terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Pai de Ayrton Senna Investigou a Vida de Adriane Galisteu


A medida que a relação de Ayrton Senna e Adriane Galisteu foi ficando cada vez mais sólida e Ayrton se tornando cada vez mais independente (Antes de falecer, o ex-piloto estava se libertando de um controle muito grande que o pai e a família tinham sobre ele) seu pai Milton da Silva começou a ficar bastante irritado. A gota d'água para a família se deu quando Ayrton anunciou que passaria seis meses interruptos vivendo com Adriane na Europa, sem vir ao Brasil visitá-los, o que nunca havia feito antes, e o piloto tinha planos inclusive de contrair matrimônio com a modelo no fim desse período vivendo juntos. Na verdade a estadia com Adriane na Europa seria um teste para o casamento. Devido a mudança pessoal de Ayrton e seus planos de uma união definitiva com Adriane, o empresário Milton da Silva, então, decidiu investigar a vida da jovem modelo, chegando a grampear o telefone de um apartamento nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, que o filho vivia com sua futura esposa, quando estavam no Brasil. Não descobriu absolutamente nada de errado, apenas a confirmação de que Adriane realmente era muito pobre, ao se inteirar da vida difícil que ela e sua família levavam no bairro da Lapa, em São Paulo. 

A condição social inferior da modelo somado a progressiva independência de Ayrton seriam os principais motivos para a família não aprovar a união do casal. Eles queriam ter um Ayrton sempre tímido e submisso.


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O Caso Adriane

A modelo desconhecida conquistou o coração de Senna e a antipatia dos seus familiares

Revista Isto É / Edição 1285 - 18/05/1994



Menina de classe média baixa, Adriane vivia em uma modesta casa na rua Camilo, no bairro da Lapa, em São Paulo, juntamente com um avô doente, a mãe dona Emma, um irmão e a cunhada. O pai faleceu quando era adolescente e o sustento da casa passou a depender de Adriane. Com um book nas mãos, Adriane bateu à porta da Agência Elite em São Paulo em 1992 e iniciou então sua carreira de modelo. Nunca chegou a ser exatamente uma top model e costumava faturar em média US$ 1 mil e US$ 1,5 mil mensais. Trabalhou até outubro do ano passado principalmente em campanhas de maiô e lingerie.

O Fiat Uno foi o presente que Adriane mais gostou

Adriane ganhou direito de fazer uso diário de um dos imóveis de Senna, um confortável apartamento dúplex na rua Paraguai, nos jardins, bairro chique de São Paulo. A pedido de Senna, Adriane abdicou de sua carreira de modelo e passou a ser sustentada pelo namorado, já que abrira mão de sua única fonte de renda. 

O piloto Ayrton Senna confirmou sua paixão ao exigir pela primeira vez no seu contrato na Fórmula 1 a previsão de férias anuais de dois meses no fim da temporada. Em abril de 1994, Adriane Galisteu se muda para Algarve, Portugal, de "mala e cuia" para acompanhar o piloto por toda a temporada de Fórmula 1.

Adriane se mudou para a mansão que Ayrton tinha no Algarve na véspera da morte do ex-piloto

Sobre aquele fim de semana dramático, o último da vida de Senna

Mas a felicidade não é eterna. Dois dias antes da corrida fatal, sexta-feira 29, antes do acidente com Barrichello, seu Milton da Silva telefonou para o piloto e comunicou sua total desaprovação pelo namoro do filho com a modelo. A família investigou Adriane e estava decidida a influir para o término daquele relacionamento. Senna ficou profundamente abalado com a dúvida do pai quanto à honestidade da namorada. Leonardo Senna participou diretamente dos acontecimentos familiares de sexta-feira, fazendo um esforço para tranquilizar o piloto e talvez afastá-lo da namorada. Ele estava em Ímola com o irmão. Sintomaticamente, quem não esteve ao lado de Senna naquele final de semana foi exatamente Adriane, que permaneceu em Portugal. 


Os Senna não gostavam da modelo, que teve a vida investigada

O desprezo da família por Adriane foi comprovado durante o velório e o enterro de Ayrton Senna. A família não dirigiu a palavra à viúva oficial por nenhum momento sequer. 

Em conversa com o irmão do piloto Ayrton Senna, Leonardo Senna, ele afirma ser "um absurdo" a versão, publicada em notas sociais e numa revista, que fala sobre uma hipotética conta telefônica descoberta pelo seu pai que comprovaria a existência de ligações de Adriane com ex-namorados. Mas Leonardo não nega o telefone de seu Milton da Silva para o piloto, dois dias antes do acidente. "Você falou com Adriane?" Pergunta Leonardo a ISTOÉ. "Eu não quero comentar este assunto agora. Eu não posso dar nenhuma declaração sem meus pais estarem de acordo."

Apesar de estar há mais de um ano sem falar com Senna, foi Xuxa que recebeu atenção e honras da família Senna. Exemplo: ela substituiu Adriane no furgão da família na saída do cemitério. Leonardo tenta justificar a atitude que deixou o Brasil perplexo: "Aquele carro, em que estava a minha família, destinava-se ao Campo de Marte. Não tinha sentido a Adriane ir naquele carro porque ela queria ir para outro lugar. Então não tinha nada a ver ela naquele carro. É uma coisa lógica."


Adriane Galisteu muito abatida no enterro de Ayrton Senna


Xuxa com toda a família Senna

Mas, numa situação tão delicada, o carro não poderia ter dado uma carona a ela depois de ter deixado a família no campo de marte?

"Não. Não é o caso. O carro ia para o heliporto. O carro tinha destino diferente do de Adriane."

O destino de Adriane parece fadado a sofrer profundas mudanças. Hospedada durante toda a semana passada na fazenda do casal Luísa e Antônio Carlos de Almeida Braga, amigos de Senna, Adriane foi proibida pela família do piloto de dar qualquer tipo de depoimento à imprensa. 

Tudo indica que a respeitável herança de Ayrton Senna vai continuar integralmente dentro da família.

Os negócios de Senna vão continuar como antes, ou seja, dirigidos pelo pai, Milton da Silva, o irmão, Leonardo, e o primo Fábio Machado, em sociedade com Ubirajara Guimarães.

Encerra-se aí a breve vida de princesa de Adriane Galisteu, quando regressar de seu retiro com os Almeida Braga, ela voltará a morar na rua Camilo, e provavelmente a exercer a carreira de modelo.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

LEONEL, Carla. O caso Adriane. Isto é, São Paulo, edição 1285, p. 63 - 64. 18 de maio 1994.

RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004.

RUBYTHON, Tom. The Life of Senna. 1º Edição Sofback. London: BusinessF1 Books, 2006.

CANAL BRASIL - Ernesto Rodrigues, diretor da série sobre Ayrton Senna, respondeu as perguntas dos internautas. Disponível em: <http://canalbrasil.globo.com/programas/ayrton-retratos-e-memorias/materias/ernesto-rodrigues-diretor-da-serie-sobre-ayrton-senna-responde-as-suas-perguntas.html>. Acesso em: 13 de julho 2016.

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