o dia 29 de janeiro, contato com o outro advogado da família
Senna que também atua na ação, Márcio Rogério de Oliveira. Mas ele não retornou
os pedidos de entrevista.
Um dos sócios da família
Senna no condomínio rural, Ubirajara Guimarães, conhecido como Bira, disse ao
Congresso em Foco que não há nenhuma negociação para a venda da fazenda.
"Não tem nada a ver. É uma fazenda muito produtiva, uma
fazenda-modelo."
Bira disse que o negócio está
dividido em 50% para o pai do ex-piloto de Fórmula 1 e 25% para ele os outros
25% para Ricardo Ferrigno Teixeira, filho de Armando Teixeira Botelho,
ex-empresário de Ayrton no automobilismo. "Lugar 100% você
nunca vai encontrar", disse o empresário.
O grupo Cosan, por meio de
sua assessoria de imprensa, informou que não poderia dar informações sobre
transações desse tipo por ter ações no mercado financeiro, o que impede a
divulgação de negócios ainda não concretizados.
Caso Pagrisa
No ano passado, o Congresso se envolveu em uma grande polêmica por causa do trabalho escravo. Uma comissão externa foi criada no Senado para apurar supostos abusos cometidos pelo grupo móvel do MTE na libertação de 1.064 trabalhadores mantidos em condições análogas à de escravo na fazenda da Pagrisa (Pará Pastorial e Agrícola S/A).
No ano passado, o Congresso se envolveu em uma grande polêmica por causa do trabalho escravo. Uma comissão externa foi criada no Senado para apurar supostos abusos cometidos pelo grupo móvel do MTE na libertação de 1.064 trabalhadores mantidos em condições análogas à de escravo na fazenda da Pagrisa (Pará Pastorial e Agrícola S/A).
Convidados pelos donos do
empreendimento, os integrantes da comissão visitaram a fazenda e retornaram a
Brasília alegando que as condições oferecidas aos trabalhadores eram as
melhores possíveis. Em protesto, o grupo móvel
suspendeu suas ações por 20 dias, entre setembro e outubro.
Desde outubro, os trabalhos
do colegiado não avançaram. O presidente da comissão, Jarbas Vasconcelos
(PMDB-PE), renunciou ao cargo em novembro. Depois disso, segundo apurou o site, um
grupo de senadores pediu ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, uma nova
fiscalização na Pagrisa. O pedido, no entanto, não foi aceito pelo ministro,
que ressaltou que o grupo móvel, ao contrário dos parlamentares, não faz
visitas programadas aos locais passíveis de autuação.
Assim como na Pagrisa,
principal produtora de álcool e açúcar do Pará, mais da metade dos lavradores
resgatados no ano passado em todo o país trabalhava no cultivo da
cana-de-açúcar. Segundo o MTE, dos 5.877 trabalhadores libertados em 197
fazendas brasileiras em 2007, 2.947 estavam distribuídos em quatro usinas de
sucroalcooleiro.
Tags: Trabalho escravo
5 comentários
jose disse:
não da para entender como um
homem que é pai de um dos maiore idolos do Brasil se sujeita a uma coisa
dessas, rico não precisa fazer isso trabalho escravo tem que ser punido com o
rigor da lei não tem que ohar a posição social da pessoa não, foi comprovado
tem que ir para a cadeira para aprender a respeitar o ser Humano seje ele quem
for rico ou pobre sem distinção, o ser humano precisa ser respeitado.Repare só
essas pessoas que se aproveitam de sua posição para praticar o trabalho
escravo, quando o negocio é com elas ou seja se fossem elas que estivessem
sendo escravisada elas iriam colocar o boca no mundo. então punição para elas.
Sandra Grilo disse:
é um absurdo … infelizmente,
de vez em quando, algo nos revela, como os discursos estão longe da prática.
