TRADUÇÃO LIVRE
Reginaldo Leme trabalhou para o canal brasileiro TV Globo ao longo
da carreira de Senna. "Eu estava [no dia do acidente de Ayrton] comentando
junto com Galvão Bueno. Fiz a análise. No Brasil é diferente da Inglaterra:
chamamos o comentarista de analista, e você chama o comentarista de pessoa que
lhe conta o que está acontecendo. Bueno fez isso e eu era o analista "
"Galvão era o melhor amigo
de Senna e, é uma incrível coincidência, mas naquele momento do acidente em
Ímola - naquele exato momento - Galvão não estava olhando o monitor. A antiga
cabine de transmissão em Ímola era muito pequena, não podíamos ver os carros e
os pits, e Galvão estava tentando ver alguma coisa nos boxes. Eu empurrei-o com
muita força para prestar atenção no monitor. Quando ele se virou e viu o
monitor foi terrível.O rosto dele mudou.
*Pits: a parada dos pilotos nos
boxes.
*Box: Local que fica alojado
tudo de uma equipe: carros, peças...
"Senna bateu, bateu forte
e Galvão ficou em silêncio. Durante os 15, 20, 30 minutos seguintes,
estimadamente, eu tive que falar e as imagens estavam ficando cada vez piores.
Normalmente ele fala e eu fico esperando a minha vez. Eu não achava que Senna
estivesse morto, mas eu tinha a sensação de que ele estava muito, muito mal e
eu tinha o sentimento preciso do que o povo brasileiro estava sentindo naqueles
momentos. Senti que era necessário dizer que não sabia exatamente qual era a
situação, mas sabia que era crítica. Eu não poderia dizer que ele provavelmente
morreria. Ninguém sabia - e era especialmente importante porque a TV Globo e
toda a sua família e amigos estariam assistindo."
Leonardo saiu em rapidamente ao ver acidente de Ayrton
Senna
O irmão de Senna, Leonardo, no
entanto, estava em Ímola, na cabine de transmissão. Reginaldo Leme viu o rosto
de Leonardo e "Leonardo imediatamente saiu da cabine". Um dos
parceiros de negócios de Senna também estava lá, mas ele ficou. Leme olhou para
ele e ele olhou para Leme. "Estávamos em apuros, mas não falámos uma só
palavra - sabíamos que era um problema [grave]". Nem a transmissão se
dissolveu em abandono emocional, com a histeria voltando da conexão do Brasil
com Leme. As pessoas que lidavam com isso eram experientes e, como Leme relata,
propriamente profissionais. É invariavelmente assim: você faz o seu trabalho e
derrama suas lágrimas depois, em particular.
IDIOMA ORIGINAL
Reginaldo Leme worked for the
Brazilian channel TV Globo throughout Senna's carrer. "I was commentating
together with Galvao Bueno. I did the analysis. In Brazil it's different to
England: we call a commentator the analyst, and you call the commentator the
person who tells you what is happening. Bueno did that and I was the
analyst."
"Galvao was the very best
friend of Senna and, it's an incredible coincidence, but that moment of the
crash at Imola - at that exact moment - Galvao was not watching the monitor.
The old commentary booth at Imola was very small, we couldn't see the cars and
the pits, and Galvao was trying to see something in the pits. I pushed him very
strongly to pay attention to the monitor. When he turned and saw the monitor it
was terrible. His face changed.
"Senna crashed, crashed
hard and Galvao was quite silent. During the next 15, 20, 30 minutes probably I
had to speak and the pictures were getting worse and worse and worse. Normally
he speaks and I am waiting for my turn. He couldn't speak. I didn't think Senna
was dead but I had a feeling that he was very, very bad and I had the precise
feeling of what Brazilian people were feeling in those moments. I felt it was
necessary to say I don't know exactly what the situation is but I do know it is
critical. I could not say he would probably die. Nobody knew - and it was specially
important because it was TV Globo and all his family and friends would be
watching."
Senna's brother Leonardo,
however, was at Imola and in a commentary booth. Leme saw Leonardo's face and
"Leonardo immediately left the booth." One of Senna's business
partners was in the too, but he stayed. Leme looked at him and he looked at
Leme. "We were in trouble but we did not speak one word - we knew it was
trouble." Nor did the broadcast dissolve into emotional abandon, with
hysteria coming back down the line from Brasil to Leme. The people handling it
were experienced and, as Leme recounts it, properly professional. It is
invatiably so: you do your job and shed your tears afterwards, privately.
FONTE PESQUISADA
HILTON, Christopher.
Ayrton Senna: As time goes by. 1º
Edição. Sparkford: Haynes Publishing, 1999.
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