Jacob Pinheiro Goldberg: Eu vi você numa
entrevista do Ayrton Senna e fiquei impressionado com o seu olhar. Enquanto ele
falava, você estava sentada na diagonal olhando para ele, com o olhar típico de
alguém que se relaciona com outro e quer essa relação. A maioria das pessoas
parece que é auto-referível e se relaciona consigo mesma. Você não. Parecia que
estava procurando uma relação com alguém. Só voltei a ver você no enterro do
Senna e fiquei novamente impressionado com a sensação de perdição tão grande
que você passava, era a perda do outro, a perda da relação.
Adriane: O que estava acontecendo naquele
funeral, o que as pessoas falavam de mim, eu só vim notar quando assisti na
televisão ou li. Realmente, eu fiquei perdida. A sensação é que não tinha mais chão.
Eu só ligava para o fato de que ele estava ali, morto em um caixão. Só isso
vinha à minha cabeça.
FONTE
Revista Trip, #66, Ano 12, 1998
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