O extinto banco brasileiro
Nacional foi o principal patrocinador de Ayrton Senna durante toda sua carreira
na Formula 1. Desse contrato de patrocínio surgiu um dos bonés mais conhecidos
no Brasil: o boné azul do Senna, que curiosamente chegou a ser proibido pela
equipe Lotus.
Conheça a história completa
desse famoso boné do Banco Nacional em “Continue lendo” abaixo:
A Formula 1 é um esporte no
topo da pirâmide do automobilismo profissional, onde cada espaço de exposição
publicitária alcança altos valores monetários. Um dos mais visados espaços
publicitários são os bonés de patrocinadores, utilizados em entrevistas,
coletivas, na concentração nos boxes e, claro, no pódio. Essa posição de
destaque era discutida em cláusulas de contrato, garantindo esse lugar para os
maiores investidores financeiros nas equipes.
(Senna em 1984)
(Senna em 1984)
Em sua estreia na Formula 1,
Senna foi visto utilizando bonés Michelin e da Pirelli, fornecedores de
pneus da Toleman, sua primeira equipe. Foi só na temporada de 1985, quando foi
correr pela escuderia Lotus, que o Banco Nacional se tornou o patrocinador
pessoal de Senna. A partir desse ano, Senna e o Nacional iniciaram uma parceria
que se manteve até o fim de sua carreira.
(Senna com o boné do
Nacional, em 1985).
Na terceira temporada de
Senna na F1, a equipe Lotus recebia o patrocínio das marcas Elf (combustível),
Honda (motor) e Camel (indústria tabagista) e seus logotipos eram estampados no
chassi dos bólidos, bordados nos macacões dos pilotos e aplicados em seus
capacetes, além de patrocinadores pessoais de cada corredor. Quando foi renovar
seu contrato com a equipe, em Janeiro de 1987, uma cláusula dizia o seguinte:
“Em todo momento de aparição
pública nas corridas, treinos, entrevistas para imprensa e televisão ou outros
eventos promocionais, o Piloto deve, se necessário e requerido, utilizar
um boné com publicidade indicada pela Lotus e substituir o uso do boné
‘Nacional’, como ocorreu durante a temporada de 1986″ (trecho retirado do
contrato de renovação da equipe Lotus com Senna, em Janeiro de 1987).
(engenheiro da Lotus Steve
Hallam e Senna, com o boné do Nacional, em 1986).
Para manter essa boa relação
com o banco, que rendia para Senna um bônus considerável em seus ganhos
financeiros, no mesmo dia que recebeu esse contrato de renovação restringindo o
uso do boné do Nacional, os advogados de Senna solicitaram uma mudança na cláusula,
se baseando em uma excessão do contrato original:
“Vocês concordaram com a
excessão das provisões de patrocínios proscritas nos apêndices do contrato que
Ayrton Senna da Silva pode usar um boné com desenho aprovado por seus
patrocinadores pessoais para entrevistas aqui descritas. São entrevistas com
duração menor de 3 minutos exclusivas para a TV Globo, limitada a uma
entrevista antes da corrida e outra depois, longe da área da pista.” (trecho
retirado da carta dos advogados de Senna para a Lotus, em Janeiro de 1987).
(Senna com o boné do
Nacional, em 1986).
Após uma conturbada noite de
negociações, o contrato de Ayrton Senna com a Lotus foi renovado por mais duas
temporadas, a excessão do uso dos bonés do Nacional em entrevistas para a Globo
foi aceita.
Longe das câmera da Globo,
durante toda a temporada de 1987 Senna utilizava um boné da Elf:
(Senna em 1987, com boné do
Nacional, em entrevista para a Rede Globo).
Quando trocou a Lotus pela
McLaren, em 1988, a restrição com o boné do Banco Nacional acabou.
A extensa exposição de Senna
utilizando o boné do Banco Nacional em entrevistas, sejam elas oficiais ou
particulares, campanhas publicitárias e aparições públicas transformaram o boné
azul em um ícone local.
Originalmente, o boné não era
vendido ao público, mas era utilizado como peça promocional para novos clientes
e prêmio para correntistas antigos do banco, porém era possível encontrar
“réplicas” do boné em camelôs das grandes cidades brasileiras.
(Adriane Galisteu com boné do
Nacional e Senna andando de moto em Mônaco, 1993).
Senna continuou usando o boné
do Banco Nacional até o final de sua carreira, carregando seu patrocinador para
todas as equipes que ele correu. Em raras ocasiões Senna trocou o Nacional por
outro boné, como seus momentos no pódio que, por contrato, obrigava os
primeiros lugares a usarem um boné da Goodyear.
O Banco Nacional fechou em
1995.
Na grande maioria das vezes
em que foi visto, o boné do Banco Nacional é um H-Panel azul, com um gráfico do
logo do banco no painel frontal, silkado na cor branca. A assinatura de Senna,
no painel lateral, era silkada na cor amarela. Hoje, é possível comprar
réplicas oficiais do boné, que pecam em não reproduzir com exatidão o boné
original.
(Réplicas atuais do boné do
Nacional).
Leia os arquivos originais do contrato da Lotus com Senna aqui (em inglês).
Assista uma seleção de
comerciais de Senna utilizando o boné do banco Nacional.
Fontes: Folha, ESPN,
Formula1.com, Wikipedia, Ayrton Senna Vive, AyrtonSenna.com.br, Youtube.
FONTE PESQUISADA
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BONÉSBR - O boné do Banco Nacional de
Ayrton Senna [Especial]. Disponível em:
<http://bonesbr.com/post/117838336815/o-bon%C3%A9-do-banco-nacional-de-ayrton-senna>.
Acesso em: 30 de dezembro 2016.
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