segunda-feira, 9 de abril de 2018

Família Senna Era Rica? (EM CONSTRUÇÃO)

Fiz essa introdução afim de explicar um pouco qual era a verdadeira situação financeira (condição social) da Família antes de Ayrton ter sucesso realmente no automobilismo (Fórmula 1). Não eram ricos, muito menos da alta sociedade paulistana, ninguém havia nascido em berço de ouro, a Família Senna era apenas uma família de classe média, tinham uma condição de vida boa. 

Estarei postando mais informações sobre isso.

Família Senna reunida em volta de Ayrton Senna na mansão do piloto em Angra dos Reis

Família Senna Era Rica?

Não, eles tinham a condição bastante boa, como o Ayrton dizia, mas não eram ricos. A jornalista Betise Assumpção, ex-assessora dele, comentou há tempos atrás que a família era de classe média. Betise estava bastante interada porque ela criava matérias sobre o Ayrton para enviá-las aos veículos de comunicação, logo deveria se informar de toda a vida do Ayrton e sempre se atualizar. E também convivendo alí, acabava sabendo mesmo, de qualquer forma, talvez pelo próprio Ayrton. Até a Adriane sabia que não eram ricos, percebeu que dependiam em todos os aspectos do parente famoso e milionário.  

“Braga conhecia o Béco e sabia o que se passava no fundo de seu coração. O ídolo é um alvo fácil para a intriga, o veneno, a inveja, o medo dos que gravitam em torno dele, a insegurança de quem tenta inutilmente controlá-lo. Braga sabia que Ayrton estava sob pressão - e que a Benetton e Michael Schumacher não eram as únicas coisas do mundo a atormentarem seu sono. Mas sabia da integridade do amigo, da força de sua determinação e da sinceridade de seus sentimentos.”

Ayrton Senna em 1987 na antiga casa da família na Av. Nova Cantareira em Tucuruvi, São Paulo/SP

A família vivia numa casa confortável com piscina, empregados. Seu Milton possuía fazendas e uma metalúrgica, então ele pôde conceder uma vida confortável para a família. Os filhos tinham tudo que queriam (não os maiores sonhos da vida deles, mas na medida do possível sim), estudaram em ótimos colégios, fizeram faculdade, mas o Ayrton não concluiu, na verdade parou logo no início, devido a dedicação ao automobilismo. O empresário ajudou a financiar o começo do filho no automobilismo, porém o sucesso do Ayrton se deve muito ao seu próprio esforço e talento. Todo o dinheiro que ele ganhava nas competições de kart ia para financiar a carreira nos monopostos na Europa - fazia até rifa entre amigos da escola para custear a permanência no velho continente. E caso não conseguisse patrocinadores teria que dar adeus a carreira. Milton não acreditava no sucesso do filho e insistiu que ele deveria abandonar seu sonho, "voltar a realidade" e continuar os estudos para então ajudá-lo e assim depois ser seu sucessor nos negócios da família, como um filho mais velho deveria fazer (isso na concepção do seu Milton). Como explicou o livro Fatal Weekend do jornalista britânico Tom Rubython:

"Em 1980, ele ganhou seu terceiro campeonato brasileiro [de Kart] e foi para Nivelles, na Bélgica, para o campeonato mundial, onde, aos 19 anos, ficou em segundo lugar novamente. Ele não conseguiu vencer nenhum dos três campeonatos mundiais em que competiu. Foi um duro golpe para sua confiança e ele estava menos seguro de seu futuro do que nunca.

Seu pai, Milton, sentindo uma fraqueza em sua determinação [de ser piloto automobilístico], aproveitou a oportunidade para persuadi-lo a se juntar à empresa da família. Ele lhe disse que seu irmão e sua irmã haviam se estabelecido em carreiras convencionais, e ele também deveria. Ele nunca sonhou que seu filho tinha o necessário para chegar na Fórmula 1, e ele não queria que ele perdesse tempo com isso. [Seus outros dois filhos:] Viviane da Silva era psicóloga, enquanto Leonardo era programador."

Relutantemente, o jovem Ayrton se matriculou em um curso de administração na Universidade de São Paulo. Durou três meses e, em novembro de 1980, dirigiu-se à Grã-Bretanha para garantir sua primeira pilotagem em um carro de corrida."

Quando a carreira de Ayrton decolou (e começou a entrar muito dinheiro), o pai dele vendeu a fábrica e se dedicou apenas a carreira do filho. Com a palavra dona Neyde, mãe do piloto:

O complexo familiar dos Senna da Silva envolve o pai Milton: “ele sempre foi empresário (...) tinha fábrica de auto-peças e depois ele vendeu (...) o nosso ponto de vista, enquanto eles (os filhos) eram menores, é que ele (Ayrton) ia continuar no lugar do pai, na fábrica (...) No momento em que ele não quis (...) aí o meu marido resolveu vender. Ele vendeu a fábrica (...); tinha fazendas no norte e tudo, mas aí já se envolveu com o escritório do Ayrton, porque aí precisava de escritório, precisava de todo um trabalho. Começou novamente, através do Ayrton,, todo um processo novamente (...) até hoje ele está à frente de tudo isso. É um escritório que começou trabalhando com o Ayrton e continua até hoje”, depõe a mãe Neide, que divide com a filha Viviane, os compromissos do Instituto (lançado na Inglaterra) e da Fundação Ayrton Senna (sediada no Brasil).


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UM ATENTO DO BLOG:

Essa explicação da dona Neyde do porque seu Milton ter vendido a fábrica é bem equivocada. O real motivo: a carreira do Ayrton (tudo que a englobava) era muito mais rentável do que a fábrica dele. Por isso a vendeu e foi cuidar do escritório/empresa do filho. Ayrton ganhava milhões na F1 e ainda tinha seus acordos publicitários. Era tanto dinheiro que entrava... a família nunca tinha visto na vida, ainda mais de uma vez... assim...

Esse escritório cuidava da carreira do Ayrton, sua imagem pública, seus futuros projetos e investimentos. Ou seja, funcionava como uma empresa mesmo - matriz - e depois foram criadas (empresas) subsidiárias. 

E demais a mais, concluindo essa história contada por dona Neyde, eles tinham outros dois filhos, Viviane e Leonardo, que poderiam muito bem ajudar o pai nos negócios. Sendo que seu Milton era machista, então não sei se aceitaria Viviane o ajudando nos negócios da família caso ela quisesse, ainda que ela tivesse tino para os negócios. Leonardo acabou se tornando executivo nas empresas do Ayrton. Virou empresário depois da morte do irmão. Então gosta e tem um certo tino para os negócios. Ayrton tinha bastante tino para os negócios, mas sua paixão mesmo era o automobilismo. Passou a gostar mais de ser empresário quando virou um piloto veterano e começou a projetar sua aposentadoria da Fórmula 1.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

BELO, Ialdo. Não gosto da F1 - diz em entrevista exclusiva Betise Assumpção. Disponível em: <http://www.formulai.us/2017/09/odeio-formula-1-desabafa-em-entrevista.html?spref=fb>. Acesso em: 20 de setembro 2017.

GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994. 

BERNARDO, A.A., 1998. Efeito Tamburello: um estudo antropológico sobre as imagens de Ayrton Senna. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis. Santa Catarina. Brasil.

RUBYTHON, Tom. The Life of Senna. 1º Edição Sofback. London: BusinessF1 Books, 2006.

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