Autor da Biografia de Ayrton Senna, "Ayrton, o herói revelado", lançada em 2004, o jornalista Ernesto Rodrigues, é acusado pelo o outro jornalista Juca Kfouri de ser um biografo chapa-branca.
Em um vídeo da "TV
Folha" de outubro de 2013, há um embate entre os dois, e o biografo de Senna acaba revelando
que pede autorização para o biografado ou sua família, - caso ele
já tenha morrido -, para publicar seus livros. Ernesto alega que "nenhuma
editora (do Brasil) faz nada sem a autorização expressa do biografado ou de sua
família". Juca rebate "uma biografia autorizada não é necessariamente
uma má biografia, ela passa a ser uma má biografia, biografia chapa-branca,
quando o biografado tem o direito de dar o imprimasse, aí ela passa a ser uma
farsa." E declara ainda "se a gente for depender de autorização de todo mundo para qualquer coisa não se faz mais nada na imprensa."
Então chegamos à conclusão, através
das próprias palavras do jornalista Ernesto Rodrigues, que a biografia de
Ayrton escrita por ele, “Ayrton, o herói revelado”, também foi autorizada (
pela família do ex-piloto), assim como aconteceu com a de João Havelange, também escrita por Ernesto. E isso foi confirmado pelo próprio autor em entrevista ao site "observatória da imprensa" em 17 de outubro de 2013. Para o site o jornalista conta que recebeu uma carta da família Senna autorizando o projeto:
Ernesto Rodrigues contou que
recebeu da família de Ayrton Senna uma carta dizendo que o livro não seria uma
obra oficial, mas que não se opunha ao projeto. Na opinião do jornalista, a
família do piloto não atrapalhou as pesquisas nem impediu que pessoas relacionadas
à família concedessem entrevistas. Apenas determinou que nenhum familiar seria
ouvido porque queriam guardar os depoimentos para uma possível obra oficial.
“Biografia é, sim, um pouco de intimidade. Você quer ser íntimo das pessoas.
Fazer uma boa biografia é você compartilhar a vida de alguém que é importante
de alguma maneira para você”, disse o jornalista.
Ernesto Rodrigues com mais dois
jornalistas dentro do Instituto da família de Ayrton
Não me espantaria se soubesse
que após a autorização a família recebeu copia do livro (uma edição do autor) para dar seu aval antes
da obra ser realmente publicada (como aconteceu com o ex-presidente da Fifa João Havelange)
ou até mesmo participaram efetivamente do projeto, o que não descarto.
Para consertar o livro "Jogo Duro" – a biografia de João Havelange – Ernesto Rodrigues lançou o que ele chamou de "documentário anexo do livro", na entrevista ao "TV Folha" ele também comentou sobre esse filme: "como a experiência se transformou num documentário, eu acho que o documentário não deixa de ser um anexo do livro" e Juca Kfouri rebateu "o filme é a culpa envergonhada do livro".
E quem é leitor do blog já
deve saber de uma manobra parecida que Ernesto Rodrigues utilizou para não
deixar temas importantes inconclusos na biografia de Ayrton Senna, também escrita por
ele. Na época, o jornalista, juntamente com a revista Veja, lançou em 2004, dias antes do
lançamento do livro, uma matéria concluindo esses assuntos, além de ter dado entrevistas em programas de TV, tudo para divulgar o livro e sobretudo reparar o erro.
FONTE PESQUISADA
Esses
temas "coincidentemente" tem a ver com Adriane Galisteu (e
Ayrton Senna), namorada e para muitos, inclusive para o próprio Ernesto
Rodrigues, futura esposa de Ayrton, a mesma moça rejeitada pela família dele
após sua morte. Não é muita "coincidência" esses assuntos sobre Adriane terem ficado de fora da obra? Também não é igualmente "coincidência" a
rejeição que Galisteu sofreu por parte da família do amado no funeral ter sido
amenizada na biografia?
A família Senna foi
"aliviada" no livro, Ernesto pegou bastante leve com eles, inclusive, até
depoimento de uma mulher, amiga da família, declarando que Adriane não foi
rejeitada no funeral do tricampeão, tem no livro. Oras, tem depoimentos de muitas testemunhas que
estavam no funeral, jornalistas inclusive, tem matérias de jornais e revistas, e
até mesmo fotos e videos comprovando o ocorrido, que Adriane foi sim humilhada e
rejeitada pela família de Ayrton.
SARMENTO,
Leila. Pgm 705 - Censura prévia a biografias - 15/10/2013. Disponível
em: <http://tvbrasil.ebc.com.br/observatorio/post/pgm-705-censura-previa-a-biografias-15102013>.
Acesso em: 23 de fevereiro 2015.
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