Milton da Silva, pai de Ayrton Senna
No livro, “Ayrton, o herói revelado” de Ernesto
Rodrigues, uma ex-namorada de Senna, Cristine Ferracciu, conta dois episódios
que nos inteira sobre o controle que o pai de Ayrton exercia sobre a vida do
filho.
Leiam:
Cristine [Ferracciu] tratava
a família de Ayrton como se fosse a dela. E disse que chegou até a sentir uma
certa tensão com Milton da Silva [pai de Ayrton] por causa de seu envolvimento
com questões importantes da vida de Senna, entre elas, a compra da casa em
Portugal e o contrato com a McLaren:
"O Beco me poupava muito
dos problemas do Miltão em relação a mim. Ele não me azucrinava com esse
assunto. Ele sabia que eu me sentia super-mal, que eu já tinha comprado uma
grande briga com o meu pai para poder namorar ele. Mas
eu sei que houve uma briga séria dele com o pai, que não se conformou com o
fato de Ayrton ter comprado a casa sem pedir sua opinião ou sem que ele a
avaliasse.
Ayrton me poupava e brincava
dizendo: 'Em março, eu te dou um Uno.' E eu brincava dizendo que não precisava
dar nada, que eu comprava.”
Cristine disse que seu
envolvimento na montagem da casa de Senna em Portugal incluiu a contratação de
uma arquiteta e uma série de compras em Londres. Outro episódio que, na lembrança de Cristine, deixou o pai de
Senna irritado foi sua presença e seus palpites nas reuniões em que Ayrton discutiu com
Ron Dennis a renovação do contrato com a McLaren, em 1991.
O contrato, de acordo com
ela, foi assinado na casa de Braguinha, em Sintra, na presença de Ron Dennis,
Julian Jakobi e de advogados de Londres. Daquele momento, ela guardou uma foto em que Senna mostrava os
bolsos vazios pelo avesso, dizendo não ter dinheiro para pagar a comissão que
ela exigiu, de brincadeira, pelos palpites que dera.
Senna comprou a casa do
Algarve sem ver. Mandou Julian Jakobi e sua assistente, Fiona Spence, acertarem
o negócio com o proprietário inglês, no escritório de Londres.
A idéia era, como sempre,
economizar. E, para isso, o nome Ayrton Senna não apareceria, em hipótese
alguma, nas negociações. Milton da Silva, Braguinha, Galvão Bueno e Ayrton
calculavam que o sigilo evitaria que o valor do imóvel fosse triplicado. Até o
fechamento do preço, para todos os efeitos, quem estava comprando a casa era um
certo Antônio Carlos de Almeida Braga.
No dia em que Senna foi finalmente
conhecer a casa, levou com ele, no helicóptero, Braguinha, Galvão e Márcio
Rebello, marido de Lúcia, filha de Braguinha, e Milton, seu pai. Pousaram numa
praia próxima. Na viagem de carro até ela, o futuro ex-proprietário perguntou a
Senna:
- Você trabalha com aviação?
É piloto?
- Sou piloto. Piloto de
Fórmula 1.
- Piloto de Fórmula 1? Então
você conhece Nigel Mansell!
No banco traseiro, Galvão e Braguinha
explodiram numa gargalhada que impediu Ayrton de responder. Galvão provocou,
falando em português:
- Ele não conhece você. Você
é um merda mesmo...
Ayrton e o pai acabaram
aderindo à gargalhada de forma mais discreta. O inglês, parecendo não entender
nada, perguntou o que estava acontecendo e continuou não vendo muita graça na
história. Mais tarde, os quatro brasileiros começaram a se perguntar se não
teria sido melhor comprar a casa no nome de Ayrton.
E se o inglês já soubesse que
Braguinha era um dos homens mais ricos do Brasil?
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