sábado, 8 de junho de 2013

CAMINHO DAS BORBOLETAS - Adriane Galisteu não participava dos cultos de Viviane Senna




Luiza não nos acompanhou a Monza, à prova, mas a Milão, sim - assim como não nos acompanhara antes e assim como não tinha a menor intenção de nos acompanhar em qualquer outra corrida, nem ao Estoril, a seis quilômetros de sua quinta, tão perto que dá para ouvir de lá os roncos dos motores. Explicava:
- Fico nervosa demais. Pela televisão é mais tranqüilo. Sabia o que ela estava falando. Eu tinha assistido ao que se pode chamar de stress de corrida em Hockenheim, em agosto. A mãe do Béco assistiu a toda a prova de pé no auge de sua tensão, não se sentou um minuto sequer. Murmurava rezas sem parar. Viviane se segurou numa cadeira. Fechava os olhos e também orava. Respeitava a fé de ambas, embora evitasse participar das cerimônias de bênçãos, que podiam demorar vinte, trinta minutos, a que a irmã submetia o Béco, às vésperas de algumas provas. Uma coisa de culto, meio êxtase, meio oração. Parecido com o que o pai do Lalli, pastor evangélico, ministrou na manhã do velório - de novo, sem minha presença.

Foi aquele GP da Alemanha de 1993, aliás, que o Ayrton perdeu porque calculou mal o abastecimento de combustível. Frustração e nervosismo tão grandes para a família que, a partir daí, a Zaza e a Viviane aderiram também totalmente à telinha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário