terça-feira, 16 de junho de 2015

Carros de Piquet e Senna Eram Mais Difíceis de Pilotar, Diz Engenheiro

Julianne Cerasoli
Do UOL, em Praga (República Checa)
15/06/2015 | 06h00

Ayrton Senna foi o último campeão da era turbo, em 1988

Os pilotos do atual grid da Fórmula 1 garantem que dariam conta do recado de pilotar um carro de 30 anos atrás, na considerada época de ouro da categoria. Com mais de 30 anos de experiência na Fórmula 1, o diretor técnico da Williams, Pat Symonds, não contesta, mas não tem dúvidas de que o equipamento atual é muito mais fácil de controlar do que o utilizado especialmente nos anos 1980.

"Eu acredito que os carros de hoje são mais fáceis de pilotar, e isso ocorre por uma série de motivos. Fisicamente, eles são mais fáceis, porque a direção assistida ajuda, e são mais macios. Quando comecei na Fórmula 1, havia os carros com efeito-solo e eles eram muito duros. O carro ficava batendo no chão o tempo inteiro. Aqueles carros eram animais", opinou o britânico, falando ao UOL Esporte.

"Também trabalhei em uma era em que tínhamos motores turbo com muita potência. Era como se eles tivessem um botão: você apertava o acelerador e nada acontecia, até que a potência vinha toda de uma vez. Aqueles carros eram difíceis – e o Ayrton Senna certamente sabia domá-los."

Symonds explica que a evolução natural da engenharia ajudou a facilitar a vida dos pilotos. "O que acontece é que, como nós somos engenheiros muito melhores e conseguimos fazer carros mais eficientes, os carros se tornaram mais fáceis de pilotar. E também ajudamos os pilotos também. Por exemplo: quantas vezes no passado um piloto abandonou uma prova porque selecionou uma marcha errada? Agora isso não acontece mais", exemplifica.

Essa evolução também acabou diminuindo o papel do piloto no desenvolvimento do carro, uma vez que os engenheiros preferem confiar em seus dados de simulação ao invés apenas do retorno que ele pode dar. Mas admite que existe um limite para isso.

"Definitivamente, o piloto tem menos participação no desenvolvimento, simplesmente porque a engenharia se tornou mais sofisticada, conseguimos controlar mais coisas. Mas ainda há uma área em que não conseguimos entrar, aquela interação final entre homem e máquina – e é aí que contamos com o piloto. Em várias ocasiões, ele vai dizer que prefere um acerto que não tem explicação para nós, mas temos de respeitar isso."

A Fórmula 1 volta à pista para a oitava etapa do campeonato no próximo final de semana, no GP da Áustria, com classificação às 9h do sábado e corrida, às 9h do domingo.   

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Comentários

AlexandreN Tive a alegria de ver F1 a partir 1987. Tínhamos pilotos muito bons, além dos magníficos Piquet, Senna, Prost e Mansell. E tudo era diferente, a atmosfera das provas, os carros cada um com sua solução aerodinâmica, os circuitos fantásticos... Realmente feliz quem viu!

COR Como foi mencionado na reportagem, além do efeito solo e dos motores absurdamente potentes ainda existia o risco constante de um acidente fatal, coisa que atualmente praticamente não existe.....

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FONTE PESQUISADA

CERASOLI, Julianne. Carros de Piquet e Senna eram mais difíceis de pilotar, diz engenheiro. Disponível em: <http://esporte.uol.com.br/f1/ultimas-noticias/2015/06/15/carros-de-piquet-e-senna-eram-mais-dificeis-de-pilotar-diz-engenheiro.htm>. Acesso em: 15 de junho 2015.



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