domingo, 8 de novembro de 2015

Biografo Não Esclarece (Novamente) Assunto Importante em Novo Documentário

Blog Senna Vive Opinião

Ernesto Rodrigues, mais uma dele...


Para quem não conhece, Ernesto Rodrigues é jornalista e diretor de TV, tendo trabalhado muitos anos na TV Globo. É também autor de uma biografia sobre o tricampeão Ayrton Senna, intitulada “Ayrton, o herói revelado”, lançada em 2004.  O jornalista produziu ainda alguns documentários sobre o piloto para a TV Globo e canais fechados.

O Jornalista e Diretor produziu mais um documentário para a TV, se trata de uma série que está sendo exibida no "Canal Brasil", divida em 10 capítulos, intitulada “Ayrton, Retratos e Memórias”. E mais uma vez Adriane Galisteu foi prejudicada por esse jornalista, e não só ela, mas o Ayrton e principalmente a história do campeão, sofreram danos.


No 7º episodio, a série abordou a história de Ayrton e Adriane, os amigos do tricampeão concederam depoimentos sobre os dois, relataram que Adriane mudou a vida de Ayrton, destacando que o campeão foi muito feliz ao lado da modelo.

Então, ontem foi ao ar o 9º episódio da série, e daí que se encontra o problema. Nesse capítulo o jornalista citou a história dos grampos no telefone de Ayrton: o irmão dele, Leonardo levou até Ayrton, na véspera de sua morte, uma fita de áudio com gravações de conversa de Adriane, afim de fazer o irmão desistir da modelo. O jornalista mencionou no episódio que o autor desse ato imoral foi o próprio pai de Ayrton, Milton da Silva, e que o irmão teria levado a fita a “contragosto”. Bom, isso de Leonardo ter levado a fita para mostrar ao irmão contra sua vontade, isso eu não acredito, pois suas atitudes revelam o contrario. Baseando-se na excelente obra “The Life of Senna”, do jornalista britânico Tom Rubython, mostra que Leonardo estava determinado a cumprir com êxito a missão dada pelo pai. Mas não conseguiu, apenas provocou a ira de Ayrton, que confiava plenamente em Adriane. Voltando a série, novamente Ernesto Rodrigues deixou “no ar” esse tema, assim como havia feito no livro de sua autoria “Ayrton, o herói revelado”, deixou outra vez “solto” esse assunto importante, o que quero dizer é que ele não finalizou o assunto, não esclareceu nada na série. Apenas citou, não teve depoimentos e nem nada parecido, abordou o tema através de um texto, entre depoimentos e imagens sobre a morte de Senna. Esse assunto dos grampos é extremante sério, muito delicado, mesmo sendo apenas mencionado, tem que ser devidamente esclarecido, não deixar “solto”. Esse tema faz parte fortemente da história do Ayrton. É um assunto serissímo, logo, deveria abordá-lo corretamente.

Então é isso, mais uma vez Ernesto deixou a desejar, ele teve mais uma oportunidade de esclarecer, e acabou fazendo na série o mesmo que fez no livro de sua autoria (Ayrton, o herói revelado). O jornalista tinha obrigação de aclarar toda a história, a partir do momento que abordou o tema, descrever o que tinha nas gravações, assim como ele fez na revista Veja de 2004, onde explicou que “não havia indícios de traição de Adriane na fita”, após investigar e coletar depoimentos, na época que pesquisou a história de Senna, para escrever seu livro. Por fim, porque ele não colocou essa informação no livro? Deixando a questão solta na obra? Ele não esclareceu no livro, agora fez o mesmo nessa série do Canal Brasil, teve oportunidade e não esclareceu absolutamente nada. Diferentemente dos também biógrafos de Senna, o britânico Tom Rubython e o português Francisco Santos, em suas obras “The Life of Senna” e “Ayrton Senna Saudades”, respectivamente, onde explicaram tudo sobre esse episodio da fita.

Os Grampos


Sem o conhecimento de Ayrton, a família dele mandou grampear os telefones do apartamento que ele possuía em São Paulo e também de sua casa em Angra dos Reis com a finalidade de descobrir algo comprometedor sobre Adriane Galisteu e deste modo convencer Ayrton a não se casar com a modelo, como era sua intenção. Depois de meses grampeando o telefone de Senna, não descobriram nada que comprometesse Adriane, apenas conseguiram irritar Ayrton, quando este tomou conhecimento.

