segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Adriane Galisteu Sobre Morte de Ayrton Senna: "É uma dor muito profunda que não passa nunca"

da Folha Online - folha.uol.com.br
09/04/2009 - 13h30



Adriane Galisteu fala sobre a perda de entes queridos: "É uma dor muito profunda que não passa nunca".

Lidar com a morte de pessoas importantes na nossa vida é doloroso, angustiante e emocionalmente desgastante. Nestes momentos, é importante se apegar ao sentimento de fé e seguir em frente.

"Acho que no caso de uma perda, você tem que sofrer tudo que precisa e ser humilde no sentido de reconhecer que precisa de ajuda", afirma Adriane Galisteu.

A apresentadora enfrentou a morte de três pessoas importantes em sua vida: do namorado, o piloto Ayrton Senna da Silva, do pai, Alberto, e do irmão, Roberto.

No livro "A Força da Fé" (Panda books), Galisteu revela como superou estes momentos e fala como lida com a fé.

A obra, escrita pela jornalista Iva Oliveira, traz, ainda, o relato de outros famosos, como Ivete Sangalo, Ana Maria Braga, Daniel e Carlos Alberto de Nóbrega.

Confira abaixo o trecho extraído de "A Força da Fé" com o relato de Galisteu.


Adriane Galisteu

"Passei por muitos momentos difíceis na vida, principalmente nos casos de morte de pessoas tão queridas como o Ayrton (Senna), meu pai (Alberto, que morreu aos 54 anos, de infarto) e meu irmão (Roberto, que faleceu aos 28 anos, portador de HIV). A gente está preparado para tudo na vida, menos para a morte. É uma dor muito profunda que não passa nunca. Eu enfrentei esses momentos primeiro vivendo o luto - que serve também para a perda de um amor - e sempre reverenciando essas pessoas. Quando dou um autógrafo, por exemplo, coloco sempre três estrelas, que significam justamente meu pai, meu irmão e o Ayrton. Eles são os três homens da minha vida e acredito que estão sempre me protegendo.

Acho que no caso de uma perda, você tem que sofrer tudo que precisa e ser humilde no sentido de reconhecer que precisa de ajuda. Aí vale tudo: terapia, família, amigos...Mas o importante é reconhecer a dor.

Minha família passou por muitas dificuldades financeiras na época em que me pai ficou doente. E eu só tinha 15 anos. Ele tinha problemas com álcool e foi muito difícil pra gente. Mas enfrentamos tudo com muita dignidade.

Depois de tanto sofrimento e de tantas mortes, decidi que deveria fazer um pacto com a vida e aproveitar as oportunidades que me oferecessem. Porque as oportunidades aparecem para todas as pessoas, só que algumas ficam com medo. Eu me permito chorar, sofrer, porém tenho sempre um objetivo maior, que é ser feliz. Não abro mão disso: de ser feliz, custe o que custar.

Temos que administrar os mistérios da vida e reconhecer que somos muito pequenos, muito impotentes diante de uma força maior.

Minha relação com a religião é uma mistura muito grande porque fui batizada na Igreja Cristã Reformada, minha avó materna (Agnes Korcsög) era católica e me levava à missa todo domingo e passei minha infância na Igreja Metodista. Além disso, converso muito com uma monja budista e tenho vários amuletos. Na cabeceira da minha cama há imagens Santo Expedito e São Jorge, um guia espiritual que ganhei na primeira vez que fui ao Gantois (em Salvador, na Bahia) e um budista.

Acho que o mais importante é você ter fé. Não há necessidade de seguir uma religião específica e, sim, conversar com Deus, agradecer, acreditar na vida. Eu converso todos os dias com Ele e rezo também. Quando acordo, faço o sinal-da-cruz. Não costumo ir com freqüência a igrejas, mas, quando viajo e vejo uma, entro para fazer minhas orações. Também gosto muito da Igreja São José, no bairro do Itaim, em São Paulo. Eu sempre peço tranqüilidade, paz, sabedoria e saúde, porque essas coisas não dependem da gente, não podemos controlar.

Acredito que temos uma missão na Terra e devemos viver com dignidade, sabedoria e procurando a felicidade. Sempre acreditei que vale tudo para ser feliz, desde que você não traia os seus princípios e não fira ninguém. E quando você acredita na vida, tem fé, tudo fica mais fácil."

"A Força da Fé"
Autora: Iva Oliveira
Editora: Panda Books
Páginas: 140





FONTE PESQUISADA

Adriane Galisteu revela como superou a morte de Senna e entes queridos. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ult10082u421500.shtml>. Acesso em: 07 de dezembro 2014.









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