sábado, 16 de novembro de 2013

Pai de Ayrton Senna Brigou Feio Com O Filho Porque Ele Comprou Casa Sem Sua Opinião Ou Avaliação

Milton da Silva, pai de Ayrton Senna


No livro, “Ayrton, o herói revelado” de Ernesto Rodrigues, uma ex-namorada de Senna, Cristine Ferracciu, conta dois episódios que nos inteira sobre o controle que o pai de Ayrton exercia sobre a vida do filho.

Leiam:

Cristine [Ferracciu] tratava a família de Ayrton como se fosse a dela. E disse que chegou até a sentir uma certa tensão com Milton da Silva [pai de Ayrton] por causa de seu envolvimento com questões importantes da vida de Senna, entre elas, a compra da casa em Portugal e o contrato com a McLaren:

"O Beco me poupava muito dos problemas do Miltão em relação a mim. Ele não me azucrinava com esse assunto. Ele sabia que eu me sentia super-mal, que eu já tinha comprado uma grande briga com o meu pai para poder namorar ele. Mas eu sei que houve uma briga séria dele com o pai, que não se conformou com o fato de Ayrton ter comprado a casa sem pedir sua opinião ou sem que ele a avaliasse.
Ayrton me poupava e brincava dizendo: 'Em março, eu te dou um Uno.' E eu brincava dizendo que não precisava dar nada, que eu comprava.”
Cristine disse que seu envolvimento na montagem da casa de Senna em Portugal incluiu a contratação de uma arquiteta e uma série de compras em Londres. Outro episódio que, na lembrança de Cristine, deixou o pai de Senna irritado foi sua presença e seus palpites nas reuniões em que Ayrton discutiu com Ron Dennis a renovação do contrato com a McLaren, em 1991.
O contrato, de acordo com ela, foi assinado na casa de Braguinha, em Sintra, na presença de Ron Dennis, Julian Jakobi e de advogados de Londres. Daquele momento, ela guardou uma foto em que Senna mostrava os bolsos vazios pelo avesso, dizendo não ter dinheiro para pagar a comissão que ela exigiu, de brincadeira, pelos palpites que dera.
Senna comprou a casa do Algarve sem ver. Mandou Julian Jakobi e sua assistente, Fiona Spence, acertarem o negócio com o proprietário inglês, no escritório de Londres.
A idéia era, como sempre, economizar. E, para isso, o nome Ayrton Senna não apareceria, em hipótese alguma, nas negociações. Milton da Silva, Braguinha, Galvão Bueno e Ayrton calculavam que o sigilo evitaria que o valor do imóvel fosse triplicado. Até o fechamento do preço, para todos os efeitos, quem estava comprando a casa era um certo Antônio Carlos de Almeida Braga.
No dia em que Senna foi finalmente conhecer a casa, levou com ele, no helicóptero, Braguinha, Galvão e Márcio Rebello, marido de Lúcia, filha de Braguinha, e Milton, seu pai. Pousaram numa praia próxima. Na viagem de carro até ela, o futuro ex-proprietário perguntou a Senna:
- Você trabalha com aviação? É piloto?
- Sou piloto. Piloto de Fórmula 1.
- Piloto de Fórmula 1? Então você conhece Nigel Mansell!
No banco traseiro, Galvão e Braguinha explodiram numa gargalhada que impediu Ayrton de responder. Galvão provocou, falando em português:
- Ele não conhece você. Você é um merda mesmo...
Ayrton e o pai acabaram aderindo à gargalhada de forma mais discreta. O inglês, parecendo não entender nada, perguntou o que estava acontecendo e continuou não vendo muita graça na história. Mais tarde, os quatro brasileiros começaram a se perguntar se não teria sido melhor comprar a casa no nome de Ayrton.
E se o inglês já soubesse que Braguinha era um dos homens mais ricos do Brasil?


FONTE PESQUISA

RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004.

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