Puxa Saco

Reginaldo Leme com Rodrigo França e Ernesto Rodrigues (o do meio)

Lembram daquela famosa frase: “Uma imagem vale mais do que mil palavras”? Pois bem, na foto acima, do ano de 2012, Ernesto Rodrigues está dentro do Instituto Ayrton Senna, instituição da família do piloto, acompanhado pelos igualmente jornalistas Reginaldo Leme e Rodrigo França. Os três estão bem descontraídos, sorrindo, como vocês podem ver na imagem. Na época eles gravaram uma matéria sobre o Ayrton para o “Linha de Chegada”, programa de Reginaldo Leme, dentro do Instituto Ayrton Senna. Nessa mesma ocasião, esse tal de Rodrigo França (funcionário do Instituto há alguns anos) juntamente a outro jornalista, produziram uma reportagem de capa para a extinta revista “Alfa”, certamente uma parceria de França com a patroa Viviane Senna e família, claro. A matéria consistia em imaginar como seria a vida de Ayrton, após o 1º de maio, caso tivesse sobrevivido ao acidente fatal. Na reportagem, eles falam um monte de asneiras, viajam “na maionese”. Imaginam um monte de coisas, que não bate com a realidade, inventam inclusive, uma esposa para Ayrton. Quando na realidade sabemos que se ele continuasse conosco, se casaria com Adriane Galisteu, inclusive estava bem perto disso acontecer, quando ele nos deixou. Enfim, uma viagem total. Ou seja, eles (a família) fizeram essa reportagem da Alfa, com a clara intenção de manipular, pela enésima vez, a história do Ayrton.

A respeito do Ernesto Rodrigues é o seguinte, vou direto ao ponto, ele não passa de um puxa saco, no meu ponto de vista. Para vocês terem uma ideia, desde a morte do Ayrton, ele produz documentários para a TV Globo, e neles sempre exaltando família Senna e Instituto. E nunca tocando em assuntos delicados como o que a família fez com Adriane no Enterro, por exemplo, dentre outros assuntos "proibidos". Rodrigues praticou a mesma conduta no livro de sua autoria, diga-se de passagem. Não tenho muita certeza, mas acredito que o documentário sobre Senna exibido no Jornal Nacional e Globo Repórter, ambos em 2004, Ernesto pode ter até mesmo sido pago pela família, já que os elogiou, a Xuxa (como sabemos, adorada pela família), e Instituto, exaustivamente, nesses documentários. Lembrando também que Xuxa era a contratada da emissora à época, assim como Rodrigues. Esse é outro motivo para o jornalista ter tido esse tipo de conduta, ambos eram contratados da Globo, logo Ernesto não queria contrariar tanto a Globo, quanto a família de Ayrton. Senna também tem sua imagem atada a emissora. Enquanto a ex-rainha dos baixinhos permaneceu contratada da TV Globo, Sempre foi de interesse da emissora coloca-la como a viuvinha, eterna prometida de Ayrton Senna, do mesmo modo que a família, limando totalmente da história sua verdadeira companheira até o fim de sua vida, Adriane Galisteu. Ernesto, por sua vez, como biógrafo e produtor de documentários sobre Senna, os ajudou bastante nesse sentido. 

Tem também a pataquada que ele aprontou no livro (Ayrton, o herói revelado), fiz inclusive um post sobre isso.  E agora, essa última, como mencionei mais acima, dele não esclarecer a história da fita dos grampos, e de dizer na nova série que Leonardo levou essa fita para o irmão Ayrton “a contragosto”, mais uma prova de que Ernesto não passa de um puxa saco, e nesses anos todos ajudou a família a manipular a história de Ayrton. Um profissional dessa espécie nunca deveria ter escrito uma biografia sobre Ayrton, ou de nenhuma outra figura notável, não é pra menos que o jornalista Juca Kfouri o acusou de ser um "Biografo Chapa Branca", pois ele sempre pediu autorização dos biografados ou seus parentes – caso o biografado já tenha falecido , para publicar seus livros. 

Após essa série, cheguei a conclusão de que, infelizmente, Ernesto Rodrigues nunca será fiel a história de Senna, como outros biógrafos foram, especialmente o britânico Tom Rubython, em seu magnífico livro “The Life of Senna”.

A biografia pertence a pessoa e não a quem a escreve!

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