“Engana que eu gosto”…
Alvaro Jorge disse:
Quando é que nossa elite vai
endenter, que eles são os maiores responsáveis por este pais? Eles é que são
eleitos deputados, reitores, presidentes de instituições, possuem bens,
dinheiro, influencia, são donos da mídia, (nem todos é claro) e portanto
criadores de opinião.
Essa falta patriotrismo e respeito ao povo, provoca exatamente o que todos já sabem: miséria, favelas, criminalidade, impumidade, corrupção.Essa elite é burra porque só pensa em acumular riqueza, e se esquecem que um dia poderão ser vitimas de sua ganância. Pensem bem…. antes que viremos uma África
Essa falta patriotrismo e respeito ao povo, provoca exatamente o que todos já sabem: miséria, favelas, criminalidade, impumidade, corrupção.Essa elite é burra porque só pensa em acumular riqueza, e se esquecem que um dia poderão ser vitimas de sua ganância. Pensem bem…. antes que viremos uma África
Márcio Teodoro da
Silva disse:
Essas ongs só servem para
roubar dinheiro do povo. Esse instituto Ayrton Senna tb deve ser a mesma
coisa.Poderia funcionar com ele (Senna) mas depois dessa do pai dele…já tenho
minhas dúvidas…Teleton, Criança Esperança, Instituto Ayrton Senna, etc…imaginem
ai quantos milhões eles não arrecadam por ano. E não paramos de ver gente
mendingando nas ruas, tanta pobresa, fome….Para algum lugar essa grana vai.
Atenção homens de bem…vamos ficar atentos.
FONTE
Reporte Brasil
Pai de Senna é acusado de manter
trabalho 'escravo'
12 de fevereiro de
2008 • 14h55 • atualizado às 20h08
Duas ações do Ministério
Público do Trabalho (MPT) - uma Ação Civil Pública e uma Ação Civil Coletiva -
acusam o empresário Milton da Silva, pai do tricampeão de Fórmula 1 Ayrton
Senna, e mais dois sócios de manter 82 trabalhadores em condição semelhante à
escravidão na fazenda Campo Aberto, localizada em Barreiras (BA). Os processos
tramitam na Justiça do Trabalho da Bahia e, segundo o MPT, estão próximos de
ser encerrados.
As ações cobram dos
proprietários da fazenda R$ 600 mil por dano moral coletivo e R$ 110 mil em
indenizações trabalhistas por cada trabalhador libertado pela fiscalização. Em
março de 2007, o grupo móvel especial de combate ao trabalho escravo do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) constatou 29 infrações, durante dez dias
de inspeção na propriedade rural.
O dinheiro referente aos
salários e às verbas rescisórias dos 82 empregados libertados ainda não foi
pago, pois os sócios se recusaram, durante a inspeção, a reconhecer a acusação
de trabalho escravo.
Um dos sócios do pai de
Ayrton Senna na fazenda Campo Aberto, Ricardo Ferrigno Teixeira, preferiu não
dar detalhes sobre a defesa protocolada por seus advogados no processo. Mas
informou que "o quadro pintado pelos fiscais" não é verdadeiro.
"Anexamos documentos que
provam pagamento de salários e rescisões de funcionários. Como podemos ser
acusados de fazer servidão por dívidas?", afirma.
Desde 2005, as ações de
combate ao trabalho escravo do governo federal libertaram cerca de 27 mil
trabalhadores no País. Servidão por dívidas e restrição à liberdade dos
trabalhadores são os principais problemas encontrados nas propriedades, que
também apresentam, por vezes, aliciamento irregular para trabalho temporário,
alojamentos e refeitórios sem as mínimas condições de higiene, além de ausência
de equipamentos de proteção individual.
FONTE
Redação Terra
Pai de Ayrton Senna é acusado de
trabalho escravo na Bahia
THIAGO REIS
da Agência Folha
da Agência Folha
O pai do tricampeão de
Fórmula 1 Ayrton Senna (que morreu em 1994), Milton Guirado da Silva, é acusado
pelo Ministério Público do Trabalho de ter mantido em sua propriedade em
Barreiras (BA) trabalhadores em condições análogas à escravidão.
