Ron Dennis se despede de Ayrton Senna em sua última vitória na McLaren
Em entrevista ao iG Esporte,
chefe da equipe britânica afirmou que buscou até o último instante evitar ida
de brasileiro para a Williams, mas admitiu fraqueza ao lidar com situação
Pedro Taveira - iG São
Paulo | 08/11/2013 14:46:42
Há 20 anos, Ayrton Senna
encerrava sua era pela McLaren. Um dia após vencer o Grande Prêmio da Austrália
em 7 de novembro de 1993, no que seria também o último de seus 41 triunfos na
carreira, o brasileiro se despediu da equipe para qual havia pilotado nas seis
temporadas anteriores e que lhe havia dado três títulos mundiais de Fórmula 1.
Mas, em entrevista ao iG Esporte , o chefe do time inglês Ron Dennis
deixou claro que a história poderia ter sido diferente. Isso porque tentou
convencê-lo até o último instante possível de não ir para a Williams.
“Penso que a corrida que
marcou o fim dessa era não foi esta (Austrália), mas as duas ou três
anteriores. Ele (Senna) realmente mudou sua cabeça e nas noites anterior e
posterior àquela prova nós conversamos se deveríamos tentar arrancá-lo de suas
obrigações contratuais e ficar na McLaren, porque o carro era particularmente
bom e ele tinha readquirido uma tremenda dose de confiança na nossa capacidade
em dar a ele um carro vencedor”, afirmou Dennis, por e-mail, ao iG Esporte .
“Nós conversamos sobre isso
na noite anterior à prova e sua determinação em vencer estava em parte por
deixar a equipe e muitas pessoas. Todos viram que havia muita emoção. E o que
ocorreu foi uma aproximação muito mecânica para ver se ele havia feito a coisa
certa. Ele deveria ficar ou ir?”, prosseguiu o chefe da McLaren.
Ron Dennis admitiu fraqueza em relação a Frank Williams na
hora de negociar com Ayrton Senna
Dennis admitiu que sua frieza
sua pode ter sido determinante na escolha de Senna em ir para a Williams. Isso
porque, em sua opinião, uma das principais características de Frank Williams,
chefe da equipe rival, é justamente saber ser persuasivo.
“A única coisa que eu
considero ter sido uma fraqueza nas conversas é minha dificuldade de comunicar
nada mais que fatos breves por telefone. Sempre achei o telefone uma ferramenta
muito sem emoção e o Frank foi extremamente persuasivo em convencer o Ayrton a ir
para a Williams. Obviamente todos têm forças e fraquezas e uma de seus pontos
fortes (Frank) é ser persuasivo. O apego de Ayrton pela vida era um trunfo,
algo que eu nunca particularmente gostei de usar”, explicou o inglês.
Os momentos que se seguiram à
vitória de Senna na Austrália foram de pura emoção. E, mesmo desejando a
permanência do tricampeão mundial em Woking, Dennis disse acreditar que nada do
que tentasse usar para convencer o brasileiro teria adiantado.
FONTE
IG
Nenhum comentário:
Postar um comentário