Postado por Bernardo Bercht em 8 de dezembro de
2014 - Fórmula 1
Correio do Povo - correiodopovo.com.br
A cada período definido de
tempo, surgem teses e mais teses sobre a morte de Ayrton Senna da Silva, em 1994. A mais nova está num
vídeo de um tal Edson Wamdenbruk, bem editadinho e montado, acumulando mais de
3 mil visualizações. O problema é que sua hipótese não resiste sequer aos
argumentos básicos das leis da física…
Basicamente, a alegação é de
que Senna perdeu a consciência antes de bater no muro da Tamburello e que, por
isso, o carro foi reto e embateu violentamente. Já no fim do clipe ele sinaliza
para o vídeo em câmera lenta com o movimento da cabeça de Senna. A tese: “a
cabeça de Ayrton pende totalmente para o lado esquerdo”. Sim, há um movimento
anormal da cabeça do piloto para esquerda, mas isso na verdade é uma prova de
que Senna estava consciente. A curva Tamburello é contornada com uma forte
guinada para a esquerda. Um piloto desmaiado relaxaria os músculos do pescoço e
a cabeça seria imediatamente empurrada pela força centrípeda para a direita, o
lado oposto.
A verdade é que a guinada
violenta para esquerda foi um reflexo da força que Ayrton Senna fez sobre o
volante da Williams na tentativa de contornar a curva, após perder
completamente aderência. Antes, o vídeo também argumenta que Senna nunca freou
ou reduziu velocidade antes de bater, dramaticamente reproduzindo a voz de
Reginaldo Leme afirmando tal. Naquele momento, Leme não tinha dados de
telemetria, apenas a impressão visual de um impacto a toda velocidade. A
telemetria liberada pela equipe Williams durante as investigações mostrou claramente
que Senna aplicou o freio e reduziu marchas, baixando sua velocidade de 310 km/h para 216 km/h .
Duas hipóteses permanecem
como possíveis e prováveis para a colisão. A perda completa do controle
dianteiro do carro pela quebra da barra de direção (rodas automaticamente se
alinham e enviam o carro para o muro, sem qualquer derrapagem) ou um efeito
aerodinâmico por conta da altura do carro em relação ao solo: por conta do
período de safety car, os pneus esfriaram e ficaram com baixa pressão, reduzindo
a distância do assoalho para o asfalto. Senna passou sobre uma emenda do
asfalto e ar entrou sob o carro, tirando totalmente a aderência dos pneus e a
capacidade de fazer a curva.
Vou deixar o link aqui
embaixo, para quem quiser assistir. Mas a garantia é de que não acrescenta nada
na análise do acidente:
FONTE PESQUISADA
BERCHT, Bernardo. Vídeo com “a verdade do
acidente de Senna”, não passa de ano em Física. Disponível em: <https://www.correiodopovo.com.br/blogs/pitlane/?p=24189>.
Acesso em: 09 de dezembro 2014.
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