Silva e os sócios respondem a
duas ações civis públicas que pedem indenização para 82 trabalhadores
libertados, em ação do grupo móvel do Ministério do Trabalho em fevereiro e
março do ano passado, da fazenda Campo Aberto.
Só agora, um ano depois, as
ações devem ser julgadas. Uma delas pede R$ 600 mil "como reparação
genérica da lesão causada aos trabalhadores", que, de acordo com os
fiscais, eram submetidos a trabalho degradante.
Durante a ação dos fiscais,
foram lavrados 29 autos de infração. Foram constatadas irregularidades como
manutenção de empregados sem registro, falta de descanso semanal de 24 horas
consecutivas e de intervalo de uma hora para alimentação, alojamentos sem
portas e janelas e local de refeição sem água potável e condições higiênicas.
"Além de todo quadro de
degradação no que atine às exigências no campo da saúde do trabalhador, toda
sorte de fraudes na contratação e no curso da contratualidade, com graves
lesões aos trabalhadores, ainda presente, no caso, situação de negação do
sagrado direito à liberdade", diz a ação.
A outra ação é referente às
rescisões dos contratos (R$ 110 mil ao todo). "Todos os trabalhadores
foram retirados da condição de trabalho degradante e até hoje não receberam
nada. Eles foram submetidos a condições indignas. O pior é que muitos deles já
saíram da região e talvez nunca recebam [o dinheiro]", afirma o procurador
Luciano Leivas. A fazenda, de 6.000 hectares, é voltada principalmente ao
cultivo de algodão.
Outro lado
Em nota, a advogada Samira
Miguel, que representa o pai de Senna e os outros sócios da Campo Aberto,
afirma que os autos de infração são "infundados" e que "não há,
até o momento, qualquer condenação, seja em nível administrativo, seja em nível
judicial".
Ela diz que a Campo Aberto
"deixou de formalizar o termo de ajuste de conduta proposto pelo
Ministério Público do Trabalho ao final da atividade de fiscalização por
entender que as condutas imputadas não condiziam com a realidade".
A advogada afirma ainda que
"não há, nem nunca houve, qualquer tipo de restrição à liberdade de ir e
vir dos trabalhadores" e que há "alojamentos e refeitórios
devidamente adequados à legislação trabalhista" no local.
Diógenes Pereira da
Silva (157) 30/09/2008
14h23
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samuel haddad
carvalho (49) 10/09/2008
11h48
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Maria do Rosario
Freitas (102) 14/08/2008
23h18
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Marcelo da
Silva Cruz (1) 25/01/2008
11h54
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Marcos Fernando de
Assis (1) 25/01/2008
10h32
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ANAPOLIS / GO
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Site Português:
Pai de Ayrton Senna em Tribual
Pai de Ayrton Senna em Tribual
Por JLA a quinta, 14 de fevereiro de 2008 11:12
O pai do tricampeão Mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna da Silva foi multado na
sequência da descoberta que, há um ano atrás, mantinha trabalhadores numa das
suas fazendas, a laborar em condições sub-humanas.
Milton da Silva, um rico
proprietário de terras e homem de negócios, foi acusado de manter 82 dos seus
empregados, na sua enorme propriedade na Baía (6.000 hectares ), a
viver em condições muito más. O pai de Ayrton Senna negou as acusações, embora
tenha reconhecido que não cumpria todas as regras de segurança e higiene
requeridas.
Um magistrado do tribunal
brasileiro onde foi julgado o caso referiu que «os direitos dos trabalhadores
foram violados, tendo sido aplicada uma multa que ronda os 280,000 Euros.»
