"Nunca mais haverá tantos talentos juntos como na minha época" (Nelson Piquet 06/09/2013)
Ex-piloto garante que se sente muito mais à vontade de camisa e sapatos do que de macacão
06/09/2013 - 10h52 | Henrique Nunes
henrique.nunes@rac.com.br
Foto: Rodrigo Zanotto/Especial para AAN
Nelson Piquet
Ex-piloto esteve em Campinas em evento com empresários
Nelson Piquet não está com pressa. Com certa folga na dianteira, mantém o compasso com os olhos fixos nos que o aguardam no ponto de chegada — sem festa, tampouco champanhe. Ao contrário dos tempos em que vivia do automobilismo, a vitória agora é quase sempre certa. O ex-piloto, aliás, garante: está muito mais à vontade de camisa e sapatos do que de macacão e capacete.
Mas a carreira de empresário não desacelerou por completo a rotina do tricampeão de Fórmula 1 (1981, 83 e 87). Há 20 anos, quando abandonou as pistas profissionalmente, tem se dedicado integralmente à gestão da sua empresa Autotrac, especializada em monitoramento e segurança de veículos.
"Posso dizer que comecei a trabalhar de verdade nestes últimos 20 anos. Antes, estava apenas brincando de correr", ironiza Piquet, pouco antes de encarar uma centena de empresários e fornecedores em evento realizado na quinta-feira no The Royal Palm Plaza, em Campinas.
De fato, o tempo em que se dedica ao negócio já supera o período em que foi piloto de corrida— além da F-1, participou de duas edições das500 milhas de Indianápolis e provas por outras categorias. A relação das duas "vidas", no entanto, parece ser indissociável.
Embora a ordem de seus assessores impeça perguntas sobre automobilismo durante eventos ligados à Autotrac, o próprio Piquet parece condicionado a responder sempre com metáforas ligadas à carreira anterior. "O fato de já ser conhecido me ajudou a abrir muitas portas e ainda consigo levar muitas coisas dos tempos em que corria para a minha empresa. A diferença é que no esporte os problemas são muito mais fáceis de resolver", brinca.
O sucesso da Autotrac impressiona. Pioneira do ramo no País, detém cerca de 70% do mercado, com faturamento anual de cerca de R$ 400 milhões. Ainda assim, Nelson Piquet não parece satisfeito.
"Sou muito visado por falar o que penso. O País não ajuda em nada quem quer crescer e não está esta maravilha que todos estão dizendo". E, como nos velhos tempos de F-1, não teme ser condenado por falar além da conta. "Sempre fui assim. Quando era piloto, apontava o que estava errado e quase sempre tinha razão. Agora tenho feito a mesma coisa."
Piquet diz que mal tem tempo para acompanhar a F-1. "Não sei nem o nome de todos e não posso avaliar a capacidade dos que estãoem alta. Só posso garantir que nunca mais haverá tantos talentos correndo junto como na minha época. Às vezes, deixo gravando uma corrida para ver depois e desanimo."
Experiência nas pistas
Nelson Piquet tem aparecido em público quase sempre com a mesma camiseta, cuja estampa revela o slogan que escolheu para a sua empresa: “Faço parte de um time campeão”.
O tal time ao qual se refere o empresário é o de funcionários e fornecedores da Autotrac, mas poderia muito bem definir o “time” do seus tempos de automobilismo.
Hoje, aos 61 anos, o carioca criado em Brasília (cujo autódromo leva seu nome) ainda é para muitos brasileiros o melhor piloto de Fórmula 1 produzido por aqui – até mesmo à frente do eterno rival Ayrton Senna. Razões não faltam para confirmar tal posto. Desde a estreia na categoria, em 1978, causando entusiasmo ainda como piloto de teste, à consagração com o tricampeonato em 1987, Piquet acumula provas tão memoráveis quanto suas declarações.
Embora evite botar lenha na fogueira da rivalidade com Senna, Nelson Piquet reconhece que fez ao lado do conterrâneo colega de profissão sua prova mais emblemática. O duelo entre ambos ocorreu na temporada de 1986, no GP da Hungria: Piquet na Williams, Ayrton Senna na Lotus.
