terça-feira, 5 de setembro de 2017

Ayrton Senna Reclama de Pressão da Família: "É muita gente em função de mim"

Ayrton já estava farto da exploração de sua família
Foto de 1991 em Angra dos Reis.

Essa Família do Ayrton todo mundo em cima do rapaz, de olho grande nesse dinheiro dele. Essa proteção excessiva que tinham era na verdade por causa desse dinheiro dele. Eu não tenho a menor dúvida disso. E foi inclusive confirmado pelo Braga (grande amigo do Ayrton). Tinham uma neurose muito grande a respeito de pessoas se aproveitarem do Ayrton (não queriam dividi-lo com ninguém certamente) e de perder a galinha dos ovos de ouro, ou qualquer trocado que fosse por alguma eventualidade com o piloto. O Ayrton percebeu isso no fim da vida, que ele só servia para a família para ganhar dinheiro, ficarem ricos, não se importavam nenhum pouco com sua felicidade e bem estar. Ayrton então, começou a cortar as regalias deles e foi embora com Adriane Galisteu para Portugal. Interesseiros e sanguessugas.

Não esquecendo também, que a família era obcecada por controlar a vida do Ayrton, e isso se intensificou a medida que ele se tornava um astro da Fórmula 1.



O pai de Ayrton, Milton da Silva com seus outros dois filhos, Viviane e Leonardo, tramaram um complô para separar o piloto de Adriane Galisteu, que segundo o próprio Ayrton e amigos era a mulher que o fazia muito feliz e com quem ele pretendia se casar em 1994.



Para bom entendedor.. no fim de sua vida, Ayrton agiu como quisesse dizer para a família: "Deixem-me viver a minha vida em paz". 

Ayrton Senna Diz Que é Muito Feliz Com Adriane Galisteu 

Assista:




"Eu sou muito feliz. Cada piloto... tendo uma vida como nós [pilotos] brasileiros, girando o mundo com a Fórmula 1, merece as vezes se acalmar um pouco, e dividir com uma mulher especial a nossa vida. Eu sou feliz." Ano 1993



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Às vezes, se queixava do que Linamara chamou de "pressão". A frase de Ayrton, em uma dessas ocasiões, resumia seu dilema afetivo:

- É muita gente em função de mim.

No início de abril daquele ano, Linamara sentiu de perto a preocupação que Ayrton despertava na família. Ele foi ao consultório acompanhado do tio de Goiânia, Benedito, e Linamara teve de explicar ao tio tudo o que estava prescrevendo para Senna:

"Eu fiz com prazer, mas o Ayrton ficou preocupado. Ligou depois, pedindo desculpas pela maneira com que as pessoas próximas ficavam vigiando ele. Ele era extremamente vigiado.”

Fonte: livro "Ayrton, o herói revelado" escrito por Ernesto Rodrigues.


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Muita Gente Dependia do Ayrton - Diz Ex-Assessora de Imprensa do Tricampeão 

Assista:



Retirado do documentário "Ayrton, Retratos e Memórias" do Canal Brasil - Ano 2015


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"Braga conhecia o Béco e sabia o que se passava no fundo de seu coração. O ídolo é um alvo fácil para a intriga, o veneno, a inveja, o medo dos que gravitam em torno dele, a insegurança de quem tenta inutilmente controlá-lo. Braga sabia que Ayrton estava sob pressão - e que a Benetton e Michael Schumacher não eram as únicas coisas do mundo a atormentarem seu sono. Mas sabia da integridade do amigo, da força de sua determinação e da sinceridade de seus sentimentos." - Adriane Galisteu.



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No final de 1993, Adriane chegara a ser levada por Ayrton para passar o Natal com a família em Tatuí, mas, na última hora, voltou para São Paulo dirigindo o carro de dona Neyde. Outro momento tenso foi a compra de um carro Uno, zero quilômetro, cor prata, para ela.

A transação fora feita pelo amigo Alfredo Popesco, a pedido de Senna. De acordo com Alfredo, o presente deixou Milton da Silva chateado.