FONTE
Autosport Portugal
O trabalho escravo
envolve produtores e empresas de todo tipo e todo lugar, em vários cantos
do Brasil. Casos de escravidão são noticiados em jornais nacionais e
internacionais; não passa semana e mês sem novo caso... Você se lembra do
caso Inocêncio de Oliveira? E as denúncias publicadas em destaque no
jornal americano New York Times?A escravidão existe em quase todos os
estados do Brasil. Está no Estado do Mato Grosso, que tanto exporta quanto
explora mão-de-obra escrava.
Também no Pará, no Maranhão,
em Tocantins, assim como no Piauí, na Paraíba, em Rondônia, na Bahia, e até em São Paulo , no Rio de
Janeiro e no Rio Grande do Sul. Os campeões? Pará, Maranhão e Mato Grosso. As
vítimas da escravidão têm todas as idades: trabalhadores adultos e idosos,
jovens, mulheres, crianças, adolescentes. Libertar escravos no Brasil do
século 21 virou notícia comum... 115 anos após a abolição da escravatura!
Trabalho escravo: uma
armadilha bem planejada
Na ponta da linha, principalmente
no Nordeste, há muita pobreza; falta trabalho decente. No meio, hápensões e
dormitórios onde peões aguardam hipotético empregador. O dono da pensão, a dona
do hotelzinho já estão combinados com os empreiteiros: lá vem o “gato”, que
paga a conta atrasada dos peões, faz promessas mirabolantes e leva o pessoal,
já endividado, para a empreitada. Às vezes, o sistema já está integrado como,
por exemplo, no caso do Sr. Salu, em Açailândia – MA, que é, ao mesmo tempo,
“gato” e dono do Hotel Pioneiro.
Campanha contra o trabalho
escravo no Brasil
“Os quarenta trabalhadores
foram levados de Açailândia até Paragominas e de lá para a fazenda Vitória.
Eles foram agenciados por um “gato” conhecido como Salu. Ele seria o
proprietário do Hotel Pioneiro,em Açailândia, onde os trabalhadores eram
alojados e contraíam as primeiras dívidas, antes mesmo de chegar ao Pará. Além
do hotel, Salu também estaria usando casas alugadas para alojar os
trabalhadores”. (O Liberal, 01/07/03). O “gato” é a figura central do
trabalho escravo.
Atrás dele esconde-se o dono
da fazenda. A região de maior aliciamento é o nordeste: dois, em cada três
escravos, são do nordeste: Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Alagoas; ou, de lá,
já migraram para o Pará, Tocantins ou Mato Grosso. A região principal de
destino é, atualmente, a nova fronteira do desmatamento, no sul do Pará:
Marabá, Novo Repartimento e Terra do Meio (Iriri). A viagem começa de ônibus,
passa para o caminhão, até caminhão de gado, trator, barco, a pé, e mesmo de
“avionete”. Chegando, o peão não tem mais saída.
Campanha contra o trabalho
escravo no Brasil
Não tem volta. Está preso.
Sem precisar de capangas para vigiá-lo. A realidade é bem diferente do
prometido... Alojamento, não tem; sanitários, não tem; alimentação, também não.
Está tudo por fazer. Aos poucos, o trabalhador sente na carne que tudo foi
mentira, que foi iludido. Começa a procurar um jeito de ir embora, mas, naquela
cantina onde compra sem saber do preço, cresceu uma dívida que nem ele conhece.
Tem aquela arma onipresente, ameaçadora, dissuasiva, do capanga.
Até sua própria liberdade lhe
vem sendo descontada, dia após dia. No caderno de um “gato”, encontrado na
fazenda Carui, no Maranhão, está escrito em todas as letras, entre arroz e
sabão, entre café e querosene: compra de liberdade. E, na hora de receber, o
trabalhador descobre que é ele que está devendo, é ele que paga para trabalhar.
Portanto, o trabalho escravo é promessa enganosa, é trabalho forçado, em
péssimas condições, sem receber... é uma dívida crescente, são ameaças, o
impedimento de sair. Fugir?
Alguns poucos heróis resolvem
fugir e conseguem, enfrentando barreiras, pistoleiros, sede e fome. Um ou outro
desses fugitivos chega para informar e denunciar a situação de quem ficou lá,
preso.
Para apurar as denúncias, o
Governo criou, em 1995, o Grupo Móvel de Fiscalização. Suas características lhe
garantem independência, isenção, qualificação. Seus membros são
voluntários. Reúne voluntários entre fiscais do trabalho, policiais
federais, procuradores, fiscais do Ibama, etc. Sua função é apurar as denúncias
e resgatar os trabalhadores do cativeiro. Opera em condições difíceis,
perigosas. Sempre “no limite”. Seus objetivos são: libertar os
trabalhadores, pagar-lhes o que lhes foi sonegado, calcular valores a receber, pressionar
o patrão a pagar na hora. E, aproveitando, expedir a Carteira de Trabalho que,
para muitos, é o primeiro documento de identidade de sua vida, o primeiro sinal
de reconquista da cidadania.
Nota triste
Chegando em casa, ou de volta
à pensão, o peão libertado está feliz da vida. Cheio da grana, faz farra por
duas noites... e, logo mais, volta para outra empreitada. É que, sem
alternativa à vítima, nem punição aos escravizadores, a escravidão só tende a
crescer, a explodir. Onde? Principalmente na pecuária e no desmatamento que a
precede. Onde? Pela ordem: no Pará, no Mato Grosso, no Maranhão. E, de
forma mais esporádica, também em outros estados, onde pode ser simplesmente
desconhecida.
Por isso, apesar dessa
aparente eficiência, verifica-se a insuficiência de uma ação puramente
fiscalizadora. Tirar da escravidão não é erradicar o trabalho escravo como
sistema, alimentado, de forma complexa, por tantos fatores. A fraqueza do
combate ao trabalho escravo tem incentivado a ousadia dos infratores, tais como:
abandonar fiscais e peões no meio do mato, desafiar publicamente as autoridades
federais, mandar assaltar os carros da Polícia Federal que apóia o Grupo Móvel
(como ocorreu no ano passado!).
Ou publicar, no jornal local,
aviso de abandono de emprego, visando aqueles que fugiram da fazenda para
denunciar a Carteira de Trabalho nunca assinada, mas seqüestrada. (Fonte:
relatórios de fiscalização da Secretária da Inspeção do Trabalho (SIT) – Grupo
Móvel, 1996-2003)
No âmago da questão: cobiça e impunidade...
A opção preferencial pelo
agronegócio vai continuar a ser paga com florestas... e trabalho escravo!
(Marcelo Leite, editor de Ciência da Folha de São Paulo, em 11.04.04). Aqui vai
um exemplo emblemático de impunidade: o Sr. Quagliato, pecuarista no sul do
Pará, dono de 13 fazendas e de 250.000 cabeças de gado, líder mundial em
questões de inseminação artificial, já denunciado oito vezes por trabalho
escravo, mais a nona neste ano... e nunca condenado! Recente relatório de
experts da Organização Internacional do Trabalho (OIT) constata que, apesar de
tantos peões resgatados nos últimos 7 anos (mais de 5.000), não se tem registro
de mais que duas condenações penais de proprietários e quatro de
empreiteiros.... E qual a condenação? Entregar cestas básicas à vizinhança!
De onde vem tamanha
impunidade?
Muitas vezes, vem de juízes
omissos no dever de julgar com justiça os autores desses graves delitos, apesar
das provas apresentadas pelo Ministério Público do Trabalho. Outras vezes, vem
da Justiça do Trabalho que, até a criação das Varas itinerantes, em
2002, esteve praticamente ausente no sul do Pará. Resumindo a situação que tem
prevalecido: à justiça comum não interessa, à Justiça Federal não compete, à
Justiça do Trabalho? Não há Justiça do Trabalho! Então, é fácil imaginar o
resultado...
