Trecho extraído do livro “Ayrton, o herói revelado”:
Senna e Galvão eram grandes amigos
Foi Galvão Bueno quem atendeu
ao telefone na casa de Senna no Algarve (Portugal), em setembro (de 1993), dias depois do Grande
Prêmio da Itália.
Do outro lado da linha,
Flavio Briatore, diretor da Benetton, em desespero:
- Não deixe Senna assinar
contrato sem antes falar comigo! Galvão respondeu que não sabia como Ayrton
poderia ser localizado.
Briatore insistiu:
- Mas eu sei que ele está
aqui em Londres...
- Mas eu não sei onde ele
está.
- Como você, um amigo dele,
hospedado na casa dele, não sabe onde ele está?
- Não sei mesmo. Só sei que
ele ia pegar o avião e voltaria à noite. Na véspera, a decisão sobre o futuro
de Senna na Fórmula 1 fora o assunto predominante no jantar em que estavam
Ayrton, Adriane Galisteu, Galvão e a mulher Lúcia.
Galvão e sua mulher jantavam com Ayrton e Adriane na mansão do Algarve em Portugal quando o assunto Ferrari surgiu
Galvão tinha uma posição,
repetida com impaciência:
- Cara, vai para a Ferrari! É
o sonho da sua vida. E os caras estão loucos para ter você lá!
- Mas o carro é uma bosta!
- Eu sei que é. Mas faz um
contrato de três anos. Na coletiva de imprensa você promete que, no primeiro
ano, remonta a equipe, no segundo, consegue algumas vitórias e, no terceiro, é
campeão. Vai que acontece de você ser campeão no segundo ano. Hein? Sabe o que
acontece? Você vira Deus!
Ayrton parou, pensou e
revelou onde estaria no dia seguinte:
- Você está inteiramente
certo em tudo o que está falando, mas tem uma coisa: eu já estou há dois anos
sem ganhar. Não tenho o direito de passar mais um ano sem ser campeão.
Vou para a Williams, ganho
dois campeonatos e aí vou para a Ferrari pra ser o maior de todos...
Era exatamente o que Ayrton
estava fazendo naquele momento: assinando com a Williams. Tarde demais para
Briatore, cujos carros dariam a Michael Schumacher os dois títulos que Ayrton
estava planejando conquistar na Williams. O mesmo Schumacher que, na Ferrari,
realizaria o plano de Senna de ser "o maior de todos".
Ilustração de Senna correndo pela equipe de F1 Ferrari
FONTE PESQUISADA
RODRIGUES, Ernesto. Ayrton, o herói revelado. Edição 1. Rio de Janeiro: Editora
Objetiva, 2004.
seria muito bom poder ver o Ayrton guiando uma ferrari e encerrando a carreira na maior escuderia da F1. Pena que o destino não deixou isso acontecer...
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