Quando Ayrton e Adriane estavam no Brasil, o namoro misturava situações românticas e tensas. O piloto Nelson Loureiro confirmou que até bilhetes apaixonados eram motivo de viagens do helicóptero de Senna. Em uma delas, a pedido de Ayrton, Nelson levou Adriane para uma filmagem em Paraty, litoral do estado do Rio. Logo depois de pousar, quando ela disse que estava com saudade de Senna, àquela altura no escritório do edifício Vari, em Santana, Nelson, cúmplice, propôs:

- Escreve um bilhetinho que eu levo pra ele.

Adriane aceitou a sugestão, escreveu o bilhete e, minutos depois, ele estava voando de volta para São Paulo. Para surpresa de Ayrton, ao perceber o pouso antecipado do helicóptero no prédio:

- O que você está fazendo aqui?

- Trouxe esse bilhete aqui pra você.

Ayrton, segundo Nelson, pegou o bilhete e reagiu, preocupado:

- Você é louco. Meu pai me mata se souber disso. Aliás, mata você e eu.

- Mas você tem que responder ao bilhete, Ayrton.

Algum tempo depois, Nelson decolou novamente para Paraty, levando a resposta de Ayrton.

Para Nelson, um dos que perceberam o mal-estar na família deflagrado pelo namoro, a atitude de Milton da Silva era a de "um pai diante de um filho que fez escolhas de vida diferentes das que ele imaginava e queria". De acordo com ele, no final de 1993, as brigas haviam chegado a um ponto em que ele ouviu Ayrton flertar com uma alternativa inimaginável para quem conhecia sua profunda dependência emocional em relação ao Brasil, Tatuí e, principalmente, Angra dos Reis:

- Estou pensando até em não vir para o Brasil e ficar lá em Portugal com a Adriane.

Braguinha, um dos que perceberam não apenas os problemas com a família, mas também a mudança pessoal de Ayrton, deu, nove anos depois, uma explicação simples para a crise:

"O Miltão achava que todo mundo que se aproximava do Ayrton tinha interesses, queria tirar vantagens. Bastava um relacionamento durar mais para ele não gostar.”

Com a autoridade de quem ajudou Adriane a escrever suas memórias, Nirlando Beirão confirmou:

"Foi uma relação que foi crescendo e ele começou a sinalizar para a família que queria aquilo."

Era impossível ignorar o namoro, qualquer que fosse o papel que dessem a Adriane. Nuno Cobra esteve três semanas na casa do Algarve, para um trabalho intensivo com Senna. Disse ter formado com ela uma "aliança" para não deixar que ele voltasse a ser "aquela pessoa tensa, preocupada, responsável, lacônica, triste e taciturna":

"A Adriane dizia: 'Ataca daí, Nuno, que eu vou atacar daqui. Vamos tirar esse Senna daí. Ele está virando Senna, está ficando triste'.”

Em uma única oportunidade, Takeo Kiuchi, o engenheiro da Honda que se tornou amigo, disse ter sentido "a sensação reconfortante de que Ayrton era um ser humano normal": um jantar em Suzuka, na semana do GP do Japão de 1993.

Kiuchi já estava de volta ao Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da Honda, no Japão, e recordou:

"Eu estava com a minha mulher, Yuki, e Ayrton com Adriane. Foi um encontro em três idiomas: japonês, inglês e português. Eu nunca vi Ayrton tão alegre e brincalhão como naquele dia.”

Walderez Zanetti, no penúltimo corte de cabelo, já em 1994, viu Ayrton "na época em que ele estava melhor como pessoa":

"Na hora de se despedir, Ayrton fez o que não costumava fazer. Parou na escadaria, virou-se para mim e mandou um beijo tão afetuoso que todo mundo no salão caiu de quatro.”

Fonte: livro "Ayrton, o herói revelado" escrito por Ernesto Rodrigues.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2004.

GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994. 

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