Nada de estranho, portanto,
neste ranking:
De 10 infratores
reincidentes, identificados nas denúncias colhidas nos primeiros 8 meses de
2002, um é reincidente pela décima vez (Jairo Andrade), outro pela nona vez
(Quagliato), outros pela sexta ou sétima vez, chegando à média absurda de quase
cinco reincidências... sem processos. Por isso, é urgente a mudança e muita
coisa deve mudar ainda. Já existe amplo consenso sobre as principais mudanças:
competência federal, pois o crime de escravidão fere direitos humanos
fundamentais; confisco da terra; multas reforçadas; interiorização da Justiça
do Trabalho; melhor conceituação legal do trabalho escravo.
Avanços
A partir de 2002, a mobilização contra
o trabalho escravo aumentou bastante. E tem havido avanços concretos. Já
se constataram progressos na mobilização e articulação das instituições
competentes para o combate ao trabalho escravo: Ministério Público do Trabalho,
Ministério Público Federal, Justiça do Trabalho, OIT, etc. Veja os exemplos:
Dezembro de 2002: o Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, ao julgar um
processo relativo a trabalho escravo, conclui, por unanimidade, pela
competência da Justiça Federal.
Com a decisão, ficou mantido
o decreto de prisão contra Joaquim Montes. O fazendeiro foi denunciado
pelo Ministério Público Federal pela prática de vários crimes, entre eles
formação de quadrilha, homicídio e submissão de pessoas à condição análoga a de
escravo. Novembro de 2002: Juiz do Trabalho condenou ao pagamento de
indenização por danos coletivos. Dezembro de 2002: o Juiz do Trabalho decretou
o bloqueio das contas de fazendeiro que se negava a pagar os direitos dos
trabalhadores....
O Juiz bloqueia conta de
fazendeiro acusado no sul do Pará e 95 trabalhadores foram libertados. Em 2003:
foi planejada uma ação mais integrada entre Grupo Móvel, Polícia Federal,
Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal. Doravante será
possível ver a situação in loco e tomar as previdências cabíveis. Leia as
palavras do Juiz Sérgio Polastro: “(...) Muitos trabalham doentes, com malária,
dengue e problemas renais. Alguns deles também se acidentam em serviço.
Um trabalhador, em especial,
chamou a atenção pela gravidade do problema. Um pedaço de madeira atingiu seu
olho esquerdo. O “gato” não permitiu que ele procurasse cuidados
médicos. Como o inchaço do olho estava impedindo o bom andamento do serviço, o
trabalhador foi liberado. Hoje está cego de forma irreversível, sem
qualquer amparo previdenciário. Somente quando chegamos aqui e olhamos nos
olhos desses trabalhadores e de suas famílias, que estão acostumados a sofrer
as piores humilhações sem reclamar, como se isso fizesse parte de suas
infelizes existências, é que compreendemos a real dimensão e importância deste
trabalho” (...)
EXEMPLO DE PESSOAS ENVOLVIDAS COM TRABALHO
ESCRAVO NO BRASIL
SÓCIO DA FAMÍLIA SENNA NA LISTA DO TRABALHO ESCRAVO
o Ministério do Trabalho
inclui em novo cadastro sócio do pai do ex-piloto de Fórmula Um em fazenda onde
82 trabalhadores foram resgatados em “condições degradantes”
Perto de completar três anos
de tramitação na Justiça, a denúncia de exploração de trabalho escravo numa
fazenda que pertenceu à família do tricampeão de Fórmula 1 Ayrton Senna
ganhou novo desdobramento. O Ministério do Trabalho incluiu na versão
atualizada da chamada lista suja do trabalho escravo o nome do administrador do
empreendimento rural onde 82 trabalhadores foram resgatados em “condições
extremamente degradantes” no começo de 2007.