Com a pole position garantida, Senna mantinha-se na frente de Piquet, Alain Prost e Nigel Mansell. Mas a partir da volta 53, Piquet começou a ameaçar a vitória que parecia certa de Senna. Palmo a palmo, os brasileiros caminhavam ao fim da corrida sem a certeza de quem sairia vencedor.
Mas com uma das mais ousadas manobras da Fórmula 1, Piquet deixou Senna para trás e entrou definitivamente para a história do automobilismo.
Mas a carreira de empresário não desacelerou por completo a rotina do tricampeão de Fórmula 1 (1981, 83 e 87). Há 20 anos, quando abandonou as pistas profissionalmente, tem se dedicado integralmente à gestão da sua empresa Autotrac, especializada em monitoramento e segurança de veículos.
"Posso dizer que comecei a trabalhar de verdade nestes últimos 20 anos. Antes, estava apenas brincando de correr", ironiza Piquet, pouco antes de encarar uma centena de empresários e fornecedores em evento realizado na quinta-feira no The Royal Palm Plaza, em Campinas.
De fato, o tempo em que se dedica ao negócio já supera o período em que foi piloto de corrida— além da F-1, participou de duas edições das
Embora a ordem de seus assessores impeça perguntas sobre automobilismo durante eventos ligados à Autotrac, o próprio Piquet parece condicionado a responder sempre com metáforas ligadas à carreira anterior. "O fato de já ser conhecido me ajudou a abrir muitas portas e ainda consigo levar muitas coisas dos tempos em que corria para a minha empresa. A diferença é que no esporte os problemas são muito mais fáceis de resolver", brinca.
O sucesso da Autotrac impressiona. Pioneira do ramo no País, detém cerca de 70% do mercado, com faturamento anual de cerca de R$ 400 milhões. Ainda assim, Nelson Piquet não parece satisfeito.
"Sou muito visado por falar o que penso. O País não ajuda em nada quem quer crescer e não está esta maravilha que todos estão dizendo". E, como nos velhos tempos de F-1, não teme ser condenado por falar além da conta. "Sempre fui assim. Quando era piloto, apontava o que estava errado e quase sempre tinha razão. Agora tenho feito a mesma coisa."
Piquet diz que mal tem tempo para acompanhar a F-1. "Não sei nem o nome de todos e não posso avaliar a capacidade dos que estão
Experiência nas pistas
Nelson Piquet tem aparecido em público quase sempre com a mesma camiseta, cuja estampa revela o slogan que escolheu para a sua empresa: “Faço parte de um time campeão”.
O tal time ao qual se refere o empresário é o de funcionários e fornecedores da Autotrac, mas poderia muito bem definir o “time” do seus tempos de automobilismo.
Hoje, aos 61 anos, o carioca criado em Brasília (cujo autódromo leva seu nome) ainda é para muitos brasileiros o melhor piloto de Fórmula 1 produzido por aqui – até mesmo à frente do eterno rival Ayrton Senna. Razões não faltam para confirmar tal posto. Desde a estreia na categoria, em 1978, causando entusiasmo ainda como piloto de teste, à consagração com o tricampeonato em 1987, Piquet acumula provas tão memoráveis quanto suas declarações.
Embora evite botar lenha na fogueira da rivalidade com Senna, Nelson Piquet reconhece que fez ao lado do conterrâneo colega de profissão sua prova mais emblemática. O duelo entre ambos ocorreu na temporada de 1986, no GP da Hungria: Piquet na Williams, Ayrton Senna na Lotus.
Com a pole position garantida, Senna mantinha-se na frente de Piquet, Alain Prost e Nigel Mansell. Mas a partir da volta 53, Piquet começou a ameaçar a vitória que parecia certa de Senna. Palmo a palmo, os brasileiros caminhavam ao fim da corrida sem a certeza de quem sairia vencedor.
Mas com uma das mais ousadas manobras da Fórmula 1, Piquet deixou Senna para trás e entrou definitivamente para a história do automobilismo.
FONTE
Planeta Esporte
Senna, Prost, Mansell e Piquet em 1986
apresentação de pilotos FIA 1989
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