Ayrton Senna teve um grande
amigo durante o processo de transição entre Fórmula Ford, Fórmula 3 e Fórmula
1: Maurício Gugelmin, que completa 53 anos neste dia 20.
Em Norwich e Esher, cidades
inglesas, os dois dividiram casas – no caso da primeira, alugada, o valor era
dividido entre os pilotos, ajudando assim a manter o orçamento dentro do
previsto no país conhecido por seu alto custo de vida.
Ayrton competia na Fórmula
Ford 2000 e Gugelmin ingressava na F-Ford 1600. Relembre alguns trechos do
livro “Uma estrela chamada Senna”, de Lemyr Martins, onde Gugelmin conta as
curiosidades do dia a dia com o ídolo brasileiro.
“O Becão (apelido de Senna)
era um cara solidário. Muito divertido com os íntimos. Era brincalhão, mas essa
faceta do seu caráter ficou escondida, porque a maioria só conheceu o Ayrton
Senna piloto. O tipo sério, dedicado e superprofissional que maravilhou a gente
com seu talento na pista. O moleque, esse era um perigo. Comer ao lado dele
exigia a atenção de uma largada. Se bobeasse, o prato da gente ficava cheio de
vinagre ou o copo de leite apimentado. Pasta de dente e creme para barba eram
guardados em cofre, para você não ficar com o rosto todo melecado e com a boca
espumando”.
Ayrton Senna, Maurício Gugelmin, Leonardo (irmão de Ayrton) e Armando Botelho (amigo e empresário de Ayrton)
“Era meados de 1985, eu
corria na Fórmula 3000 e o Ayrton estava na Lotus John Player Special. Em vez
do Alfasud caindo aos pedaços, nosso primeiro automóvel na Inglaterra, a gente
já desfilava de Escort, depois de Renault, Honda e Mercedes-Benz. E se na nossa
primeira casa, em Norwich, as 360 libras de aluguel eram divididas, no casarão
de Esher eu não pagava nada. O Becão (apelido de Senna) comprou a propriedade e
não me cobrava aluguel. Morei um bom tempo no vácuo”.
“Lembro também que na nossa
fase de vacas magras, entre 1981 e 1982, ele na Fórmula 2000 e eu na Fórmula
Ford, os prêmios por vitória eram de 100 e 200 libras, mais ou menos 400 e 800
reais neste começo de milênio. Então a gente tirava a barriga da miséria.
Fazíamos um banquete no histórico restaurante Doric, o único de Snetterton e
onde o Ralph Firman, dono da Van Diemen, levava todos os pilotos brasileiros
para acertar os contratos”.
“Na nossa casa a culinária
era uma tragédia. O melhor que saía era um macarrão com creme de leite que até
hoje não sei como podia ficar tão duro. Só dava para comer na hora, quente,
depois virava um tijolo. Comida boa e cheirosa só quando a dona Neyde, mãe do
Becão, visitava o filho”, disse Gugelmin, que participou de 74 GPs na F-1 e
teve seu grande momento na categoria em 1989, quando subiu no pódio no GP do
Brasil.
FONTE PESQUISADA
AYRTON SENNA - Relembre a amizade de
Maurício Gugelmin e Ayrton Senna. Disponível em: <http://www.ayrtonsenna.com.br/noticias/relembre-a-amizade-de-mauricio-gugelmin-e-ayrton-senna/?utm_source=facebook_post_200416&utm_medium=facebook&utm_campaign=as_historia>.
Acesso em: 20 de abril 2016.
Senna e Gulgemin na casa que dividiam na Inglaterra
Fittipaldi, Braga, Senna (época da McLaren) e Gugelmin
Gugelmin e Senna (Época da Lotus)
Senna (na Fórmula 3) e Gugelmin
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