"Em 1993, o mítico
circuito de Adelaide, na Austrália, abralou mais uma vez a última prova de um
campeonato bastante competitivo. Apesar de ter subido ao lugar mais alto do
pódio, a garrafa de champagne aberta por Ayrton era mais "pequena" do
que a que Prost levara para casa. O piloto francês arrebatara o título de
Campeão do Mundo, deixando Ayrton com pouca vontade para celebrações.
Obviamente que queria que Ayrton tivesse sido Campeão do Mundo. Mas tal não
aconteceu..."O próximo será meu!", disse-me Ayrton, com um ar de quem
não estava a brincar. Com um ar de Campeão. A convite da organização, Rubinho,
Fittipaldi e eu fomos assistir ao concerto da Tina Turner, que se realizava
horas depois do GP de Adelaide. E ali estava eu, no backstage, a dois passos dos
"monstros sagrados" da música mundial. Já Tina Turner tinha posto o
público em verdadeiro delírio, quando chegaram Ayrton e Adriane Galisteu, que
ali ficaram ao nosso lado, com Rubinho a desafinar, Fittipaldi a olhar para as
pernas da Tina Turner e eu incrédulo, por estar a viver um momento
inesquecível! O ambiente do próprio concerto fez com que Ayrton começasse a
soltar aquele sorriso e acompanhasse a bela Adriane nas melodias da voz rouca
sa musa norte-americana. Mas o melhor estava para acontecer. Com milhares de
pessoas ao rubro, Tina Turner chamou ao palco Ayrton Senna! Ninguém sabia que o
brasileiro estava no backstage, o que fez o público vibrar ainda mais. Em jeito
de homenagem, Tina Turner cantou, com Senna a seu lado, a música "Simply
the best", deixando-nos a todos arrepiados e Ayrton com uma lágrima no
canto do olho! Sempre que oiço esta música, lembro-me com saudade deste
episódio. Tina Turner tinha razão, Ayrton era, sem dúvida, simplesmente o
melhor"
Por Pedro Lamy, piloto de corrida, em AutoSport "Ayrton Senna 10 anos depois"
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