A família do Ayrton sempre se intrometeu na vida
pessoal e profissional dele. Queriam ter controle total sobre sua vida. Quando digo família, me refiro sobretudo ao pai,
Milton da Silva. Ayrton nunca o desafiou, até chegar Adriane Galisteu em sua
vida. A partir de então, Senna passou a tomar suas próprias decisões para o
desagrado de seu pai.
Nos últimos meses de sua vida, Ayrton estava cansado e extremamente chateado com as brigas, as intrigas e armações de sua família contra sua amada Adriane. Como mostra esse trecho abaixo, retirado do livro 'Ayrton, o herói revelado' e de 'Caminho das Borboletas' :
Para Nelson (piloto do helicóptero
de Ayrton), um dos que perceberam o mal-estar na família deflagrado pelo
namoro, a atitude de Milton da Silva era a de "um pai diante de um filho
que fez escolhas de vida diferentes das que ele imaginava e queria". De
acordo com ele, no final de 1993, as brigas haviam chegado a um ponto em que
ele ouviu Ayrton flertar com uma alternativa inimaginável para quem conhecia
sua profunda dependência emocional em relação ao Brasil, Tatuí e,
principalmente, Angra dos Reis:
- Estou pensando até em não
vir para o Brasil e ficar lá em Portugal com a Adriane.
A paciência acabou e de fato Senna cumpriu o que prometera, ele foi para Portugal com Adriane e não viria ao Brasil para visitá-los durante pelo menos 6 meses (desde que fora para a Europa, Senna visitava sempre a família quando tinha uma folga, seja de duas em duas semanas ou uma vez por mês, mas dessa vez, ficaria bastante tempo sem vê-los, o que deixou-os muito chateados).
Livro "Caminho das Borboletas" de Adriane Galisteu:
Braga conhecia o Béco e sabia
o que se passava no fundo de seu coração. O ídolo é um alvo fácil para a
intriga, o veneno, a inveja, o medo dos que gravitam em torno dele, a
insegurança de quem tenta inutilmente controlá-lo. Braga sabia que Ayrton
estava sob pressão - e que a Benetton e Michael Schumacher não eram as
únicas coisas do mundo a atormentarem seu sono. Mas sabia da integridade do
amigo, da força de sua determinação e da sinceridade de seus sentimentos.
FONTES PESQUISADAS
RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora
Objetiva, 2004.
GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A.,
novembro de 1994.
Nenhum comentário:
Postar um comentário