Seu Milton gostava de
mandar em toda a família, na esposa, nos filhos já adultos, e também nos netos, mesmo tendo pais, e decidir o futuro deles
Trecho retirado do livro “Caminho das Borboletas” de Adriane Galisteu
O senhor Milton me dava a
impressão de um homem seco, muito discreto, às vezes impenetrável, mas que não
se deixava convencer com muita facilidade. Assim como foi ele quem fez de
Ayrton um automobilista, era ele agora quem tentava manter a tradição dinástica
da família, depositando todas as esperanças no neto Bruno. Aos 12
anos, Bruno corria de kart e já tinha alguns títulos no seu currículo.
Assim como tinha também - e me confidenciou, a meia voz, naqueles dias por lá -
certas dúvidas se sua vocação era de fato aquela. Mas, se for o avô a decidir
que ele vai ser piloto ou, digamos, jogador de squash, eu não teria dúvidas em
apostar que daqui a alguns anos Bruno Senna estará percorrendo, com seu nome
poderoso, as pistas ou competindo nas quadras.
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Milton mostrou no fim da vida
do filho Ayrton que quando sua vontade não prevalecia ele era capaz de tudo
para fazer prevalecer. Até mesmo cometer um ato imoral e criminoso como grampear o telefone de de Ayrton e sua futura nora Adriane, com o objetivo de descobrir algo comprometedor
da moça e impedir o iminente casamento deles. O pai de Ayrton não descobriu nada, o máximo que conseguiu foi irritar o filho.
O pai de Ayrton tentou separar o casal sem sucesso
Milton grampeou o telefone do casal para tentar fazer seu
filho Ayrton desistir de se casar com Adriane Galisteu
Betise Assumpção, ex-assessora de Ayrton Senna: “Ayrton
estava amadurecendo e tomando decisões para si próprio
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Trecho retirado do livro "Ayrton, o herói revelado"
O piloto Nelson Loureiro (piloto
do jato e helicóptero de Ayrton) sentiu, na condição de empregado de Senna,
que, aos poucos, Ayrton também estava tomando decisões antes delegadas a Fábio
Machado (primo de Ayrton), o principal executivo da família. Como no dia em que
lhe comunicou que ele, Senna, passaria a ser o único a tomar todas as decisões
relacionadas com o jato. O avião custava, parado no chão, 250 mil dólares por
ano. O que explicava a brincadeira a bordo, durante um vôo entre o Algarve e
Paris. Pouco antes de pousar, Owen caminhou pela cabine até onde estava o casal
e brincou:
- Mantenha sua mulher longe
das lojas. Do contrário, ela vai acabar com o limite do seu cartão de crédito.
A resposta de Senna:
- Owen, ela custa para mim
bem menos do que você.
Ayrton estava tomando suas próprias decisões para desagrado de seu pai
FONTE PESQUISADA
GALISTEU, Adriane. Caminho das Borboletas. Edição 1. São Paulo: Editora Caras S.A., novembro de 1994.
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