Na época, o administrador Ricardo Ferrigno Teixeira era sócio de Ubirajara Guimarães e Milton Guirado Theodoro da Silva, pai de Ayrton Senna, na propriedade autuada, a Fazenda Campo Aberto, um condomínio rural de 6,1 mil hectares localizado no município de Barreiras, no oeste da Bahia, dedicado àprodução e exportação de grãos.
Na época, o administrador Ricardo Ferrigno Teixeira era sócio de Ubirajara Guimarães e Milton Guirado Theodoro da Silva, pai de Ayrton Senna, na propriedade autuada, a Fazenda Campo Aberto, um condomínio rural de 6,1 mil hectares localizado no município de Barreiras, no oeste da Bahia, dedicado àprodução e exportação de grãos.
O CASO INOCÊNCIO DE OLIVEIRA
Os trabalhadores
considerados “escravos” na fazenda do deputado federal Inocêncio de
Oliveira tinham“um orgulho ingênuo de estarem trabalhando para uma pessoa tão
importante e poderosa”. Segundo eles, o deputado costumava ir nos barracos
“atravessando o rio a cavalo, enquanto os trabalhadores atravessavam a nado”.
Essa e outras afirmações dos
trabalhadores constam da denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal,
em outubro de 2003. O deputado foi condenado, no ano passado, a pagar
uma indenização de R$ 530 mil por submeter 53 trabalhadores rurais a condições
similares à escravidão em sua fazenda.
Ele foi condenado também, em
outro processo, a se abster de explorar mão-de-obra escrava e de aliciar
menores de 16 anos para trabalhar em suas fazendas. Ainda cabe recurso.
Leia a denúncia apresentada
pelo MPF:
PGR N.º 1.00.000.009077/
-2002-60
INTERESSADO: DEPUTADO FEDERAL
INOCÊNCIO DE OLIVEIRA
ASSUNTO: OF/Nº 1287/02/PGT –
DENÚNCIA INQ/2054
EXCELENTÍSSIMO SENHOR
MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL,
O Ministério Público Federal
ajuíza DENÚNCIA contra:
1. Inocêncio Gomes de
Oliveira, brasileiro, casado, médico, Deputado Federal, podendo ser encontrado
na Câmara dos Deputados - Praça dos Três Poderes - Gabinete 26, Anexo II.
2. Sebastião César Marques de
Andrade, qualificado as fls. 57, dos autos do PA 9077/02, que integram esta
denúncia, pelos seguintes fatos delituosos: 1.00.000.009077/2002-60
I. Dos Fatos
1.O Grupo Móvel de
Fiscalização da Região 04, do Ministério do Trabalho e Emprego constatou, no
período compreendido entre os dias 19
a 27 de março de 2002 que na Fazenda Caraíbas,
situada no Município do Dom Pedro Maranhão, delitos contra a liberdade e contra
a organização do trabalho foram consumados pelos acusados.
2. Em anterior pronunciamento
nosso, transcrevemos depoimentos dos trabalhadores e dos chamados
"gatos", ou intermediadores, no aliciamento dos trabalhadores para a
roça da juquira, na Fazenda Caraíbas verbis:
"8. Com efeito, depôs
Vicente de Pinho Borges e disse, verbis:
"Que ao chegarem à
Fazenda Caraíbas, foram levados para
alojamentos precários, sem
piso e sem qualquer iluminação, bem como sem instalações sanitárias; Que os 15
(quinze) trabalhadores
ficaram alojados no local ora
descrito; Que, ao iniciarem suas atividades, cuja tarefa consistia em roço de
juquira, passaram a trabalhar sob as ordens do gato VICENTE, o qual informou
aos trabalhadores e ao declarante que o adiantamento que havia sido fornecido
aos mesmos seria descontados posteriormente bem como as botas e ferramentas de
trabalho (foice) que lhes foram entregues pelo referido gato VICENTE, naquela
ocasião,
Que a água fornecida aos trabalhadores
era retirada de um cacimba infestado de insetos e "copa-rosa"; Que a
alimentação fornecida era de péssima qualidade e era composta apenas de feijão
e arroz (no almoço e no jantar), e que o café da manhã consistia apenas em café
puro e farinha de puba; Que a alimentação também seria
descontada, conforme lhes informou o gato VICENTE, que anotava em caderno
todos os gastos com os trabalhadores, inclusive as despesas realizadas com o
transportes dos referidos trabalhadores para a citação Fazenda Caraíbas".
