Senna no pódio depois da vitória no GP da Europa 1993
Foto: Norio Koike
Doze anos depois da conquista do terceiro e último título mundial de Ayrton, e também último título mundial do Brasil na F1, Carlos Augusto Montenegro, diretor-presidente do Ibope, comparou a audiência das corridas de Fórmula 1 na época de Senna, de
"O fenômeno fica ainda mais claro quando se analisa a audiência das corridas de Senna pelo share, ou seja, pela porcentagem entre os aparelhos ligados: 70 a 80%. Uma audiência comparável à Copa do Mundo, com uma diferença que acentua ainda mais a importância de Ayrton: na Copa, os jogos eram concentrados e aconteciam de quatro em quatro anos. No caso da Fórmula 1 dos tempos de Ayrton, o fenômeno era o fato de milhões de pessoas terem o costume de ligar a tevê de manhã, no domingo, de três em três semanas.”
Montenegro jamais confundiu Ayrton Senna com Fórmula 1, no que diz respeito aos brasileiros:
"O que deu ibope foi Ayrton Senna, sua postura. Ele estava acima da Fórmula 1.”
Uma pesquisa realizada com leitores do jornal O Globo, um mês depois da conquista do tricampeonato de Ayrton, mostrou que 39,46% deles consideravam Senna o maior ídolo do esporte brasileiro. O segundo lugar da pesquisa era da jogadora de basquete Hortência, com apenas 7,36%, seguida da colega Paula, com 3,01%, dos jogadores de futebol Júnior, com 2,68%, e Bebeto, com 2,34%, e de Nelson Piquet, com 1,67%. Curiosamente, de acordo com a mesma pesquisa, a Fórmula 1, como esporte, ficava apenas em quarto lugar na preferência do público, com 7,02%, atrás do futebol, com 46,49%, do vôlei, com 20,07%, e do basquete, com 11,37%.
O Boom de Brasileiros na F1 devido ao sucesso de SENNA na categoria
Senna dá entrevista para a TV Globo depois de vencer o GP Brasil 1993
Foto: Lukas Gorys
O Boom de Brasileiros na F1 devido ao sucesso de SENNA na categoria
Senna era uma exceção espetacular. Pouco se sabia, na sua época, sobre pilotos competentes como Mário Ferris, Egon Hertzfeld, Thales Polis, Belmiro Júnior, Ayron Cornelsen, Luiz Antônio Teleco Veiga e outros pilotos anônimos que tinham voltado da Europa sem conseguir fazer carreira nas pistas. Contratos mal negociados e equipes mal escolhidas costumavam dizimar sonhos e dólares rapidamente. Djalma Fogaça, um dos que foram e voltaram sem conquistas, resumia:
"Se você contar os pilotos que foram lá fora e não se deram bem, enche um jumbo.”
Eles eram quase quatro mil, regularmente inscritos como pilotos de competição na Confederação Brasileira de Automobilismo, naquele ano do tri de Senna. Um deles foi o campeão inglês de Fórmula 3, correndo pela West Surrey Racing, a mesma equipe pela qual Ayrton conquistara o mesmo título, oito anos antes. E também chegaria à Fórmula 1.
Era Rubens Barrichello.
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FONTE PESQUISADA
RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora
Objetiva, 2004.
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