Ele deve ter assistido, portanto, com aquela sua
clareza de mente, à cena final. Pensei: queria ser um neurônio dele para compartilhar
esse fio de consciência, sentir o que se passou, na cabeça dele naquele
minúsculo momento. Queria estar com ele não apenas naquela hora, queria estar
com ele - só isso. Pensei em morrer. Queria que me matassem. Perdi
completamente o medo da morte. Aproximava-me daquelas ameias que separam o
gramado da quinta do Braga das pedras do abismo, lá embaixo, e pensava em me
atirar. Não me conformava: não, ele não. Ele tinha 34 anos, era inteligente,
vitorioso, um coração desse tamanho, um ser humano daquele jeito... Por que não
eu? Passaram-se quatro meses, daquele dia a este aqui, em que registro minhas
memórias, e não me sinto bem em lugar algum. Disfarço, tento reagir. Mas tudo
foi por água abaixo. Não quero tirar de ninguém, da família, dos amigos, dos fãs,
o direito à dor. Mas o que perdi era o que eu tinha de mais importante na
minha vida. Não é pouco. (Adriane Galisteu - Livro Caminho das Borboletas)
"Justo quando a lagarta pensou
que o mundo tinha acabado, ela virou uma linda borboleta."
Lamartine
Uma terna historia de amor como acredito em finais felizes acredito que a historia dessa mulher guerreira ao lado do ayrton ainda nao acabou...Deus nao desampara nunca
ResponderExcluir