(vide: fls. 71)
9. Prosseguiu Vicente,
verbis:
"Que no dia 08.03.02
Sexta-feira, o gato VICENTE, a pedido dos trabalhadores, fez o acerto de contas
e informou ao final, que dos 15
(quinze trabalhadores apenas
05 (cinco) tinham saldo a receber, no valor de R$ 20,00, sendo que o declarante
nada recebeu, pois, segundo o gato 1.00.000.009077/2002-603 VICENTE, suas
dúvidas correspondiam aos valores dos dias trabalhados;
Que , para retornar ao seu
município foi necessário que os 05 (cinco) trabalhadores que tiveram saldo
pagassem as passagens dos demais e inclusive a sua; Que, para sair da
fazenda, percorreram cerca de 09 (nove) quilômetros, digo 15 (quinze)
quilômetros a pé, até chegarem à cidade de Espírito Santo-MA, de onde
retornaram à União-PI.
Que no local de trabalho
(Fazenda Caraíbas) ainda ficaram vários trabalhadores, sob as ordens de outros
gatos." (vide fls. 72/73) 10. Edilson Diniz Ferreira também esclareceu
que, verbis:
"Num barraco de 6x4m
ficam alojados cerca de 30 trabalhadores, não haviam instalações sanitárias;
não era fornecida água potável (a água
para consumo era retirada do
açude). Os barracos não têm paredes e são de terra batida. Muitas vezes foram
encontrados animais peçonhentos, como cobras e aranhas dentro do barracão. O
declarante informa que desde dezembro/2001 o acesso ao alojamento está alagado,
sendo os trabalhadores obrigados a nadarem em locais onde a água alcança a
altura do peito de um homem adulto para se locomoverem do alojamento até a sede
da Fazenda, e de lá de volta para o alojamento." vide: fls. 75--)
http://ronaldoejoana.blogspot.com.br/2011/01/trabalho-escravo-e-crime.html
FONTES DE PESQUISA
FONTES DE PESQUISA
DORTA, João André. Fazenda do Pai de Ayrton Senna mantinha 82 trabalhadores como escravos. Disponível em < http://www.pco.org.br/nacional/fazenda-do-pai-de-ayrton-senna-mantinha-82-trabalhadores-como-escravos/eep,j.html>. Acesso em: 21 de setembro 2013.
UOL. Pai de Ayrton Senna responde a processo por escravidão.
Disponível em <http://esporte.uol.com.br/f1/ultimas/2008/02/13/ult4361u922.jhtm>.
Acesso em: 21 de setembro 2013.
LAMBRANHO, Lúcio. Pai de Senna é acusado de trabalho escravo
. Disponível em < http://reporterbrasil.org.br/2008/02/pai-de-senna-e-acusado-de-trabalho-escravo/>. Acesso em: 21 de setembro 2013.
REIS, Thiago. Pai de Ayrton Senna é acusado de trabalho escravo na Bahia. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u372190.shtml>. Acesso em: 21 de setembro 2013.
JLA. Pai de Ayrton Senna em Tribunal. Disponível em < http://autosport.pt/pai-de-ayrton-senna-em-tribunal=f43258> Acesso em: 21 de setembro 2013.
O TRABALHO ESCRAVO EXISTE POR CAUSA DA GANÂNCIA HUMANA. Disponível em < http://ronaldoejoana.blogspot.com.br/2011/01/trabalho-escravo-e-crime.html> Acesso em: 21 de setembro 2013.
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