13/02/2018
Autosport - .motor24.pt
Infelizmente a F1 nunca foi uma competição que
recebesse os portugueses de braços abertos. Não por falta de talento pois
felizmente nesse capítulo temos para dar e vender, mas o tamanho do nosso país,
aliado ao tamanhos dos “bolsos” dos nossos pilotos foram grandes entraves à
subida mais que merecida de alguns dos nossos compatriotas. Mas tínhamos sempre
a possibilidade de ver pilotos brasileiros em pista, o que no fundo servia de
pequena compensação. O Brasil sempre foi um país muito ligado à F1 e deu-nos
alguns dos melhores pilotos de sempre da modalidade. Infelizmente a crise também
lhes bateu à porta e este ano não terão um piloto em pista.
É preciso recuar 48 anos para que voltar a encontrar
uma situação assim. 48 anos de presença brasileira no Grande Circo agora
interrompida, com a saída de Felipe Massa. Desde 1970 que o Brasil é
representado na F1, e alguns dos maiores talentos que pudemos ver em pista
falam a língua de Camões, com sotaque. São 3 campeões mundiais, mais
precisamente um bicampeão e dois tricampeões. Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet
e Ayrton Senna dispensam apresentação onde quer que se pronuncie os seus nomes.
A experiência brasileira na classe rainha começou em
1951, o segundo ano do Campeonato de Fórmula 1. Francisco Sacco Landi foi o
piloto pioneiro, mas na sua primeira experiência no campeonato do mundo só completou
1 volta no GP de Itália, tendo pilotado um Ferrari antes de o trocar por um
Maserati e manteve-se na F1 até 53.
Fittipaldi foi o grande impulsionador da paixão
brasileira pela F1, sendo o primeiro responsável por colocar o país na lista de
vencedores. Estávamos em 1970, no GP dos EUA. Dois anos depois o primeiro
título pela mão do mesmo homem. O Brasil começou a exportar grandes talentos
que se destacaram para além de Fittipaldi. O fogoso Piquet mostrou a chama
latina em pista e Ayrton Senna trouxe uma dimensão ainda maior à paixão
brasileira (e portuguesa) pela F1.
O Brasil ocupa o 3º lugar na lista de países com
mais vitórias na F1, com 101, atrás da Alemanha (173) e da Grã-Bretanha (266).
É também o 3º país com mais poles (126) e o 4º com mais pódios (293). O Brasil
tem 8 títulos mundiais.
A crise vive-se também fora da pista, com os rumores
a não realização do GP do Brasil a surgirem com mais frequência. Mas Interlagos
é daquelas pistas que deveria ser obrigatória manter pela história e pela envolvência
do público.
Qual o futuro do Brasil na F1? Para já é uma
incógnita e os jovens talentos que começam a despontar estão ainda longe da F1
(Sérgio Sette Câmara, Pietro Fittipaldi, Enzo Fittipaldi, Matheus Leist, Pedro
Piquet) e Nasr já mudou o seu foco para os protótipos. Mas faz falta o caráter,
a postura e o talento típico do piloto brasileiro.
Fábio Mendes
FONTE PESQUISADA
MENDES, Fábio. F1: Que futuro para a língua
portuguesa?. Disponível em: <https://www.motor24.pt/sites/autosport/f1-futuro-lingua-portuguesa/>.
Acesso em: 14 de fevereiro 2018.
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