Ayrton e o pai Milton
O amigo de Ayrton, Américo
Jacoto Junior, o Junior, tenta justificar o tirano pai de Ayrton Senna e sua
vontade de controlar tudo e todos da família, mas acaba entregando o seu jeito
de ser:
“O senhor Milton e ele eram
dois amigos. O Miltão sempre fez o papel do pai, com o pulso firme... ele dava as condições, mas também cobrava essas
condições. Na fase do kart ele era o maior incentivador do Ayrton. O Miltão sempre gostou muito do
Ayrton. Na casa da família Senna da Silva, o Ayrton sempre foi a coluna
cervical, embora o Miltão, fosse o pai, o patriarca. No entanto, o Ayrton era
sempre o centro das atenções todas. Era sempre tudo... o Ayrton... num modo
leve, sempre bom de coexistência... positivo... sem discriminação com os
irmãos. Sempre existiu harmonia entre pai, mãe e irmãos. O Miltão era apenas um
pai bastante zelador do filho.”
Fonte: Ayrton Senna Saudade
de Francisco Santos
Notem que Junior, o tempo
todo, puxa o saco do pai de Ayrton Senna, isso é muito comum nas biografias
dele: pessoas puxarem o saco da família Senna; mas sempre essas pessoas acabam
revelando sem perceberem certas informações muito importantes. Como a que ele
revelou:
Algumas observações sobre o
depoimento de Junior:
“Na
fase do kart ele era o maior incentivador
do Ayrton.”
Para o mesmo livro Tchê, o preparador de Kart de
Ayrton Senna, e o verdadeiro maior incentivador desde o começo, desde o Kart,
conta que Miltão só aparecia nos tempos de glória:
Tchê: "Não foi o Senhor
Milton da Silva que trouxe o Ayrton à minha oficina. O pai dele, Senhor Milton,
sempre, só apareceu nos momentos de glória. Quem trouxe o Ayrton foi um amigo
nosso."
“O Miltão sempre fez o papel do pai, com
o pulso firme...”
“O Miltão era apenas um pai bastante
zelador do filho.”
Ele também conta no livro que as atenções da
família Senna (do pai sobretudo) era no filho Ayrton e os outros irmãos ficavam
em segundo plano.
Ayrton e o pai se davam bem só que,
Milton queria controlar não só os negócios do filho e a carreira, mas também a
vida pessoal dele. E esse autoritarismo gerava um conflito entre pai e filho.
Desde sempre, desde a tenra idade dos filhos, ele sempre quis ter total
controle sobre a vida e escolhas deles, desde suas primeiras decisões como mostra
outro depoimento de Tchê.
Tchê: "Ele (Ayrton) me
contava sempre tudo... Todos os seus problemas familiares. Mas eu não
gosto de tocar nisso, até porque a família dele para mim morreu, não existe.
não temos contato a muitos anos. Quando ligava para ele na casa dele era ate
triste, porque a família não me deixava falar com ele... era difícil. Acho que
ele tinha até uma certa carência... uma carência familiar... Que só a gente que
sabe. Eu falava pra ele: "Menino fala para gente só o que você quer. Esquece
a tua família. A tua família esta aqui agora. Quando tiveres problemas, fala
comigo. Mas não venhas com a tua família pra aqui. Poucas vezes falava da irmã,
do irmão, do pai, que não o acompanhava em nada, em todas as corridas, isso é
mentira, quem o acompanhava era a gente. Eles contam muitas mentiras
nos jornais e revistas, Ayrton não tinha o relacionamento bom com a
família. Conheço ele desde moleque. Ele falava que a família tinha problemas
com ele, mas eu jamais quis saber. O nosso problema era assuntos de corrida.
Ele chorava muitas vezes no meu ombro. Tínhamos um relacionamento
fora do normal. De pai para filho."
Tchê: "Eu trabalhava nos
motores do Ayrton e não cobrava para ele ficar despreocupado e não ter
que pedir dinheiro ao pai. Através da minha influência eu conseguia
pneus novinhos para ele e tudo que ele precisava para ganhar corridas."
Aqui preparei um dossiê sobre o pai de Ayrton Senna.
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