Inauguração do kartodromo
Ayrton Senna, em 1991, Fazenda 2 lagos (Tatuí, Sao Paulo)
Foto: RAS Imagens
FESTA NA ROÇA
- Eu gosto mesmo é de kart.
Mario Sérgio de Carvalho, o
velho rival de Interlagos, um dos convidados da festa de inauguração do
kartódromo da fazenda dos Senna emTatuí, no dia 11 de dezembro, ficou surpreso
com o comentário de Ayrton. Os dois não se falavam desde o Mundial de Kart de
1981, em Parma, na Itália.
Mário estava acompanhado da
mulher Kátia e dos filhos Leandro, de dez anos, Rennê, de oito, e Nicolle, de
dois. Ayrton, com Cristine Ferracciu e os cerca de 900 convidados que tiveram o
privilégio de apreciar duas provas de kart, um churrasco feito com 650 quilos
de carne do prestigiado restaurante Esplanada Grill, de São Paulo, muitos
brindes e um show da dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó.
A pista, com 970 metros e dez curvas,
já existia havia um ano. A festa era a grande novidade naquela fazenda
impenetrável. Os seguranças contratados e as pessoas ligadas à família Senna
tiveram até dificuldade para garantir que apenas os convidados entrassem na
fazenda. Tinha gente tentando entrar até dentro de porta-malas.
A primeira prova de kart foi
vencida pelo sobrinho Bruno Senna Lalli, filho de Viviane, então com oito anos.
Na preparação da corrida entre os pilotos profissionais e veteranos convidados,
Senna fez uma modificação que atribuiu ironicamente a um aprendizado com
Jean-Marie Balestre: passou os mais lentos nos treinos para as primeiras
posições do grid. E brincou:
"Aqui é democracia. Quem
não quiser, cai fora!”
Ayrton não pretendia disputar
a prova, mas, pressionado por Mario Sérgio e outros participantes, aceitou
largar em último, atrás de pilotos como Maneco Cambacau, Renato Russo, Tony
Kanaan, Mario Sérgio e Maurício Gugelmin. Terminou em terceiro, depois de
várias rodadas e batidas, atrás de Kanaan e do velho rival Mário Sérgio.
Chitãozinho e Xororó não
sabiam que Senna era um grande fã deles. Só ao serem convidados para dar o show
na fazenda se deram conta da importância que tinham para Ayrton, fã de carregar
discos da dupla em toda viagem que fazia. No final daquele dia, Ayrton fez
questão de agradecer ao show indo assistir a mais um, desta vez no Olympia, na
época, uma das melhores casas de espetáculos de São Paulo. No palco, os dois
cantores devolveram a gentileza, informando ao público que Senna estava na
platéia.
Ayrton foi aplaudido de pé
durante cerca de dez minutos.
FONTE PESQUISADA
RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora
Objetiva, 2004.
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