18.novembro.2013
| 1:00
Ayrton Senna e Rubens Barrichello na Disney de Tóquio
E como foi o início na F1? Quais as suas expectativas?
O começo era um sonho, ficava me beliscando, para acreditar que estava mesmo em um carro de Fórmula 1. Para você ter uma ideia da emoção, quando a gente está no cockpit, ainda nos boxes, colocam uma TV na nossa frente, para acompanhar o treino. Eu via o Senna saindo do boxe e ficava repetindo: “Ele vai passar aqui na frente, aqui na frente!” E ele passava, voando. (risos) Aquilo era demais… Ele era meu ídolo. Agora, em termos de resultado, foi um pouco frustrante. Nas duas primeiras provas, o carro quebrou quando eu ia marcar pontos. E na corrida seguinte, em Donington, eu era terceiro, na chuva, ia compor pódio com o Senna, mas a gasolina acabou. Fiquei meio chateado, porque os resultados não estavam vindo. E eu sempre achei que você é tão bom quanto a sua última corrida.
Achou que podia ter ganhado a prova em Donington?
Foi muito engraçada aquela corrida, porque aconteceram vários pit stops, por causa da chuva, e ninguém tinha muita certeza da posição em que estava. Já quase no final, imaginava estar entre os três primeiros. De repente, surge no meu retrovisor o Ayrton. Pensei: “Estou ganhando essa porcaria dessa corrida! Nem o meu ídolo vai passar”. Ele tentava e eu fechava. Foi quando recebi a bandeira azul (para deixar um piloto mais bem colocado ultrapassar). Eu não estava na frente, estava era tomando uma volta do líder. Foi um choque de realidade… (risos)
É verdade que você foi com o Ayrton para a Disney?
Fui. Na Disney de Tóquio. Era a segunda corrida de 1994, meu primeiro pódio. Estava saindo do hotel e dei de cara com o Ayrton. Ele me perguntou para onde eu estava indo. Falei: “Pra Disney!”. E ele: “Que legal, posso ir com você?”. Até parece que eu ia dizer não… Tenho uma foto dele comendo um hambúrguer no parque.Aliás, ele comeu dois. O Ayrton era muito focado, até meio quadradão, por isso aquele momento foi especial e eu guardo a foto até hoje. Duas semanas depois… ele morreu.
Naquele final de semana em Ímola você também se acidentou. O que mudou na sua vida depois daquilo?
Olha, até um ateu convicto teria de concordar que aconteceu alguma coisa do além naquele fim de semana. Duas mortes, meu acidente, o cara do boxe que foi atropelado, havia alguma coisa no ar. Para te falar bem a verdade, não me lembro do que aconteceu. Graças a Deus. Não me lembro do acidente.
FONTE PESQUISADA
JAPIASSU, Daniel. ‘Sempre achei que você é
tão bom quanto a sua última corrida’. Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/sonia-racy/sempre-achei-que-voce-e-tao-bom-quanto-a-sua-ultima-corrida/>.
Acesso em: 18 de novembro 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário