terça-feira, 7 de abril de 2015

Ayrton Senna, há 30 Anos, Estreava Pela Lotus no GP do Brasil, Em Jacarepaguá

Por Marcos Júnior - 07/04/2015 08:00

Terceiro Tempo - terceirotempo.bol.uol.com.br


Dizem que faz um calor dos infernos no inferno...

Tacho do capeta é o nome que talvez melhordefina aquele 7 de abril de 1985 no Autódromo de Jacarepaguá, estreia de Ayrton Senna pela Lotus, seu segundo ano na F1.

Antes, acho que vale contar como acabei desembocando no Rio de Janeiro para aquela corrida, a primeira que assisti ao vivo, em um autódromo.

Eu fazia cursinho no Anglo-Tamandaré, um lugar mágico e marcante na minha vida, tanto para minha formação estudantil como pessoal. Lá conheci minha ex-mulher, saudosa e querida, com quem tive meu filho maravilhoso.

Lá pelo mês de março, a John Player Special, patrocinadora da Lotus, que havia desembarcado há pouco no Brasil, fez uma promoção e sorteou ingressos para o GP do Brasil de 1985.

Apaixonado por Fórmula 1 desde a madrugada de 24 de outubro de 1976, primeira corrida que tenho lembrança, o cinematográfico GP do Japão que decidiu o título daquele ano e virou o belo "Rush", eu tinha certeza absoluta que eu seria um dos felizardos a ganhar aquele, que para mim seria o "Cupom Dourado", à semelhança do que levou Charlie Bucket acompanhado de seu vovô Joe à "Fantástica Fábrica de Chocolate" do Sr. Willy Wonka...

Não tive, pelo menos a princípio, a sorte do bom Charlie, a quem o Destino presenteou com a moeda encontrada no bueiro bem em frente à doceria com a qual comprou um chocolate e com o troco levou a barra que mudou sua vida para sempre...

O sorteio dos ingressos aconteceu e eu não fui um dos premiados.

E lá veio o Alexandre, meu amigo também do colegial, que estudava na turma de exatas (eu era da sala de humanas) e, sabendo do meu desejo, colocou o ingresso em minhas mãos, de presente!

Claro, na volta trouxe uma recompensa pra ele: boné e camisa oficiais da Lotus, como esta que estou usando na foto abaixo.

Agora, voltando ao "tacho do  capeta".

Era minha segunda vez no Rio de Janeiro. Havia ido lá um ano antes, para assistirmeu Corinthians ser derrotado pelo Flamengo e dar o troco magistralmente noMorumbi, pelo Brasileirão de 84.

Por sorte, o ar-condicionado do "La Cache", funcionava bem. "La Chache" era um motel na Barra da Tijuca que havia sido transformado em hotel para receber osturistas que estavam no Rio para o GP.

Cama redonda, espelho no teto, mas isso não vem ao caso...

Nem o telefone da menina com boné igual ao meu, que aparece atrás de mim na foto, interessantíssima, eu pedi...

A cidade estava pintada de preto e dourado. As propagandas de cigarro eram permitidas até nos macacões infantis e brinquedos vendidos em frente ao autódromo.

Nosso ônibus de excursão demorou uma eternidade para chegar, e só nos restou sentar bem embaixo, onde a visão era pior mas o barulho dos carros compensava.

Aliás, interessante lembrar, que apesar de serem turbo, aqueles motores faziam bem mais barulho que os atuais. Lembra, Bernie?

Por outro lado, a infra-estrutura (?) de Jacarepaguá para o público do retão, acomodado (?) nas arquibancadas de madeira, era uma lástima.

Não havia nenhum banheiro por perto. E era impossível, depois de se acomodar, sair e voltar para o mesmo lugar.

Então, aqueles que estavam nos últimos degraus da arquibancada, prevenidos, estavam munidos de sacos plásticos onde faziam xixi e jogavam para baixo, verdadeira guerra química a que fomos todos nós submetidos naquele dia.

A menina que estava atrás de mim, a bonitinha da foto, disse que nunca mais voltaria a Jacarepaguá, e que iria rogar uma praga para que aquele autódromo fosse demolido, implodido, acabasse... Bruxa, aquela menina...

Na pista, Senna largou atrás de seu companheiro de equipe, Elio de Angelis (quarto e terceiro colocados no grid, respectivamente), e Senna abandonou, A pole foi do Alboreto com sua Ferrari, Prost ganhou, Alboreto terminou em segundo e De Angelis em terceiro. Piquet abandonou logo no começo em seu último ano na Brabham.

Quanto a mim, duas coisas interessantes a lembrar daquele dia: ainda tenho o boné e a camisa guardados, em ótimo estado, e não vendo por dinheiro nenhum. E o melhor, a camisa ainda me serve direitinho...




FONTE PESQUISADA

JÚNIOR, Marcos. Ayrton Senna, há 30 anos, estreava pela Lotus no GP do Brasil, em Jacarepaguá. Disponível em: <http://terceirotempo.bol.uol.com.br/noticias/ayrton-senna-ha-30-anos-estreava-pela-lotus-no-gp-do-brasil-em-jacarepagua?utm_medium=por+Milton+Neves&utm_campaign=Noticias+TT&utm_term=%C3%9Altimas+not%C3%ADcias+e+novidades+do+esporte&utm_content=ultimas+noticias,+ultima+hora,+noticias,+futebol&utm_source=Terceiro+Tempo+I+%C3%9Altimas+Not%C3%ADcias>. Acesso em: 07 de abril 2015.












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