sexta-feira, 6 de março de 2015

O Inesquecível Ayrton Senna: Fãs Prestam Homenagens 20 Anos Depois

Nos 20 anos da morte de Ayrton Senna, fãs lotam “Autódromo Enzo e Dino Ferrari” em Ímola na Itália, local da morte de Senna



O meu 1º de maio

POR TATIANA CUNHA
02/05/14  06:16 
Folha de S. Paulo - poleposition.blogfolha

Fãs prestam homenagem no muro da Tamburello. É assim todos os dias, desde a morte de Ayrton Senna, os fãs sempre fazem suas homenagens, deixando muitas lembranças no local como fotos de Ayrton, bandeiras do Brasil e bilhetes

Não gosto de multidões. Mas lá estava eu no meio de 20 mil pessoas, tentando, em vão, chegar perto do portão que dava acesso à pista do autódromo Enzo e Dino Ferrari.

Depois de milhares de “scusi” e olhares de desaprovação, consegui, enfim, cruzar os boxes e entrar no pit lane.

Faltavam poucos minutos para as 14h, então apertei o passo para chegar a tempo.

O barulho dos milhares de fãs deu lugar ao som do vento que soprava em Imola e fazia com que o pólen voasse e deixasse o cenário ainda mais mágico. E que fez com que as nuvens que cobriam o circuito naquela hora dessem lugar a um belo céu azul.

Nunca havia estado em Imola. Comecei a viajar com a F-1 em 2007, um ano depois que o circuito deixou o calendário.

Passo apertado, comecei a olhar ao meu redor e um pensamento me fez respirar mais fundo. Nossa, o que estou vendo agora foram as últimas imagens que ele viu há 20 anos. Foi quando avistei o muro, logo depois da curva.

Achei que 20 anos depois e agora “em serviço” eu estaria imune. Mas não. Um arrepio da cabeça aos pés me pegou de surpresa. Continuei andando, pisei na caixa de brita e fui em direção ao muro, pintado de verde.

No alambrado, bandeiras do Brasil e fotos dele. Em cima da barreira de pneus, um vasinho com girassóis. Difícil não se emocionar.

Nesta hora, como se eu estivesse em um filme, a bandinha que puxava a multidão de fãs para a Tamburello começou a tocar o hino nacional. Outra vez respirei fundo e fui para o palco montado a poucos metros dali.

O primeiro a chegar foi Berger, depois Alonso, Raikkonen, Patrese, de Cesaris, Badoer, De la Rosa, Trulli, Martini.

De repente, um assovio. “Silêncio, são 14h17.” E a balbúrdia deu lugar a um profundo silêncio. Depois palmas, muitas. Por mais de um minuto. Alguém então gritou pedindo que todos levantassem o indicador para o céu, pedido imediatamente obedecido por todos.

E aí começou o coro, fraquinho, mas que foi ganhando corpo aos poucos e que encerrou a homenagem. “Ole, ole, ole, ole, Senna, Senna.”


E, aos poucos, a multidão começou a se dispersar. E a vida voltou ao normal.


FONTE PESQUISADA

CUNHA, Tatiana. O meu 1º de maio. Disponível em: <http://poleposition.blogfolha.uol.com.br/2014/05/02/o-meu-1o-de-maio/>. Acesso em: 01 de março 2015.

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