Nos 20 anos da morte de
Ayrton Senna, fãs lotam “Autódromo Enzo e Dino Ferrari” em Ímola na Itália,
local da morte de Senna
O meu 1º de maio
POR TATIANA CUNHA
02/05/14 06:16
Folha de S. Paulo - poleposition.blogfolha
Fãs prestam homenagem no muro da Tamburello. É assim todos
os dias, desde a morte de Ayrton Senna, os fãs sempre fazem suas homenagens,
deixando muitas lembranças no local como fotos de Ayrton, bandeiras do Brasil e
bilhetes
Não gosto de multidões. Mas
lá estava eu no meio de 20 mil pessoas, tentando, em vão, chegar perto do
portão que dava acesso à pista do autódromo Enzo e Dino Ferrari.
Depois de milhares de “scusi”
e olhares de desaprovação, consegui, enfim, cruzar os boxes e entrar no pit
lane.
Faltavam poucos minutos para
as 14h, então apertei o passo para chegar a tempo.
O barulho dos milhares de fãs
deu lugar ao som do vento que soprava em Imola e fazia com que o pólen voasse e
deixasse o cenário ainda mais mágico. E que fez com que as nuvens que cobriam o
circuito naquela hora dessem lugar a um belo céu azul.
Nunca havia estado em Imola.
Comecei a viajar com a F-1 em 2007, um ano depois que o circuito deixou o
calendário.
Passo apertado, comecei a
olhar ao meu redor e um pensamento me fez respirar mais fundo. Nossa, o que
estou vendo agora foram as últimas imagens que ele viu há 20 anos. Foi quando
avistei o muro, logo depois da curva.
Achei que 20 anos depois e
agora “em serviço” eu estaria imune. Mas não. Um arrepio da cabeça aos pés me
pegou de surpresa. Continuei andando, pisei na caixa de brita e fui em direção
ao muro, pintado de verde.
No alambrado, bandeiras do
Brasil e fotos dele. Em cima da barreira de pneus, um vasinho com girassóis.
Difícil não se emocionar.
Nesta hora, como se eu
estivesse em um filme, a bandinha que puxava a multidão de fãs para a
Tamburello começou a tocar o hino nacional. Outra vez respirei fundo e fui para
o palco montado a poucos metros dali.
O primeiro a chegar foi
Berger, depois Alonso, Raikkonen, Patrese, de Cesaris, Badoer, De la Rosa,
Trulli, Martini.
De repente, um assovio.
“Silêncio, são 14h17.” E a balbúrdia deu lugar a um profundo silêncio. Depois
palmas, muitas. Por mais de um minuto. Alguém então gritou pedindo que todos
levantassem o indicador para o céu, pedido imediatamente obedecido por todos.
E aí começou o coro,
fraquinho, mas que foi ganhando corpo aos poucos e que encerrou a homenagem.
“Ole, ole, ole, ole, Senna, Senna.”
E, aos poucos, a multidão
começou a se dispersar. E a vida voltou ao normal.
FONTE PESQUISADA
CUNHA, Tatiana. O meu 1º de maio. Disponível
em: <http://poleposition.blogfolha.uol.com.br/2014/05/02/o-meu-1o-de-maio/>.
Acesso em: 01 de março 2015.
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