terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Vídeo Com “A Verdade do Acidente de Senna”, Não Passa de Ano em Física

Postado por Bernardo Bercht em 8 de dezembro de 2014 - Fórmula 1
Correio do Povo - correiodopovo.com.br


A cada período definido de tempo, surgem teses e mais teses sobre a morte de Ayrton Senna da Silva, em 1994. A mais nova está num vídeo de um tal Edson Wamdenbruk, bem editadinho e montado, acumulando mais de 3 mil visualizações. O problema é que sua hipótese não resiste sequer aos argumentos básicos das leis da física…

Basicamente, a alegação é de que Senna perdeu a consciência antes de bater no muro da Tamburello e que, por isso, o carro foi reto e embateu violentamente. Já no fim do clipe ele sinaliza para o vídeo em câmera lenta com o movimento da cabeça de Senna. A tese: “a cabeça de Ayrton pende totalmente para o lado esquerdo”. Sim, há um movimento anormal da cabeça do piloto para esquerda, mas isso na verdade é uma prova de que Senna estava consciente. A curva Tamburello é contornada com uma forte guinada para a esquerda. Um piloto desmaiado relaxaria os músculos do pescoço e a cabeça seria imediatamente empurrada pela força centrípeda para a direita, o lado oposto.

A verdade é que a guinada violenta para esquerda foi um reflexo da força que Ayrton Senna fez sobre o volante da Williams na tentativa de contornar a curva, após perder completamente aderência. Antes, o vídeo também argumenta que Senna nunca freou ou reduziu velocidade antes de bater, dramaticamente reproduzindo a voz de Reginaldo Leme afirmando tal. Naquele momento, Leme não tinha dados de telemetria, apenas a impressão visual de um impacto a toda velocidade. A telemetria liberada pela equipe Williams durante as investigações mostrou claramente que Senna aplicou o freio e reduziu marchas, baixando sua velocidade de 310 km/h para 216 km/h.

Duas hipóteses permanecem como possíveis e prováveis para a colisão. A perda completa do controle dianteiro do carro pela quebra da barra de direção (rodas automaticamente se alinham e enviam o carro para o muro, sem qualquer derrapagem) ou um efeito aerodinâmico por conta da altura do carro em relação ao solo: por conta do período de safety car, os pneus esfriaram e ficaram com baixa pressão, reduzindo a distância do assoalho para o asfalto. Senna passou sobre uma emenda do asfalto e ar entrou sob o carro, tirando totalmente a aderência dos pneus e a capacidade de fazer a curva.

Vou deixar o link aqui embaixo, para quem quiser assistir. Mas a garantia é de que não acrescenta nada na análise do acidente:





FONTE PESQUISADA

BERCHT, Bernardo. Vídeo com “a verdade do acidente de Senna”, não passa de ano em Física. Disponível em: <https://www.correiodopovo.com.br/blogs/pitlane/?p=24189>. Acesso em: 09 de dezembro 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário